Da amizade ao amor escrita por Doladoavesso


Capítulo 26
"Eu quero só você, eu amo só você, e o resto tanto faz..."


Notas iniciais do capítulo

Capítulo fresquinho!!

https://www.youtube.com/watch?v=sRwvB7MFDP4&spfreload=10

Música: Tanto faz - Luan Santana



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Cobra POV

Por essa eu não esperava. Eu ser escolhido para lutar no exterior.

– Mestre, posso conversar rapidamente com o senhor? – Gael assentiu e nós fomos para a sua sala. – Por que isso? – Perguntei. Será que a Karina havia pedido isso?

– Cobra, você é um bom aluno, esforçado. Eu trouxe o Romeu para ele ver de qual aluno agradava, até porque meus alunos crescem e vão para outros lugares, e alguns se tornam lutadores profissionais. Eu achei que essa era sua aspiração. – Disse ele, confuso.

– E é mestre, mas é que eu achei que... bem, eu e a K, a gente resolveu dar um tempo e eu pensei que isso pudesse ter algo a ver com ela. – Perguntei na lata mesmo.

– Não Cobra, a Karina nem sequer me disse que vocês estavam separados. Pense com carinho na proposta. – Disse Gael e nós saímos. – Ele vai pensar, não é Cobra? – Falou Gael.

– Pode pensar o tempo que quiser rapaz, esse é o meu cartão. – Ele me deu seu cartão e saiu. Fui para o QG e lá atendi alguns funcionários. Até que Nat entrou voado na loja.

– Tá sabendo? – Perguntou ela, nervosa. Neguei. – O Lobão morreu. – O que?

– Como assim Nat. Pera, senta. – Corri e peguei um copo de água e entreguei à ela. - Como foi isso?

– O Lobão estava na minha casa, ele já estava melhor, mas uma noite, ele recebeu uma ligação e foi naquele bar, onde diziam que o Alan havia morrido, em decorrência da briga de torcida, lembra? – Ela perguntou.

– Lembro, claro que lembro. – Falei.

– Então, aí não se sabe o que aconteceu direito, se ele brigou ou não com alguém, mas só se sabe que ele levou 2 tiros. – Ela já estava mais calma. – Cobra, ao mesmo tempo que eu me sinto um pouco mal pela morte dele, eu sinto como se estivesse liberta. – Eu segurei as suas mãos.

– Nat, agora você pode viver realmente, sem aquele karma na sua vida. – Ela sorriu.

– Obrigada por me ouvir. – Ela levantou e me abraçou.

– E agora Nat, o que você vai fazer? - Perguntei quando nos separamos.

– Acho que vou voltar para a minha cidade, ou talvez eu recomece em outro lugar, não sei ainda. Mas eu te aviso. – Ela sorriu e foi embora.

Enquanto eu precisava pensar no que fazer da minha vida. Olhei para o cartão e decidi fazer o melhor.

Karina POV

Ouvi a campainha tocar e saí correndo do banho. Não tinha ninguém em casa. Bianca estava na Ribalta, e papai tinha chegado mais cedo da academia e ido no mercado. Abri a porta de toalha e vi Cobra, me encarando, quase babando.

– Que isso em novinha, se fosse para ser recebido assim eu viria todo dia. – Ele falou, brincando. Entramos em casa.

– Para de palhaçada Cobra. Senta aí que eu já volto. – Fui ao meu quarto e mudei a roupa. Voltei para a sala. – Então, tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – Só assim pra ele estar aqui, eu pedi um tempo e ele chega aqui em casa, 1 dia depois.

– Aconteceu Karina. Seu pai ontem, levou um olheiro na academia e esse olheiro gostou de mim. Ele quer me levar para o exterior. – Ele ia embora?

– Eu sei Cobra, eu sei desse olheiro. O papai falou. Tanto é que eu nem fui para a academia, porque vocês iam lutar e eu não posso lutar. – Bufei. – Ele treina na Califórnia, ele é muito conhecido. Fico feliz que ele tenha gostado de você, você tem potencial, é muito talentoso e esforçado. – Falei, tentando conter a minha tristeza pela sua partida.

– K, eu sei que vai ser bom e tal, mas eu quero saber de você. Você acha que eu devo ir? Porque se você me falar para não ir, eu abro mão na hora. Você sabe que é a coisa mais importante pra mim. – Ele falou e eu segurei o choro.

– Cobra, é uma chance única. Vai. – Falei e segurei suas mãos, que estavam geladas.

– K, eu te amo. – Ele disse e nós nos abraçamos. Nos separamos e colamos as nossas testas. – Não se esqueça de mim.

