Eu vou ser o rei dos exorcistas! escrita por Pih Chan


Capítulo 1
One shot - Espirito Laranja


Notas iniciais do capítulo

Yaaaaay, a usuário de internet explorer chegou atrasada de novo õ/ ~Mentira, eu uso Chrome, a lerdeza é da minha cabeça mesmo que é incapaz de terminar uma one shot no prazo :v
Quase tive um ataque aqui porque faltava 10 minutos para a meia noite e se eu postasse antes ainda podia dizer que era uma fic do dia de finados, mas nããão, eu não consegui, ah, deixa para lá ç.ç
Bom, eu dedico essa one para o Maitô-kun que passou o Halloween inteiro me falando para largar a preguiça e escrever, hu3hu3, cara, não sei como você me aguentou dizendo toda hora que tava uma porcaria, mudando a ideia da fic a cada 10 minutos e pedindo opinião. Sério, você merece.
E por último, eu gostaria de dizer que eu fiz o meu melhor, infelizmente não sou muito boa em drama desse tipo, mas mesmo assim, espero que gostem.
Ps: Sabeee, pessoal, comentários são legais ♥ *voz irritante de protagonista de shoujo*



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Espíritos são, nada mais que, a junção de sentimentos humanos reprimidos, fadados a vagar pela terra à procura que algo que lhe fora negligenciado durante seu tempo de vida. Presos por correntes invisíveis chamadas “assuntos não resolvidos” antes que sua alma finalmente pudesse descansar em paz.

Retratados pelos vivos como criaturas malignas, poucos ousavam se dignar a ajuda-los, eram chamados “exorcistas” seres bondosos que ajudavam as pobres almas a finalmente chegar ao paraíso, porém logo foram taxados com más reputações por seu envolvimento com “criaturas que não pertencem mais a esse mundo”.

[...]

Luffy trouxe seus lábios para roçar sobre os da mulher de cabelos negros mais velha por alguns segundos antes de se afastar de seu rosto avermelhado por completo.

─Kyaaaaaah! É isso que eles chamam de casamento? ─ Berrou os espirito antes de desaparecer por completo.

Ele deixou um sorriso brilhante raiar em seu rosto direcionado para a mulher que agora estava fora de sua visão. O garoto gostava como sentia todas os sentimentos ruins se dissiparem se contraindo em felicidade antes de sumir e então se tornava contente cada vez que conseguia direcionar um deles para um lugar melhor.

─LUFFY-SENPAAAAAAI! VOCÊ É TÃO INCRÍVEL! ─ Gritou Bartolomeo puxando os cabelos de tom esverdeados enquanto elogiava seu ídolo.

Com os olhos ainda brilhantes o garoto se virou para o amigo que ainda gritava como uma fangirl (*) louca que acabara de presenciar seu OTP (*) virar cannon (*).

─Para onde temos que ir agora, cabeça de galo? ─ Fora assim que o menino havia lhe apelidado, não por maldade, era apenas o jeito dele e Bartolomeo amava.

[...]

─É aqui, Luffy-senpaaaai! ─ O aprendiz de exorcismo gritou animadamente ao estender os braços para apresentar a casa de madeira que parecia querer despencar a qualquer momento.

Já fazia algum tempo que Bartolomeo estava seguindo o garoto do chapéu de palha que lhe inspirara a se tornar um exorcista também e cada vez mais só poderia dizer que se tornava mais fã dele. O modo como o mais novo fazia as coisas era... era... Bartolomeo nem mesmo possuía em seu vocabulário uma palavra que expressasse o quão incrível Luffy era.

─Vamos lá, cabeça de galo! ─ Ele gritou correndo na frente deixando o amigo para trás.

E chegando lá dentro, Luffy logo começou a gritar desenfreado à procura do espirito que lhe disseram que lá habitava, sem nem mesmo parar para observar a mobília empoeirada ou como a madeira pobre fazia barulho quando ele pisava ou mesmo para sentir medo das sombras que se moviam a sua volta.

E após revisar todos os cômodos não tendo encontrado nada, ele parou no centro do quarto bagunçado onde o chão era coberto por pilhas de papeis e a mesa por canetas e instrumentos misteriosos os quais Luffy nem mesmo poderia imaginar a utilidade.

─Fantasma-ossan (*)! Cadê você? ─ Ele reclamou vasculhando o lugar.

