Dois séculos e alguns anos haviam se passado desde a queda de Galbatorix. Após mais de 200 anos desde a luta final entre o então Matador de Espectros e o rei tirano, a Alagaësia prosperava. Não haviam inimigos em potencial e nada que pudesse incomodar a tranquilidade que reinava nessas terras.

O Novo Império havia expandido, e não havia pobreza. A fome, a escravidão, o medo e a opressão eram manchas sombrias que ficaram no passado. A justiça era cumprida e todos viviam bem.

As crianças podiam brincar livremente nas ruas e campos, encontrando segurança dentro e fora de seus lares. Ao atingirem determinada idade eram enviadas às escolas, onde aprendiam a ler e a contar, a compreender as estações e a influência delas em suas vidas – plantio e colheita, por exemplo –, o funcionamento da sociedade em que viviam e outros tópicos que se julgassem importantes. A permanência dessas crianças costumava durar o tempo em que levassem para ler e escrever com fluência e a contar e entender os números suficientemente bem para lidar com dinheiro sem serem enganadas, estando também sujeitas à aprovação de seus instrutores. Após essa fase, a continuidade no meio acadêmico lhes era opcional. A alfabetização atingia agora a maioria da população e seus efeitos eram visíveis.

Os jovens e os adultos trabalhavam e construíam suas casas e formavam famílias. Suas vidas eram, geralmente, prósperas e felizes.

Com o forte senso de gratidão que possuíam por sua liberdade e prosperidade, era muito comum que, após atingirem a vida adulta, homens e mulheres se dedicassem à honrar o Novo Império como guerreiros. Os que optavam por isso eram enviados aos diversos campos de treinamento espalhados pela Alagaësia e eram instruídos, treinando com espadas, arcos, lanças e instrumentos de guerra, simulando batalhas e vivenciando a rotina de defesa do seu território. Depois que completavam seu treinamento, decidiam se continuariam a servir ao Novo Império, ou voltariam às suas casas.

Não haviam reclamações acerca da vida que levavam. Eram tempos de glória.

Mesmo após tantos anos, todo povo da Alagaësia nutria respeito, admiração e devoção aos que lutaram para trazer paz àquelas terras. Arya, Rainha dos elfos, Orik, rei dos anões, Nar Gückond, líder dos Urgals, Murtagh, Embaixador dos Cavaleiros e Eragon, Mestre dos Cavaleiros de Dragão. Esses eram venerados pelos feitos e ninguém duvidava de suas capacidades.

E ainda os que morreram na batalha, ou depois dela, defendendo suas raças e lutando para que o bem reinasse, também eram lembrados. Brom, o eterno Cavaleiro de Dragão, que tinha feito muito para que a batalha fosse ganha, era um mártir. Hrothgar, falecido rei dos anões, era lembrado e honrado por sua coragem. Islanzadí, a Rainha dos Elfos, era sempre lembrada como símbolo da persistência e eterna realeza. Roran, Martelo Forte, era a inspiração dos guerreiros, lembrado como o maior guerreiro da Alagaësia. Orrin, o rei que governou Surda e ajudou os Varden, era um herói-vilão. Nar Garzovh, o temido Urgal, era contemplado pelas honras de ter levado o bem à sua raça e o apoio à Guerra. E a maior rainha que a Alagaësia já teve, Nasuada, era símbolo da vitória, da luta, da lealdade, da sabedoria e do dever. Haviam também os feiticeiros, meninos-gatos e outros que contribuíram. E por todos que haviam morrido na busca da Glória da vitória, todas as honras e agradecimentos eram poucos.

Nesse tempo muitas coisas mudaram, muitas histórias foram escritas e muitas pessoas escreveram suas próprias histórias. Se cada detalhe, história e mudança fosse descrito, levariam anos e muitos pergaminhos.

E a Alagaësia não era a única que prosperava.