– Nem você de mim seu chato! – Falei e comecei a chorar. – Isso vai ficar na minha memória para sempre, tudo que a gente viveu vai ficar na minha memória. – Falei, e me separei dele.

– Pode apostar que a gente ainda vai viver mais coisas juntos, ta traçado K, é destino. – Ri dele falando. – Posso te dar um beijo? – Aquela pergunta me lembrou a do Pedro no dia anterior, mas dessa vez foi diferente. Me aproximei dele e segurei sua nuca. Sua língua me fez forçar a abrir a boca. Ele segurava meu cabelo com delicadeza. Nosso beijo se misturava com lágrima, pois era o último. Acabamos de nos beijar e nos separamos, ofegantes.

– Cobra, acho melhor você ir embora. – Falei e ele concordou comigo. Fomos até a porta, e ele me deu um beijo na testa e saiu andando. Deixei que o choro me invadisse e chorei copiosamente.

Cobra POV

Malas prontas, tudo pronto. Era hoje. Fazia uma semana que eu e Karina estávamos definitivamente separados. Depois daquele beijo, não insistimos mais em nos ver, e quando nos encontrávamos somente nos cumprimentávamos. Foi difícil, mas agora eu iria recomeçar. Mas eu tinha meus planos para reencontrar a K um dia.

Cheguei no aeroporto e não foi surpresa nenhuma ao ver que ninguém esperava para se despedir de mim. Eu estava sozinho nessa vida, meus pais estavam fazendo um tour pela Europa, e pediram para, se eu tivesse tempo, ir lá, encontrar com eles.

Na hora do check in vi Gael e Karina correndo em minha direção e abri um sorriso imenso.

– Viemos nos despedir, desculpe o atraso. – Disse Gael. Ele me abraçou. – Fique com Deus garoto, que você tenha muitas chances e se puder, um dia, volte. – Ele falava da Karina, tenho certeza disso.

– Cobra, espero que você tenha muita sorte lá fora, que você consiga tudo que sempre quis. Te amo. – Disse K, quando me abraçou.

– Também te amo K. – Sussurrei de volta em seu ouvido. Lhe dei um selinho, e recebi um olhar reprovador de Gael.

– Vamos, já está na nossa hora. – Disse Romeu. Embarcamos para uma nova jornada.

1 ANO DEPOIS...

Karina POV

Nossa aconteceu tanta coisa nesse 1 ano. Depois que o Cobra foi embora, eu terminei minha escola e prestei o vestibular. Ah, fiz o teste de DNA, e saiu o resultado esperado, meu pai é o mestre Gael, ou Mestre Cruel, como Pedro chamava ele. Bem, eu não falo com o Cobra, e ele não fala comigo. A gente achou melhor assim, porque senão íamos sofrer. Não acho justo prende – lo a mim. Eu não tinha ninguém, e nem queria ter. A Bi voltou com o Duca, o Henrique voltou pra São Paulo e a Nat está no interior, com sua família, ela voltou pra lá, depois da morte do Lobão. A melhor parte deste ano é que eu fiz um trato com meu pai, se eu passasse no vestibular ele me deixava lutar, uma luta de verdade, que iria ter daqui há 1 semana e tcharã, eu passei!

– PAI! – Berrei quando abri o site. – Eu passei no vestibular! – Falei e saí dançando pela sala. Bianca ria de mim e meu pai também. Quando acabei eles aplaudiram. Eu fiz vestibular para Administração, como a Bi, porque quando o papai morresse, Deus me livre, ou quando a Bi virasse atriz internacional, eu iria assumir as coisas por aqui.

– Parabéns filha! – Meu pai me abraçou. Depois foi a vez da Bianca que também me parabenizou. – E como trato é trato, eu te inscrevi na luta estadual de muay thai. – Fiquei surpresa quando soube que meu pai já tinha me inscrito.

– Como assim pai, eu nem tinha passado ainda? – Falei, ainda chocada.

– Eu sabia que você ia passar. – Ele passou a mãos nos meus cabelos. – Intuição paternal. – Ele disse e eu e Bianca rimos.

– Intuição paternal? Dessa eu não sabia. – Falou Bianca.

Cobra POV

Hoje vou ter o campeonato mais importante da minha vida. Esse um ano aqui me fez aprender muitas coisas. Eu e Karina não mantínhamos contato, e eu fiquei com duas garotas por aqui, mas não consegui levar a diante, porque quem eu amo não está aqui. Participei de algumas lutas pequenas, e fui aumentando meu “peixe” como o povo diz. Agora eu tenho uma empresária, Rúbia Oscar. Ela é uma mulher de meia idade, bonita, chama atenção pelo cabelo vermelho, mas ela não me atrai, e também, eu não misturo profissional com pessoal.

