Megan não sabia se ria ou chorava com a pergunta de Davi.

Há menos de 10 minutos atrás ela estava saindo do banheiro, com sua mãe terminando de ajeitar sua maquiagem.

– That's it. Você está linda, sweetie.

– Está linda mesmo - disse Jonas que estava ainda próximo a porta de roupeiro onde ficavam as roupas de Davi - posso falar com ela um instante, Pamela?

– Claro! Vou indo na frente, procurar Ernesto - Pamela deu um beijo na bochecha de Megan e saiu feliz.

– Peanuts - disse Jonas se aproximando - se é que é possível, você está ainda mais linda hoje.

Ele chegou perto e segurou o rosto dela com as mãos.

– Filha, eu não lembro se já te disse isso antes, mas tenho muito orgulho de você. Apesar de todas as encrencas e brigas, você me ensinou a ser pai e me deu muitas alegrias. E hoje, vendo você organizando tudo isso, tomando controle da situação - ele olhou ao redor do quarto - eu tenho ainda mais orgulho de dizer - ele já estava com a voz emocionada, e algumass lágrimas começavam a escorrer dos olhos de Megan - que sou seu pai. Porque eu sou seu pai, e isso ninguém vai me tirar.

Jonas abraçou a filha emocionado. Megan o abraçou firme, pousando o ombro na cabeça do pai.

– Você cresceu, Megan. Um tipo de crescimento que só a responsabilidade por outra vida é capaz de trazer - Megan se afastou olhando ele assustada - não se surpreenda, sou Jonas Marra. Só precisei investigar quem é essa tal Juliéne que você trouxe com você e deduzir pela sua greve de alcool e enjoos, que está grávida. Eu tenho uma grávida em casa, Megan, sei reconhecer os sintomas.

– Oh dad, Veronica está grávida?

– Sim - ele se afastou passando a mão pelo nariz e fungando - de mais meses que você, imagino - ele sorria para a filha.

Voltaram a se abraçar e ali ficaram uns dois minutos. Megan se lembrou de tantas coisas, tantos momentos bons com seu pai. E agora ela seria mãe. A consciencia da importancia que teria na vida do filho, assim como seus pais tiveram na sua, invadiu sua mente, e ao invés de desespero, veio a força de seguir adiante. Agora ela fazia o necessário para o bem do seu filho, acima do seu.

Eles se afastaram, sorriram um para o outro e Jonas deu o braço para que Megan o acompanhasse até a festa.

Ela se sentia forte o suficiente para encarar qualquer coisa naquela noite. Mas não imaginava que começaria tão cedo. Assim que anunciaram a gravidez, um movimento do lado de Davi foi perceptível. Enquanto ela conseguia distinguir palmas de Manuela em algum canto, em outro Davi saia entre os convidados indo até a mesa de bebidas, e pegando taças de champanhe. Ernesto foi atrás, seguido do olhar preocupado de Jonas. Enquanto isso Arthur explicava quantos meses de gestação, e como descobriram com tão pouco tempo.

– É, são três semanas, quase, mas estávamos planejando este bebê há muito tempo - ele tentou puxar Megan para mais perto de si, falando com os reporteres e alguns convidados próximos deles - no início foi difícil, então resolvemos fazer um tratamento, e realizamos a inseminação artificial. Assim, quando nossa médica obstreta pôde confirmar, uns dois dias atrás, resolvemos anunciar nesta recepção.

Megan olhava Arthur orgulhosa. Ele realmente estava se saindo muito bem. Se tivesse mostrado todo esse orgulho pela gravidez de Megan desde que soube dela, talvez ela não fosse o enfrentar e nem fazer o que planejara. Ele podia ser um apoio, como seu pai parecia se mostrar que seria, mas Arthur preferiu se mostrar um controlador.