─Idiota. ─ Uma voz feminina surgiu atrás de si fazendo com que ele se virasse imediatamente para o espirito ruivo que se encontrava sentado confortavelmente sobre os lençóis desarrumados.

─Ah! Você está ai! Oi, eu sou Luffy e eu serei o rei dos exorcistas! ─ O menino lhe ofereceu um grande sorriso que se estendia por todo seu rosto de forma verdadeira e então esticou a mão para ela, mesmo que soubesse que o espirito não poderia retribuir.

O olhar entediado dela que fora seguido pelo revirar de olhos que lançara a ele mais cedo imediatamente se transformou em surpresa misturada com um pouco de medo.

─Você pode me ver? ─ Ela se arrastou para longe dele sem nunca perde-lo de visão.

─Mas é claro que eu posso, como eu poderia te ajudar se não conseguisse te ver? Você é idiota? ─ O menino retrucou como se falasse de algo óbvio.

─ENTÃO EU É QUE SOU A IDIOTA AQUI?! ─ Ela gritou antes de cerrou o punho com força antes de deixa-lo encontrar com a nuca do garoto que não conhecia.

Ele gemeu infantilmente com a dor inesperadas que lhe atingira na cabeça trazendo suas mãos para afagar o local onde um grande galo se formava.

─OE! POR QUE VOCÊ ME B...? ─ Sua frase foi se desacelerando até parar completamente como ele percebeu o que estava dizendo.

Luffy agarrou o pulso da mulher trazendo-a para mais perto de si como preocupação transbordou de seus olhos negros.

─ Me solte, seu pervertido! ─ Nami berrou em resposta enquanto tentava se livrar dos braços do garoto.

─Isso não é bom... ─ O pequeno exorcista murmurou para si mesmo fitando como suas mãos a tocavam. ─ Você está tangível, isso não é bom.

Ele trouxe-se mais para perto parando a apenas alguns centímetros do ouvido da garota para então soprar e assistir como o espirito estremeceu até o último fio de cabelo em sua nuca como o bafo quente de Luffy se chocou contra seu ponto sensível.

─O-o que diabos você está fazendo? ─ Isso saiu quase como um murmúrio uma vez que ela estava mais preocupada em manter suas bochechas da coloração normal.

Ele a jogou para trás de modo que a ruiva caiu de costas na cama desarrumada e então trouxe seu próprio corpo para prendê-la ali e agarrou a barra da blusa rosada e a trouxe para cima revelando a barriga da garota que agora corava contra sua vontade e se debatia tentando se livrar do desconhecido.

─O que você sente quando eu...? ─ Luffy deixou seus dedos ágeis roçarem pela pele exposta do espirito que logo deixou que uma gargalhada alta fugisse do fundo de sua garganta onde ela tentava manter.

─P-para... ISSO FAZ... CÓÓÓ...CEGAS! ─ Nami se debatia liberando o riso que não poderia ser parado por sua força de vontade.

O menino do chapéu de palha obedeceu sem nunca tirar seus olhos preocupados do espirito.

─Você responde a estímulos. ─ Diagnosticou ele. ─ Você tem uma ligação muito forte com algo aqui, é quase como se não estivesse morta...

O rosto risonho de Nami imediatamente mudou de forma com a última palavras como a janela fora escancarada pela ventania repentina que invadira o quarto e as gavetas passaram a abrir e fechar em movimentos repetitivos.

─EU NÃO ESTOU MORTA! ─ Ela gritou antes de evaporar atravessando-o para tomar seu caminho para longe.

No momento em que Nami o tocou ele sentiu o frio se espalhar por sua barriga como se o matasse por dentro antes de que ele perdesse completamente os sentidos.

─SENPAI! EU OUVI GRITOS E... ─ Bartolomeo gritou ao chegar até a porta do quarto podendo enfim localizar seu ídolo, por quem tanto procurara naquele lugar, desmaiado sobre a cama. Claro, com o homem de cabelos esverdeados, a reação não poderia ser outra se não o desespero e gritos por todos os lados.

[...]

Os olhos negros de Luffy finalmente voltaram a abrir depois de algumas horas e era seguro dizer que ele se sentia confuso, com dor e até um pouco assustado, suava como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo.

─Lu-Luffy-senpai. ─ Bartolomeo falou ao contemplar seu ídolo despertando e se controlou para não gritar e atordoa-lo mais. ─ Eu fiquei preocupado apesar de saber que o senpai é forte e que não morreria por algo assim. P-porque você é incrível, Luffy-senpai!

