Dattebasa! escrita por Jojs


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse ali, a fic foi criada para suprir minha tristeza com o fim de Naruto, OBRIGADO Kishimoto por 15 anos de alegrias e ódio em alguns pontos.



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— Enfim em casa! — o resmungar de Sarada cortou o silêncio que havia se formado, assim que adentraram pelo portão de Konoha.

Pela primeira vez eles conseguiram caminhar uma hora inteira sem que Boruto falasse alguma coisa. Cortesia de sua responsável naquela missão, Hanabi, já que o sensei do time, Konohamaru, estava fazendo outros serviços para o Hokage.

— Que tal um banho nas termais, Sarada-san? — Metal Lee questionou a colega de time com um largo sorriso, ele tinha integrado aquela parte do time 7, já que Mitsuki estava também prestando outros serviços ao Nanadaime.

A Uchiha se delimitou em abaixar os óculos e passar reto por ele, que murchou na mesma hora. Negaria, é claro que negaria. Isto é, se não estivesse totalmente esgotada e cansada.

— Não é uma má ideia — disse, surpreendendo o amigo sobrancelhudo.

— Sério, Sarada-chan?! — Metal Lee tinha o maior sorriso do mundo. Faltava apenas sair pulando por Konoha. Não era sempre que a filha de um Uchiha banhava-se com os amigos em uma termal.

Ela se virou olhando o colega antes calado, que agora estava com um grande sorriso no rosto. A garota, no entanto, ainda se mantinha com a expressão séria, como sempre. Eram raras as vezes que se via um sorriso em seu rosto.

— Vá chamar o Inojin e os outros, preciso resolver uma coisa antes. — Sarada não falou mais nada, apenas saiu andando na frente, deixando todos os outros para trás.

Assim que chegou em casa, Sarada tirou os sapatos a beira da porta e procurou pela mãe em sua casa, encontrando-a na cozinha. O horário do relógio na parede, mostrava que era quase na hora do almoço... As termais poderiam esperar. Mas o cheiro estava longe de ser algo que Sarada costumava sentir com a comida de Sakura.

— Mãe, estou de volta. — disse, observando a mãe então nota-la.

— Ah! Que bom que chegou, querida. Como foi a missão? — Sakura parou o que estava fazendo para dar atenção a filha.

Mesmo contente por sua filha ter voltado de uma missão com cem por cento de sucesso, a Haruno ainda reclamava por Sarada ter sido enquadrada a uma missão dois dias antes de um dia tão especial como aquele. Sakura fora pessoalmente reclamar com Naruto.

— Onde ele está? — a fala foi um ato de falta de educação por parte da mais jovem, porém Sakura não se importou.

A mãe de família apenas suspirou, tirou uma mecha rosada da frente do rosto que parecia um pouco cansado e encheu os pulmões de ar.

— Da última vez que seu pai deu notícias disse que chegaria a tempo, mas isso chegou hoje cedo, é dele. — a mulher mais velha pegou uma caixa de cor avermelhada com o símbolo dos Uchiha entre as gavetas perto de si, e a entregou a filha.

Sarada abriu e sorriu de canto ao ver o colar com o símbolo do seu clã, que se assemelhava com o do lacre. Contudo, ela logo tornou a ficar séria, colocando a pequena caixa sobre a mesa.

— Não é comida demais para uma casa de duas, três pessoas? — Sarada disse observando a mãe.

Sakura se virou para a cozinha tão depressa que conseguiu impedir que o que é que estivesse dentro da panela queimasse. Ela olhou pra filha enquanto mexia o conteúdo, então desligou o fogo.

— Isso é para seu jantar de aniversário, já que alguns amigos vão vir aqui hoje. Não é todo dia que uma mocinha faz 16 anos! – disse Sakura.

Sarada ajeitou o óculos a frente dos olhos, tinha passado tanto tempo se preocupando com sua vida ninja que esquecera do que aquele dia significava. Sim, seu aniversário.

— Não, sério. Só quero ficar quieta e esperar meu pai chegar. – a mais nova disse, apertando os dedos, visivelmente com raiva.

Sakura balançou a cabeça negativamente erguendo o indicador, antes que ela pudesse protestar Sarada já não estava mais ali.

