Cigaretts and Valentines escrita por Grace


Capítulo 8
I Love Your Smile


Notas iniciais do capítulo

Ooooooi!!!
Dessa vez eu não demorei né? Hahahaha
Obrigada por todos os comentários, e nesse capítulo, aparece alguém "novo".
Continuem comentando!
Boa leitura, beijos!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/558951/chapter/8

_Tobias, sério, eu não aguento mais correr - eu disse, com muita dificuldade. Tobias era incansável. Nós estávamos correndo faziam quase duas horas, e ele não aparentava cansaço. Ele parou, me olhou e depois deu uma risada.

_Você aguentou mais do que eu achei que aguentaria. Parabéns, Tris. Não achei que você duraria uma hora na corrida.

_Não acredito que você fez mal juízo de mim - eu fiz cara de emburrada, mas não dei conta e comecei a rir. - Eu posso ser sedentária, mas nem tanto.

Nós caminhamos até uma barraquinha de cachorro quente, onde Tobias comprou duas garrafas d'água. Ele me deu uma delas.

_Eu não fiz mal juízo de você... é só que você não tem cara de quem consegue correr por duas horas. - ele fez uma pausa e colocou uma mecha do meu cabelo, que havia se soltado, por trás da minha orelha.

_Não costumo correr duas horas, mas eu faço academia, e embora eu não vá todos os dias, não sou totalmente despreparada. - eu disse, justificando e fazendo com que ele risse mais ainda.

_Vem, vamos sentar ali debaixo daquela árvore, aí você descansa um pouco.

Nós começamos a nos dirigir pra lá. A árvore era alta, cercada por grama e por folhas. Parecia um lugar legal para passar um tempo conversando. Infelizmente, nós não conseguimos chegar lá.

_Olha só quem eu encontro aqui - um cara com uma cara não muito agradável se coloca na nossa frente, na metade do caminho. Ele, na minha opinião, era um cara assustador. Tobias me pareceu ficar irritado. - Justo com a pessoa que eu estava querendo falar.

_Fala logo, Eric, que eu estou ocupado - Tobias foi rude. Eric. Eu conhecia esse nome. Acho que era o primo que ficaria com a empresa, caso Tobias não casasse logo.

_Nossa, tem alguém nervosinho... - ele começou a rir. Vi Tobias cerrando os pulsos. Me agarrei ao braço dele antes que ele fizesse qualquer coisa idiota. Eric pareceu perceber que Tobias não estava para brincadeiras, então, resolveu falar logo - Antes que você perca a sua paciência, foi seu pai que me mandou atrás de você. Ele pediu para avisar que hoje vai ter um evento beneficente, em prol de alguma coisa que não me interessa, e ele acha que você devia ir. Aqui estão os convites.

Eric entregou dois convites para Tobias. Tobias os pegou rapidamente.

_E meu pai te mandou avisar de última hora? - Tobias perguntou, já sabendo a resposta.

_Na verdade, era pra ter te avisado quinta, mas eu me esqueci. E ontem, quando fui atrás de você, você já tinha ido embora. - Eric deu de ombros.

_Existe uma coisa chamada celular. Da próxima vez, ligue. - Os olhos de Tobias estavam atentos, mas pareciam extremamente irritados.

_Tá legal, tá legal... mas ouvi dizer que você estava com a sua namorada... não quis atrapalha, só isso. - ele sorriu pra mim, que continuei olhando pra ele sem esboçar emoção nenhuma. Se Tobias não estava sendo gentil, eu também não seria. - E olha primo, muito bonita ela.

Tobias fingiu que não escutou, e disse um tchau rápido e frio para Eric. Nós seguimos nosso caminho, mas não estávamos mais indo para a árvore, e sim, para casa. Nosso passeio de sábado tinha acabado de terminar.

_Seu pai está mais te intimando a ir, do que pedindo, não está? - eu perguntei, quando já estávamos próximos do carro.

_Sim, com toda a certeza. E seria ótimo para Eric se eu não fosse. Na verdade, se nós não fossemos. Dois convites. Um para cada um de nós. - ele suspirou - Minha família está doida pra te conhecer, Tris. Desde que viram a notícia de que estávamos juntos. Vai ser chato, mas você se importaria de ir?

_Não, não me importo. Você foi naquela chatice de jantar da minha família, vou com você, com toda certeza. E outra, sério, estou adorando esse negócio de ser sua namorada. Adoro a atenção que eu estou ganhando - eu disse e ele riu. Embora isso fosse um pouco de verdade, eu disse mais para fazer ele rir. Tobias estava irritado ainda.

_Você é inacreditável, sabia? - ele riu - Você sabe que chama atenção, independente se eu estiver junto, ou não.

_E outra, adoro ter motivos para me enfeitar toda. Vestidos, saltos, cabelo, essas coisas todas. - ele riu mais ainda - Com qual tipo de roupa devo me apresentar?

