POV Emmett

            Quando levantei, Jane estava dormindo. Olho pela janela e percebo que esta tendo uma festa no hotel. Essa é uma boa hora pra me divertir. Visto uma roupa qualquer e desço pra festa. Começo a entrar no meio do povo sem nem perceber pra onde estou indo, até que alguém tropeça em mim e eu seguro essa pessoa como ato reflexo e quase desmaio quando vejo quem é. Não pode ser. O que Rosalie estava fazendo aqui no Brasil? Depois de 5 segundos percebo que ela esta de olhos fechados, eu não sabia o que fazer.

-Rosalie! – Eu sussurro. Nada. – Rosalie é você mesma? Abre os olhos... Eu... – Minha vontade era de beijá-la nesse exato momento. Mas isso realmente era o certo? E Jane? Ela me ajudou tanto e agora vou... Traí-la? Eu... não sei.

Uma parte de mim dizia para levá-la até o quarto e pedir pra Jane me ajudar a decidir o que fazer. A outra, dizia pra eu fugir com ela nesse exato momento. Mas eu sabia que isso não era certo.

POV Jane

            Mexo-me na cama e percebo que Emmett não esta lá. Abro os olhos.

-       Emmett?

Ele não responde. Deve ter saído pra tomar um ar. Levanto e vou tomar um banho. Visto uma calça de flanela e uma camiseta. Bem básico. Ligo a TV e vou mudando de canal. Eu não entendo nada de português mesmo.

Alguém bate na porta desesperadamente.

-       Quem é?

-       Jane sou eu, Emmett. Abre essa porta. Agora!

Corro e abro. Quase caio para trás quando vejo... vejo... Rosalie nos braços de Emmett.

-       Jane eu não sei o que fazer. Eu estava andando lá embaixo até que Rosalie tropeça e cai nos meus braços. E desmaia. - Vejo que Emmett esta quase chorando... Mas... O que Rosalie esta fazendo no Brasil?

-       Okay... Deita-a ali na cama. – Suspiro.

POV Emmett

Nem acredito quando percebo que Jane me ajudará mesmo. Achei que ela ia fazer um escândalo, dizendo que eu não devia ajudar Rosalie depois de tudo o que ela me fez.

-       Emmett, se a Rosalie esta aqui, então... Royce também esta? – Esta pergunta me pegou desprevenido.

-       Possivelmente.

-       E o que você fará?

O que eu farei?

-       Ligue pra recepção e peça o número do quarto. – Eu farei o que é certo. Rosalie fez tanta coisa ruim pra mim, mas eu não posso me rebaixar fazendo igual. Se ela quer ficar com o Royce, que fique!

Pude escutar Jane ligando para a recepção.

-       Alô, eu gostaria de saber se Royce King esta hospedado aqui...? Qual o número do quarto? Pode me dizer, eu sou amiga dele. Por favor. É caso de vida ou morte. Qual o número do quarto? – Jane desliga o telefone.

-       Ele esta hospedado sim. E não precisará andar muito. Só dar um paço e bater na porta.

POV Rosalie

Eu não conseguia acreditar que era Emmett a pessoa que me segurou. Será que era? Eu tenho certeza. Era ele sim. Tento abrir os olhos, mas não consigo. Meus pensamentos estão meio descoordenados. Não consigo me mexer. Mas sinto que estou sendo carregada. Por Emmett? E Royce? O que ele fará quando descobrir que eu sumi? Não quero nem pensar nas conseqüências.  

De repente, consigo ouvir vozes. Reconheço-as. Emmett. Royce. Meu Deus.

-       Ela estava lá embaixo, bêbada. Foi uma surpresa encontrá-los aqui. Da próxima vez, vê se cuida da sua namorada e não a deixa se embebedar... – Emmett disse isso mesmo? Pude sentir que ele estava me entregando para Royce. Eu queria gritar, pedir pra ele me levar dali, mas minha voz não saía.