O menino não parecia estar prestando atenção uma vez que estava ocupando se livrando se sua camisa preta como uma careta de dor se estampava em seu rosto.

─Isso arde! ─ Ele reclamou fitando seu peito nu onde descansava uma grande cicatriz em formato de “x” que pulsava dolorosamente.

─S-senpai, o que é isso? Não me lembro dessa cicatriz! ─ Bartolomeo correu para ajudar, porém fora impedido pelo estomago de Luffy que berrou junto a ele pedindo por comida do modo exato o qual o homem de cabelos verdes previu e por isso, estava adiantado ao trazer-lhe um grande pedaço de carne.

O menino pôs-se a comer como um monstro e logo sua refeição estava acabada e ele se sentia melhor.

─Eu vou voltar lá, shishi. ─ Declarou sorridente.

─Eh? Você não está totalmente recuperado... Wooo, Luffy-senpai é tão corajoso, até ferido ele ainda está pensando nos outros. Você é tão incrível!

[...]

O pequeno exorcista então adentrou a casa mais uma vez sem qualquer demonstração de medo o que tornou o homem de cabelos verdes bastante agitado gritando de como seu senpai era corajoso, porém sem nunca segui-lo uma vez que havia concordado que sua presença poderia atrapalhá-lo nesse caso.

Luffy se dirigiu diretamente para o quarto velho e desorganizado onde se aconchegou na cama desfeita esperando pelo espirito que nunca vinha, então pôs-se a falar quando a paciência esgotou-se e desejar que ela pudesse ouvi-lo.

─Sabe, meu irmão morreu quando eu era criança, mas seu espirito era muito ligado a mim e nunca me deixou, ele tinha medo de deixar seu irmão caçula para trás e por mais que eu amasse continuar a tê-lo por perto, ele estava sempre triste, como se precisasse ir e não pudesse por minha causa. ─ Ele começou. ─ Um dia um cara chamado Shanks apareceu e conversou com o meu irmão, disse que cuidaria de mim e que me ensinaria a me defender. Meu irmão desapareceu logo em seguida e por mais triste que eu estivesse por isso, no fundo, eu estava feliz, pois ele estava sorrindo.

“Shanks me deu o chapéu dele, esse é meu tesouro. Daquele momento em diante, eu decidi que seria como ele.”

A ruiva então surgiu a sua frente com as bochechas infladas.

─Eu não estou morta. ─ Reclamou.

─Sim, você está. ─ Ele retrucou com sua honestidade que nunca lhe abandonara. ─ Me deixe te ajudar.

─Por que você me ajudaria? Eu odeio pessoas do seu tipo. ─ Nami cruzou os braços em frente ao seu peito.

─Eu apenas sinto que deveria. ─ Luffy imitou o gesto da garota conseguindo ser mais teimoso que a mesma.

Ela tirou uma sacola com berries de debaixo da cama trazendo-a em seus braços como um precioso bebê recém-nascido, ela sorriu vitoriosa.

─Eu passei minha vida inteira juntado esse dinheiro, eu não preciso da sua ajuda, eu tenho isso. ─ A ruiva estaria recebendo sua faixa imaginária de vencedora quando percebeu o sorriso que se esboçava no rosto do garoto.

Não podia identificar uma pontinha de maldade ou malicia, era apenas puro o suficiente para que ela se queimasse com aquilo.

─Então você não teve uma vida, shishi! ─ Ele exclamou tendo descoberto o problema e agora seus olhos negros grandes a encaravam procurando um modo de realizar seu desejo incompleto, ela poderia se perder naquelas orbes infinitas.

─Idiota, eu ainda estou viva. ─ Ela murmurou amargamente depois de sair do transe de seu olhar para então depositar outro soco em sua nuca.

Luffy continuou a sorrir, porém.

─Meu nome é Luffy e o seu?

─Oe! Não mude de assunto!

─Eu vou ser seu amigo. ─ Ele a ignorou.

─Eu não quero um amigo.

─Mas ganhou um. ─ Declamou teimoso antes de sorrir de modo infantil mais uma vez.

[...]

─Kyaa! Você achou meu ursinho! ─ Exclamou o espirito de cabelos rosados que agora retinha os lábios curvados em sorriso verdadeiro. ─ Kumashii! Você é tão fofo quando não está falando! Horohorohoro!

