Anna Prior - Em Busca de um Passado Esquecido escrita por Isa Medeiros


Capítulo 19
Capítulo 18 - Qual é a palavra-chave?


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeeeeee
AI MEU DEUS A FIC RECEBEU UM RECOMENDAÇÃO AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
VOCÊS ACREDITAM NISSO??????
CARA, E QUASE 70 COMENTÁRIOS!!!!!!!!!!!!!
Eu to surtando, surtando mesmo, eu nunca tive uma fic que fez tanto "sucesso"!!!!!!!
MUITO OBRIGAAAAADA LEITORES DIVOS!!!!!!
Ok, estou trazendo um capítulo novinho pra vocês, espero que gostem!!!!!!!
Boa leitura!



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Puxei FZ pela bainha da camiseta enquanto eu me abaixava, para que ele viesse junto. Depois de alguns cutucões, finalmente conseguimos ficar quietos e abaixados, escutando.

Eu já estava estupefata. Como assim “novo experimento”? Eu havia lido direito? O que eles planejavam fazer com a nossa cidade? Bom, se eu li, direito ou não, a resposta viria logo a seguir.

– O soro já está perdendo o efeito – o homem começou e a mulher voltou seus olhos atentos para ele, assim como eu. Cutuquei FZ para que ele escutasse, mesmo que já estivesse prestando atenção. – A maioria está começando a se lembrar. Depois de analisar todos os dados, chegamos a uma conclusão óbvia: Chicago precisa recomeçar – a mulher assentiu com a cabeça, como se concordasse com cada palavra. Eu já estava de boca aberta, mas, o que ele disse depois, só me deixou mais louca ainda – E, desta vez, não vamos ser piedosos a ponto de jogar o soro da memória, afinal, tem muita coisa em jogo. Vamos bombardear cada centímetro.

Eu quase me esqueci que estávamos nos “escondendo” e me levantei para contesta-lo. Bombardear? Ele só podia estar brincando. Que merda eles pensavam que iam tentar fazer? Só tentar mesmo!

Virei-me e vi FZ quase tão indignado quanto eu. Então uma ideia me veio a mente. Fui me levantando para fazer o que seria a coisa mais louca da minha vida quando FZ me puxou pelo braço e, assim eu ameacei gritar, colocou a mão na minha boca. E eu, é claro, lambi a mão dele.

– Vou aparecer, obrigada – a mulher respondeu. O homem logo assentiu e foi saindo pelas escadas, deixando-a sozinha com os papéis. Assim que eu botei os olhos naqueles saltos que a mulher usava, uma grande e louca ideia me veio a mente.

FZ já tinha tirado a mão da minha boca quando eu virei para ele com os olhos brilhando com de expectativa. Tentei mostrar para ele o que eu iria fazer, mas nem com gestos veementes FZ entendeu. Era um corredor vazio, um banheiro e uma mulher de salto com papéis que nós precisávamos. Qualquer um que somasse dois mais dois entenderia o que eu planejava fazer.

Esperei alguns minutos até que ela resolvesse parar de ler e andar, bem na nossa direção. Os passos dela pareciam os de uma tartaruga, de tão ansiosa que eu estava, e, pra completar, FZ estava me cutucando, querendo saber o que eu iria fazer.

Mais três, dois, um e ela estava na nossa frente. Estiquei a minha mão e, sem fazer muito esforço, puxei o tornozelo dela. Um grito abafado pode ser ouvido ecoando por todo o ambiente e a mulher já estava no chão, completamente apavorada.

Corri até ela o mais rápido possível e coloquei as duas mãos sobre a sua boca vermelha, tentando que os gritos cessassem. Pelo jeito não funcionou, a mulher continuou se debatendo enquanto se recusava a me ouvir. FZ estava tentando me ajudar, mas ainda estava surpreso com o que eu tinha feito, e eu não o culpava, afinal, eu também estava boquiaberta.

– Shhhhhh – tentei, ainda segurando a boca dela e tentando transmitir calma, mesmo com o meu coração aos pulos – Eu não vou te machucar – comecei olhando bem nos olhos da mulher e tentando não engolir em seco – Só preciso desses papéis.

