Living In The Moment escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 3
Capitulo 3 - Pé na Route 66


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Me desculpem pelo atraso, me desculpem mesmo, mesmo, mesmo. Olha talvez eu consiga justificar, ou só encha linguiça.
Segunda, acabou a energia na minha cidade toda, toda. Mal de cidade pequena.
Terça, eu viajei.
Ontem, tive médico!
Olha, não sei se tem erros se tiver me desculpe. e, avisem please.
Espero que gostem!
Bjs!



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Depois que sai da casa de Katniss, fui para minha, tomei café e um remédio para ressaca, tomei um banho e fiz uma coisa que eu não me lembrava a ultima vez que havia feito, vesti uma polo, calça jeans e um tênis.

Quando cheguei na empresa, todos estranharam, afinal além de estar chegando bem tarde, estava vestido informalmente. Quando avisei Glimmer que tiraria ferias, ela faltou pegar um termômetro para medir minha temperatura, perguntou se queria que avisasse a alguém e eu pedi para avisar meu pai no dia seguinte, e saísse de ferias depois, sabia que estava a muito tempo sem ferias também.

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–Vamos, Peeta, vamos! Você é pior que uma mulherzinha! - exclama Katniss apressada, da sala da minha casa.

Ela chegou esmurrando a porta por volta das 8:30, semicerrou os olhos para minha aparência de 'acabei de acordar', ergueu as sobrancelhas e negou com a cabeça em clara negativa e mandou me arrumar.

–Estou indo, apressada! - exclamo e escuto passos se aproximando e logo um Toc, toc na porta.

–Cê ta vestido, avestruz? - bufo e emito um som confirmando. Ela acaba de me conhecer, invade minha casa e meu quarto assim. Okay, eu também invadi a casa dela. - Desculpe pela invasão. - pede com cara de tédio. - Oh, meu Deus! Suas malas ainda não estão prontas?!

–É. Eu... - estende a mão me obrigando a calar.

–Não precisa de muita coisa, não... - revira os olhos - Não é que vamos passar pouco tempo, mas você não quer comprar nada na Route 66? - semicerro os olhos e assinto. É estranho e engraçado como toda vez que ela fala da tal Route 66, ela se anima e seus olhos brilham.

Ela começa arrumar as MINHAS coisas, como se fossem dela ou eu tivesse dado autorização. Logo, ela termina.

–Pronto? - pergunta, assinto. Ela vai buscar suas malas, enquanto fecho toda minha casa, desligo o gás, tiro algumas coisas da tomada, pego minha mala e sigo em direção ao elevador, quando estou chamando o elevador, ela aparece, carregando uma mala apenas. E, pela primeira vez no dia reparo nela, vestida com uma blusa preta com branco escrito 'Don't Worry, Be Happy!', um short jeans azul desbotado e um all star de couro preto. Uma trança frouxa de lado e agora, um óculos de sol, RayBan no seu rosto. Entramos no elevador e seguimos para a garagem. Katniss me segue ate a minha Mercedes Benz SLK 250. Abro ele e começo a guardar as malas. Ela me olha boquiaberta.

–Esse é seu carro? - assinto - Uau... Yeah! Sempre amei conversíveis. Deixa eu dirigir? Depois a gente revesa, deixa eu dirigir, deixa, deixa vai... - implora.

–Não, Katniss, ele é meu bebê. Nem tente...

–Mas, Peeta... - tenta fazer uma voz melosa, mas graças aos Céus, falha miseravelmente. - Deixa, Peeta. Só um tiquinho, por favor! - faz biquinho.

–Okay! Vamos fazer assim, agora eu dirijo, mas em algum momento eu passo para você. - dou por vencido e ela comemora. Entramos no carro e dou partida. Sigo para o inicio da estrada.

–Route 66, ai vamos nós! - grita animada Katniss, rio do seu jeito.

Sigo ao sul, passando pela antiga cidade de McLean, que servia como ponto de parada para caminhoneiros, e sigo pela região de mineração de carvão de Illinois.

–Se quiser ligar o som... - falo para Katniss, que logo liga o som conectando a uma rádio que esta tocando Demons do Imagine Dragons.

Por reflexo, me viro para olhar Katniss que cantarolava American Idiot, mas se calou com o fim da música. Me assusto e surpreendo ao ve-la de pé, isso ai, de pé com o carro em movimento, cantarolando Living In The Moment do Jason Mraz, os cabelos ao vento e um sorriso de orelha a orelha.

