Escola, farras e garotos... escrita por Aly Campos, Trufa


Capítulo 24
As mães não tem culpa das filhas que têm


Notas iniciais do capítulo

Amores eu voltei!!!!!!!
Saudades? Por que eu tava morrendoooooo de saudades
Desculpa mesmoooo a demora, mas eu tava sem internet esse tempo todo e no cell não da pra postar.
Enfim, mesmo assim eu fiquei muito feliz por ter voltado e eu quero agradecer em especial a Queem que não esqueceu de mim.
Bjokas ^^



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Annie devia estar bem bipolar mesmo, e precisava, urgentemente, de um psicólogo. Talvez esse negocio dela e Caio terem terminado e nem se quer se olharem mais tenha afetado os poucos neurônios dela.

Fechei os olhos esperando por mais um de seus duzentos berros histéricos soltados só essa manha por causa de Clara e eu termos pintado e cortado o cabelo. Mas o grito não veio. Abri um dos olhos assim como Clar, vendo a cena mais bizarra da minha vida: Annie se afogando em lagrimas abraçada a pilastra da escola.

– Mais o que? – perguntei meio confusa. Há segundos atrás minha amiga nos chamava de nomes que eu nem sabia que existiam, alem de nos ameaçar com varias coisas torturantes. E agora? Agora ela estava chorando. Chorando não, acabando com a falta de água no Brasil!

– Japa o aconteceu? – Clar desgrudou nossa amiga da pilastra e a fez sentar em um dos banquinhos verdes.

– N-nada...

– Flor, ninguém chora assim por nada – tentei, acariciando seu cabelo – conta pra gente, desabafar sempre é melhor.

Annie se ajeitou no banquinho limpando a maquiagem toda borrada. Nem preciso dizer que piorou.

– É o Caio... Me-meninas e-ele...

– Aniversario de namoro? – Clara suspirou pesadamente enquanto Annie assentia chorosa.

Era hoje o aniversario deles e simplesmente eles não estavam juntos!

– Não fica assim vai – tentei, em vão, anima-la – vai conversar com ele...

– Cala a boca Ana jú! – esbravejou fechando a cara feito criança – por que ele não vem “conversar” comigo? Depois de tudo que ele fez a única coisa que ele vai conseguir de mim é um belo chute nas bolas! Aquele imprestável devia estar aqui... E-le devia es-estar chorando... P-por que? Por que e-eu não c-consigo esquecer?

E ela tinha razão!

Por mais que minha vontade fosse junta-los, sabendo do tamanho do tamanho do amor deles, mesmo assim eu não podia apagar o que foi feito e nem o que minha amiga tinha visto.

– Deixa isso quieto Jú – Clara sussurrou para que só eu pudesse escutar – ela vai sofrer só que passa... Nó vamos estar aqui e ajudar a passar.

Assenti. Annie ia sofrer, eu mesma era a prova que toda dor passava, principalmente a dor do coração. Luís aprontava poucas e boas comigo, e independente de tudo, eu sempre estive aqui...

[...]

As três aulas seguintes foram resumidas em parte da turma babando, outra parte praguejando por sexta estar passando tão devagar e a ultima parte – eu estava incluída nessa daí – programava uma festa para hoje à noite.

Já mencionei o quanto meu amigo é discreto? Tacou a bolinha de papel na minha mesa com maior “descrição”, derrubando meu estojo e ainda por cima soltando um “lê rápido e depois devolve”. Quase devolvi no mesmo tom “grita mais alto que o povo la em júpiter não ouviu direito”.

– Algum problema Sr Patel? – o professor carrancudo de historia perguntou fechando a cara por ter sua aula “mega legal” interrompida.

– Tudo beleza fessor, pode continuar – Lucas respondeu com seus sorrisinhos cínicos no rosto. Só ele mesmo

“Pode ser na minha casa, os coroas só voltam na segunda” – Lucas.

“Qualquer lugar está bom desde que tenha vodka. Preciso afogar minhas magoas em alguma coisa antes que alguém saia macucado!” – Annie.

