Wyrda escrita por Brisingrrr


Capítulo 3
Algo se aproxima


Notas iniciais do capítulo

Olá, amigos! Bom, peço desculpas por ter demorado um pouco para postar, mas é que o fim de período escolar é bem corrido, enfim...
Esse capítulo contem uma análise sentimental e até física do Eragon hahah
Eu ainda estou em aula, portanto, o próximo capítulo vai demorar um pouquinho... e já adianto minhas desculpas.
E ahn, esse cap meio que está acelerado, entendem? Acontece algumas coisas - e descrições - ao longo dele, mas acho que nada exagerado.
É isso, estou ansiosa para dar continuidade nessa fic, e estou aberta à sugestões.
Beijinhos!



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Eragon se levantou cedo naquela manhã, seria mais um dia longo à frente das decisões na Ilha. Ao sair da sua cama, despiu-se e entrou no banheiro de sua cabana, ao olhar-se no espelho viu que suas orelhas pontudas estavam vermelhas e divertiu-se com isso, sempre achava engraçado quando isso acontecia. Parou e se examinou. Mesmo agora, depois de dois séculos, sustentava a aparência jovem. No máximo, davam-lhe 28 anos na aparência, e haviam os mais exagerados que afirmavam que ele podia enganar dizendo que tinha 19, nisso ele ria-se e Saphira sempre intervia em seus pensamentos dizendo-lhe zombeteira “Dizem para te agradar, você não nega que tem 220 aninhos, pequenino”. Desta vez, é claro, ela não perdeu a oportunidade.

Bom dia, pequenino. Está aí analisando os estragos da idade?, e deu sua risada de dragão.

Bom dia, Saphira, é sempre bom receber seus elogios. Já você, não nega seus séculos vividos, hein.

Você sabe que levo isso como o mais belo dos elogios, é sinal que mostro sabedoria, e também que sou a maior da minha raça e também a de escamas mais brilhantes, disse toda cheia de si.

Seu tamanho é inegável, sua sabedoria e suas escamas são óbvias, ó Bjartskular, Eragon disse brincando, sabendo que era a verdade.

E você sabe que estou apenas me divertindo à sua custa, pequenino. Você continua jovem e sabe que é belo, afinal, as moças suspiram quando você passa, disse divertindo-se e continuou, apenas tem os olhos mais severos e tristes do que na época em que eu era um filhote.

Aquelas palavras surpreenderam Eragon, Saphira nunca tinha lhe dito que parecia mais triste. Ponderou por alguns segundos e respondeu-lhe.

O tempo foi severo comigo. Perdi todos que me eram importantes, meus entes mais queridos morreram e eu não pude nem lhes prestar uma homenagem. Todos que eu confiei, se foram, restaram poucos daqueles tempos. Posso ser mais sério, mas não sou triste, pausou e respirou fundo, estou satisfeito com o que faço aqui. Vivo em paz e tenho você, e meus alunos. Trouxe paz às essas terras. Isso é suficiente pra mim, isso basta.

Pequenino, paz de espírito não quer dizer alegria. Há muito você não é uma pessoa alegre. Sorri pouco, e nunca é um sorriso feliz. Você sabe disso melhor do que eu, não negue, não se sinta envergonhado. Sabe que eu também não sou a mesma, mas eu aceitei a mudança. Eu sabia que isso iria acontecer. Também perdi pessoas importantes, se lembra? Nós sempre estivemos juntos, e sempre estaremos pequenino. Eu estou aqui pra você, não quero que fique assim. Todos percebem, você não vê? Não adianta se lamentar pelo que foi um dia, agradeça pelo que é. Esses tempos não voltarão, conforme-se e viva o agora.

Ainda depois de tantos anos, Saphira sabia exatamente o que dizer para confortar Eragon, entendia-o melhor do que ele mesmo compreendia de si. Ele se sentiu culpado por, de uma forma ou de outra, não dar o devido valor ao seu dragão.

Tem razão, Saphira. Obrigado, você sempre sabe o que me dizer. Eu acabo sendo tolo e você me traz de volta ao mundo. Eu sempre serei feliz enquanto estiver comigo, e digo isso pensando na eternidade, que se os deuses permitirem, nos aguarda.

Pequenino, sabe que estou do seu lado para sempre, não importam as circunstâncias.

Eragon sentiu a felicidade que emanava dela, e instantaneamente sentiu-se renovado. Ela retirou-se da sua consciência, e ele retornou sua atenção à sua aparência refletida no espelho. Com o rosto jovial, as feições angulosas – reforçadas depois da transformação que sofreu na Celebração do Juramento de Sangue –, as orelhas pontudas, os olhos e cabelos castanhos, a pele mais bronzeada, o corpo mais musculoso – ainda magro, porém mais delineado e forte –, e apesar de jovialidade, podia-se ver que carregava a responsabilidade e dever.

Cansado dessa auto-análise, entrou na sua banheira e lá ficou por longos minutos, pensando em como havia sido insensível ao ignorar que Saphira também tinha saudades dos velhos tempos, afinal, as perdas também eram suas. Eragon sabia que sua melancolia dividia-se entre os que haviam partido e com outros fatores, e sabia também que Saphira tinha conhecimento de tudo isso, mas ele preferia que isso fosse ignorado e ela também sabia disso.