E lá estava, aquela explosão de bons sentimentos enquanto a menina desaparecia junto com seu brinquedo favorito murmurando “Obrigada, Mugiwara” enquanto se dissipava em fumaça cor-de-rosa.

Ao todo, três meses haviam se passado desde que Luffy passara a visitar o espirito ruivo naquela casa abandonada, sendo o trabalho mais difícil que já tivera, ele tomou o rumo rotineiro de sua vida exorcizando os espíritos da cidade junto de Bartolomeo e então, no final de cada tarde, sem uma única falha, ele estava lá, naquela mesma casa.

Poucas foram as vezes em que permitira que o companheiro de cabelos esverdeados entrasse junto consigo, o garoto do chapéu de palha aprendera rapidamente como Nami poderia ser arisca então preferira lidar com a mesma sozinho.

Bartolomeo aceitara de bom grado e esperava todas as noites na porta da casa quando o dono de sua admiração finalmente se punha a sair tendo sido expulso pelo espirito. Muitas vezes frustrado, o humor de Luffy tomava um rumo sombrio por alguns momentos depois de sua visita sendo apenas trazido de volta quando o homem de cabelos verdes lhe oferecia carne.

Durante o último mês, porém, Nami passou a ser mais compreensiva e recebe-lo como um velho amigo. Luffy contava animadamente sobre suas experiências com outros fantasmas e de vez em quando roubava os jornais de seu avô para mostrar a ela como estava o mundo depois de todo esse tempo.

A ruiva apreciava seu esforço e por mais que quisesse ajuda-lo em sua tarefa, com o passar dos dias, um sentimento passou a aflorar dentro de si. O garoto era adorável e exalava pureza, seu sorriso verdadeiro faziam com que seu coração acelerasse e ela poderia dizer que amava quando ele passava a conversar consigo de forma tão animada ou de como ele ficava impressionado com suas histórias; quando ele lhe deixava, Nami mordia os lábios querendo segui-lo porque depois de tudo, ela não poderia suportar a ideia de ir ao paraíso e deixa-lo para trás.

Ela não queria se tornar um peso para o menino e o deixava fazer o que precisasse e isso a matava por dentro temendo a cada vez que seu desejo fosse realizado, ela podia sentir como seu corpo passara estar próximo do transparente e que seus pés não mais tocavam o chão ou mesmo como Luffy não era mais capaz de lhe tocar.

Nami sabia, ele estava próximo de conseguir e não mais se conteve sabendo que poderia não ter outra chance para isso.

Naquela noite, a ruiva jogou sua cautela ao vento seguindo o garoto até sua casa. Ele dividia um pequeno apartamento no centro com aquele homem de cabelos esverdeados chamado Bartolomeo que ela logo descobriu ter secretamente hábitos alimentares bastante peculiares (*) uma vez que Nami presenciara como ele fugiu de seu quarto depois que Luffy dormira para poder se alimentar.

Agora o lugar era só dela e da figura adormecida do garoto de cabelos negros que se encontrava deitado em seus aposentos.

E por mais que se sentisse mal pela invasão, ela vislumbrou o local examinando canto por canto, desde os quadros na parede onde o via sorrindo alegremente cercado pelas pessoas as quais muitas vezes ele lhe falara ─ Nami até mesmo se aventurara na tentativa de descobrir o nome de cada um deles pensando nas histórias que ouvira do garoto. ─ até mesmo objetos decorativos.

Vagou um pouco mais chegando ao quarto com a porta entreaberta do garoto onde segurou-se para não corar com quão fofo ele parecia naquela forma adormecida. Encolhido e agarrado ao cobertor que não lhe cobria totalmente uma vez que ele puxara o mesmo para si e o rosto calmo com os fios negros bagunçados sobre sua testa.

E, com a agilidade de um gato, ela flutuou furtivamente para tomar o lugar ao seu lado na cama podendo admirá-lo mais de perto, ela seguia o ritmo constante de seu peito que subia e descia enquanto rolava seus dedos pelo cabelo negro.

A ruiva não poderia dormir de qualquer forma, porém mesmo que pudesse, estava disposta a passar o resto de sua noite ali, imaginando o quão bom seria estar viva para que pudesse passar o resto de sua vida com ele.

Estar ali, lhe fazia esquecer os problemas como uma onda de felicidade lhe invadia, o suficiente para não perceber como seu corpo se tornava tão próximo de desaparecer.