–Senta, Katniss, senta! - ordeno e ela claramente me ignora. -Você é louca, garota, senta aí!

–Eu não sou louca, sou livre! - claro, livre, claro. Essa garota é louca, isso sim. - Estou apenas vivendo o momento. Escute a letra da musica. - ordena e começa a cantar. -
Se esta vida é um ato.
Por que colocamos todas essas armadilhas?
As colocamos bem no nosso caminho
Quando só queremos ser livres
Não vou perder meus dias
Criando todos os jeito
De me preocupar com todas as coisas
Que não irão acontecer comigo
Então deixo pra lá o que sei e não sei
E sei que só vou fazer isso para
Viver o momento
Viver a minha vida
Tranquilo e alegre
Com a paz em minha mente
Com paz no meu coração
Tenho paz em minha alma
Onde quer que eu vá, já estou em casa
Vivendo o momento. - escuto calmamente - Viva o Momento, Peeta! - ela grita, depois de um tempo, se senta novamente e eu respiro aliviado. - Essa poderia ser a nossa música... A música da nossa viagem.

–Qual é, Katniss!? Essa musica não tem nada haver com a Route 66. Deveria ser um Rock ou Country, principalmente Rock. - ela revira os olhos. - E, ter uma música tema para algo é tão 16 anos, é brega, Katniss! - comento indignado.

–Okay, okay! Nada de música tema.. Mas, eu ainda acho que a letra dessa música diz TUDO. - exclama enfaticamente.

–Ta, ta... - reviro os olhos. - Você já reparou que estamos fazendo uma viagem juntos e não sabemos praticamente nada, um sobre o outro. - comento curioso.

–Bem, eu sei que seu nome é Peeta Mellark, filho do dono da empresa Mellark's, terminou um relacionamento ontem de ontem, e tem uma vida incrivelmente chata e cansativa. Um tédio, engravatado! - reviro os olhos. Será que vou passar a viagem toda assim? Revirando os olhos?

–Tradução, você não sabe nada sobre mim. Mas, se você acha que sabe... - dou de ombros. - Mas, eu não sei sobre você, então pode começar.

–Okay, sou Katniss Everdeen, 22 anos. Huum, minha cor preferida é laranja, como o pôr-do-sol e... Ah, não sei falar sobre mim, você esta viajando comigo, vai dar tempo de você me conhecer por conta própria. - dá de ombros, assinto. - E você?

–Mas, não foi você quem disse que me conhece? - pergunto fazendo-a revirar os olhos. - Huum... Peeta Mellark, 23 anos, natural de Chicago mesmo, não tenho cor preferida e...

–O que? - ela me interrompe exaltada. - Não tem cor favorita? Isso é um absurdo, Mellark! Nós vamos arrumar uma cor para você nessa viagem.

–Ah, por favor, né Katniss! Cor favorita é algo desnecessário, é algo adolescente, para que cor favorita, me poupe. - exclamo irritado e vejo pelo canto dos olhos ela revirando os seus.

–Banda Favorita?

–Imagine Dragons e a sua?

–Oh, pelo menos uma banda favorita você tem, avestruz?! Que bom. - sorri irônica - A minha é Paramore ou Green Day.

–Indecisa, Katniss? - ergo as sobrancelhas.

–Ahh, por favor. Isso é tao chato. Pare de me chamar de Katniss, apenas Kat ou Niss, mas nada de Katniss, okay? - pede aumentando a duração de fala do seu nome.

–Okay, Kat! E eu como vou ser chamado?

–Como quer ser chamado? - interroga.

–Você que sabe... - dou de ombros.

–Okay vou decidir! - fala por fim.

Só não caímos no completo silêncio, pelo rádio que tocava uma ótima playlist. Depois de um tempo, avistamos alguns restaurantes de estrada dos velhos tempos que ainda estão de pé. Observo o relógio, 12:30, hora de parar para almoçar. Paramos num desses restaurantes e nos impressionamos, a comida era maravilhosa, claro. Mas, o incrível eram aquelas fotos da Route 66 tempos atras, aquela decoração, fotos dos Cânions, era tudo incrível, estava particularmente adorando. Pagamos a conta e vamos indo em direção ao carro, quando estou para entrar do lado do motorista, escuto Katniss.

