Conhecendo o passado escrita por Miss Red Fox


Capítulo 4
Capítulo 3 “ A carta"


Notas iniciais do capítulo

Chegou o momento minha gente...



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Aos poucos um pio agudo veio aos meus ouvidos, meus olhos se abriram e uma imagem foi ficando cada vez mais nítida à frente, era uma coruja rajada de marrom e branco, muito elegante que estava sobre o parapeito da janela, piava e batucava no vidro feito louca.

Em primeiro momento jurei que estava sonhando, uma coruja em plena luz do dia, isso não era normal, era? Incrivelmente não foi isso que me assustou, mirei a coruja atentamente e percebi que ela estava levantando a perna direita onde estava preso um envelope de letras em tinta verde.

Me levantei do chão meio atordoada, olhei em volta e o carpete estava manchado com o sangue de ontem, então eu definitivamente não estava sonhando, guardei o estilete na gaveta da mesinha de cabeceira, olhei novamente para janela e a coruja ainda estava lá com a perna do envelope erguida e com um olhar de desprezo para mim.

– Nem adianta olhar para mim com essa cara, se não gosta de mim entre na fila! – estou falando com uma coruja! Só posso estar ficando louca, Thomas tinha razão!

Me dirigi até a ave, abri a janela devagar, a coruja entrou em um voou rasante e pousou sobre o encosto da cadeira que ficava de frente á escrivaninha ergueu mais uma vez a perna direita com o envelope.

Uma carta para mim? Quem enviaria uma carta para mim? Não tenho amigos, nem familiares, exceto a Mamãe, e quem em pleno século XX envia uma carta por uma coruja? Não pensei muito, peguei o envelope, esperei a coruja armar voou e me sentei para ler o que carta endereçada em tinta verde para Srtª. S. Baker, segundo quarto ocupado da casa, segundo andar, Londres, Inglaterra. Abri a carta e comecei a ler:

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts

Diretor: Alvo Dumbledore

(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos).

Prezada Srtª. Baker,

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos.

O ano letivo começa em 1º de setembro. Queremos informar que estávamos a sua procura, pois os alunos normalmente ingressam em Hogwarts a partir dos 11 anos de idade, a Srtª. está indo antes do ano letivo para que possa colocar em andamento o seu aprendizado e ver as matérias que estão atrasadas, por morar com trouxas alguém do nosso corpo docente ira busca – lá às 10:00.

Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.

Atenciosamente

Minerva McGonagall

Diretora Substituta

PS: Não se atrase, o professor que irá lhe acompanhar odeia atrasos.

Eu não sabia o que pensar, não sabia se ria se chorava, será que as minha preces foram atendidas? Iria sair desse inferno? Ficaria longe de Thomas e dessa maldita casa?

Mas uma parte da minha consciência começou a processar a tal carta, e uma vozinha disse:

Acorde Susan Baker! Escola de Magia? Bruxos não existem! Quem quer que seja que enviou essa carta não quer nada mais que pregar uma peça em você, e como uma idiota você caiu nessa piada de mau gosto!

Não sabia como explicar, era mais forte que eu, talvez, só talvez isso fosse verdade, eu já não tenho nada na vida, e um acontecimento como esse com certeza mudaria muita coisa.

Me apeguei tão firme a essa ideia que não queria parar para pensar se tudo isso era real ou não, olhei para o despertador ao lado já era 9:30 da manhã, não conseguiria me arrumar a tempo do tal professor chegar.

Comecei a correr pelo quarto atrás de todas as minhas coisas, juntei tudo em uma mochila, peguei meu violão e o coloquei dentro da capa, afinal de contas para onde quer que eu fosse não poderia deixa-lo a mercê de Thomas.

Passei um lenço úmido nos cortes que estavam em meu braço, ardeu bastante, troquei de roupa, coloquei uma blusa preta de manga comprida (aprendi a lição), peguei jeans limpas e o meu velho all star preto, estava quase pronta, deixei tudo em cima da cama, e fui ao banheiro.

Depois de fazer minha higiene pessoal, pentear meus cabelos, me dirigi ao espelho que ficava pendurado no armário, logo me arrependi ao ver o estado que estava o meu rosto, eu estava horrível as marcas dos dedos de Tom ainda estavam em minha pele, tratei logo de ir atrás da maquiagem para esconder o estrago, joguei meu cabelo de lado e pronto a palma da mão de Thomas não estava mais avista.