A mulher pareceu finalmente desistir e parou de se debater, afinal, ela era só uma cientista com os cabelos horrivelmente despenteados. Ainda assim, eu deixei a mão esquerda na boca dela. Na verdade, eu precisava de um pouco mais do que aqueles papéis. Fui esticando com cuidado a outra mão, que por sinal estava trêmula, até a pasta e a peguei sem protestos. Mas, logo em seguida, escutei um sussurro em meu ouvido.

– Anna, o que você está fazendo? – soltei um suspiro de alívio ao perceber que a voz vinha de FZ. Ele estava tão perto que, em outra situação eu teria ficado vermelha.

–Salvando Chicago – respondi, sussurrando também. Podia ouvir meu próprio coração martelando contra o peito. Eu tinha que fazer alguma coisa, só não sabia o que. Um segundo depois, uma ideia me surgiu – FZ, veja se o feminino está vazio.

Ele ficou parado, pronto para me contestar, mas mudou rapidamente de ideia, entendendo o sentido do “plano”. FZ se levantou e foi até o banheiro. Eu pude ouvi-lo abrindo todas as portas e conferindo se ninguém estava lá enquanto a cientista continuava apavorada.

Uns minutos depois, ele reapareceu e acenou com a cabeça, me dando a minha resposta. Eu engoli em seco e fechei os olhos, pegando coragem, sabia o que tinha que fazer, só não sabia se eu conseguia.

Passei a mão pela faca presa no cinto do meu short, como se estivesse perguntando silenciosamente a FZ se eu deveria mesmo fazer aquilo. Ele deu de ombros, mas parecia me dizer que tudo bem. Engoli em seco mais uma vez e fui desembainhando-a , que, na verde era uma faca de carne, afiada e com uns trinta centímetros.

– Eu não vou te machucar, prometo – eu disse enquanto ia trazendo a faca para frente com a mão direita e continuava tapando a boca dela com a esquerda. Pude ver o horror em seus olhos, mas mordi o lábio inferior, eu tinha que continuar – Agora eu vou tirar a mão da sua boca, mas você tem que prometer que não vai gritar – a mulher assentiu com a cabeça freneticamente e eu tirei a mão da boca dela de vagar. Ainda estupefata, ela não ousou se mexer.

– Anna... – FZ chamou, eu virei a cabaça, ainda com a faca apontada na direção da mulher. Ele apontou para a porta do banheiro feminino, como se dissesse “Não é melhor você ameaçar uma pessoa dentro do banheiro?”. Assenti com a cabeça, é, era mesmo.

– Só responda algumas perguntas e vai ficar tudo bem – olhei nos olhos da mulher e ela acenou com a cabeça, ainda muda – Ótimo, agora se levante devagar – comecei a me levantar de vagar e ela fez o mesmo, com movimentos cautelosos.

– Entre no banheiro, a última porta é o reservado – FZ especificou, com os braços cruzados e uma “cara de mau” imperdível. A mulher foi caminhando de vagar enquanto eu ainda segurava a faca com a mão direita e apontada na sua direção.

Depois de um punhado de passos, algumas respirações entrecortadas e minutos com uma tensão palpável no ar, finalmente chegamos ao banheiro feminino. Era um banheiro normal, com algumas pias, quatro cabines e uma para deficientes (que era um pouco maior). Sinalizei com a cabeça para que a mulher entrasse ali, ela obedeceu, eu fui logo depois e FZ trancou a porta assim que passou.

– Qual é o seu nome? – comecei, segurando a faca firmemente apontada na sua direção. FZ ainda segurava a pasta e, assim que tivéssemos calma, leríamos tudo aquilo.

– Bruna – ela respondeu, sem hesitar, mas com a respiração pesada. Eu acenei com a cabeça. Na verdade aquilo era um pouco engraçado, considerando que eu tinha praticamente a metade da altura daquela mulher e estava a ameaçando com uma faca.

– O que está escrito nesses papéis? – eu perguntei, cogitando seriamente subir no vaso para ficar mais alta, mas logo a ideia me pareceu estúpida.

– Leia você mesma – Bruna respondeu, dando de ombros. Eu apenas engoli em seco e fui aproximando a faca dela cada vez mais, até estar a centímetros da sua garganta. Seus olhos foram ficando arregalados de pavor, mas, pelo menos, ela respondeu. – Sobre o bombardeamento de Chicago.