–O que você pensa que esta fazendo? - semicerra os olhos, me preparo para responder quando ela prossegue. - Falou que ia me deixar dirigir, e engravatados não voltam atras com suas promessas, nem tente. - bufo, sigo para o outro lado e entrego as chaves do carro para ela.

–Cuidado, ele é meu bebe, tudo que eu tenho de mais precioso, por favor, Katniss! - junto as mãos implorando.

–Ta bom, ta bom... Não pretendo acabar com seu carro, calma. - saiu do estacionamento com o carro e começou a seguir.

–Você é mulher, mulheres sempre acabam com carros. - ela me dá um tapa nada fraco na nuca. - Aí! Eii, não tire as mãos do volante. - ordeno fazendo-a revirar os olhos.
Continuamos a viagem calma e tranquilamente, admirando as paisagens, em sua maioria, naturais.

–Eu sei que você falou que isso é coisa de adolescente, mas... PRECISAMOS achar uma cor favorita para você. - exclama enfatica, fazendo-me revirar os olhos. - Olha, pense em cores, e o que elas significam para você, como por exemplo o laranja para mim, ele representa o por-do-sol, que representa o quanto as coisas simples são as melhores e...

–Duvido!? As coisas simples, as melhores... Ah, por favor, né Kat?! - interrompo-a com deboche. - Nunca! - vejo ela se preparar para retrucar, mas uso toda a infantilidade que possuo e começo. - Nunca, nunquinha, nuncão, nunquinha, nunca, nuncão, nunca, nunquinha... - vejo-a revirar os olhos e ficar cada vez mais irritada, mas olha apenas fixamente para a estrada.

Passamos algum tempo, horas na verdade, apenas ouvindo musicas e observando a paisagem, paramos apenas uma vez. Já são aproximadamente 17:30.

–Quantos Pores-do-Sol, você já viu? - pergunta Katniss de repente.

–Que tipo de pergunta é essa? Humpft... - Ela apenas me olha com cara de tédio, bufo, pego meu celular e calculo... 365 * 23= 8395 - Bem, em 23 anos de vida, foram bem mais de 8395, acho...

–Ai, meu Deus - Katniss põe a mão na testa e revira os olhos - Ohh, avestruz bêbado, não são quantos dias de vida você já viveu, e sim... Quantas vezes você já parou o que quer que estava fazendo e observou a magnitude do Pôr-do-sol...- Não respondo - Foi isso que pensei... Estava tão ocupado com Harvard, a grande empresa Mellark's e dinheiro que nunca parou para analisar que a melhor coisa que existe, vem de graça para nós, todos os dias. - balança a cabeça, como se dissesse que sou um caso perdido.

E, no meu profundo, espero não ser realmente perdido, espero que ela não desista de mim, mesmo que eu tenha passado as ultimas horas sendo marrento, agindo como se a culpa de tudo fosse dela, essa viagem esta sendo perfeita.

Analiso bem tudo o que ela disse, e é a mais profunda realidade, o pôr-do-sol é algo divino, toda aquela mistura de cores no céu, amarelo, laranja, azul, vermelho, rosa... É algo divino, incrivel, e só de pensar na imagem do céu na bela transformaçao do dia para noite, me sinto sorridente. Eu gastei tanto tempo em escritorios, salas de aulas, afundado em papeis e mais papeis, que nunca realmente parei para ver o por-do-sol.

Vejo que Katniss falou isto no momento certo, o sol esta começando a se pôr, Kat estaciona o carro no acostamento, sai do carro e se senta no capô, faço o mesmo. Ficamos observando o por-do-sol em silêncio.

–Sabe, meu pai me ensinou a olhar o sol se por, me ensinou o quanto esta é a melhor coisa que existe, e que a natureza com toda sua simplicidade nos oferece coisas incríveis, e pode ser que você não esteja acostumado a isso, mas é isso que a 66 nos oferece. Essa sensação de liberdade que ela nos dá, são nossas cartas de alforria, Peeta. E, se você chegou até aqui, não pode simplesmente se deixar escravizar de novo. - ela sorri sincera, me fazendo sorrir também. - Se eu te trouxe nessa viagem, se te dei a ideia de viajar, é porque não quero que desperdice sua liberdade de ser você mesmo, mas se o verdadeiro Peeta - bate o dedo no meu peito. - for um engravatado chato, tedioso, que não entende o valor das coisas simples, pode pegar seu conversível, dar meia volta, regressar para Chicago, que eu aproveitarei minha Alforria sozinha.