Enquanto isso Davi parava um garçon e trocava as taças vazias por cheias. Suas esperanças com Megan foram para o ralo assim que ela disse que estava grávida. Como ele iria se meter naquela família e destruir a felicidade que a Megan estava construindo? Então resolveu apagar a dor com alcool.

Passando a taça de champanhe da mão esquerda para junto da outra na mão direita, quase derrubando o resto de champanhe que tinha nesta, Davi tentou tirar o paletó.

– Tá ficando quente aqui, né?

Ernesto arregalou os olhos. A lembrança de um Davi nu no meio da Taquara fez ele colocar a mão no peito.

– Ai, acho que estou com taquicardia.

– Cala boca Ernesto, e me ajuda com esse paletó - Davi estava tentando tirar a outra manga, mas ela estava presa na mão, porque ainda tinha as taças. Ernesto o ajudou a se livrar do paletó, Davi então começou a ouvir o que Arthur dizia.

Foi quando Arthur encerrou as explicações, e os reporteres já se afastavam que Davi se aproximou.

– Espera, vocês engravidaram por inseminação artificial?

Arthur o olhou curioso e assentiu com a cabeça. Ernesto estava lívido do lado de Davi. Jonas segurava o filho por um braço, enquanto este bebia o ultimo gole de champanhe que sobrou em uma das taças.

– Isso quer dizer que...vocês não fizeram..você sabe? Para fazer o bebê ... - Davi tentava desenhar o que ele queria saber - vamos lá gente, me ajuda.

E Davi com as duas taças que carregava, enconstou uma na outra e fez beijinhos com a boca simulando que elas se beijavam. Megan ainda pensava como reagir, quando Arthur respondeu.

– Para fazer o bebê, não, nós não fizemos o...você sabe.

Megan pensou na ironia do fato, já que não faziam para coisa alguma o..você sabe!

Davi ria para dentro, se virando para os lados, colocando uma mão na frente da boca.

– Pela cara de insatisfação da grávida, o seu você sabe tem deixado ela feliz, tanto quanto tem deixado ela grávida....

Nessa hora Jonas puxou Davi com força e o levou até a cozinha, junto com Ernesto. Arthur estava furioso, olhou para os reporterese que escreviam frenéticos.

– Se eu ler algo do que aconteceu agora, saibam que o jornal de vocês vai parar de funcionar a partir do dia seguinte.

Arthur foi firme, Megan até se surpreendeu. Os reporteres assentiram, ele então os convidou a sair, pois o que tinham vindo cobrir já havia acabado. Um deles perguntou sobre o jantar, mas Arthur se limitou a dizer que tinham preparado algo bem familiar, não poderia abrir exceções, e os acompanhou para fora.

Megan estava feliz da vida. Esquecendo um pouco o que Davi fizera, notara que estava tudo feito. Amanhã sairia nos jornais que Arthur era o pai do seu filho, e que ele tem certeza plena disso. Juliéne se aproximou.

– Você está bem?

– Sim, melhor impossível - disse Megan radiante.

– Nossa, a sua família é realmente espetacular. Não te deixa no tédio um instante. E Arthur foi ótimo com os jornalistas.

– É ele...- mas Megan não conseguiu terminar, um grito veio da cozinha, fazendo todos se calarem assustados.

– Megaaaan? Traz a Megan aqui.

Era Davi, de certo brigando com Jonas e Ernesto. Ela notou que ele parecia um pouco alto, mas champanhe realmente consegue subir rápido para a cabeça, ainda mais de quem não estava acostumado. Ela resolveu então ir até a cozinha, tranquilizando alguns convidados no caminho. Juliéne a acompanhou. Manuela apenas observava a movimentação.

Megan entrou na cozinha e fechou a porta atrás de si, quase machucando Juliéne.

– Desculpe, não te vi.

As duas entraram, e viram a cena, Jonas e Ernesto, que ainda segurava o paletó de Davi, tentavam conter Davi, e tampar a sua boca.