• • •

Boruto olhava as flores atento, tentando escolher a melhor opção, sem qualquer sucesso. Por que diabos escolher aquilo era tão difícil?! Não tinha encontrado Himawari, ela era melhor para escolher flores, apesar de sua queda irreparável para com as margaridas, não podia culpá-la.

— Precisa de ajuda, Bolt? — a senhora de rosto enrugado e cabelos acinzentados e dona da loja parou perto do Uzumaki, que coçava os cabelos loiros entre a confusão e a vergonha.

— Ah! Não! Tudo sob controle! — declarou rapidamente, se afastando em seguida.

Ele olhou mais uma vez as flores e parou perto das rosas, quase esticando as mãos para pegar uma. Contudo, outra mão já havia pego, antes mesmo dele poder encostar na flor. O homem a sua direita tinha os cabelos negros cobrindo uma parte do seu rosto. Suas vestes mostravam que estava chegando de viagem.

— Você cresceu. — O homem girou a rosa entre os dedos com cuidado para não se machucar.

Bolt direcionou o seu olhar para o sujeito, sua voz era conhecida, seu sorriso de canto mais ainda, apesar de ser raro.

— Tio Sasuke! — ele cumprimentou o padrinho com um grande sorriso, já que raramente o via.

Não só Boruto, mas a maioria das pessoas não via muito o Uchiha. Por uns segundos pensou em como Sakura e Sarada se sentiam por tê-lo longe, mas não ficou preso a esse pensamento por muito mais tempo.

— Comprando flores para alguma moça em especial? — Sasuke apontou a flor para a velha senhora, iria levar só aquela.

A curiosidade de Sasuke se prendeu por um instante no garoto que agora tinha as bochechas um bocado coradas, aquilo o tinha deixado envergonhado.

— Já que você perguntou e está aqui, pode me ajudar? — Boruto juntou toda a sua coragem naquele pedido, Sasuke apenas concordou.

• • •

— Nunca pensei que fosse tão relaxante tomar um banho nas termais depois de uma missão. — Sarada mantinha os olhos fechados, pouco se ouvia das vozes a sua volta.

Hanabi era sempre calada, e Himawari naquela ocasião também estava igualmente quieta. Foi então que a Uchiha tomou a falta de uma pessoa. Se ajeitou no seu canto nas termais e olhou em volta, tomando a conclusão e a deixando óbvia:

— Onde está a ChouChou? – Hanabi olhou pra trás, nem sinal.

Himawari com as bochechas coradas se afundou um pouco na água, Sarada limpou a frente dos olhos, um pouco embaçados com a fumaça e a falta de seus óculos.

— Chouchou? Venha! Antes que a água esfrie. — Hanabi chamou.

Nos três segundos seguintes havia mais água fora da banheira do que dentro dela. E as três que lá dentro estavam foram empurradas junto para fora do recipiente em que estavam, sendo que a única que se mantinha dentro da banheira era Chouchou.

— Droga, Chouchou! – Sarada reclamou alisando uma parte de suas costas, a risadinha da morena foi a única coisa que elas ouviram.

Metal Lee, Boruto, Shikadai e Inojin descansavam silenciosos na termal masculina, Boruto começara a pensar onde Mitsuki havia se metido. Silêncio que durou até Boruto se levantar e os resmungos dos outros três aparecerem.

— Essa visão é realmente problemática, pode, por favor, se sentar? — Shikadai reclamou levando a mão eu rosto. Não era obrigado a ficar olhando as partes íntimas de Boruto!

O loiro então se sentou, um tanto sob protesto, já que não via problema em mostrar o que todos ali tinham.

— Vocês vão no jantar de aniversário da Sarada? — Inojin cortou o silêncio que se formou novamente.

Metal Lee já ficou contente e começou a falar:

— É claro que eu-

— Totalmente problemático. Mas meu pai insiste em ir. Deve ser porque minha mãe ameaçou ele. — cortou Shikadai, com uma expressão de tédio.

— Sim, eu comprei flores. – Boruto falou com meio sorriso bobo no rosto, e logo quando os rapazes perceberam as bochechas coradas do loiro, caíram na gargalhada. — Parem com isso!

Boruto jogou água em Shikadai, que passou a ter uma expressão de raiva e divertimento, voltando a atacar Boruto. Em poucos segundos, uma guerra de água se iniciou na parte masculina do banho.