─L-LUFFY! ─ Ela gritou olhando para suas mãos podendo ver através delas e o garoto acordou atordoado pelo barulho.

Ele levantou ainda sonolento passando a mão sobre os olhos na tentativa de despertar e Nami estaria pensando como isso parecia adorável, se não estivesse evaporando em uma fumaça alaranjada como seu cabelo.

─Eh... Nami. ─ Ele murmurou com a voz espelhando seu sono. ─ O que você está fazendo aqui?

─E-eu estou desaparecendo, Luffy! ─ Exclamou em desespero como lágrimas corriam por seus olhos.

─Isso é ótimo, Nami! Você cumpriu seu desejo! Shishishi! ─ Luffy estampou um largo sorriso em seu rosto, mesmo que um leve em seu coração quisesse impedi-la de ir, fora quando ele percebera as lágrimas que escorriam pelo rosto do espirito até chegarem a ponta do queixo onde evaporavam. ─ Eeeh...? Nami, por que você está chorando?

Ela se jogou sem seus braços na tentativa de abraça-lo, porém agora estava totalmente intangível, a ruiva queria chorar em seu peito e sentir seu calor uma última vez.

─Eu não quero ir, por favor. ─ A ruiva desabou em lágrimas fazendo com que o menino se tornasse confuso e desesperado uma vez que nunca vira um espirito não gostar de ir.

─V-vai ser bom, Nami, você vai poder reencarnar e poderemos ser amigos de novo quando você voltar, eu vou te procurar. ─ Ele murmurou em seu ouvido tentando acalmá-la.

─Não! Eu quero ficar com você, agora! ─ Ela exclamou infantilmente em seu colo tentando agarrar sua camisa de tom avermelhado. O coração de Luffy contorceu-se em seu peito, pensando na falta que Nami lhe faria, era diferente de seu irmão, ela sorria enquanto estava a sua volta, ela queria estar ali.

A garota havia lhe contado sobre sua vida durante seu tempo juntos, sua mãe adotiva havia sido tirada de si e a irmã estava sempre longe, cansada de estar sozinha, passou a juntar dinheiro pensando sempre que a vida melhoraria, nunca gastara um tostão e agora estava morta e aquilo já não lhe tinha valor.

No modo simples de Luffy de pensar, chegou a conclusão óbvia que seu desejo era um amigo, uma pessoa em quem confiar. Porém, agora o destino mostrava que talvez fosse mais que aquilo.

Em três meses, Nami vivera mais que em uma vida inteira, ele lhe dera uma companhia, um amigo, alguém em quem confiar, um irmão, fez seu coração pulsar em seu peito, seu rosto queimar e até mesmo o sentimento de uma adolescente apaixonada esperando pelo namorado se conectar ao Whatsapp para enfim conversarem.

─E-eu te amo. ─ Ela murmurou fracamente em seu ouvido.

Aquele era um fato: podia-se dizer que o pequeno exorcista possuía uma habilidade que lhe permitia entender os sentimentos alheios com seu pensamento simples, seus instintos apenas lhe guiavam e mesmo que não soubesse o significado daquela palavra, ele se sentia de forma parecida.

Seria mentira se dissesse que não nutrira grande carinho pela ruiva durante todo o tempo ou que não desejava que a mesma estivesse consigo para sempre ou mesmo que nunca parou para admirar o rosto bonito de forma inconsciente.

Talvez, sua mente distraída não tivesse parado para pensar no que tudo aquilo significava, mas estava ali: ele amava sua companhia e a queria para ele todos os dias e todas as horas, porém, como o garoto altruísta e puro que ele não poderia deixar de ser mesmo que tentasse, em sua cabeça, sempre lhe vinha a imagem do espirito tristonho de seu irmão e de como não poderia suportar vê-la daquela forma.

Não que fosse algum segredo, ele diria isso se ela perguntasse, afinal, era um péssimo mentiroso.

Luffy juntou seus lábios aos quase-não-mais-existentes dela sendo a atitude que seus instintos gritavam-lhe para fazer, nenhum deles poderia sentir o outro, mas da mesma forma, seus corações pareciam querer saltar do peito.

─Você precisa ir, Nami, eu vou te encontrar quando você reencarnar, eu juro. ─ Ele murmurou uma última vez antes de ela desaparecesse entre lágrimas.

─Eu te amo. ─ Ela disse mais uma vez.