– Nãããão, ja disse, só saio da festa depois de falar com Megan..Meee- ele ia começar a gritar quando notaram ela ali.

Todos pararam. Davi foi o primeiro a reagir. Se desvencilhou dos outros e foi até Megan, abraçando ela.

– Pede para eles pararem, Megan. - quase uma criança, ele a segurava forte.

– Tudo bem pessoal, eu cuido dele sozinha. Podem ir para a festa.

– Não mesmo, ele está bebado, como você no seu estado vai controlar ele? - retrucou Juliéne, enquanto Jonas e Ernesto, ainda arfando, se preparavam para sair.

– Oh, yeah. Juliéne, ele tomou muito champanhe, será que não pode entrar em coma alcólico?

– True! Oh my, vou pegar alguma glicose no quarto. Fiquem aqui - disse Juliéne para Jonas e Ernesto.

Assim que ela saiu, ainda com um Davi a abraçando forte, Megan olhou para os outros dois.

– Saiam, eu cuido dele. E não deixem mais ninguém vir aqui. Vou por ele para vomitar e dar um pouco de café forte. Ao menos ameniza a bebedeira.

– Megan vai cuidar de mim - ele disse levantando a cabeça e olhando ela com um sorriso bobo.

Jonas e Ernesto se entreolharam.

– Olha, Megan, acho qu...- Jonas começou a dizer mas Ernesto deu um tapinha no ombro dele e com um movimento de cabeça, indicou saírem.

No lado de fora ele explicou.

– Só tem uma pessoa que pode deixar Davi calmo, quando está assim, Jonas. E é a Megan.

– Ernesto - Jonas o parou, olhando firme - amanhã quero você no meu escritório, e para me contar tudo que aconteceu entre esses dois, certo?

– Certo - concordou Ernesto coagido. E os dois voltaram a festa, ficando sempre perto da porta da cozinha, para acudir caso Megan chamasse.

– Ok, Davi. Agora estamos só nós dois - ele tinha pousado a cabeça no peito dela, e agora levantava sorrindo malicioso.

– Até que enfim. Agora chega mais...

– Davi, estamos no meio de uma festa importante...

– Verdade - ele pareceu refletir sobre o assunto e então deu um sorriso - vou calçar a porta - e ele pegou um garfo e colocou na fresta da porta, forçando para que segurasse - agora acho que ninguém nos incomoda.

Ele veio na direção dela.

– Não, Davi. - ela o afastou - Não sei quão bebado você está, mas desta vez sei que está bêbado - ela disse relembrando que na noite da Taquara ele fingia que estava bêbado.

– É... hoje eu estou bêbado. Cuida de mim, igual aquela noite - Davi voltou a abraçar ela pela cintura, e foi conduzindo Megan, levando ela para trás até encostar na pia.

– Não. Hoje vou cuidar de você do jeito certo - ele parecia não escutar, estava beijando o pescoço dela. Megan se mantinha firme, o quanto podia - então...seja um menino bom, e ...

– Não quero ser um bom menino, um bom moço - ele afastou um pouco o corpo dela, pegando espaço para observa-la melhor, passando uma mão pelo cabelo dela, indo até a nuca, que ele segurou firme - bons meninos não são legais, eles fazem péssimas escolhas. Vou ser bad boy, e ficar com minha bad girl.

Ele falou essa ultima frase pressionando a testa dele com a dela, roçando seus lábios com os dela.

– Stop! - Megan segurou ele pelos ombros e afastou. Ele a olhou um pouco sério.

– Não, não faz isso comigo. - ele puxou ela pela cintura com mais vontade - Eu te amo, Megan Lily. Eu te amo de verdade.

Megan sentiu o impacto da frase. Davi nunca, em qualquer momento, dissera que amava ela. Salvo um meu amor ou outro, mas nunca assumira que amava ela. Aquilo parecia surreal. Ela então buscou os rosto dele com as mãos e levantou para que encarasse ela.