Sarada nem notara que o tempo passou tão rápido. Ficou tanto tempo termais com as outras que só quando saiu notou que o sol já começava a ameaçar ir embora. Elas se dividiram na porta do estabelecimento, Chou Chou esperou por Shikadai e Inojin, já que eles moravam perto. Hanabi e Himawari foram procurar por Boruto, e Sarada se conteve em ir apenas embora. Sua mãe estaria muito “Shanaroo” se ela se atrasasse demais, ainda mais com o fato de seu pai não estar em casa.

— Bem-vinda de volta, Sarada. — Sakura recebeu a filha antes que ela pudesse dizer algo, a moça tirou o calçado, seus pés doíam um pouco.

— Vou subir e descansar um pouco para o jantar. — a morena avisou a rosada, que apenas concordou, voltando a arrumar a mesa e contando os pratos para certificar-se de que não esquecera ninguém.

O quarto estava um breu, e a porta para a sacada estava entreaberta. O que era estranho, já que Sakura sempre a mantinha fechada. A mão de Sarada tocou o apagador e quando a luz acendeu, ela se surpreendeu pela figura que estava lá sentada sobre a cama.

— Papai! — ela ajeitou os óculos com um sorriso ao vê-lo, seu pai tinha retornado, e bem à tempo!

Sarada correu e se aconchegou nos braços do pai. Ele era bem maior do que ela, se sentindo assim confortável no abraço dele, mesmo que isso não fosse algo que o Uchiha costumasse fazer com sua filha. Sasuke não era o tipo de pai que demonstrava carinho, mas isso não significava que ele a amasse menos.

— Achei que tivesse se esquecido... — os olhos dela lacrimejaram, e sua voz falhou, em um murmúrio.

Sasuke soltou-a e sentou-se ao seu lado na cama, tirando os óculos de Sarada devagar, e com o polegar limpou cada lágrima que escorrera pelos olhos de sua filha. Colocou novamente os óculos em seu rosto e depois fez o que sempre fazia quando chegava em casa: encostou o dedo indicador e o médio na testa da filha, dando um tipo de peteleco suave.

— E eu ia deixar a minha menina sozinha no seu aniversário de 16 anos? Alguém me ensinou a sempre cumprir minhas promessas. — ele esticou o dedo mindinho destro para ela, Sarada envolveu o do pai com o seu e apertou, selando o pacto de promessas que faziam.

Estava com saudades dele, com vontade de chorar de novo, mas iria se mostrar forte e não choraria, ela não era assim. Pelo menos não gostava de aparentar tristeza ou fraqueza na frente dele.

— Mas me diga, como estão as coisas? Tem treinado muito? E os... — seu pai pareceu dar um suspiro e quase engolir seco pela raiva da palavra que não queria falar: — ...Garotos?

Sasuke tentava esconder o ciúmes, mas era inevitável. Sarada logo começou a explicar sobre as missões, e como ultimamente tinha treinado muito. Também que sua mãe, Hinata e Rock Lee estavam querendo indicar sua equipe para se tornarem jounnins. Mas então a pergunta sobre garotos pairou, quando um só preencheu sua mente. Ela às vezes se pegava pensando nele, mas não valia a pena, aquilo a tiraria do seu caminho ninja.

— Não tenho tempo para garotos, só convivo com três homens nos últimos tempos. Konohamaru-sensei, velho demais pra mim. — Sasuke riu da careta que ela vez ao contar aquilo. — Mitsuki é tão estranho que cogitar alguma chance me dá calafrios. — os dois pareciam ter sentido o mesmo calafrio juntos, Sasuke ficou tranquilo por saber a posição dela sobre aquilo. — E Boruto, que é um idiota.

Sasuke bagunçou os cabelos dela, Naruto também era um idiota, mas se tornou um grande homem, mas ele não falou nada, só a olhou, aliviado por ainda não ter que encarar namorados para a sua filha, e ter que afastá-los. Ou matá-los. O pai então se aproximou mais da filha, e sussurrou para que só ela ouvisse.

— Se alguém ousar mexer com você, mate.

— O que está ensinando a nossa filha, Sasuke? — Sakura pigarreou baixo chamando a atenção da dupla.

— Estava apenas comentando como ela não deveria se vestir igual a você. Chama atenção demais. — Sasuke disse, dando de ombros.

— Ora, seu! — A Haruno riu, entendendo que ele quis fazer um elogio, de alguma forma.