Aquela fora a única vez em que Luffy não estava satisfeito em um espirito encontrar seu caminho para o paraíso, ao menos, ele queria poder ter assistido Nami sorrir como fizera muitas vezes durante suas visitas. Rir, como quando conversavam animadamente durante a noite.

Ela estava chorando, porém.

O menino parou em frente ao local onde ela desaparecera e ali fitou por incontáveis minutos até que sentiu a essência liquida vazar por seus olhos traçando o caminho por sua bochecha ao pensar que nunca a veria de novo.

Não apenas como uma menina que gostava, mas como a amiga e companheira que ele sempre a considerara.

[...]

Naquela manhã, Luffy não quis levantar de sua cama, Bartolomeo suspeitou que algo havia acontecido quando saiu durante a noite na tentativa desesperada de saciar sua fome com dedos humanos uma vez que o menino recusara até mesmo sua amada carne.

Ele olhava para o alto esperando que algo acontecesse, o homem de cabelos esverdeados lhe perguntara se não iria ver Nami naquele dia e Luffy lhe respondeu com uma careta de dor antes de murmurar baixinho que a menina havia ido embora.

Bartolomeo sorriu orgulhoso por alguns instantes antes de se dar conta de que aquele era o problema e pôr-se a chorar ao lado do companheiro de seu modo cômico.

E mais tarde, o menino finalmente levantou-se de sua cama para comprar algumas flores para a menina que enfim falecera.

[...]

Era apenas um dia nublado comum que parecia mais cinzento que o normal perante a visão do mugiwara que revivia a dor que sentira no momento em que Sabo morrera, trazia consigo um buque com flores de pétalas alaranjadas sendo essa a cor favorita de Nami.

Sua mente não parecia crer no acontecido na noite anterior querendo acreditar que fora apenas um sonho, por esse e outros motivos, passara na casa da garota onde por muitas vezes se encontraram e lá deixou as flores onde se ajoelhou pondo-se a rezar para ela.

Espero alguns minutos olhando para o nada na esperança ridícula de que mais cedo ou mais tarde ela apareceria e gritaria consigo mais uma vez dizendo que não estava morta, mas quando isso não acontecera, ele suspirou pondo-se a caminhar de volta para seu apartamento.

No elevador, tentava se consolar dizendo a si mesmo que seja lá onde estiver, estava melhor e todas as bobagens que murmuramos para nós mesmo quando alguém importante é levado pelas finas garras da morte.

[...]

E pronto para se jogar novamente sobre a aconchegante cama uma vez que seu dia fora dedicado ao luto, Luffy tivera seu olhos a se arregalar por completo com a garota de vestido longo branco relaxando sobre seu colchão.

─Você demorou, Luffy, foi visitar algum espirito problemático que se recusa a morrer? ─ Ela sorriu maliciosa.

Ele estava sem reação.

─C-como? ─ Finalmente pôs-se a falar.

Nami se aproximou andando uma vez que seu corpo era quase totalmente sólido agora murmurando em seu ouvido uma vez que o bafo que saia de si era mais uma vez quente.

─Meu desejo era ter uma vida comum, um amigo, um irmão, um amor. Você realizou meu desejo, apenas se esqueceu que um espirito permanece na terra enquanto há algo prendendo-o lá. ─ Ela beijou sua bochecha. ─ Parece que não posso ir até que você vá comigo.

Luffy sorriu trazendo seus braços para envolver a ruiva.

─Isso parece bom para mim.


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Notas finais do capítulo

Fangirl - Garota que é fã, normalmente são umas loucas que gritam por ai quando vêem seu casal/personagem favorito. TIPO EU!
OTP - One True Pairing, que é a combinação única de dois personagens em uma história, assim fazendo o casal perfeito.
Cannon - É um casal que está presenta na obra original e não só na cabeça das fanfics. Ex: Rone x Hermione.Ossan - "Tio" ou "homem de idade", em japonês.Hábitos alimentares bastante peculiares (Do Bartolomeo) - Err, no anime não deixa muito claro, mas o Bartolomeo é canibal e gosta especialmente de dedos.


Etto, espero que tenham gostado, eu não conseguiria terminar essa fic com o final triste que eu imaginei, ai eu improvisei, pessoalmente eu achei meio "Final da disney", mas espero que tenham gostado.
Eu gostaria de saber o que você acharam, podem dizer, até se for para dizer que ficou uma merda, criticas construtivas vão me ajudar a melhorar da próxima vez *u*