Back Together escrita por Cahmy


Capítulo 1
Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Bom, planejo essa estória a algum tempo. é minha primeira fanfic, então me perdoem qualquer erro. Se você gostar, manifeste-se :D Se não, manifeste-se assim mesmo :D

No principio, a historia estava com 3 capitulos, porém muito curtos,então decidi juntá-los.



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Minha cabeça chia progressivamente com o ruir adjacente da rua. Em mim, nenhum esboço de vontade de levantar expõe-se, então me mantenho deitada. O que eu penso? Absolutamente nada. Ultimamente, olhar para a parede por algum tempo mostrou-se como algum tipo de terapia, mesmo que pareça loucura. Não se trata de querer manter-se alheia e ser totalmente indiferente do mundo. Eu apenas cansei de chorar. Sei que se Prim vier a minha cabeça, meu dia estaria acabado, não que isto fosse novidade. Porém, meu coração sofre, mesmo que inconscientemente, ele jorra lágrimas, isto explica o inerte desconforto que sinto a cada minuto e segundo da minha medíocre vida

Apesar da minha pretensão de permanecer deitada, Haymitch abre a porta do quarto e eu me levanto bruscamente. Ele fica pasmo ao olhar meu quarto, que está escuro e bagunçado, e mais ainda ao olhar meu estado na cama.

– Querida, ficar vegetando nessa cama toda a sua vida não vai aliviar e nem resolver alguma coisa. – disse ele enquanto se aproximava lentamente, e o cheiro de álcool o acompanhava.

Eu apenas o olhei. Então, pega minha mão e me ergue vagarosamente de onde estava sentada. Apesar de relutante, cedo aos seus esforços.

– Vem querida – Apoio totalmente meu corpo em Haymitch, que apesar de meu pouco peso, tem dificuldades em carregar-me. Aos poucos, ele me deixa na porta do banheiro. Obviamente não deixaria um bêbado me lavar, então me desvencilho e assumo meu próprio passo. Olho para ele e digo um cabisbaixo ‘‘obrigada’’.

– Katniss, quando você acabar, por favor – diz suplicante- desce e come alguns pães- diz ao rabo da porta do banheiro.

– Tudo bem – digo. Ouço um suspiro de Haymitch que sai do meu quarto.

Pães. Essa palavra me vem a cabeça e eu me mantenho meu pensamento fixo no garoto do pão. Fazia algum tempo que Peeta e eu não nos falamos de fato. Somente secos ‘’ois’’. Sinceramente, falar com ele me traz certo tipo de culpa que brota no meu coração toda vez que o olho. Dirigir-me a ele é doloroso às vezes. Vem-me a cabeça todo o sofrimento que o causei. Eu causei. Logo, manter-me longe e alheia de Peeta me serve como algum tipo proteção, mesmo que falha.

Termino meu banho e me olho no espelho. Meu rosto quase esquelético e marcado pelas cicatrizes não escodem o que eu passei nos últimos períodos. Visto uma roupa qualquer e desço as escadas marrons. Enquanto desço, avisto fios loiros e reluzentes sentados em uma cadeira, o garoto do pão está na cozinha comendo com Haymitch. Aquela coisa me embrulha o estomago, um sentimento desconfortável de remorso aflora em meu corpo.

Adentro a cozinha. Seus olhos cintilantes como pedras, miram diretamente em mim. Ele não esboça qualquer expressão e apenas me olha curiosamente. Afinal, ficarmos num mesmo cômodo é nada menos que incomum. Eu procuro não o encarar, por isso olho para o chão enquanto me dirijo a cadeira e sento.

Inesperadamente, o som de sua voz ecoa nos meus ouvidos.

– Oi Katniss – Ele diz, sua voz soa saudosa e triste.

Enfim, o encaro.

Trocamos rápidos olhares retraídos.

Peeta – Digo, enquanto me sento na cadeira, bem a sua frente. Ele solta um leve sorriso, mas sei que é mais por convenção do que real prazer em me ver. Apesar do quanto ele me amou, um dia, tudo o que lhe causei me faz ter a absoluta certeza de que Peeta não supri nenhum tipo de afeto por mim, eles foram embora junto com a Guerra, assim como tudo de importante para mim. Prefiro pensar que ele me odeia a pensar que Peeta me ama.

O café em geral foi silencioso, apenas alguns comentários soltos. Nada de mais. Porém, ao passo que comia, involuntariamente, minha atenção se direcionou ao garoto do pão. Pude observar que suas mãos estavam vermelhas e seus pulsos violentamente marcados. Uma dor irrompe em meu peito, e a cada relance nos machucados dele, esta só aumentava.

