Filha do Olimpo escrita por Any Queen


Capítulo 2
Fantástico mundo de ser eu


Notas iniciais do capítulo

Hi, people, how are you? I'm happy.
Bem, aí está mais um cap, espero que gostem e espero por mais comentários, ok?
Obrigada pelos comentários no cap anterior.



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Minha primeira impressão foi ótima, sério mesmo, outro dragão enorme estava lá, dessa vez parecia feito de bronze. Havia um garoto em cima dele e pelos deuses, ele não parecia um garoto que se colocasse em um dragão de bronze provavelmente mortal. Havia outros semideuses em volta do animal e do menino, eles pareciam preocupados, porém não tinham percebido que uma semideusa muito linda tinha entrado no Acampamento.

Eu não gosto de chamar atenção, vai por mim, mas eu não sairia entrando no Acampamento sem permissão, queria que alguém percebesse minha ilustre presença e fosse me dar às boas-vindas. Acho que você já sabe como é o imensurável Acampamento Meio-Sangue, então vou lhe poupar de longas palavras descritivas sobre a capina. Mas vou deixar claro meu amor pela parede de escalada com lava, quem tinha tido aquela ideia tinha que virar um deus!

Usei meus falsos poderes de uma filha do deus dos céus e criei uma tempestade, nada de mais, só alguns trovões e raios. Uma garota loira xingou e olhou para os lados, até que ela me viu (graças aos deuses) e correu na minha direção. Atrás dela, se seguiu um garoto loiro muito bonito, ele tinha uma cicatriz na boca e uma aura muito poderosa. Ele era filho de um dos Três Grandes.

– Quem é você? – disse a garota rispidamente – É você que está fazendo isso?

– Hãm... – por um momento me esqueci da minha mentira super bem pensada – Sou Lia... Granger.

– E isso tinha que significar alguma coisa? – a garota tinha chegado até mim e o garoto loiro me olhava com uma perceptível curiosidade.

– Não, na verdade... Sou filha de Zeus e quero entrar para o Acampamento. – dias depois eu percebi que aquela frase foi a frase mais idiota que eu já tinha dito em toda a minha vida.

– Impossível. – disse a loira – Esses deuses enlouqueceram, como você sabe quem é o seu pai?

Fui poupada de explicações, já que uma luz azul estava brilhando em cima da minha cabeça, eu até iria me preocupar se eu não tivesse sido criada pelos seres imortais que amam shows de neon. A loira ficou surpresa e o menino ao seu lado deu um passo à frente sorrindo, os semideuses fizeram um circulo em nossa volta, murmurando como aquilo estava fugindo do normal. Bem-vindos ao meu mundo, pensei.

Segundos depois percebi que tinha que ter achado aquilo estranho. Dê-me um crédito, eu não era muito boa em contato com os mortais.

– O que foi isso? – disse tentando parecer angustiada.

– Zeus reclamou você. – eu fiquei surpresa, porque era surpresa, ele tinha aceitado minha mentira e me ajudado! Talvez por me amar incondicionalmente, não... Eu tinha certeza que era pelo fato de ele não querer que os semideuses soubessem que uma mortal fora criada no Olimpo.

– Pensei que os Três Grandes tinham feito um pacto para não ter filhos há setenta anos. – disse o loiro.

– Tem algo errado... – a menina de olhos cinza me olhou como seu eu fosse algum tipo de aberração – Como você chegou aqui? Nenhum semideus nasce sabendo o caminho, precisa de um sátiro.

– Minha mãe morreu faz alguns anos – tentei parecer abalada – Desde então vivo nas ruas, porém um meio-sangue me encontrou e nós vivemos juntos desde então. Ele se chamava... – falei o primeiro nome que me veio em mente – Rick, ele não gostava do Acampamento, ele nunca me disse o motivo, só que disse que tinha que vir para cá caso ele morresse. – falei tudo rápido demais, eu tinha que acreditar na minha própria mentira para que eles achassem que era verdade. Tinha que sentir triste pela morte de Rick, tadinho do Rick. Como ele faz falta! – Então Rick morreu e eu vim para a Long Island para honrar sua memória. – agora estava ficando forçado demais.

– Eu não me lembro de nenhum Rick... – começou a loira.

– Annabeth – chamou o loiro – Você não sabe o nome de todos os campistas.

– Eu sei, Jason, mas eu vivo aqui há mais tempo do que qualquer um e eu deveria conhecer. Ele era filho de quem?

Um deus menor... Pense Lia.

– Hebe. – falei rapidamente – Ele ficou no chalé de Hermes porque não foi reclamado. – Nossa essa mentira estava de parabéns, merecia o Oscar.

– Faz sentido... – Annabeth pareceu pensativa, me ocorreu que ela poderia ser filha da deusa da sabedoria – Bem, então seja bem-vinda, Lia. Sou Annabeth, filha de Atena. – ela se virou para o loiro ao seu lado. – Esse é Jason, seu irmão. – Jason tentou sorrir, mas ele parecia intrigado com alguma coisa. – Acho melhor você falar com Quíron.

– Quíron? – perguntei surpresa – O das histórias, aquele que treinou Hércules e é metade cavalo...

– Acho que ele prefere centauro. – concertou a loira arqueando uma sobrancelha.

– Certo... – ajeitei a mochila nos ombros e comecei a ficar nervosa com aqueles semideuses me encarando.

– Vou levá-la para seu chalé. – Annabeth estava pronta para seguir caminho quando Jason a interrompeu.

– Gostaria de acompanhá-la. – disse ele finalmente parecendo aliviado.

– Você está saindo em missão, é melhor você ir. – confesso que fiquei decepcionada.

– Jason? – chamou uma morena aparecendo no meio da multidão, ela olhou preocupada para o loiro e me encarou. – Temos que ir.