–Eu quero, eu vou aproveitar essa viagem, aproveitar minha liberdade, eu vou. - afirmo decidido. - Meu problema é que foi assim que eu fui ensinado, seu pai te ensinou o valor das coisas simples, o meu me ensinou que coisas simples são para os fracos, e que o céu é o limite, que ele não serve para ser observado, e sim alcançado. Que a natureza só serve para termos seus recursos a nosso favor. Eu quero pensar de uma forma livre, eu quero aproveitar minha alforria, eu só preciso de ajuda para ser livre, eu não sei ser assim.

–Seu pai tem um bom ponto de vista, uma pessoa consegue ser muito feliz se seguir seu pai, se o ponto de vista dessa pessoa é que o dinheiro esta acima de tudo. Eu posso te ensinar a ser livre, a aproveitar, mas você tem que viver o momento, Peeta. Me prometa que vai viver o momento, e eu prometo que estarei ao seu lado para te mostrar o que é viver o momento.

–Okay, Eu vou viver o momento, Kat! - falo meio sem fé.

–Mais animo, Avestruz! Parece que esta declarando que vai se suicidar, aí! Exclame, grite, viva essa decisão.

–Eu vou viver o momento! - grito mais animado.

–Isso, pequeno gafanhoto, isso! Agora, vamos! - diz me puxando pela mão para o carro.

–Se decida, Kat! Que animal eu sou? - falo quando ela já começou a dirigir. - Ou sou um avestruz, ou um gafanhoto.

–Até o fim dessa viagem você já terá sido um zoológico inteiro, querido! - responde risonha, com direito a uma tonelada de ironia no 'querido'.

Ligo novamente o rádio, dessa vez mais animado cantando junto todas as músicas de AVICII a Jake Bugg. Logo, avistamos a placa de Springfield, e Kat solta um grito, me assustando.

–O que foi, sua louca? - questiono assustado.

–Estamos em Springfield, estamos em Springfield! - cantarola cada vez mais animada.

–E daí?

–Ahhh Avestruz, Springfield é a cidade dos Simpsons. - responde ainda animada, me fazendo franzir o cenho.

–E daí? O que que tem? - pergunto sem fazer questão deixando-a boquiaberta.

–Sabe, os Simpsons, aquele seres amarelos, o Bart, a Marge, Lisa, o Homer. - continuo olhando-a sem fazer questão. - Oh, meu Deus! Se eu tivesse vindo com uma criança de 9 anos teria sido melhor.

–Se eu viesse com uma criança de 9 anos não faria diferença, estou viajando com uma mulher de 22 que tem mentalidade de uma criança de 9. - respondo, fazendo-a revirar os olhos.

Chegamos em Springfield, a capital do estado e Kat segue com o carro direto para um Hotel, deixamos meu bebe na garagem e entramos.

–Boa Noite! Posso ajudar? - pergunta simpaticamente uma atendente.

–Queremos dois quartos de solteiro. - pede Kat.

–Ah, sim. - digita no computador. - Temos os quartos 305 e 306, pode ser? - Questiona já estendendo as chaves para nós, assentimos, nos registramos e pegamos as chaves, quando estamos indo para o elevador, ouvimos a voz dela. - Vocês são um belo casal! - Katniss ri, enquanto nos viramos novamente para ela.

–Não somos um casal! - respondo um pouco mais rude que gostaria.

–Oh, me desculpe, eu... - cora de vergonha.

–Tudo bem! - diz Katniss.

Entramos no elevador, seguimos para o 3° andar. Quando chegamos, me encaminho para a porta do meu quarto e Kat para o dela. Quando já estou entrando, escuto a voz dela.

–Peeta, tome um banho, descanse... Daqui a pouco passo ai, Springfield deve ter algo de bom para nós. - sorri animada.

–Okay! - entro.

Eu posso não saber usar minha carta de alforria, mas Katniss sabe, e sei que durante os próximos dias, mesmo que o céu seja usado apenas para observação, ele será o nosso limite.


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Notas finais do capítulo

Oq acharam? Eu esperava mais dele, mas não sei. Espero que tenham gostado! Infelizmente, não consegui responder todos os reviews, vou responder agora.
Obg a todos q comentaram.
Deixem suas opiniões, please!
Bjs!