Chegamos em casa após aquele acontecimento. Não estava muito pra conversa. Fui levando Emmet até seu quarto, porque ele estava meio desnorteado por causa das amostras grátis.
Já estava tarde. Eu estava indo dormir, amanhã tem aula e eu tinha que estar bem descansada e bonita para encarar mais uma vez Edward Cullen.

Passaram algumas semanas e, aos poucos, eu e meus irmãos começamos a ficar mais conhecidos na escola. Perdemos o apelido de forasteiros malucos e passamos a ser pessoas mais legais e... menos briguentas.
O semestre estava acabando, mas antes do seu fim, tivemos uma última prova de português. Estava confiante, eu era boa em português. A professora não ajudava muito às vezes, ela era muito chata, mas minha dedicação não me deixava ficar com nota vermelha.
Cheguei à escola e fui direto para minha sala. Ainda tinha que me preparar psicologicamente. Acalmar meus pensamentos e controlar meus hormônios perto de Edward Cullen.
Sim, Edward Cullen. Sabe aquele papo que eu falei sobre NUNCA MAIS? Pois é, acho que não sei a força que essa palavra tem. Ainda mais que meu pai sempre falava pra mim “nunca diga nunca”. Não queria dar o braço a torcer, eu era orgulhosa. Eu tinha que me controlar na escola, perto dos meus novos amigos e perto da minha família, porque eles iriam me achar uma pessoa muito indecisa, uma pessoa que um dia chora por um amor não correspondido, mas que no outro já está sorrindo e suspirando.
Bom, chegou a hora da prova. Edward estava ao meu lado.
- Boa prova, Bella - falou, ele estava diferente.
Me olhava de uma forma diferente. Um jeito que eu não parecia aquele Edward escroto do primeiro dia. Era um Edward simples, que pedia ajuda. Pedia alguém para ouvir seu desabafo, sua tristeza, mas principalmente alguém que pedia desculpas. Mas eu não queria pensar nisso agora, não depois de tudo que ele fez. Eu não ia simplesmente sorrir e dar o abraço que eu sempre sonhei. Eu estava mais preocupada com a minha mãe nesse momento. Muitas coisas estavam acontecendo lá em casa.
Ela ultimamente recebia flores. Cheguei a desconfiar que fossem de Billy, mas ele não teria o bom gosto das primeiras flores. Eram buquês de rosa vermelha que coloriam a sala.
O Emmet sempre estava de olho se via algum cartão que denunciasse o romance da minha mãe. Mas ela sempre dizia que era ela que comprava. Bom, depois eu explico melhor essa história. Agora é a prova.
Concentra, Bella. Respira. Huuuuuum... isso. Relaxa. Agora é com você, garota. Boa sorte.
Então respondi Edward. Coitado, tinha até esquecido dele.
- Boa sorte também, Edward! - dei um sorriso de canto de boca, só pra parecer simpática.
Siiim, começou a prova. Estava tudo bem, eu estava arrasando. A parte de interpretação foi mamão com sugar, mas eu não esperava por uma questão em especial.
- Professora, a Senhora não falou que cairia essa matéria.
- Claro que falei, Dona Isabella, claro que falei. Não é culpa minha que não estudou.
Ai, antipática. Como ela consegue ser tão chata? E agora eu tava ferrada. Essa questão deveria valer quase a metade da prova. A vaca parece que a pôs de propósito. Tinham poucas questões, mas o valor delas era grande.
Fiz tudo o que eu sabia, mas aquela estava me irritando. Eu já estava bufando na sala. Meus dedos ficavam batendo na mesa inquietos. É hoje... Esme vai reclamar até. Essas coisas só acontecem comigo.
- Psiu -alguém sussurrou, mas não sabia quem.
- Psiu! Bella, olha pra cá. Eu te ajudo.
Era ele. Edward. Ele queria me ajudar? Se fosse em outro tempo, eu falaria poucas e boas pra ele. Mas agora eu não queria contestar. Ele queria me ajudar, e eu não queria recusar.
- Eu não tô conseguindo fazer essa. E agoooora? - sussurrei até um pouco desesperada. Calma, Bella, relaxa. Não pode piorar.
- Olha pra cá. Aqui, do seu lado. Eu aponto.
Então ele apontou e eu respondi. Ufa... Só espero que a querida professora não veja. Aquela mal amada. Urgh!
Depois de entregar a prova, eu olhava para Edward agradecendo. E ele percebeu. Meus olhos então mudaram de expressão. Passaram de agradecimento para admiração, paixão. Senti uma queimação no meu peito. Uma vontade de chorar. Mas não sabia por quê. Eu me sinto assim e não entendo. Já perguntei à minha mãe sobre alguma resposta científica, mas ela falou que não é dor nem nada. É só paixão.
Essa possibilidade está fora das minhas mortais chances. Quando o via no cinema, nos meus pôsteres, eu me perguntava se um dia eu conseguiria vê-lo. Tocar nele. Bom, de fato eu só o vejo. Eu nunca tive coragem de tocá-lo, de apertar sua mão. Tá, tudo bem. Ele me carregou no colo quando fraquejei vendo sua imagem. Mas isso não tem nada a ver. Eu estava inconsciente. Que sensação péssima, mas boa ao mesmo tempo. Ainda mais depois dele ter me ajudado.
Bom, fomos para o recreio. Encontrei lá meus irmãos, com agora seus novos seguidores. Alguns meninos do time de futebol e algumas patricinhas amigas da Alice. Me aproximei e a Alice suplicava com os olhos. Ela queria me contar alguma coisa, mas não podia na frente das suas amigas. Eu fiquei confusa, mas antenada. Rádio Patroa ligada, meu bem. Meus olhos diziam
“Conte-me tudo, não me esconda nada”.
Estávamos nos olhando, mas bruscamente Alice desviou seu olhar para uma coisa que realmente a chamava atenção.
Ela olhava de um jeito que eu não entendia, era como se ela fosse engolir o garoto. Literalmente
Ah, Bella burra, burra, burra. Devia ser ele. É, qual era o nome do cara mesmo? Ai, falta de memória danada. Ah sim, Jasper. Acho que ela falou algo como se ele fosse irmão do Edward ou alguma coisa parecida.
Creeeedo. Que nojo.
Alice já teve gostos melhores. Que garoto feio. Um completo nerd. Todo engomado, mas ele tinha um charme - acho que só a Alice via esse charme, mas quem era eu pra falar alguma coisa. Só podia concordar com uma coisa: o Orlando Bloom é mais bonito que ele, mas ambos não chegavam perto do Edward.
Ei, Bella, vai com calma, você ainda está com raiva dele, vocês precisam ter uma DR. Sim, minha cabeça falava isso direto, e eu tinha que ouvi-la. Mas voltando a Alice... O garoto passou, mas nem sequer olhou para ela. HAHAHA, só pode ser invenção daquela cabecinha. Ele era gay, só pode. Nerd, todo engomadinho, a não ser por aquele cabelo ensebado. Na certa ela está ficando louca.