– O que você disse, Davi?

Ele sorriu, e deu um beijo leve nela.

– Que eu te amo, Megan Lily - ele parecia sério, olhava nos olhos de Megan.

– What the hell - disse Megan, esquecendo qualquer perigo, puxando Davi para um beijo.

Ele estava com pouco equilíbrio, mas mesmo assim a conduziu até a mesa, ainda beijando ela, e esbarrando no porta talheres que tinha em cima, fazendo barulho ao cair no chão. Eles sequer olharam.

Megan enroscava um braço no pescoço de Davi e com o outro segurava-o pelas costas. Davi arfava, segurando ora o rosto dela, ora a puxando mais pela cintura. Parou um instante de beija-la e a olhou admirado. Ela ainda perdida com o beijo.

– Minha bad girl.

Eles sorriram. Ele pegou o rosto dela com as duas mãos, e encostando o rosto dele com o dela, ele respirou fundo. Foi dando beijos na buchecha, descendo pelo maxilar até chegar perto da orelha, que ele deu uma mordidinha. Megan soltou um sorriso. Segurando ele pelos ombros acompanhava o movimento dele, que agora se ocupava do pescoço dela.

Foi quando alguém girou a maçaneta tentando entrar. Salvando eles do flagra graças ao garfo que Davi colocou.

A cozinha de Megan tinha ainda uma porta de saída para a varanda, para que os lanches fossem servido em uma área perto da piscina, sem ter que atravessar toda a casa, e nem demorar. E ela puxou Davi para aquela saída, se encostando na porta de madeira do lado de fora. Davi que nada entendia, olhava para os lados perdido. Entravam na cozinha Arthur e Manuela.

– Para onde eles foram? - perguntou Manuela em tom furioso.

– Não sei. Devem ter saído para outro cômodo como o Ernesto falou - disse Arthur em um tom mais calmo.

– Exatamente. Vocês estão perdendo tempo procurando eles aqui. Lembro de vê-los passando entre os convidados enquanto Jonas anunciava a gravidez da Veronica para todos. - uma tática adotada por eles, quando escutaram o barulho de talheres caindo no chão assim que Arthur chegou da portaria. Jonas fez um verdadeiro alarde, chamando a atenção de todos, com tom sério, dizendo que se tratava de algo que mudaria os rumos da familia, da Marra, talvez da economia internacional. Mantendo até mesmo Manuela atenta. E quando revelou ser o nascimento de outro herdeiro, ela bufou e puxou o braço de Arthur para conduzir até cozinha.

– E posso saber por que a porta estava emperrada? - ela questionava Ernesto, anda furiosa.

Na varanda, Megan estava com o coração na boca, mas Davi parecia nem se importar. Ele deixou de tentar entender, olhou para cima, olhando a lua e depois Megan, sorrindo.

– A lua me traiu...hahahah

– Shhh - fez Megan soltando um risinho. A adrenalina era tanta, que ela achou motivante. Adorando o perigo da situação, Megan puxou Davi pelos ombros, para outro beijo. Ele a encurvava para trás, mantendo o máximo de contato com o corpo dela, com suspiros e gemidos, eles pareciam longe da confusão se formando na cozinha.

– Não entendi o que você quis dizer, Manuela - Ernesto fez o desentendido.

– Ernesto, você está a noite toda me testando - ela disse entre dentes.

– Calma, Manuela. Qual o problema? - perguntou Arthur colocando as mãos na cintura e a olhando intrigado.

– Arthur, por favor, pensa. Esses dois estavam aqui, porta emperrada, barulho forte....

Nesta hora, Davi prendia Megan na porta, subindo os braços dela para cima e batendo com a mão dela na porta enquanto imobilizava.

Manuela olhou para a direção do barulho. Ernesto ficou alarmado "não, esses dois não podem estar ali".

– Que barulho foi esse? - perguntou Manuela bem perto da porta, assustando Megan, que afastou Davi por um instante.

