Conto De Fadas Moderno escrita por Letícia Matias


Capítulo 28
Capítulo 28




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Meus olhos se abriram lentamente quando um trovão muito alto se manifestou. Pisquei algumas vezes e virei-me para olhar para a janela.

Noah estava parado, em frente à janela de cueca box preta e com um cigarro na mão. Ele olhou para mim quando me sentei cobrindo o corpo com o edredom. Quantas noites eu já não tinha visto ele parado ali daquele mesmo jeito¿

– Oi. – eu disse tímida demais.

– Oi Gen.

Ele apagou o cigarro no beiral da janela. Suspirei e mordi minha língua para não repreendê-lo por causa daquilo. Ele jogou o cigarro apagado pela janela e depois veio se sentar ao meu lado.

– Você está bem¿ - perguntei franzindo a testa.

– Sim. Só não consigo dormir muito. Ao contrário de você.

Arqueei uma sobrancelha e olhei para o relógio digital que marcavam 9:45 da manhã.

– Não é tão tarde assim. – eu disse lhe empurrando com o pé.

Ele abaixou a cabeça e sorriu. Depois tornou a olhar pra mim com seus olhos castanhos e disse:

– Senti muito sua falta Gen.

Ele se curvou sobre mim fazendo-me deitar na cama novamente.

Ele se apoiou nas mãos, uma de cada lado do meu corpo, e ficou me olhando por um momento e depois beijou suavemente minha boca. Fechei os meus olhos absorvendo a sensação. O beijo começou a ficar mais intenso e eu coloquei minha mão na sua nuca, puxando-o para mais perto.

Parei de beijá-lo e exclamei:

– Você perdeu seu voo!

Ele olhou para mim e franziu levemente a testa.

– Está tudo bem.

– Não. – eu disse sentando-me na cama. – Noah e seus pais¿ Você tinha que ver seus pais.

– Eles podem lidar com isso. Tenho certeza que não reclamarão sabendo que não fui para ficar com você. Eles deram o maior sermão em mim quando souberam que você terminou comigo.

Suspirei e ele passou seus dedos por meus cabelos desgrenhados e bagunçados.

– Sabe o que nós podíamos fazer¿ Viajarmos, só nós dois.

Sorri.

– Pra onde Noah¿

Ele deu de ombros.

– Não sei. Podíamos pegar um trem e simplesmente viajar. Descer na primeira parada ou na segunda. Sair por aí.

Mordi o lábio e sorri.

– Veremos isso depois do café da manhã. – eu disse e levantei-me enrolada no lençol da cama.

***

Franzi o cenho ao ver meu reflexo no espelho.

– Ah meu Deus! – sussurrei ao ver as marcas no meu corpo. – Filho da... – virei-me de costas e escancarei mais a boca.

Ele tinha deixado marcas por todo o meu corpo. Nas costas, nos seios, no pescoço, nos braços...

Vesti minha calça de moletom e minha blusa da noite anterior. Penteei os cabelos e escovei meus dentes rapidamente. Eu estava nervosa com ele. Parecia que eu tinha passado a noite com um vampiro!

Abri a porta e encarei Noah, que estava vestido com sua calça jeans.

– O que foi¿ - ele perguntou ao ver minha cara para ele.

– Você deixou marcas no meu corpo inteiro. Parece até um vampiro! Você sabe que eu não gosto disso.

– Pareceu gostar na noite passada. – ele disse com um sorriso malicioso.

Joguei a escova de cabelo nele, mas não acertou, pois ele desviou. A escova caiu no chão com um baque surdo.

– Eu não posso nem usar uma roupa mais aberta por sua causa. Você é um... Você é um cretino!

Ele riu.

– Genevieve eu não acredito que está brigando comigo por causa de uns chupões. Olha o meu pescoço! – ele disse mostrando-me a marca da minha boca no seu pescoço que estava extremamente roxa.

– É uma marca. – eu disse. – Você me marcou toda!

Apaguei a luz do banheiro e deixei-o no quarto, indo para a cozinha.

Liguei a cafeteira e peguei a farinha para começar a fazer panquecas.

– Gen, qual é! – ele disse passando os braços por volta da minha cintura.

– Ai me solta Noah. – eu disse me desvencilhando dos seus braços.

Ele me largou e eu abaixei-me para pegar a frigideira no armário.

– Gen, qual é¿ Desculpa vai. Eu não achei que você ia se importar. – ele disse pegando meu cotovelo fazendo-me virar para ele.

Coloquei a frigideira em cima do fogão e olhei para ele. Ele passou os braços por minha cintura e me deu um beijo na bochecha.

– Fica charmoso em você. – ele disse.

Revirei os olhos e empurrei-o reprimindo um sorriso.

– Você é uma criança mesmo. – eu disse me virando para o fogão.

– Não me faça deixar outras marcas em você Genevieve. – ele sussurrou no meu ouvido.

Dei uma cotovelada em sua barriga e ele me deixou em paz e foi se sentar rindo no balcão.

– Sem graça. – resmunguei colocando a massa na panela para fritar.

– E então, - ele disse ignorando minhas reclamações. – Vamos viajar ou não vamos¿

Não respondi. Peguei a massa da panqueca e coloquei num prato. Coloquei maple syrup em cima e coloquei o prato em cima do balcão. Peguei o garfo e a faca e coloquei do lado do prato.

Peguei o restante da massa e coloquei para fritar.

A luzinha da cafeteira acendeu.

– Quer café¿ - perguntei pegando uma xícara para mim.

– Sim, por favor.

Peguei outra xícara e coloquei café até a metade. Fui até o balcão e entreguei para ele.

Ele segurou meu braço e se curvou para me dar um beijo. Não permiti que ele fosse muito longe e o empurrei.

– Tome seu café antes que eu te proíba de comer.

Ele riu.

– Será que vai ser sempre assim¿

– O quê¿ - perguntei enquanto colocava a massa da panqueca em um prato para mim.

– Eu e você. Você sempre brava comigo e eu sempre fazendo alguma coisa para te irritar¿

Olhei para ele e coloquei meu prato no balcão.

– Estou começando a achar que sim. Você nunca muda.

Ele sorriu parecendo satisfeito e levou um pedaço de panqueca até a boca.


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