Intense eyes escrita por Pandinha44


Capítulo 2
"Jeniffer, por favor..."




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O cursinho pode ser um saco quando o único lugar que você realmente gostaria de estar era a faculdade, mas para ajudar um pouquinho Victória não conseguia prestar atenção na aula, pelo simples motivo que os olhos de sua professora a tirasse de foco, e isso soava cada vez mais estranho. Era como se algo invisível mantivesse a tensão entre ambos os olhares quando se cruzavam, algo difícil de evitar, e impossível de descrever. De alguma forma a sensação conseguia ser boa e ruim ao mesmo tempo.
A faculdade parecia ser um sonho distante, falhar é algo complicado quando já somos adultos, traz muitas consequências, e a consequência da vez seria mais um ano de espera. Uma longa espera.
Como um fluxo continuo a sala de aula foi se enchendo de pessoas. Em consequência do primeiro dia de aula, Victória decidiu sentar na última carteira, quando mais longe ela se sentasse da professora menos chances de ocorrer contatos visuais. E isso poderia até dar certo, porém Victória nunca tinha sorte em nada, muito menos no jogo de evitar.
Sentiu um calor subir em seu rosto, e então negou-se olhar para o seu lado, pois ela podia sentir a presença da professora parada ao seu lado.
– Dê-me sua folha. – Disse a professora. Sua voz era fria como gelo e ecoava pelo ambiente silencioso. A menina respirou fundo e relutante entregou seu texto pela metade. – Refaça – Disse depois de alguns instantes, dando a absoluta certeza de que não havia realmente lido.
Assim as horas se passaram, e essa cena se repetiu no mínimo umas quatro vezes, e se ela parasse para contar quantas vezes o seu nome fora dito durante a aula provavelmente perderia sua paciência, que, para falar a verdade, já estava esgotada.
A aula acabou e assim mais um dia se foi, e por mais que Victória não quisesse encarar mais uma vez aquele par de olhos negros naquela noite, sentia-se sem escolha, irritada demais para manter-se calada. Ela não conseguia entender o motivo de tamanha implicância que a professora tivera com ela durante toda a aula. Logo a sala se esvaziou, e só havia as duas dentro da sala de aula. Nenhuma das duas haviam levantado de seus lugares.
– Sim, Victória? – Sua voz mais uma vez saíra séria e gelada, e a menina estremeceu o corpo, mantendo uma postura mais reta do que o normal.
– Professora eu queria... – Não conseguiu terminar, pois fora interrompida no meio da frase.
– Jeniffer, por favor. – E então a menina corou, e ficou mais irritada do que já estava, se é que isso é possível.
– Certo então. Jeniffer. – Disse esboçando um sorriso forçado. – Eu quero saber o que você tem contra mim. Qual é o problema das minhas redações? Eu fiz tudo de forma impecável!
– Você não é verdadeira em suas palavras Victória. – Disse ela levantando-se de sua cadeira, andando em direção de Victória e apoiando suas mãos na carteira dela. – Como poderiam ser boas?
– Não! Você está errada! Você nem ao menos me conhece para falar algo desse tipo. Como poderia se achar tão certa? – A irritação em sua voz estava mais clara nesse ponto.
– É possível conhecer alguém por suas palavras, clareza em sentimentos, é isso que escrever representa. E é fácil perceber quando existe a ausência disso tudo.
E nessa altura da conversa Victória já não podia evitar olhar dentro dos olhos De... Jeniffer. E por mais que lutasse para responder tudo que lhe foi dito, ela simplesmente não conseguia, e com os olhares fixos uma da outra os olhos dela começaram a arder, e antes que isso se transformasse em um desastre ela respirou fundo. Então a professora resolveu se manifestar mais uma vez, a última vez naquela noite.
– Isso era tudo que você queria falar, Victória? – A frieza em sua voz era permanente, de uma forma quase que inacreditável.
– Eu vou ainda provar que você está errada, tenha certeza disso. – Disse por fim antes de pegar suas coisas e sair dali.
O caminho de casa foi torturante, era complicado de explicar. Tantas coisas passavam pela cabeça dela, coisas que ela estava certa ser errado de até mesmo pensar. Aquele final de noite passou de uma forma estranha, apesar da irritação pelas palavras ouvidas, era em outra coisa que a menina não conseguia parar de pensar, ou melhor outras coisas; Os cabelos longos, negros e cacheados que faziam o formato do rosto de Jeniffer, as curvas bem definidas que sua roupa justa marcavam e seu jaleco escondiam, e os seios redondos e de um tamanho perfeito, nem muito grande e nem muito pequeno.
Por Deus! Estava ela ficando louca? Como poderia estar pensando em sua professora de uma forma dessas? Como poderia pensar assim sobre uma mulher?
Decidiu então ir dormir, pois achou que isso era apenas o cansaço, e que uma boa noite de sono faria todos esses pensamentos insanos irem embora. Mas eles não foram, muito pelo contrário, seus sonhos fizeram com que um desejo nascesse e se intensificasse.


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