“Tá tão calor, podia ser festa na piscina? Assim a gente aproveita pra ter aquela “visão” das gatinhas de biquine...” – Gus.

“Eu ajudo ate arrumar a bagunça depois, mas tem que chamar aquela gostosa da Ana Calais” – Tadeu.

“Ne, gostosona mesmo” – Gustavo.

“Gostosa ou não a garota tem cada chilique. Vai na minhas, experiência própria... Se é que me entendem.” – Luís.

“Meninas de biquine, bebidas, mais meninas de biquine... Que horas vai ser mesmo?”– Arthur.

“Ei que papo é esse aqui? Meu bebexinhúú num vai ficar perto dessa mocoronga da Cala-a-boca não!” – Clara.

“Mocoronga é a vó” – Ana Calais.

“Olha como fala da vovó, te faço engolir essa sua língua de tamanduá!” – Clara.

“Amor relaxa ne?” – Josh.

“Relaxa é o escambal” – Clara.

“Isso mesmo estressadinha, relaxa ai kkk E obrigada Tadeuzinho... E eu sei que foi por causa desse meu “chilique” que você gamou mais ainda Luh!” – Aninha.

“Quem sabe ne?” – seu Luh.

“Cortando o momento diabetes aqui, posso levar a Laura?” – Caio.

“Claro ne jumento, em uma festa o que não pode faltar é garota gostosa, e a Sham também vai” – Lucas.

A ideia da festa era legal, hoje era sexta, mas a ideia de ficar vendo Caio se pegar com a Laura e o Luís com aquela sem sal estava de mais para mim.

Poxa vida, como meninos são complicados hein? Primeiro, eu aqui na maior boa intenção tentando juntar o imprestável do Caio com a Japa e ele só dificultando as coisas. Depois Luís nem se fala ne? A cara de pau em pessoa.

“Contem comigo! Faz ate um tempinho que a gente não faz nada de interessante. Se bem que festa na piscina... sei lá, não me levem a mau, mas tem uma piranha que para a felicidade do Tadeu nem vai precisar usar biquine”– Jujuba.

Joguei o papel na mesa de Lucas voltando a fingir prestar atenção na aula.

Provocando? Eu? Que nada...

– Sr Patel? – O velho resmungou bravo com a gargalhada do meu amigo. Com certeza ele leu! – mais um piu e o Sr vai para a direção!

Lucas concordou dando seu melhor sorriso despreocupado, a diretora faltava babar por ele – viu como tem gente sortuda nessa vida? – Mas foi só o professor virar pra meu amigo soltar o “piu” e toda a sala explodir em gargalhadas.

Não é hoje que meu amigo toma jeito...

– Au! – resmunguei sentindo a mesma bolinha acertar com força na minha cabeça.

Mensagem entregue com sucesso.

“Escuta aqui, piranha sua mãe!” – nem preciso assinar, cachorra tem faro.

Respirei fundo e contei ate dez.

“Que isso querida, não sou igual a você para ser uma cadela, e também não citei nomes, mas se a carapuça serviu faça bom proveito dela. Nem vou chamar sua mãe de piranha, porque ela não tem culpa da filha que tem!” – Jú.

E tornei jogar o bilhetinho, acertando dessa vez a cara da vadia.

[...]

– Quem vai avisar da festa? – Caio perguntou.

– Sei lá, a gente pode passar de sala em sala...

– Nada disso – cortei Luís pegando impulso no banquinho e subindo na mesa do refeitório.

Só rezo pra gorda não resolver acabar com meu barato e me ver fazendo isso...

– GALERA! FESTA HOJE NA CASA DO LUQUINHA, TODO MUNDO SABE ONDE É – gritei fazendo toda a escola volta à atenção para nossa mesa – PODEM LEVAR BIQUINE QUASO QUEIRAM ENTRAR NA PISCINA E SÓ PRA LEMBRAR – resolvi alfinetar a vadia – PIRANHAS NÃO PRECISAM USAR BIQUINE, ISSO MESMO! PIRANHAS NÃO PRECISAM!