Sakura já estava de banho tomado, e Sarada se perguntava como ela conseguia fazer aquilo tudo e ainda estar pronta na hora. Sakura, com um imenso sorriso nos lábios, fez um sinal com as mãos chamando por Sasuke.

— Vá tomar um banho frio, vestir uma roupa decente e desça, daqui a pouco os convidados chegarão. — Sakura e Saskue se beijaram, e Sarada fez uma careta de canto.

Sakura resmungou algo como “você ainda vai ter algo do tipo” antes de sumir do campo de visão da filha acompanhada do marido. Sarada ficou sozinha no quarto, seu corpo ainda estava um pouco quente pelas termais, podia até dizer que ela tinha um início de febre.

O banho foi um pouco demorado, cada jato de água que tocava suas costas parecia aliviar um ponto de tensão por horas de treinos e dedicação a sua vida ninja. Quando a água parou algumas dores pareceram retornar, mas nada que não fosse suportável. Em cima da cama havia uma caixa, ela era grande, não tinha nenhum bilhete, só a caixa de cor preta. A cortina balançava com o vento que entrou devagar. Sarada inclinou o corpo e olhou, ninguém. Quando abriu a caixa se maravilhou com o vestido azulado, e lá estava um bilhete:

“Do Sr. e da Sra. Uchiha a sua filha em seus 16 anos”.

Sarada não era de usar vestidos, pois se sentia incomodada. Mas aquele era um presente de seus pais, e eles ficariam felizes em verem-na vestida em um traje galante. Logo, como negar?

A morena se olhou no espelho assim que terminou de se vestir. Não se achava mais ou menos melhor que ninguém, apenas alguém normal. Uma típica Uchiha. Os cabelos negros eram lisos demais, as bochechas rosadas, e os lábios pareciam desenhados, mas ela não via nada de especial neles. Não era tão alta, nem tão baixa; maior que Sakura, mas menor que Sasuke. Sua pele era branca demais, e aqueles óculo, ah! Ela não gostava deles, as piadinhas e perguntinhas eram sempre as mesmas: “Como alguém do clã Uchiha, quem tem o sharingan, pode ter miopia?” De fato quando usava sua kekkei genkai seus problemas de visão não a atrapalhavam, mas na maioria das vezes ela estava presa a aqueles óculos. Como ele iria um dia gostar dela?

Sarada balançou a cabeça, não tinha tempo para aquelas coisas, muito menos para distrações para tirá-la de seu caminho.

As vozes lá em baixo já podiam ser ouvidas, principalmente a de Naruto e Sasuke, que de tão estridentes se destacam entre as pessoas. Algo que Sarada odiava estava prestes acontecer: Estar no centro das atenções não era de longe algo que ela gostava, muito menos quando tem todos os olhares voltados para si. Queria fugir, mas sabia que não poderia.

Ela desceu devagar, sem chamar muita atenção, para sua sorte só foi percebida quando já estava no último degrau. A mesa era grande e estava cheia de pessoas, a primeira que veio lhe abraçar, quase lhe sufocando.

— Não acredito, você já está tão grande, a tia vai chorar! — Ino limpou as lágrimas que estavam em seu rosto e Sarada concordou com a cabeça, tentando se livrar dos braços da tia.

Ela ouviu Inojin reclamar mais longe, algo do tipo “Mãe, pelos céus! Não nos faça passar mais vergonha”, e Ino deu um tapa no filho logo em seguida. Sai, como sempre, estava sorrindo amarelo, mas visivelmente feliz.

Sarada sentou-se na ponta da mesa, no lugar que a maioria das vezes era ocupado por seu pai, por pedido dele. Ela sentia-se importante, como se seu pai sentisse um orgulho maior dela do que geralmente sentia, algo que a fazia entrar em êxtase.

O jantar prosseguiu, e com cinco pratos principais, a maioria das pessoas já estava cheias. Sakura cozinhava muito bem, havia aprendido com Hinata. As risadas se instauraram na mesa quando ChouChou perguntou se teria a sobremesa e Chouji a fuzilou com um olhar nada amigável.

— Acho que esse momento merece um discurso. — Konohamaru levantou o copo e olhou para Sarada, ela cerrou os olhos para o sensei.

— Discurso! Discurso! Discurso! — Começou Rock Lee, e depois, todos estavam gritando em uníssono. Sem escapatória, Sarada ergueu-se devagar, tomando a atenção de todos.

