– E a Angie ?

– Traga contigo! Veste ela com daqueles vestidos fofinhos! - falou animada . - conto com vocês ? - perguntou Mrs. Adams esperançosa.

– Está bem. - disse sorrindo

– 08:00 Horas em minha casa! - falou por fim.

Assenti e a vi sair.

Depois de arrumar as minhas coisas, dirigi-me para o carro. Pus a fantasia da Angie no lugar de pendura e fui busca-la. Ela ficou toda contente mal viu a tartaruga. Ficou ainda mais quando soube do jantar. Ela adora essas coisas e sabe que vou lhe vestir como uma princesa.

Depois de tomar um banho, preparei-me e fui preparar a princesinha. Vesti-a com um vestido que Mrs. Adams lhe deu e agora parecia mesmo uma princesa. Dei-lhe a sopa pois sabia que a comida naqueles jantares não era boa para bebés.

Quando chegamos a casa de Mrs. Adams, ela recebeu-nos com um abraço e fez uma festa quando viu Angie. Não podia tirar os olhos de cima dela apesar de estar a conversar com Trish e mais algumas pessoas da empresa.

– Está muito bonita Allycia ! - disse o loiro mais conhecido como Austin gargalhando.

– Não me faça falar, o que você não quer ouvir ... - disse e desviei o meu olhar para Angie que andava a correr de um lado para o outro.

– Vou buscar uma bebida, quer vir comigo? - perguntou Austin .

– Não. Quero que saia da minha frente! - disse já ficando irritada .

– Porquê? - perguntou e logo percebeu que eu olhava para Angie - Ah. Bem, eu venho já.

Vi Austin a dirigir-se à mesa das bebidas e a servir-se. Angie andava a correr por lá sem olhar para as pessoas. Quando vou chamar para impedir o que aconteceria por ali , vejo o que menos queria. Podia ter acontecido com todos menos o Austin .

– Oh, não ...

– Que merda é essa ?! - disse olhou para a sua camiseta agora manchado com uma bebida qualquer .

– Angie! Não acredito! Logo nele! - falei , e vi Angie a formar o seu beicinho para chorar - Não chores, anda cá, meu amor.

– Mas porque é que você trouxe uma criança para um jantar destes?! É babysitter agora?! - berrou comigo.

– Peço desculpa, Austin ! Ela não fez por mal ... - falei dando-lhe um pano para se limpar.

– Sabe o que é que eu vou fazer agora ?! . Vou sair a meio do jantar que é muito importante para você , assim como saíste a meio da minha apresentação à empresa! - disse furioso, mas parecia magoado.

– Desculpa ?! - repeti , como estávamos num lugar mais reservado, rezei para que ninguém ouvisse a nossa conversa.

– Foi mesmo isso que ouvi ?! Desculpa, Angie, a culpa não é tua ... - disse fazendo carinho na bochecha de minha menina .
– A culpa é desta senhora que ...

– Tira a mão da minha filha! - falei lentamente cerrando os dentes como uma ameaça com o meu melhor olhar sério.

– E-ela é tua filha ? - perguntou e ficou a olhar para mim com um brilho estranho nos olhos. - Me responde, ela é tua filha ? .

– Sim ! Ela é a minha filha ! Por isso é que sai mais cedo da tua apresentação ! Foi por isso também que a trouxe ao jantar ! Queres saber porquê ? Porque o pai dela me abandonou quando soube que eu estava grávida! Aliás, toda minha família me abandonou! - berro já com lágrima escorrendo pela minha face, enquanto me dirigia para a saída com minha filha .

– Ally ! Espera! - gritou .

– Me deixa em paz !

Austin impediu-me de entrar no carro, agarrando-me pelo braço. Senti-o a abraçar-me fortemente. Não sei porquê mas deixei e retribui.

As lágrimas foram aumentando e vi Austin pegar em Angie para eu me acalmar. Ela pareceu ter gostado dele. Não quer dizer que não continue magoada com a maneira que ele me tratou, mas quando Angie o abraçou e começou a soltar gargalhadas em seus braços , o meu coração começou a bater mais depressa.

– Eu tenho que ir embora. - falei mais calma .

– Mas nem se quer jantaste ... - disse .

– Perdi a fome . Anda à mamã, Angie ... - disse abrindo os braços .

– Não, podes não querer jantar aqui mas deixa-me levar-te a um restaurante ou algo assim ... - falou .

– Está com pena de mim ? - perguntei lhe olhando nos olhos.

– Entra, por favor ... - falou pegando as minha chave do carro.

Pus Angie na sua cadeirinha e dirigi-me para o lugar de pendura. Algo me dizia que ele ia me responder à pergunta, so não sabia quando.

Ele ligou o carro e começou a dirigir a caminho do Nandos . Ficou um silêncio ensurdecedor. Eu nem se quer sei porque é que o estou a deixar conduzir o meu carro.

– Não. Eu não tenho pena de ti. - ele falou me olhando e limpando a garganta.

– Então porque é que agora você me tratar de maneira diferente? - perguntei.