– Já vamos, Pipes. – disse ele de um jeito carinhoso – Só vou levá-la para o chalé e vamos.

– Sou Lia, filha de Zeus, prazer. – estiquei a mão e esperei que ela apertasse (era isso que os mortais faziam para se cumprimentar, não é?), mas Piper só continuou a me encarar.

– Ela é sua irmã?

– Sim. – respondeu o outro filho de Zeus. – Já volto. Vem? – instigou ele.

– Claro. – acenei para Annabeth e Piper – Foi legal conhecer vocês, mortais.

– O quê? – perguntou a loira com as sobrancelhas arqueadas.

– Nada. – me voltei para Jason – Podemos ir.

Jason começou a andar e eu o segui de bom grado, ele era mais alto que eu, mas eu não me importava.

– Não tire conclusões precipitadas sobre Annabeth, ela é legal, só está passando por uma barra tentando achar o namorado que sumiu. Percy Jackson.

– Ela é namorada do Percy Jackson? – surpreendi-me – Quer dizer... O Percy Jackson, filho de Poseidon? Que derrotou Cronos e salvou a humanidade? Ele é um herói.

– Como sabe sobre ele? – perguntou o loiro com uma sobrancelha arqueada.

– Hãm... – estou ferrada – As notícias correm, quem não sabe sobre o famoso Percy Jackson?

– Certo. – ele pareceu engolir, suspirei – Você não se parece comigo.

– Minha mãe sempre disse que eu sou bem parecida com ela. – menti.

– Sabe, eu perdi a minha memória. Acordei em um ônibus com Piper e Leo, sem saber quem sou. Acreditamos que Hera está, de algum forma, envolvida nisso.

– É claro que tinha que estar. – só depois que Jason me encarou que pude eu perceber o meu erro – Quer dizer, eu ouvi histórias sobre ela. Como tratou Hércules porque Zeus a traiu e como vem agindo todos esses anos. Ela é deusa do casamento, mas não parece, não é? Quer dizer, se ela fosse boa, não faria o que fez com você. Quem rouba a memória de um adolescente? Tenho certeza que isso não é uma coisa legal. – quando me virei, respirando fundo, Jason estava rindo.

– É, não é uma coisa legal. – ele olhou para frente e parou – É aqui, espero que ainda esteja aqui quando eu voltar. Gostaria de conhecer minha única irmã. – tentei sorrir, mas fica difícil quando você estava mentindo.

– Também adoraria... – ele piscou o olho direito e começou a se afastar.

Olhei do chalé para o Acampamento. Eu queria tanto estar naquele lugar que não pensei no que faria quando chegasse, também não esperava irmãos. Mas estar ali era bom, eu me senti livre, poderia fazer o que quisesse, sem deuses e sem mães malucas. Suspirei e entrei no chalé, era lindo, porém frio e sem vida. Tinha uma cama, mas vaticinei que seria de Jason, então encontrei um canto no chão e me instalei nele.

Joguei minha mochila no chão e me sentei, tinha uma estatua grande do meu pai. Achei que era bom eu agradecer, ele tinha me reclamado, tinha me ajudado quando eu precisei dele.

– Valeu pai. – disse em voz baixa – Mas eu queria saber por que mamãe fez aquilo com o garoto. Ele está sofrendo por não saber quem é. – nenhuma resposta. Encarei a estatua por um bom tempo até alguém aparecer na porta.

– Vai se acostumando, eles nunca respondem. – disse Annabeth, ela tinha uma expressão triste no rosto.

– Não estou acostumada com isso. – disse secamente, mas depois me concertei – Não costumo a falar com deuses. – disse rapidamente.

– Eu falei com minha mãe algumas vezes... – sua frase ficou no ar.

– Sinto muito pelo seu namorado... – soltei, acho que era isso que os mortais faziam, consolavam uns aos outros. Isso era estranho – O famoso Percy Jackson. – a simples menção de seu nome fez Annabeth fechar a cara.

– Obrigado. Agora vamos, Quíron quer ver você.

– Claro.

Ela começou a andar em direção a uma grande casa azul no topo da Colina.

– Você é diferente. – disse ela como se pensasse, era quase possível ver as engrenagens trabalhando em sua cabeça. – Age de um jeito estranho.

– Eu tento ser normal.

– Acho que essa palavra não se qualifica a você. – tínhamos chegado a Casa Grande, porém a loira continuava pensando. – Você não acha estranho que Cronos não foi atrás de você para a guerra? Ele queria todas as armas possíveis.

– Acho que nenhum deus sabia que eu existia. – falei rapidamente, era a verdade, quem quer que fosse meu pai, parecia não saber que tinha uma filha nesse mundo.

– Bianca e Nico, filhos de Hades, ninguém sabia sobre a existência deles, mesmo assim Cronos os usou para seus fins.

– Eu não faço a mínima ideia do que aconteceu. – eu não tava mentindo em minha expressão, aquela conversa estava me deprimindo. – Sou só eu, Lia.

– Claro. – disse ela sacudindo a cabeça – Eu estou pirando sem Percy aqui.

– Tudo bem... – o som de cadeiras de rodas fez meu olhar se direcionar para a porta da Casa Grande, um homem de meia idade de cabelos grisalhos estava sentado nela, ele não parecia um poderoso centauro.

– Vou deixar vocês conversarem. – ela se virou para o centauro – Vou continuar minha busca.

– Você vai achá-lo, Annabeth. – assim a garota loira se foi, andei até Quíron sem saber o que falar ou fazer, mas o centauro parecia tranquilo. – Até que enfim nos encontramos, Lia.

– Como você sabe meu nome?

– Ora, eu que a levei para o Olimpo.


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