— Obrigado a todos por estarem aqui hoje. — algumas palmas foram ouvidas, Sarada bateu uma colher de leve na taça de sua mão, as vozes e palmas pararam, ela limpou a garganta, estava com medo de gaguejar. Tudo só ficou pior quando ela o olhou, mas desviou o olhar dois segundos depois. — Mãe e pai, obrigado por me darem 16 anos maravilhosos. Vocês sempre foram ótimos pais, ainda são. — Sarada colocou a taça sobre a mesa e deu as mãos ao pai e a mãe, eles sorriram olhando para ela. Foi um momento lindo de união familiar, entre eles era mais difícil de ver. — Aos familiares e amigos aqui presentes, vocês me deram uma vida muito boa, cheia de felicidades. Se tem um mundo melhor lá fora hoje, é graças à vocês. — Sarada olhou para o padrinho na outra ponta da mesa. Naruto sorriu balançando a cabeça positivamente, todos de uma forma ou outra se sentiram imensamente orgulhosos com o agradecimento dela. — Aos amigos de outros times, vocês são demais. Sei que vamos passar muitos anos juntos e quem sabe daqui há algum tempo não sejamos nós comemorando com os amigos o aniversário de 16 anos da filha de um de vocês. — Todos bateram palmas, mas as risadas começaram quando Sasuke deixou escapar “Não sendo neto meu”, o que fez Sarada corar

Ela por fim ergueu a taça e todos imitaram aquilo.

Sarada se sentou e as pessoas começaram a conversar, os presentes estavam sendo entregues, ela sorria timidamente com todos eles e agradecia. Naruto do outro lado da mesa, ao lado do filho, olhava-o e percebia que ele estava evitando ir até lá e presentear a jovem. Boruto olhava as próprias mãos e o Hokage percebeu aquilo rapidamente.

— Ei! Não vai levar seu presente? Seja homem! — Naruto tocou o ombro do filho, Bolt ergueu a cabeça e a balançou negativamente, suas pernas tremiam e seu rosto estava um pouco rubro.

— Vá querido, ela vai adorar. Lembra do que conversamos? — Hinata chamou a atenção do filho.

Boruto viu Himawari levantar com a sua pequena caixa em mãos, Sakura passou por trás dele com alguns presentes, então ela parou, se abaixando.

— Venha buscar as flores — ela comentou. Naruto e Hinata olharam o filho e o Hokage fez um sinal positivo com a cabeça, então Bolt tomou coragem e se levantou.

Sarada abraçava Inojin e agradeceu o presente: O desenho era lindo. Ela o colocaria na parede de seu quarto. Aquele, por fim, parecia o último. Foi quando viu aquela cabeleira loira se aproximar. Ele tinha um enorme buquê de rosas vermelhas. O rosto da morena corou totalmente, os óculos pareceram escorregar do rosto, mas ela os arrumou.

— Sara-san, são para você. — Ele as entregou nos braços da garota.

Sasuke olhava para Naruto como quem dizia “arranque seu filho já daí antes que eu o mato”, e o Uzumaki apenas se divertia com a expressão negra do amigo. Sarada sentia-se envergonhada com a ocasião, ela não deveria iludir-se com aquilo, era só um presente como tantos outros.

— Obrigada, Bolt. — Ela se aproximou dele e deu-lhe um beijo na bochecha, os olhares de todos se encontravam na dupla.

Quando os olhos de Boruto encontraram os de Sarada a sua coragem para prosseguir acabou e ele se virou para ir para seu lugar, mas encontrou o seu sensei o encarando, ele teria que fazer aquilo.

Boruto girou os calcanhares e novamente encontrou-se frente a frente com a garota, que tinha passado as rosas para Sakura. Ele enfiou as mãos dentro do bolso esquerdo da calça e se ajoelhou abrindo a caixinha em suas mãos.

— Então senhorita Uchiha, você daria a mim o prazer de ser o seu namorado?

Muitos ficaram boquiabertos, o silêncio se instaurou e Sarada não sabia o que dizer, a não ser dar um passo atrás enquanto ele a olhava com o sorriso que bambeava as suas pernas. O barulho da cadeira se movendo foi ouvido, entre Sarada e Boruto uma nova figura se impôs, era Sasuke.

