Na manhã seguinte me levantei bem cedo, tomei um banho rápido, vesti a camisa branca de botões e a saia preta, tomei meu café da manhã, separei as coisas que iria levar, me despedi de Emma calcei os saltos e coloquei o blazer. Em pouco tempo já saia de casa e ia em direção a empresa, preferi ir à pé mesmo já que eu estava adiantada e não levava muitas coisas na mão além da bolsa. Pouco tempo depois cheguei e ainda tinha alguns minutos livres mas resolvi me encaminhar para o escritório, chegando lá encontrei Draco sentado na cadeira em frente a minha mesa.

–Oi, chegou cedo

– Pois é, acordei cedo então como tenho muita coisa acumulada resolvi vir pra cá, mas oque faz aqui?

–Eu queria saber se você tinha ficado com a pasta da Nanda Collin.

– Ah, Sra.Collin, só agora me lembrei, eu já tinha resolvido o caso e pedi para Andréa, minha secretária, arquivar nos resolvidos, desculpe eu não anotei isso.

–Ok, sem problemas, bom vou voltar para minha sala, hoje tenho muitas coisas pra fazer.

Ele saiu e eu comecei a trabalhar, passadas duas horas de trabalho minha cabeça já explodia, o telefone tocava a todo o momento, Andy havia faltado pois iria levar sua filha ao médico . Não conseguia me concentrar em nenhum relatório e ainda tinha uma pilha de pastas a serem analizadas ao meu lado. Levantei-me e comecei a remexer em minha bolsa à procura de um comprimido para dor de cabeça. Tomei o remédio e sentei de novo a minha cadeira, foi inevitável suspirar ao escutar novamente o som estridente do telefone.

–Alô, Hermione Granger...- e assim se seguiu até o horário de almoço.

P.O.V. Draco

Acordei meio confuso olhado em volta até me lembrar de que estava em um hotel. Já estava cansado de viver nesse lugar, já havia começado a procurar por uma casa mas as poucas que encontrei não me agradaram. Me levantei lentamente e olhei o relógio, ainda estava muito cedo mas eu já estava cansado de encarar as paredes. Vesti-me , reuni minhas coisas na pasta preta. Peguei o telefone e disquei para o restaurante do hotel e pedi que trouxessem o café. Passado quarenta minutos eu já estava no elevador.

Peguei meu carro e rumei para a empresa, no caminho parei em um sinal perto de uma casa com uma grande placa de ‘’vende-se’’ na fachada, aquela parecia uma boa casa, aparentava ser espaçosa, possuía dois andares mas antes que eu notasse mais detalhes o sinal abriu e eu segui em frente, cheguei na empresa e não havia muitas pessoas , fui direto para minha sala e comecei a trabalhar , primeiro dei alguns telefonemas pendentes e depois comecei a checar as pastas que Hermione havia me entregado no dia anterior.

Dei falta de uma pasta, a de Nanda Collin. Procurei o papel com as anotações de Hermione, mas não achei nada relacionado . Decidi ir até a sala dela, chequei o relógio, provavelmente ela ainda não tinha chegado mas eu aproveitaria para dar uma pausa . Sai da sala peguei um café e cumprimentei alguns poucos funcionários conhecidos.

Cheguei a sala de Hermione e estranhei o balcão da secretária vazio, talvez ela tivesse se atrasado. Bati na porta e como esperado não obtive resposta, abri a porta e não encontrei nada além de um excretório muito bem organizado. Me sentei na cadeira de frente para a mesa e comecei a analisar um porta retrato de uma criança, era uma garotinha, devia ter uns três ou quatro anos, possuía cabelos castanhos e levemente cacheados, olhos bem azuis e familiares e um sorriso muito parecido com o da Granger, imaginei ser sua filha. Confesso que fiquei intrigado ao saber que minha antiga colega de escola tinha uma filha mas oque realmente me deixou curioso foi quem seria o pai, mas descobrir que ele era o antigo namorado de faculdade dela era, digamos que surpreendente. Meus pensamentos foram interrompidos quando a Castanha adentrou a sala.