Pegueis minhas coisas e olhei novamente no relógio que marcava 9:55.

– Ai Meu Deus! – saí porta à frente, desci as escadas correndo fazendo todas as tabuas rangerem.

Finalmente cheguei à sala, Thomas estava lendo seu Jornal, como todas as manhãs, Maggie (me recuso a chama–lá de mãe depois de ontem) estava preparando panquecas.

Me assustei ao olhar o rosto dela, se eu achava que o meu estava com um aspecto feio o de Maggie com certeza estava bem pior.

Ela estava com o olho direito roxo, o rosto com algumas marcas e completamente inchado.

Olhei para o relógio de parede, o ponteiro marcava 9:56.

– O que houve com o seu rosto? – olhei para Thomas que ainda estava lendo o jornal, sabia que ele tinha feito aquilo, e não fora a primeira vez.

– N... Nada... – sussurrou, Maggie percebi que ela estava com medo de que eu começasse uma nova briga.

– Onde você pensa que vai com essas coisas, Susan? – disse Thomas abaixando o jornal.

– Não é da sua conta - disse ao Thomas - ele ainda não chegou? – me virei ansiosa para Mam... Maggie.

– Ele quem? – falou... Maggie.

– O Professor da Escola! – será que eles ainda não tinham recebido a carta?

O Ponteiro marcava 9:57

– Ah! Fico feliz em ver que você finalmente aceitou a minha oferta Susan, de ir para a escola psiquiátrica! – disse Thomas com um sorriso patético.

– Não vou para clínica de loucos! Estou falando de Hogwarts! – Ah meu Deus só falta ele não saberem o que eu estou falando!

O Ponteiro marcava 9:58.

Eles se olharam e depois se viraram para mim, Thomas fez uma cara para Maggie de “Eu te avisei”.

– Vocês não receberam a carta? – perguntei com um receio enorme, seria tachada de louca novamente.

– Do que você está falando filha? – perguntou Maggie.

– A carta que diz que eu sou uma bruxa! – gritei, perdi a paciência eles só podiam estar brincando comigo! Eu recebi a carta eu a vi, peguei, e li, não posso estar imaginando coisas!

O Ponteiro marcava 9:59

Thomas soltou uma risada alta, Maggie estava com o desespero estampado no rosto.

– Não disse Maggie, Susan não está batendo bem da cabeça. – Thomas estava se deliciando com a cena.

– Filha você deve ter tido um sonho turbulento....

– EU NÃO SONHEI! ESTOU FALANDO A VERDADE. – gritei

O Ponteiro marcava 10:00

Ouvimos um estampido vindo do quintal, e de repente uma leve batida veio da porta dos fundos.

– Eu não disse! – deixei as coisas caírem no chão, corri em direção a porta, corri com nunca tinha corrido em toda a minha vida, parecia que por traz daquela porta, estava minha vida, meu mundo, meu porto seguro, eu iria alcança–lá, nem que fosse a ultima coisa que fizesse, e ninguém iria me impedir!

Girei a maçaneta e a porta se abriu e por traz dela estava um homem, alto, de uma pele extremamente branca, com uma cortina de cabelos negros, que me olhou profundamente.

Seus olhos eram tão pretos que eu poderia me perder naquela escuridão.

Ele olhou para mim, aqueles olhos me lembravam alguém, mas quem? Me senti tão segura, tão aquecida, eu senti que já o conhecia à séculos, não resisti me atirei em seus braços, não tinha ideia do que estava fazendo, mais sabia que de alguma forma que ele me protegeria, para minha decepção não fui correspondida, em vez disso senti suas mãos grandes e gélidas me segurar.

– O que pensa que está fazendo Srtª Baker? – sua voz começou em um tom grave e terminou em um sussurro.

Corei violentamente, era verdade, o que eu pensava que estava fazendo? Me distanciei rapidamente.

– Me... me... Des...desculpe. – uma vergonha enorme tomou conta de mim, só eu mesmo para causar uma péssima impressão logo de primeira.

– Onde estão os trouxas? Não tenho tempo para enrolação. – perguntou o professor com um rosto inexpressível.

Percebi que o professor não seria “o” dos mais amigáveis, não seria pior que Thomas, seria?