— Então era por isso que você queria as flores, para pedir minha filha em namoro, e eu ainda ajudei a escolher. Sarada não tem idade para isso. Naruto, seu teme desgraçado, você instigou essa bobagem? – Sasuke olhou o amigo do outro lado da mesa, que estava sem ter o que falar por alguns segundos, até Himawari cutucar o pai, que se levantou.

— Eles são jovens, que mal pode haver do amor na idade deles? Hinata e eu não tínhamos muito mais do que a idade deles quando começamos a namorar, todos aqui. — A face rubra por causa do ódio foi o que se viu em Sasuke, Sarada não sabia o que falar, Boruto se afastou temendo o pior.

— É, e hoje vocês tem dois filhos. Repito, minha filha não. — Sakura levou a mão ao rosto, ela tinha conhecimento de tudo aquilo.

Hinata ficou corada e abaixou a cabeça. Sarada tinha se sentado na cadeira, a Haruno tentava conter os ânimos do pai, Konohamaru tirou Boruto do chão.

— Se você quer a garota enfrente o pai dela! — aconselhou o sensei.

— Falar é fácil — o garoto se levantou devagar, suas pernas ainda tremiam, ainda mais pois o Sharingan de Sasuke estava ativado, ele tinha ânsia daquilo.

Konohamaru o empurrou pra frente, Hanabi repreendeu o Sarutobi, e Bolt encarou o padrinho que ainda estava entre ele e a garota que o Uzumaki amava.

— Você me conhece desde bebê, conhece meus pais, tudo sobre mim, por favor, deixe-me fazê-la feliz. — O pedido de Boruto parecia tão verdadeiro, Sasuke olhou para a mulher e para a filha, Sarada ainda parecia um pouco assustada com aquilo tudo.

Seu olhar voltou a cair sobre Boruto, ele deu espaço para o lado, aquilo era um sim, agora o loiro encarava a morena de óculos.

— Shanaroo, claro que não! — os olhos de todos se arregalaram assim que Sarada deu sua resposta final.

Boruto quis fugir dali com aquilo, na frente de todo mundo, as palavras dela era pesadas, não mais do que seu riso sínico depois, aquilo pareceu destroçar o coração do pobre rapaz que abaixou a cabeça, mas não desistira.

— Engraçado você dizer isso agora, depois de anos, resolveu gostar de mim assim? Do nada? Com quem está planejando essa pegadinha para ver minha cara de idiota?

O silêncio ainda estava no local, ninguém ali parecia querer interromper o momento, alguns por curiosidade do que aconteceria em seguida, outro, como a família Nara, achavam problemático demais interromper. Boruto ergueu a cabeça, trincou os dentes, pronto para dizer a aquela garota o que ela precisava ouvir, mas recuou.

— Dattebasa! Não é de hoje que eu gosto de você, quer provas? — ele ergueu o indicador, quase na cara dela, a garota franziu o cenho, deixou uma curta risada escapar, concordou com a cabeça, Bolt ergueu e abaixou os ombros, puxando o ar para os pulmões, pronto para dizer cada mínimo detalhe para ela. — Começando na academia, quando zoavam você por ter o sharingan e mesmo assim ter que usar óculos, quem você acha que batia nos idiotas?! Quando você chorou, eu pedi pro Inojin e o Shikadai irem ver como você estava. – Sarada buscou nas memórias aquilo, olhou pros dois amigos que a acharam chorando aquela manhã, eles apenas confirmaram com a cabeça.

A memória se fez presente:

“— Como uma Uchiha tem problemas de visão? Você deve ser adotada! — um garoto de cabelos castanhos claro gritou de longe.

Sarada abaixou a cabeça e a encostou na carteira, ela estava ignorando aquilo o máximo que conseguia, a aula iria acabar logo, não teria que ficar ouvindo, ela sabia que era superior e que não precisava dar respostas.

— Crianças, atenção na aula. — Shino pediu enquanto tentava repedir o que falava as crianças.

Sem chance, elas conversavam demais.

Sarada estava pronta para xingar aqueles idiotas quando alguém fez isso antes.

— Vocês são uns babacas, deixem-na em paz. — o olhar de Sarada encontrou Boruto, que estava a algumas carteiras dela.

Ele sorria, ela o ignorou. A aula já estava quase acabando quando a conversa voltou, Shino a deu por terminada, as crianças estavam agitadas naquele dia.