– O BARULHO! É claro. Vem cá Manuela - Ernesto pegou ela. Você disse que a porta estava emperrada, certo? Foram os talheres. Um deve ter ficado perto da porta e emperrado.

Ela o olhava com raiva, Arthur franzia a testa.

– E o que foi que derrubou os talheres?

Ernesto abriu a boca pensando no que ia responder, quando Juliéne apareceu aflita na porta.

– Juli, achou Megan lá dentro? - perguntou Arthur.

– Nem cheguei a procurar. Você precisa vir para a sala.

E ela saiu sendo seguida pelos outros três. Todos imaginando que se tratavam de Davi e Megan.

Enquanto Megan enfim respirava aliviada. Olhou para Davi, ele ainda estava com um sorrisinho.

– Lua vá iluminar os pensamentos dela, fala para ela que sem ela eu não vivo, viver sem ela é meu pior castigo..

Ele olhava ela de forma intensa.

– Você não me ama mais mesmo, Megan?

– Davi..- ela respirou fundo - precisamos sair daqui, voltar para a festa. Já fiz loucura demais.

– Nãããnnn...- ele a pressionou mais a porta - fica aqui comigo. Vamos ficar juntos. Você larga Arthur e eu crio seu filho.

Megan sentiu aquela frase como uma facada.

– Davi...não faz isso.

– Megan, eu posso ser um ótimo pai, sou melhor que Arthur em muitas coisas - ele falou piscando para ela - ser pai também.

– Eu..não posso. - ela afastou ele.

– Então é isso? - ele aumentou o tom de voz - você realmente não me ama mais?

– Shhhh fala baixo. Não é que eu não te ame. - ela colocou as mãos no rosto dele, fazendo ele se concentrar nela - é que eu não consigo...não posso mais me enganar.

– Então você me ama? - ele falou com a voz grogue e com cara de carente.

– Não...faz isso, Davi. - ela olhou para os lados e respirou fundo - A ultima coisa que consigo agora, é te amar. Desculpa.

Davi fungou, e enterrou a cabeça no cabelo de Megan, inalando o cheiro do perfume dela no pescoço.

– Não, Megan. Você não pode deixar de me amar. Você ama o Arthur? - ele levantou a cabeça rápido, olhos vermelhos.

– Não - ela sorriu - ele eu não amo - Ok. Agora precisamos voltar.

– No way, vamos ficar aqui até eu recuperar o seu amor.

– No, Davi, se eu não voltar lá para dentro agora, eu vou é te odiar! - Megan foi dura com ele.

– Por que? - foi Davi quem segurou o rosto dela entre as mãos agora.

– Porque você vai me deixar em um problemão, e só eu quem vou responder. Volta para lá e aja como o meu irmão, que é o você é.

– Não - ele cruzou os braços.

Ela percebeu que ele não faria nada certo, enquanto bêbado.

– Por favor, Davi, não me magoe mais.

Megan abriu a porta e entrou na cozinha, escutando a voz de Danilo.

– O que ele está fazendo aqui?

Davi chegou perto.

– Onde está meu paletó?

– A sua cara está marcada com batom. Vem aqui.

Megan limpou o rosto dele e tentou ajeitar o seu. Mas sem batom, resolveu inventar algo caso alguém perguntasse. Pegando Davi pela mão, carregou ele até a sala.

Na sala, Danilo cumprimentava todos os convidados.

– Arthur, dá cá um abraço.

Arthur esticou o braço afastando Danilo antes que ele se aproximasse.

– O que você está fazendo aqui?

– Ele não foi convidado? - perguntou Jonas, chegando perto deles - Mas ele não estava responsável por toda a preparação da vinda de vocês? Qual o problema de vir a recepção?

– Pois é...- Arthur começou a se enrolar - eu estou surpreso, mas é que..