Ana faltou espumar de raiva enquanto todos nossos amigos gargalhavam.

– Você não perde uma hein? – esbravejou – foi por isso que você me trocou ontem Luís?

Dei de ombros, eu realmente não perderia uma se fosse para pirraçar essa daí.

– Jú dessa vez você passou dos limites – o moreno me repreendeu fazendo cara feia. Tornei dar de ombros.

– Eu to cansada de ser a menina “prodígio” e deixar gente como ela – apontei na direção da ruiva – roubar o que é meu. Mas se quer saber? Se ela precisa tanto dos meus restos, pois faça bom proveito deles.

Já ia sair batendo os pés quando me lembrei da festa.

– Eu, Clar e Annie vamos fazer as compras, certo? – perguntei.

– Ethan pode ir com a gente? – a japa perguntou – é que ele chega hoje de viajem.

– Vai ser ótimo rever o Ethan, já estava com saudades.

E ai sim os deixei sozinhos na mesa.

Poxa já tava sendo sacanagem! Tudo bem que eu e ele nem tínhamos nada, mas era um absurdo toda vez que as coisas apertavam pro moreno ele vir correndo arrastar asa na minha direção. Eu podia gostar dele, mas meu orgulho também vale alguma coisa, não é?

– O que uma menina bonita como você faz sozinha?

– Leo?

Pulei em cima do ruivo dando um abração nele.

– Tudo isso por que não nós vemos desde ontem à noite? – perguntou sorrindo e me dando um beijo na bochecha.

– Pois é, sou uma pessoa muito sentimental – brinquei.

– Sei – riu – como assim seu cabelo ta rosa Jujuba?

– Idea de Clara – confessei suspirando – nem sei como confiei meu cabelo naquela maluca.

Leo tornou rir.

– ficou linda, se bem que linda você é que qualquer jeito ne?

O ruim de ser branca é sempre ficar vermelhassa diante de um elogio desses, principalmente vindo de um gato como o Leo. E quem não ficaria?

– Obrigada!

– Ah nem tem que agradecer, só to falando a verdade mesmo.

– Da pra parar de me deixar com vergonha? – pedi sorrindo.

– Poxa jujuba, você fica mais linda ainda com vergonha!

Bati fraco em seu braço.

– Ta achando o que da escola?

– Chata, toda escola é assim.

– Nossaaaaa eu também sou chata?

– Não Ana Jú – sorriu – dessa escola você é umas das coisas menos chatas, vai por mim.

– Se você ta dizendo.

– Ah é, Jujuba quem é Ethan?

– Onde que você ouviu falar nele? – arqueei uma sobrancelha.

– La na mesa do pessoal, Lucas ate me chamou pra festa e Josh estava um tanto bravo por causa desse cara ai.

Sorri. A cara da minha amiga querer usar Ethan como motivo para ciúmes.

– Bom ele é o irmão mais velho da Annie – oh irmão mais velho gostoso viu. Ele era o tipo de garoto moreno com um sorriso capaz de criar guerras mundiais, com os olhos castanhos mais penetrantes e uma voz rouca de deixar qualquer mulher doida.

– Ele e a Clara?

– Amigos que já se pegaram.

– Nossa, essa Clarinha também hein?

– Pois é, terrível. E ai? Vai à festa de hoje à noite? Vai ter gatinhas de biquineee – cantarolei a ultima parte para provocar. O legal de tudo é que independente de termos nos pegado o clima continuava super legal entre a gente.

– Se aquela tal de Ana Jú for de biquine talvez eu ate vá – brincou.

Sorri apertando suas bochechas.

– Você é o pirralho mais fofo da minha vida!

Leo soltou um pigarro.

– Pirralho? – assenti – e você é a nanica mais fofa da minha vida.

Mostrei língua tirando um sorriso safado do ruivo.