Alice’s POV

Ai, preciso falar com a Bella. Mas não perto dessas perseguidoras. Que saco!
Ela já entendeu meu recado, viu que é importante. OMG, preciso falar pra ela do Jasper. Ele tá cada dia mais fofo. Me mandou outro bilhete, dizendo que quer me encontrar. Ain, morri.
E agora? Ele é tão... bom de mais pra ser verdade. O que eu faço?
Bellaaaa, me ajuda. Meus olhos estavam gritando por uma ajuda. Aiiin.
Estava tão concentrada em Bella que, de repente, alguma força extra me virou bruscamente. Só podiam ser os hormônios, afinal, minha paixão estava passando.
Ai, que lindo. Sua postura, seu andar... Tudo nele me intrigava e me aguçava os sentidos. Ele era... bom, não posso dizer que ele era bonito, mas ele tinha charme. E homens com charme... aiai, me deixavam sem ar.
Fiquei olhando ele passar. Pensei que ele estivesse vindo na minha direção, quem sabe almoçar comigo, sei lá. Mas não ele passou direto, nem sequer olhou pra mim. Mas eu olhei pra ele. E como olhei. Vi seu rebolado, até ele virar no fim do corredor. Que rebolado, a bundinha dele era perfeita, nem grande e nem pequena, na medida certa. Ah, o que foi? Eu sou uma menina, meninas gostam de bundinhas de meninos. Olhar não arranca pedaço!
Sim, ele passou e nem sequer olhou. Mas ele está apaixonado por mim. Não estava?
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Coitada da Alice, está sendo iludida por um almofadinha. Eu bem vi que ele não olhou pra ela.
Mas outra coisa me chamava atenção. Quem? Edward Cullen!

I'm your biggest fan I'll follow you until you love me
promise I'll be kind, but I won't stop until that boy is mine
baby you'll be famous chase you down until you love me
papa-paparazzi

Sim, aquele garoto era tudo. Eu queria tocá-lo, agarrá-lo e esquecer os primeiros momentos. Afinal, ele não me conhecia, mas eu o conhecia bem.
Sinceramente, não me entendo. Em um dia eu chorava pelo garoto, e agora eu suspiro por ele. Que merda, eu sou muito indecisa. Baraleo, não posso ser assim. Mas eu o amava. E tinha essa certeza.
Quando sonhava com ele e via seus pôsteres no meu quarto, eu sentia que algo nos ligava. Tentava imaginar o que ele estaria fazendo, o que estaria pensando. Ai meu Deus, são tantas coisas. Tantas que eu queria dizer. Eu sou uma fã louca. Eu o queria. Queria tocá-lo. Imaginei tanto o dia em que o beijaria. O que era impossivelmente impossível, até que eu o vi nessa escola. A razão pela qual eu acordo de madrugada.
Enfim. Parei de sonhar e fui para a próxima aula. Eu, estaria de novo, a metros de distancia dele. Já não segurava a vontade de vê-lo.