– E aí Ricardo, pronto para hoje? – Perguntou ela, se sentando com as pernas cruzadas, em minha frente.

– Esperei por isso a minha vida toda. – Falei, confiante. Essa luta iria passar na TV, e esperava que Karina visse.

Karina POV

Hoje seria minha luta. Fui com meu pai e chegamos. Lá tinha muita gente. Meu pai ia ficar ao meu lado como meu treinador. Entrei no ringue confiante. Comecei a lutar. Dei socos, chutes. Mantive a serenidade e ouvia tudo que meu pai falava atentamente. Por fim, ganhei a luta. Faltava duas para eu me tornar campeã estadual.

– Muito bem filha! – Disse meu pai, me abraçando. Agora vamos pra casa, que você tem que descansar para as lutas amanhã. – Sorri e fomos para casa.

Após jantarmos, Bianca foi ver um filme romântico, mas meu pai pegou o controle e colocou nas lutas que iriam ter. Bianca resmungou.

– Nem vem Bianca, porque hoje tem luta e eu vou ver. – Ele disse, enquanto comia uma batata.

Assistimos a luta e eu quase engasguei quando eu vi que Ricardo Cobreloa ia lutar.

– K, é o Cobra! – Disse Bianca, tão pasma quanto eu. Assistimos a luta e ele mandava muito bem. Assim que ele foi considerado campeão eu comemorei e meu pai riu de mim. – Ainda não esqueceu ele né irmãzinha.

– Cala a boca Bianca. – Gritei pra ela, que entrou no quarto rindo. Não, eu não tinha esquecido ele.

Cobra POV

– Parabéns Ricardo. – Disse Rúbia. Fomos para um bar comemorar. Cheguei em casa e só queria dormir. Eu queria conversar com Romeu. Ninguém sabia mas ele tinha planos de vir ao Brasil e dar aulas aqui e eu pretendia me associar junto a ele nessa empreitada.

– Como assim Cobreloa? – Disse Romeu sem entender meu pedido. Eu pedi para que eu voltasse ao Brasil.

– Romeu, entende, eu tenho outras aspirações. Eu sempre quis ser lutador, mas talvez eu queira algo mais entende? Eu tenho 20 anos, eu posso tentar depois. Deixa eu correr atrás do meu sonho. – Falei e ele sorriu.

– É a filha do Gael não é? – Como ele sabia. – Ele me contou que vocês eram namorados, e no aeroporto ela foi se despedir de você. Cobra, eu entendo que você queira viver esse amor, mas dar aulas? É isso que você quer? – Perguntou ele.

– Eu quero a Karina, Romeu. – Falei, com convicção.

– Então ta certo, a porta sempre vai estar aberta pra você, é só vir quando quiser. Acredito que a Rúbia irá ser demitida não é? – Falou.

– Eu já conversei com ela. Obrigado Romeu, por essa oportunidade única.

Minha jornada foi de sucesso, mas eu precisava voltar, eu precisava voltar para a minha marrentinha.

Karina POV

Estava tudo normal aquele dia, exceto uma coisa me chamou atenção, o QG. Desde que Cobra foi embora, o QG só abre as tardes, porque o Thawik é aluno do papai e ele só pode trabalhar às tardes e tava aberto de manhã. Curiosa, fui até lá. Abri a porta nervosa e vi ele de costas, sem me olhar.

– Oi Karina! – Falou quando se virou. Fiquei boquiaberta. – Não vai me dar um abraço? – O abracei e ele sorriu. Nos separamos e eu o olhei desconfiada.

– O que você ta fazendo aqui? – Perguntei.

– K, eu precisava voltar, não podia deixar meu maior sonho aqui, sozinha, a perigo... – Ele disse e riu. Ri junto. – É por isso que eu desisti de ser lutador e virei professor em uma academia na Barra. – O que? Ele desistiu de lutar?

– Como assim você desistiu de lutar? Cobra, você ta louco? Você voltou por minha causa? Eu não aceito isso ok? Se foi por mim, você pegue as suas coisas e volte, porque o que eu quero pra você é que você realize os seus sonhos, estando eu nele ou não. – Cobra me olhou com raiva. – Cobra, entende uma coisa, você vai ficar frustrado e sabe o que vai acontecer? Você vai colocar a culpa em mim. Já chega Cobra, eu não quero carregar isso, anda, vai embora. – Falei, nervosa.

– Chega Karina! A gente vai resolver nossos problemas agora. Cobra saiu correndo e trancou o QG.

– O que você vai fazer? Me deixa sair. – Pedi, furiosa.

– Você só sai daqui quando a gente resolver os nossos problemas!


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Notas finais do capítulo

Amores por favor,
COMENTEM!!
Beijinhos *-*