— Ei Uchiha! Quatro olhos, cegueta! Seu pai é um criminoso, devia estar preso. — as crianças embalaram um coro com aquilo.

A garota encheu os pulmões, tentando ser forte, mas não conseguiu. As lágrimas marcaram sua bochecha, e ela saiu correndo da sala. Boruto a observou, aquilo era desumano, até pra crianças.

— Inojin, Shikadai, vão atrás dela por favor. Eu vou cuidar de uns idiotas. — Bolt cerrou os punhos pulando pra cima do garoto, enquanto a turma se juntou em torno deles.

Inojin teve que puxar Shikadai que reclamava que aquilo era problemático demais.”

Sarada balançou a cabeça, vendo a lembrança tão fresca na sua cabeça, questionou-se de quanto tempo tinha se deixado navegar por suas memórias. Arrumou o óculos que escapava por seu rosto, cruzou os braços, não havia se dado por convencida ainda.

— Só por isso? Realmente? Não me faça rir. — ela ergueu a abaixou os ombros e o olhar.

Bolt tinha um semblante meio triste. Queria que ela tivesse aceitado, estava a ponto de desistir quando mais lembranças vieram à tona em sua mente.

— Eu quase morri por você. Um amigo teria apenas te tirado daquele lugar aos arredores da aldeia do som, mas eu quase morri ali para que você pudesse escapar, para desse tempo para você fugir! Em nenhum momento eu duvidei de que estava fazendo aquilo certo, porque eu salvaria a vida de um amigo, mas só morreria por um amor. — Sarada molhou os lábios, suas pernas tremeram, ele se aproximou um passo, ela recuou dois, ainda um pouco confusa.

“— Você não vai conseguir Sarada, eles vão te pegar. — Sarada ouvia a voz de Konohamaru no ponto eletrônico na sua orelha, ela via o ninja vindo em sua direção, mas estava confiante que o seu sharingan.

Cada vez que ela se aproximava ela ouvia gritos de Konohamaru, a moça tirou o ponto e jogou ele para o lado. Quando o ninja pulou dentre as árvores e surpreendeu, ela vacilou alguns passas atrás, pronta para sofrer um machucado forte, quando alguém entrou entre ela e o ninja e a protegeu, era Bolt, rápido como um relâmpago.

— Seu idiota! Eu ia conseguir. — ela resmungou, mas ele estava mais preocupado em conter o ninja para responder a provocação.

— Fuja! — ele gritou, a empurrando.

Ela deu as costas, ouviu um grande estrondo. Tempo depois eles acharam Boruto, quase sem vida.”

O rosto de Sarada estava pálido, seu coração batia tão forte dentro do peito que ela não conseguia deixar de ouvi-lo. Levou a mão até o rosto, todos ainda olhavam para ela e aquilo era algo desconfortável.

— Obrigado a todos, mas eu vou me recolher, desculpem-me. — Sarada passou por Bolt, que ficou sério.

As pessoas cochicharam as coisas, mas ninguém foi atrás dela. A garota subiu para o quarto, fechou a porta devagar e tentou se forte quando encostou as costas na mesma, mas os seus olhos pareceram queimar; ela estava sozinha, não precisava pagar de forte para si mesmo, ela conhecia seus limites.

— Shanaroo! Que idiota! — Ela resmungou baixo encostando a cabeça nos joelhos.

As pessoas lá em baixo não sabiam o eu fazer, então aos poucos todos estavam indo embora. Boruto foi o primeiro a sair, mas ficou lá fora, os seus pais e a irmã pelo contrário ficaram conversando com Sakura e Sasuke. Himawari por mais de uma vez ficou tentada a subir, então ela fez, encostou a cabeça na porta do quarto. Apesar de não serem melhores amigas, ela e Sarada nutriam uma amizade forte.

— Ele gosta mesmo de você, Sara-chan. — Himawari se abaixou e passou por debaixo da porta o anel — Feliz aniversário.

Sarada olhou o objeto assim que o pegou. Ele era bonito e delicado, com uma pedra no centro. Ela o segurou nas palmas de suas mãos, se levantou e jogou-se sobre sua cama, segurando as lágrimas, não queria deixá-las cair.

— Eu sou um idiota! Como não sabia que ela não gostava de mim? — Boruto bateu na própria testa duas, três, quatro vezes, até que alguém segurou a sua mão.