–Oi, chegou cedo- eu disse enquanto ela largava a bolsa e uns papeis no aparador ao lado da porta.

– Pois é, acordei cedo então como tenho muita coisa acumulada por causa de reunião de ontem resolvi vir pra cá mais cedo, mas oque faz aqui?

–Eu queria saber se você tinha ficado com a pasta da Nanda Collin.

– Ah, Sra.Collin, só agora me lembrei, eu já tinha resolvido o caso e pedi para Andy arquivar nos resolvidos, desculpe, eu não anotei isso.

–Ok, sem problemas, bom vou voltar para minha sala, hoje tenho muitas coisas pra fazer- sai de lá e voltei a minha sala. Continuei o trabalho em um bom ritmo até o horário do almoço decidi terminar de responder alguns e-mails antes de sair.

Fui a um restaurante próximo a empresa onde tinha visto muitos funcionários almoçarem. Ao entrar vi Hermione sentada em uma mesa um pouco mais afastada, a mesma me viu e me chamou para sua mesa. Me encaminhei até lá, tirei meu paletó e o coloquei em minha cadeira.

–Er... Eu queria me desculpar por ontem, eu não tinha nada que ter te perguntado sobre... você sabe- eu percebi que o assunto a incomodava, eu não era muito de me desculpar mas eu sabia que tinha sido indelicado perguntando sobre seu passado com o Weasley. Me irritava saber que ele a tinha magoado, uma mulher maravilhosa, divertida como ela.

–Não, tudo bem. É só que não gosto muito de lembrar disso.

–Entendo, mas se um dia quiser desabafar estou aqui- ela sorriu e assentiu.

Iniciamos um nosso assunto e em pouco tempo já riamos sem parar e as pessoas das outras mesas olhavam-nos como se fossemos loucos. Paguei a conta depois de muita relutância da parte de Hermione e saímos do restaurante, fomos andando calmamente pois ainda tinhas tempo até o final do horário de almoço.

–E Emma?

–Oque tem ela- ela me olhou entortando levemente cabeça.

–Você quase não me falou dela.

–Emma é... ela é perfeita, ela é minha vida, sabe desde quando ela era pequena era somente nós , ela é uma criança maravilhosa- eu a encarava, ela estava com um sorriso bobo no rosto- por que esta me encarando?

–Nada, é só que, você deve ser uma ótima mãe.

–Na verdade eu me sinto um pouco mal, nesse ultimo ano eu quase não dei atenção a ela, o trabalho está tomando muito do meu tempo- o sorriso em seu rosto diminuiu.

Avistei uma doceria no final do quarteirão e comecei a puxar Hermione pela mão.

–Hey ! Aonde estamos indo?

–Tive uma idéia.

Entramos na loja e o cheiro de açúcar e chocolate se fez presente.

–Mostre pra sua filha que você lembra dela no trabalho, leve algo pra ela- ela sorriu pra mim e se virou para as inúmeras prateleiras.

Hermione agia como se nunca tivesse comido chocolate na vida, ela comprou alguns doces para a filha e outros vários para ela. Olhei pra ela, que sorria feito uma criança, segurava uma sacola com os doces. Saimos da loja já atrasados então rumamos direto para empresa. Nos separamos no elevador e cada um foi para sua sala.

O resto da tarde foi normal, até eu receber um telefonema de um dos clientes da reunião do dia anterior. A empresa era de aviação, uma das mais importantes do ramo, possuíamos diversas filiais a principal esta, em Londres. O cliente que havia ligado era um dos mais novos sócios e ficamos um bom tempo discutindo assuntos dos últimos voos à Alemanha depois ele enviou algumas pesquisas via e-mail e eu tive que passar o resto do dia analisando-as.