– Por que...? - Danilo sorria enquanto via Arthur se enrolar.

– Ele disse que ia viajar. - Juliéne emendou - Quando liguei perguntando se confirmava a presença, ele disse que ia sair com uma filha de embaixador bem no dia. Qual era mesmo?

– Certo - Danilo olhou a empregada de Arthur contrariado - ninguém se importa. Eu cancelei tudo para ficar aqui com minha família.

Danilo abraçou Jonas, que ficou imóvel e esperou ele o largar.

– Não é para tanto, Danilo.

– Desculpa tio.

– Para de me chamar de tio.

– Mas você é meu .... - Jonas já tinha se virado.

A médica segurou ele pelo braço, quando tentou escapar atrás de Jonas.

– Você, querido - ela sorriu e largou ele passando a mão no braço onde segurara - vai sair daqui agora - ela disse entre dentes, fingindo um sorriso amável.

– Eu - ele falou entre dentes, olhando para ela e Arthur - não saio. Ainda mais com a dificuldade que foi entrar.

– Escuta, Danilo, ou você sai por bem, ou por mal. - disse Arthur. Manuela e Ernesto escutavam discretamente a conversa.

– Por mal it is! Fala galeeera. - ele saiu para o meio da sala falando com todos - cadê a minha primata? Quero dar uma abraço nela!

– Danildo? - Megan chegava na sala de olhos arregalados e um Davi carregado pela mão, com um sorrisão, acenando para todo mundo.

– Megan - ele desceu e foi até ela - sentiu minha falta?

– Oh - ela colocou a mão livre no peito. Ela realmente sentira.

– OK, já chega por hoje. Acho melhor você vir comigo Megan - disse Juliéne tentando pegar ela pelo mão que segurava Davi. Mas ele não largava. A olhou feio e fez "não não" com a cabeça - você precisa...sabe...vamos?

Juliéne não queria contar que ela estava grávida na frente de Danilo.

– Isso mesmo, Megan. A festa acabou para você. - Disse Arthur no ouvido dela, por cima de Juliéne que estava do seu lado e foi para trás.

Quando ela olhou para Arthur, escutando um "iiiihhh" do Danilo, que previa uma atitude de Megan, veio a surpresa.

– NÃO MESMO, Megan fica - era Davi, que não largava a mão dela e agora abraçava ela pelo pescoço - tira ela da festa não. É a dona. Fala para eles, maninha - ele disse isso piscando para Megan que o olhava surpresa. Arthur deu um passo para trás, Manuela rangia os dentes. Ernesto desabotoava outro botão da camisa. Jonas do outro canto escondia o rosto no ombro de Veronica.
– Rapazes - interveio Pamela - acho que terei de concordar com Arthur e a...

– Juliéne - falaram Megan e Danilo ao mesmo tempo.

– Juliéne? Nome frances, hã? Então. Megan ainda está nas primeiras semanas de gravidez, muitos enjoos, pressão baixa, certo? - ela olhou para a médica pedindo aprovação. Mas essa só balançava a cabeça de forma negativa, fechando os olhos - não? - olhou Arthur que apertava os lábios e colocava a mão nos bolsos.

Na frente de Megan, um Danilo olhava todos intrigado.

– Espera, a Megan está grávida? E de quanto tempo?- ele sorriu. Então viu a expressão da cara dela, olhou para Davi ainda pendurado nela, de olhos fechados.

– Quase três semanas.

Danilo olhou para a prima, Arthur olhava para baixo. Ele lembrou das ligações, os enjoos, ela no hospital daquela vez que soube de Davi, ela dizendo que não bebia mais alcool, que ela contara que não dormia mais com Arthur. Megan então notou o que se passava. Ele percebeu. Danilo olhava de Megan para Davi.

– HAHAHAHAHAHA - Danilo ria com gosto - demais. Você está grávida. Vem cá Davi, deixa eu parabeniza-lo!

Megan ficou lívida.