Pude sentir que agora estava no colo de Royce. Ah, como ele me dava nojo. De uma forma que nunca senti na vida.

-       Belo papelão, nê, Rosalie Hale? Se embebedar até o fim... A sorte foi que seu ex, por uma coincidência enorme, estava aqui e teve a consciência de te trazer aqui... Porque senão, se ele encostasse um dedinho em você, era um homem morto! – Ele passou sua mão nojenta em meu rosto. Eu queria desviar, mas não conseguia. O que estava acontecendo? – Acorda! Acorda de uma vez!

POV Royce

A raiva crescia a cada segundo dentro de mim. Como Rosalie pode fazer uma coisa dessas? Se embebedar pra fugir de mim? Encontrar Emmett? E agora não acordar, me deixando colérico e preocupado! Tranquei as portas e janelas do quarto, por via das dúvidas e fui tomar um banho. Saí do banheiro e Rosalie não tinha saído daquela posição ainda. Será que eu precisava chamar um médico? Não. Muito arriscado. Isso pode ser um truque. Resolvi voltar pra Forks.

POV Emmett

A dor que me tomou por ter entregado Rosalie a Royce foi enorme. Jane tentou me consolar, mas ela nada podia fazer. Resolvi que não podia mais ficar ali. Não tinha se passado nem um dia desde que cheguei no hotel, mas não agüentaria ficar mais. 

-       Jane?

-       Sim?

-       Eu quero voltar para Forks.

E assim arrumamos nossas coisas e voltamos pra Forks.

POV Royce

Eu já estava no avião e Rosalie ainda não tinha acordado. Foi super difícil entrar no avião com ela assim. Acharam que eu estava sequestrando-a. Que absurdo. Olhava o céu passar por nós rapidamente, até que sinto alguém se mexendo perto de mim. Era Rosalie.

POV Rosalie

http://www.youtube.com/watch?v=6N4HX0LkTN8           

Não sei quanto tempo passou, só sei que agora conseguia me mexer. Com dificuldade, abri os olhos. Minha cabeça latejava. Percebo que estou num avião. Royce esta do meu lado, me segurando. Tento me afastar, mas ele não deixa.

-       Rosalie? – Ele pergunta, mas percebo que é retórica. – Você não sabe o quão preocupado me deixou. Como você pode se embebedar assim? Eu planejei essa viagem pra ficarmos juntos e você estraga tudo.

Com essa, eu gargalhei. Ficarmos juntos? Só nos sonhos dele.

-       Eu me orgulho, me orgulho, de ter estragado nossa viagem. E, por favor, estamos num avião e eu não quero brigar. – Cara, eu acho que sou bipolar. Não quero brigar? De uma forma que não sei dizer como, encosto minha cabeça no peito do Royce. Não sei se foi pelo cansaço que sentia, ou se eu estava ficando louca, ou pela simples necessidade de paz.

E ele, me surpreendendo mais ainda, ficou quieto. Me deixando em paz para pensar na vida. Começo a lembrar de quando eu era criança, e não tinha nenhuma preocupação.

Eu estava desesperada. Minha avó, minha querida, estava morrendo. Ela queria me ver. Seu último desejo, mamãe disse. Eu entrei no quarto e me aproximei de sua cama. Ela segura minha mão.

-       Rosalie, minha querida. Chegou minha hora. Mas eu quero que saiba que eu vou sempre orar por você, querida. Aonde quer que eu esteja. Rosalie, eu quero pedir um favor. Não deixe que as outras pessoas tomem decisões por você. Você é você. Ninguém pode te obrigar a mudar. Perdoe, minha querida. Perdoe todos que te fizerem algum mal. Nada é por acaso. Se você sofrer agora, pode saber que será recompensada mais tarde. Pode ser que você não entenda muito o que estou dizendo. Você só tem dez anos de idade. Mas saberá entender mais tarde. Eu Te Amo, minha netinha. – E ela se foi. Eu não conseguia entender o que ela queria dizer com aquelas palavras.