Olhei o relógio, já eram 19hrs, eu já deveria ter ido pra casa há uma hora atrás mas só tinha terminado as pesquisas agora, eu simplesmente não poderia ignorar todas as outras coisas que eu tinha que ter feito nessa tarde. Bufei cansado e esfreguei os olhos. Quarenta minutos, cinquenta minutos, não importava quanto tempo eu ficasse ali eu não conseguiria terminar tudo hoje.

Levantei de minha cadeira e estalei as costas, sai de minha sala, a secretária, Suzan, já tinha ido embora junto com acho que todos os outros funcionários exceto os seguranças que ficavam nos primeiros andares ou então fazendo rondas pelos andares. Procurei por uma maquina de café. Quando passava perto dos elevadores um deles se abriu revelando uma Hermione aparentemente cansada com papéis em mãos. Ela se assustou ao me ver.

–Oque faz aqui a essa hora?-ela me perguntou

–Digo o mesmo, são oito e meia porque não esta em casa com sua filha?

–Não posso ir pra casa agora eu ainda tenho mais alguns voos para agendar e outros relatórios pra ler, só vim aqui pra deixar isso na sua sala- ela estendeu os papeis em minha direção- ela bocejou.

–Você pode fazer isso amanhã agora vá pra casa- peguei os relatórios de sua mão.

–Tenho que terminar isso hoje, o dia foi uma loucura Andy pegou folga então fiquei sem secretária e pelo visto ela não vem amanhã também, Sr.Finick ligou hoje e tive que sair e resolver alguns problemas e a propósito talvez teremos que mandar representantes ou você pro Brasil.

–Meu dia também foi uma loucura, sabe aquele cliente com o bigode gigante da reunião de ontem?- ela assentir sorrindo- ele ligou e mandou as pesquisas, eu já terminei de analisa-las mas agora tenho que terminar as outras milhões de coisas que tinha que fazer hoje.

–Teremos uma longa noite, quer um café? Se eu não parar por pelo o menos cinco minutos eu vou pirar.

–Okay uma pausa não vai fazer tanta diferença, em vez de eu ficar relendo o mesmo paragrafo de um texto chato vou beber café, ótima troca. Vamos só deixar isso na minha sala antes- disse me referindo aos papeis que ela me entregou.

Fomos até minha sala e deixei os papéis na minha mesa. Saímos a procura de uma maquina de café, quando finalmente a achamos peguei dois copos e lhe entreguei um deles. Tomamos o conteúdo em um silencio agradável, jogamos os copos vazios no lixo.

O grande salão, geralmente barulhento estava totalmente silencioso, até que um baque alto e distante ecoou pelas paredes do salão, Hermione se assustou e se desequilibrou, antes que ela alcançasse o chão agarrei sua cintura, nossos olhos se encontraram, nenhum de nós ousou desviar, seus olhos amendoados possuíam um ar cansado, mas ainda sim lindos e brilhantes. Meu olhar desceu para seus lábios, entreabertos, nossos rostos foram se aproximando cada vez mais até que senti sua respiração em meu rosto e não aguentei mais, a puxei pela cintura colando de vez nossos corpos e lábios.

P.O.V. Hermione

No momento em que nossos lábios se chocaram senti um desejo indescritível, minhas mãos voaram para seu cabelo loiro enquanto as dele agarravam minha cintura me puxando mais pra si, ele pediu passagem com a língua e eu cedi sem relutância, o gosto de menta misturado com o café confundiu meu paladar, nossas línguas travavam uma batalha por espaço num beijo desesperado, o ar se fez necessário e nos afastamos minimamente, Draco mordendo meu lábio inferior, ele começou a trilhar beijos em meu pescoço, agarrei seus cabelos para unir novamente nossos lábios.

Senti algo gelado em minhas costas, ele estava me prensando na parede, até que ouvimos passos vindos em nossa direção...