Então, procurei comer mais rápido que pude. Haymitch claro, apesar da sua embriaguez, conseguia ser astuto, percebeu minha pressa.

– Katniss, cuidado para não se engasgar, querida – ele disse no maior tom de ironia que conseguiu reunir. Peeta riu, e eu revirei os olhos. Haymitch lavou seus pratos e subiu, provavelmente para beber mais.

Só restou Peeta e eu.

– Katniss – ele disse, me tirando da minha desatenção- Eu...- parecia nervoso, há muito tempo eu e ele não tínhamos qualquer dialogo verdadeiro.

– Sim ?

– Bom, eu pensei que nós poderíamos conversar um dia.. Bom , eu me sinto tão sozinho nesses tempos. Realmente, a vida de Peeta se baseava em assar pães e reconstruir a velha padaria de seus pais. – Creio que você é a única que pode entender, sabe. – Sei e como sei...

Ele esperou minha resposta atentamente. Seus olhos de pedra cintilantes brilhavam tão azuis que parecia ser impossível negar qualquer coisa a ele. Apesar de toda a guerra, o novo garoto do pão ainda tinha muito do velho. A nobre inocência e a bondade ainda faziam parte da sua personalidade. Mas, para mim, a ideia de conversar com Peeta por algum tempo embrulha-me o estômago , aquela coisa desconfortável me assola de novo e transparece na minha afeição.

Peeta entristece. Entretanto, sucumbo e concordo com ele.

– Eu gostaria – minha voz sai mais real do que imaginava.

Ele sorri, sua candura habitual se manifesta num simples levantar de lábios. Por isso, pude vislumbrar o quanto éramos próximos e o quanto eu amava toda voz que ele sorria .

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Peeta levantou-se. Simultaneamente Katniss o acompanhou. Lavaram suas louças, em uma pia que era suficientemente grande para os dois, em um completo e estranho familiar silêncio.

Em um passado não tão distante, compartilhar da mesma presença, para ambos, era reconfortante, uma fonte de esperança em meio de um vendaval.

Quando Katniss sentia-se desolada, seu remédio era Peeta. Seus braços. Seus lábios. E para ele, confortá-la era o melhor presente, sua garota em chamas era tudo o que lhe importava e o que ele mais amava.

Porém, agora a situação era totalmente distinta.

A guerra os mudou.

Os dois, sem exceção.

Viraram estranhos. Não reconheciam um ao outro e nem sabiam agir diante da nova personalidade adquirida pós-games.

O resultado era simplesmente desastroso, era comum a ausência de qualquer conversa e sempre a presença de embaraço, para ambas as partes. Katniss sentia um embrulho no estômago toda vez que via ele, pela contrição, seus machucados, sua mudança e por ter tirado a sua felicidade.

Apesar de Haymitch e Effie insistirem em convencê-la que pensar desta maneira não está certa, e que ela não deve possuir nenhum remorso pois não é sua culpa, Katniss simplesmente não consegue se livrar de tais sentimentos. Ela tinha a absoluta certeza que destruiu a vida do seu garoto do pão.

Aliás, era a única certeza que tinha na vida.

E para Peeta, as lembranças que o impuseram em seu torturamento ainda insistiam em voltar. Por isso, era tão difícil aproximar-se de Katniss.

Embora saiba que são falsas, estavam na sua mente de modo muito realístico. Quando se aproxima e pensava em Katniss, a imagem de um monstro vinha de súbito direto para sua mente, inevitavelmente.

Mas ele estava disposto a provar para si mesmo que tudo era uma farsa forjada pela capital. Ele sabia que Katniss não merecia sua raiva e ressentimento. Então, resolveu lentamente se reaproximar dela, mesmo sendo umas das coisas mais difíceis que já fizera antes. Não seria uma tarefa muito fácil, nem pra ele e muito menos para ela, e ele estava ciente disso.

Finalmente, Katniss rompeu o silêncio.

– Acabei. - sua fala o surpreendeu e ele voltou seu olhar a ela – Vou subir.

Katniss deu um leve sorriso


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Notas finais do capítulo

Vai demorar um pouco para sair o próximo capitulo, tenho dois vestibulares seguidos. Desfrutem desse pequeno e humilde capitulo enquanto issoNos vemos no capitulo 2Beijo e obrigado por lerem!!!