– Quem mostra língua pede beijo, sabia?

– Talvez eu esteja querendo um mesmo – me aproximei do ruivo colando nossas testas, mas quando estávamos prestes a nos beijar sai correndo em direção à sala.

– Isso é maldade! – ouvi Leo gritar indignado enquanto eu gargalhava alto.

[...]

– tá aqui a lista jú, toma conta da desmiolada da Clara e não deixa ela comer os salgadinhos antes da festa – Lucas falou me estendendo a folha de caderno.

– isso tudo é só pra uma festa? Pelo amor ne? Ta querendo acabar com a fome na África?

– Cala a boca, você vai comer tudo isso antes da meia noite que eu sei – Gus deu um peteleco na minha testa.

– Sendo assim eu vou com elas pra ajudar a carregar as coisas – Luís tomou a lista das minhas mãos.

– Mais não vai meeesmoooo – neguei pê da vida. Tomar conta da Clar no supermercado ate vai, só que aturar o moreno não iria colar hoje.

– Pois eu vou sim – me olhou desafiador.

– Sendo assim eu também quero ir – Ana fez beicinho só pra comprar todo mundo.

– Só eu, a Annie e a Jú que vamos. E para com essa cara de quem chupou limão porque ta ridícula – Clara resmungou cruzando os braços. Depois da discussão com Josh ela tava que tava.

– Faz assim então, eu tenho mesmo de fazer umas compras pro apê, então eu vou com elas – Leo deu a solução.

– Como assim meu mano vai entrar num supermercado sem estar sobre ameaça? – Josh brincou.

– Por que não vai todo mundo no supermercado?

– Tadeu você fuma o que meu filho? Se for todo mundo quem é que vai arrumar a casa pra festa? – a Japa falou impaciente.

– Deixa de ser grossa Annie, ele só perguntou – Caio entrou no meio da conversa, isso não ia levar a nada e eu tava louca pra ir embora.

– Por que esse ruivo pode ir e eu não? – Ana fechou a cara. Serio que ela pensa ser fofa fazendo essas caretas?

– Não é da sua conta! – Leo deu a patada arrancando risos meu e das meninas.

– Ownt meu pirralhinho ta aprendendo muito bem – provoquei apertando as bochechas do ruivo fazendo-o soltar uma careta. Essa sim era uma careta fofa.

– Chega de diabetes, vai então Ana, Luís, Annie, Leo, Jú e a Clara no supermercado que o resto à gente da um jeito por aqui – Lucas deu fim a discussão.

Concordei a contragosto só pra poder ir pra casa mesmo, porque essa historia do Luís e da Cala-a-Boca juntos não me agradava nem um pouco.

Despedi de todo mundo dando graças a Deus pelos meninos estarem muito ocupados com a festa e nem brigarem por eu querer ir cedo. Hoje de manhã eu sai atrasada e mau deu para tomar café da manha, já imaginam o tamanho da minha fome ne?

Comecei andar devagar lembrando que mamãe estaria em casa para preparar o almoço e comeria meu pobre figadozinho depois de ver meu cabelo curto e rosa. Ta muito tarde para eu dar meia volta e voltar para perto do pessoal?

Tá Jú, foco! Sua mãe te ama e não vai te matar de formas torturantes, talvez seja tudo de uma vez só. Ou então a indecisão por não saber o que usar na festa me mate mais cedo. Céus o que eu iria vestir? Tipo a festa seria la pras 19h por causa da piscina, mas la para as 22h eu teria que trocar de roupa e ir dançar. Talvez eu fosse de saída de praia com o biquine, ai levava outra roupa na mochila...

Parei apertando a alça da mochila. Aquilo foi um grito?

“ótimo Ana Jú, seja lá o que for você não vai se meter”

E se alguém estivesse em perigo?

“E você? Essa coisa magrela vai ajudar?”

Ei! Eu não sou...

Balancei a cabeça espantando essa discussão ridícula comigo mesma.

Mais um grito! Seja o que Deus quiser...


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