Ele já olhou esperando ver seu pai, ou seu sensei, qualquer um, mas viu sua tia Hanabi, sua sensei em alguns momentos.

— Quer parar? Está me dando dó. Se ela não te quer, não fique assim, o que você sente por ela é algo puro. Uma hora Sara vai perceber isso. – Hanabi envolveu o sobrinho num abraço. Eram poucas as vezes que ela o fazia.

Hinata observava a cena um pouco distante, enquanto Naruto e Sasuke terminavam de conversar.

— Isso realmente foi constrangedor, desculpe qualquer incômodo que o Boruto tenha causado na Sarada. Eu vou passar a missão deles que seria em dois dias para outro time, até os ânimos se acalmarem. — Naruto tocou o ombro de Sasuke, aquilo parecia o mais prudente a ser feito, mas em uma hora ou outra eles teriam que se encarar, o que não era pra agora.

A porta do quarto de Sarada se abriu, ela estava pronta para falar com os pais que não queria ver nenhum deles, para deixarem a mesma quieta, mas foi Shikadai que ela viu parado no porta que dividia o corredor do seu quarto. Ela limpou as poucas lágrimas que caíam do seu rosto e o olhou. Pensou que ele seria uma das últimas pessoas que ela veria ali, falando qualquer que fosse a coisa com ela.

— Você sabe o quanto isso é problemático não é? — ele resmungou baixo, por mais que Shikadai quisesse estar longe daquilo ele não conseguia, sentia em algum lugar de si o dever para com o puro sentimento. — Algumas coisas só acontecem uma vez na vida, Sarada. Não deixe as coisas escaparem, o tempo não tem replay. — A voz de Temari foi ouvida, ela gritava para que Shikadai viesse logo, ele ponderou com a cabeça, a mesma doía com os gritos de sua mãe. Ele olhou para ela de novo.

— Mas como você... — A voz de Sarada falhou um pouco.

Shikadai sorriu e não respondeu. Tinha puxado do pai a inteligência aguçada e era muito observador, não deixava quase nada escapar, então Sarada se deu conta, ele estava certo.

Ela chegou à janela da sacada, de lá via os Uzumaki saindo de sua casa. Eles estavam andando pela rua, Naruto e Hinata caminhavam de mãos dadas, Hanabi conversava algo com Himawari, elas riram e Sarada na mesma hora riu junto. Konohamaru estava com o braço por cima do ombro de Boruto, parecia guiá-lo para algum lugar. Aquela imagem doeu mais do que vê-lo entre a vida e a morte, fazendo a garganta de Sarada secar.

Ela pulou da sacada lá em baixo sem que ninguém houvesse percebido, parando no meio da rua. Algumas luzes das casas ainda estavam acesas, mas em sua maioria eram apenas os postes das ruas.

— Boruto! — ela chamou pelo loiro, e não só ele se virou, como todos ali presentes.

— Eu nunca soube distinguir o que era aquela sensação estranha na minha barriga, aquele choque estranho em meus dedos, e nem o fato das minhas bochechas corarem tão rápido. Mas hoje, quando eu vi aquelas rosas eu comecei a entender, eu não gosto de você. — O semblante dele pareceu mais triste ainda, Sasuke estava pronto para intervir, mas Sakura não deixou, a maioria teve a mesma reação.

— Já acabou? Eu já sei que você não gosta de mim, não precisa ficar esfregando na minha cara. — ele pediu meio sem ânimo, virando-se para tomar o caminho de casa.

Sarada revirou os olhos. Ele não tinha a deixado terminar, tinha tomado as palavras dela como findadas, mas não era aquilo que ela queria dizer, tinha mais que ele precisava ouvir.

— Aquela sensação eram borboletas me alertando do óbvio. O choque era o sentimento que eu estava ignorando, e te chamar de idiota virou um hábito. Eealmente eu não gosto de você. Eu amo você. — seus olhos brilharam — Eu vim me enganando sempre, querendo parecer forte, mas só agora percebi que te amar me fará forte. Então se eu ainda puder reconsiderar, sim, eu aceito ser sua namorada. — Ela sorriu de canto, ele incrédulo também, Sarada não queria mais negar aquilo, Shikadai estava certo, ela amava Bolt e não se arrependia.


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Notas finais do capítulo

Obrigado todos por ler ;* ♥