_Traje fino, com certeza. Sabe aqueles acentos beneficentes, que só servem para um fazer mais graça que o outro, se mostrar mais que o outro e para aparece, e que no fim, ninguém tá nem aí pra verdadeira causa do evento? Então... bem vinda a essa chatice.

Eu fiz uma careta. Eu conhecia bem esse tipo de pessoas.

_Seus pais vão estar lá? - eu perguntei.

_Vão, com toda certeza. Minha mãe e meu pai adoram esse tipo de publicidade. - ele revirou os olhos. Tobias parecia ser bem diferente dos pais.

_Então vou conhecer a minha sogra? - eu perguntei, rindo. - Me fala a cor favorita dela, aí eu já começo abrandando aí.

_Rá! Minha mãe pode ser perua, mas ela vai te adorar, te garanto. Ela costuma gostar de todo mundo que é bonito e rico.

_Que horror - eu disse, realmente pasma.

_Brincadeira. Mas ela vai te amar só se achar que eu estou feliz com você. Ela já me disse muitas vezes que achava que eu era sozinho demais, e que ela ia amar qualquer uma que me fizesse sorrir.

_Dê sorrisos bem bonitos hoje. - eu disse, entrando no carro.

_Pode deixar - ele disse, sorrindo pra mim - Que tal esse, gostou?

_Gostei, mas não foi aquele seu sorriso charmoso e cafajeste, que, na minha opinião, é o mais bonito. Esse de agora foi o de um menino que fez arte.

Ele caiu na risada.

_Não sabia que você prestava atenção nos meus sorrisos. - ele piscou pra mim, e deu o sorriso que eu tanto amava.

_Eu presto. E muita. Então trate de dar esse sorriso para a sua mãe, e acrescente o tanto que eu sou legal, engraçada, companheira e essas coisas todas.

_Rá! Pode deixar. - ele disse, e depois começou a cantarolar Aerosmith. Ele me deixou em casa alguns minutos depois. Nós nos despedimos e combinamos que ele passaria para me buscar as nove. Desci do carro.

Destranquei a porta e entrei em casa. Nita e as coleguinhas dela estavam sentadas no sofá, comendo, bebendo e fofocando.

_Olha só quem já voltou pra casa - Ele provocou, fazendo com que as amigas rissem - Terminou com o namorado, foi?

_Eu? Não, de forma alguma. Estamos muito bem.

_Ele cansou de você por hoje? - ela disse, rindo.

_Hum... não. Voltei porque tenho que me arrumar. - eu dei um sorriso. Era hora de dar o troco. Nita amava eventos como esse que eu ia, já que ela começava a se achar importante - Fui convidada para um evento beneficente, sabe? Só gente importante foi. Você não foi convidada? Não acredito que não te chamaram para o cargo de boba da corte.

Vi os olhos dela se estreitarem de raiva. Me virei e comecei a subir as escadas. Um a zero pra mim. Nita tinha que aprender que ela não era nada, e que ela não podia falar o que quisesse pra mim e ficar ilesa. Atingir o ego dela era a chave para os problemas.

Tranquei a porta do meu quarto e entrei no banheiro. Tomei um banho demorado e gelado, e fiquei lembrando do sorriso de Tobias. Nem mesmo eu sabia que eu reparava tanto no sorriso dele. Eu provavelmente reparava porque era bonito. Ele realmente devia sorrir mais.

Depois do banho, coloquei uma camiseta e um short, fui até a cozinha procurar alguma coisa pra comer, e voltei para o meu quarto com cookies e cappuccino. Estava cedo ainda. Peguei um dos meus livros de poemas, e abri em uma página qualquer. Quando li a poesia aleatória, me surpreendi. Falava sobre sorrisos, sobre a vida... me lembrei de Tobias.

“Entretantos. Entre tantos momentos, pensamentos, acasos, casos. Entre tantas histórias, tantas memórias, tantas horas… Ali estava o teu sorriso, fazendo pouco de minhas forças. Entre tantas falhas, tantos canalhas, tantas esquinas, corações, emoções e meninas… Eu vi o teu olhar destacando-se como caneta amarela. Entre tantas belezas, incertezas, risadas, poesias, ironias e cantadas… Senti o teu carinho como vento formando ondas. Entre bilhões de gente e poucas pessoas, entre tantos desejos, loucuras e vícios, é você que eu quero. Mas ainda convivemos entre tantos “entretantos” que a vontade de seguir adiante se limita ao coração, pois minhas pernas cansaram-se de tantas vírgulas. Entre tantos tempos, tantas paixões, tantas rimas, tantos sentimentos ainda mais ranzinzas que os meus… Ainda te espero, ainda te escrevo, ainda te amo, ainda sou e pra sempre serei somente teu.”

Com um sorriso no rosto, coloquei meu celular pra despertar um pouco mais tarde, me joguei na cama e fechei os olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero comentários!!!