Depois de se banhar, saiu e se vestiu. Colocou calças confortáveis e elegantes, e uma camisa branca, calçou as botas e embainhou Brisingr no cinto. Penteou os cabelos rebeldes e foi à cozinha. Preparou algo rápido e comeu, durante esse tempo, Saphira saiu para caçar e levou Dunö – o dragão fêmea amarelo do humano Nail, um dos veteranos –, e Eragon sabia que ela só voltaria de tarde.

Apesar da riqueza que Eragon poderia possuir, ele vivia apenas com o que lhe era necessário. Morava em uma casa pequena, com um quarto, banheiro e uma pequena cozinha no térreo, e na parte subterrânea encontrava-se uma imensa biblioteca particular e uma sala para estudar, e numa pequena porta, quase escondida, outra sala, e nessa ele guardava objetos mais pessoais, como alguns pertences que outrora foram de seu pai, Brom e sua mãe, Selena, que foram encontrados em meio aos tesouros que Galbatorix guardava. Havia também coisas que pertenceram a Vrael, e que lhe foi concedido a propriedade. E tinha pertences de sua amiga Nasuada, que depois de um reinado brilhante, havia falecido pela idade. De alguns de seus sucessores – todos subindo ao trono com o consentimento e benção de Eragon – e de seu antecessor e pai, Ajihad. Tinha pertences de Roran, seu primo que morrera muito velho, e de Katrina, que faleceu antes dele – eles viveram plenamente felizes, ajudaram a reconstruir Carvahall e além de Ismira, tiveram outros dois filhos, Garrow, em homenagem ao pai e Volden, e estes, continuaram a viver em Carvahall, aumentando os descendentes de Roran –, também guardava lembranças de Jeod e de outros amigos que já haviam morrido, ou dos que continuavam vivos. Passava noites naquela sala, revendo seus pertences e relembrando o passado.

Sua casa, localizada no alto de uma pequena colina e escondida por árvores frondosas, era seu refúgio. Nem sempre passava os dias ali, algumas vezes precisava ficar na Sede para resolver questões dos Cavaleiros e da Alagaësia, mas se sentia melhor ali. Era uma casa no modo dos elfos, que crescia junto e era a própria árvore, com janelas que davam uma vista privilegiada do pôr e nascer do sol sobre as copas das árvores, e grandes o suficiente para Saphira passar a cabeça – já que com seu tamanho gigantesco era o máximo que conseguiria. Eragon nunca recebia visitas ali, raramente chamava Blodhgärm até ali, e era o único. Os outros Cavaleiros sabiam disso, e não o importunava. Eragon não fazia isso por mal, mas estando constantemente cercado por pessoas, gostava da privacidade que o lugar lhe trazia.

Eragon saiu da cabana e percebeu que o clima estava quente, seguiu a trilha que levava à Sede, mas parou em uma clareira no meio do caminho, sentou-se em um tronco caído, esvaziou a mente e sentiu todos os seres vivos dali. Sentiu as plantas, sentiu os insetos, os pequenos animais e sentiu-se parte do ambiente. Todos os dias ele se lembrava de fazer isso, e apesar de já dominar toda essa técnica, mantinha isso como um ritual, para nunca se esquecer da importância da vida, por menor que seja.

Depois de voltar à trilha, seu pensamento ia alto. Refletia mais uma vez sobre as palavras de Saphira, pois ela havia o pegado de surpresa. Um simples comentário havia resultado em palavras tão profundas, que Eragon ainda estava confuso. Nunca, em tantos anos, Saphira havia sequer insinuado que pensava assim, ou então que Eragon havia mudado. Ele sentia-se mal também por subestimar seu dragão. É claro que ela sabia disso. Ela sabia de tudo, sabia mais do que ele mesmo.

Seguia caminhando e encontrou alguns Cavaleiros quando já estava próximo da Sede, um deles era Hírmi, um elfo que havia chegado à Ordem havia algumas décadas.

– Argetlam – Hírmi fez uma reverência, na Ilha não usavam os cumprimentos dos elfos – Aproxima-se o dia que enviaremos os ovos de dragão para a Alagaësia, temos que iniciar os preparativos.

Eragon não havia se esquecido, esse seria um assunto que seria discutido naquele dia na Sede, junto com os Mestres, e os Sete Magos – humanos e elfos que não eram Cavaleiros mas tinham controle da magia e mantinham a ordem na Ilha e na Alagaësia.

– Sim, Shur'tugal, é um dia esperado, muitos jovens devem estar ansiosos na Alagaësia, o último ovo enviado pra lá eclodiu há mais de um ano.

A conversa seguiu-se sobre esse assunto, até que um tempo depois a gigantesca construção da Sede já era visível e eles se despediram. Eragon suspirou, essa era só mais uma reunião que decidia o que aconteceria na Ilha e no Império da Alagaësia em meio a muitas outras, como o Torneio de Raças, que era realizado anualmente, as festividades que se realizavam para comemorar a Queda de Galbatorix e o Novo Império, entre tantas outras, e essas reuniões sempre o esgotavam.

Eragon sentiu uma onda de apreensão – não entendia porquê, era um dia como os ostros, sem nada alarmante – e sentiu receio, não sabia do quê. Acalmando sua mente, adentrou a Sede e ao olhar para dentro, percebeu que havia mesmo algo errado.

Subiu os degraus que levavam ao amplo Salão, e sem saber, estava se aproximando da hora que tomaria conhecimento do que estava errado. E não era nada bom.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Comentem e me digam o que acharam, espero que tenha agradado! ;)
Atra du evarínya ono varda.



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