– Trouxas? – do que ele estava falando?

– É assim que chamamos as pessoas que não são tem sangue mágico. – Me respondeu com um olhar de desprezo absoluto.

Eu fiz uma cara de quem não tinha compreendido nada, como assim sangue mágico? Parece que ele leu os meus pensamentos e no mesmo instante disse:

– Vou simplificar para a Srtª, trouxa, é quem não é bruxo. – o desprezo soou mais alto ainda em sua voz se isso era possível.

Pelo jeito ele realmente não gostava dos “trouxas”.

– Ah, sim... entre por favor. – falei com o rosto ainda muito vermelho.

Ele me acompanhou com sua capa preta esvoaçante até a sala, onde Maggie e Thomas estavam tomando café, mas logo param quando viram o homem entrar.

– Quem é esse homem, Susan? – Sussurrou Maggie em meu ouvido.

Não respondi, ela me chamaria de louca de novo!

– Quem você pensa que é sua delinquente – berrou Thomas enquanto apertava o meu braço – para colocar esse tipo de gente dentro de casa?

Mas que merda, será que tudo que acontece é culpa minha? Eu não tenho culpa se o professor aí usa uma roupa estranha estilo morcegão.

– Os trouxas se gabam tanto de sua “educação”, e por incrível que pareça, eu nunca tive chances de aprecia–lá – disse o professor com uma expressão nos lábios que podemos “dizer” quer era um sorriso, sarcástico mais ainda sim um sorriso.

Thomas pareceu incrivelmente envergonhado, soltou o meu braço na mesma hora, para bem ou para o mal, devia uma ao professor.

– Quem é você? E o que você quer?– Thomas tomou novamente a pose de autoritário.

– Melhor assim. – respondeu o professor em um leve tom de sarcasmo em sua voz. – Vamos direto ao assunto, me chamo Severo Snape, sou professor na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, vim buscar a Srtª Baker, ordens de Dumbledore, diretor de Hogwarts.

– Você não vai levar ninguém. – retorquiu Thomas,

– Infelizmente eu vim a esta casa hoje fazer o que me mandaram, e acreditem preferia estar em qualquer outro buraco no mundo em vez de estar aqui, apenas estou cumprindo ordens. – pelo visto o professor era um dos meus, já simpatizei com ele logo de cara.

– Mal conhecemos você! Susan não vai sair daqui! – falou Maggie incrédula.

Não seria tão fácil escapar daquela prisão como eu teria imaginado, e a paciência do professor estava por um fio, não era difícil de entender, qualquer um perdia as rédeas quando ficava perto de Thomas.

– Ordens uma pinoia, ELA NÃO VAI E PONTO! – gritou Thomas

– Ordens foram feitas para serem cumpridas caro Sr. Baker, se Dumbledore me disse para levar a Srtª. Baker é o que eu farei. – Thomas abriu a boca em protesto mais não houve tempo – E Não tente me impedir. – agora sim o professor perdera toda a paciência que lhe havia restado.

– Mais... – Maggie não sabia o que dizer.

– Não existe mais. Ela irá comigo e nossa conversa pode ser dada como encerrada.

Nunca vi Thomas e Maggie tão perplexos, Thomas que sempre tivera resposta para tudo, agora parecia que havia engolido a própria língua, enquanto Maggie estava em prantos e por mais um pouco provavelmente entraria em um colapso nervoso.

– Pegue suas coisas. – disse o professor com seu nariz de gancho.

Obedeci imediatamente, ninguém precisava ser muito idiota para saber que aquele homem gostava das coisas do seu jeito, e eu não seria tonta de enfrenta-lo logo de cara.

Peguei minhas bagagens o mais rápido que pude. Enfim sairia dali, parecia que por um pequeno instante em minha vida eu me senti feliz.

Como será que viajaríamos? Sempre achei que essas histórias de bruxaria eram contos de fadas para assustar criancinhas, e hoje sou uma bruxa, a vida dando voltas, para minha ignorância ele me estendeu o braço, não fazia ideia oque aquilo significava, mais aceitei de bom grado.

– Segure firme. – foi a ultima coisa que ouvi antes de sentir meu corpo contorcer e imagem da sala distorcer e ver meu mundo girar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram???? Comentem se não vou ter um troço '-'