Eu era muito inocente e não sabia mesmo o que ela queria dizer. Agora, eu consigo entender. Mas não sei se posso seguir esse conselho. Se eu tomar as decisões que eu quero, Emmett sofrerá as conseqüências. Mas ela disse também que nada é por acaso. E se Emmett sofrer agora, será recompensado depois. Ela diz pra eu perdoar quem me faz mal. Mas como perdoar Royce?

Ás vezes não é o Royce que você tem que perdoar. Mas a si mesma.

Uma voz, vinda de meu interior, disse. Perdoar a mim mesma. Do que?

Outras lembranças surgiram na minha mente...

-       Palmito!! – Corri em direção a meu cachorro e o abracei. Ele estava morrendo. Envenenado. As lágrimas desciam pela minha face. – Por que? – Perguntei a meu pai. Por que Palmito tinha que morrer? Primeiro vovó e agora ele. A diferença é que agora a culpa era minha... Se eu não tivesse o deixado sair pra rua, nada disso teria acontecido. Eu nunca iria me perdoar. (...)

(...) Eu chorava no meu quarto pensando em tudo que Royce me fez. Será que a culpa era realmente dele? Acho que a culpa na verdade é minha. Eu confiei nele, achei que ele era perfeito. Mas ninguém é. Lembro que um dia li que a gente não pode exigir coisas das outras pessoas, sendo que nós não temos essas coisas. Eu não era perfeita. Eu não era digna de total confiança. E mesmo assim eu exigia confiança de Royce. (...)

Será que era á isso que a voz se referia? Eu achava que EU era culpada por Royce ter me traído? Mas... Eu não entendo. Cada hora eu penso numa coisa. Uma hora, Royce é culpado. Na outra eu.

Mas não adianta tentar entender o passado. Agora eu tenho que viver o presente. E vou tentar fazê-lo da melhor forma possível.

-       Rosalie?

-       Sim?

-       Chegamos.

Nossa! Que rapidez. Pensei. Saí do avião e olhei para o céu. Para o Crepúsculo. O fim. Crepúsculo é o fim do dia. Agora, pra mim, é o fim de um capitulo da minha vida. O capitulo em que eu sofria. Eu não quero deixar Emmett sofrer. E não vou. Se tenho que ficar com Royce, tudo bem. Mas vou tentar ser feliz.

POV Emmett.

Dormi quase a viagem inteira. Estava exausto. Sonhei. Sonhei com meu pai.

Eu estava num jardim lindo. Estava vestido todo de branco. Dei um passos e vi... Vi meu pai.

-       Pai? – Sussuro.

-       Filho. – Ele me abraça. Já posso sentir as lágrimas descendo por minha face. – Não se assuste, por favor. Eu quero te deixar um recado.

-       Recado?

-       Você esta passando por momentos muito difíceis. Muitos obstáculos e eu sei o quão é dificil. Mas tudo isso são provas. E você precisa provar que pode passar pelos obstáculos. Mas não com guerra. Com paz, e principalmente com amor.

-       Com amor pai? Como?

-       Eu sei que é difícil, mas não guarde magoa de Rosalie e Royce. Eu preciso ir.

-       Espera pai. Eu não entendi. Como assim provas? Obstáculos?

-       Nada é por acaso querido. Seja feliz. – E desapareceu.

Eu ainda não conseguia entender este sonho. Mas eu tinha a certeza de que ele era verdadeiro. Não sei como. Só sei que era.

-       Emmett?

-       Sim?

-       Chegamos.

Nossa! Que rapidez. Pensei. Saí do avião e olhei para o céu. Para o Crepúsculo. O fim. Crepúsculo é o fim do dia. Agora, pra mim, é o fim de um capitulo da minha vida. Agora eu não vou mais sofrer por Rosalie. Vou deixá-la ser feliz e vou tentar ser feliz com Jane.