Seu tom indiferente me fez ferver de raiva, mesmo já sabendo sobre aquilo. FZ estava boquiaberto e eu também, não, não podia ser verdade. Alguns minutos se passaram com todos mudos, com a respiração pesada e a minha faca pertinho da garganta da mulher.

– Essa reunião – comecei, em voz baixa e com o maxilar cerrado – Quando vai acontecer? – tentei ser dura a medida do possível, mas eu estava tremendo.

– Esta noite, o resto está nos papéis – a mulher respondeu, apontando para a pasta nas mãos de FZ – É só uma cidade idiota. Porque você se importa? – completou, dando de ombros. Juro que, naquele instante a minha vontade era de afundar a faca na sua garganta os centímetros que faltavam.

– Porque eu moro em Chicago – respondi, com a mandíbula cerrada e os dentes rangendo de fúria – E eu tenho uma faca – lembrei, mexendo-a milimétricamente.

FZ parecia estar se segurando para não rir. Eu quase virei a faca para ele daquela vez. Sério? Ele estava rindo? Era engraçado? Suspirei em um claro ato de reprovação.

Mais alguns minutos se passaram, eu não sabia bem o que perguntar. A mulher parecia assustada, mas do tipo que não sabe muitas coisas. Aquele silêncio ruim continuava ali, até que FZ me salvou.

– Qual é a palavra-chave? – ele perguntou, olhando nos olhos da mulher e com a maior cara de detetive. Eu franzi as sobrancelhas, assim como ela. Que palavra-chave?

– Hã? – Bruna disse, claramente confusa. Mas acreditem, eu estava mais. O que tinha acontecido com FZ? Não era para eu fazer as perguntas? Afinal, a faca estava na minha mão.

– Que você sussurrou para o homem – FZ rebateu. Comecei a entender tudo: se era uma reunião secreta, tinha que haver algum tipo de senha, não? E aquilo que ela sussurrou para o homem antes? Era muito óbvio, estava de baixo do meu nariz e eu não havia percebido.

– Não se faça de desentendida – eu ajuntei, com um leve sorriso no rosto. Senti a sua respiração se tornar mais pesada enquanto seus olhos perdiam-se no vazio, como se estivesse se decidindo entre contar ou não. Por fim, depois de um longo suspiro, Bruna mostrou que a sua lealdade não é das melhores.

– Soro do Medo – relevou. Abri um sorriso triunfante, afinal a “senha” era ridiculamente fácil. FZ também estava sorrindo, e, provavelmente pensando que ele tinha “salvado o dia” – E a resposta é “Sem facção”. – completou, baixando os olhos.

– Obrigada, você foi de grande ajuda – completei, com um que de “eu venci”. – E não se esqueça: você não vai para a reunião, entendido? – informei, tentando parecer ameaçadora.

– E se eu for, o que você pretende fazer? – ela desafiou, tentando não sair em completa desvantagem. Pude ouvir uma risada ecoando pelo banheiro, assim que virei a cabeça e vi que ela pertencia a FZ. Mas, antes que eu o repreendesse, ele ajuntou.

– Se eu fosse você – começou, em um tom mórbido – Eu não tentaria descobrir em que me pagassem – completou. Eu fui trazendo a faca para cada vez mais perto da sua garganta, minhas juntas estavam brancas de tanto aperta-la, mas, pelo menos, a ameaça surtiu o seu efeito.

– Nós nunca estivemos aqui, lembra? – eu disse em um tom baixo e fui trazendo, com a mão trêmula, a faca cada vez mais perto de sua bochecha. – Você não vai contar a ninguém, não é? – rocei a faca em sua face pálida, e, logo em seguida, apertei um pouco mais. Um fluido vermelho-rubi começou a escorrer pela sua bochecha de leite, a deixando aterrorizada.

A mulher assentiu freneticamente com a cabeça. Achando que tudo já estava pronto eu apontei para a porta, FZ a destrancou e ela saiu sem olhar para trás.

Só então eu percebi o quanto estava trêmula. Larguei a faca no chão, produzindo um som cortante. Quanto mais eu pensava no que eu havia feito e no que estava prestes a fazer, mais enjoada eu ficava e o banheiro girava cada vez mais rápido. Me encostei na parede e fui escorregando, eu não fazia ideia do que estava acontecendo.

– Anna! – FZ correu até mim, passando seus braços quentes ao redor do meu corpo trêmulo. – Você está bem? – pisquei várias vezes, me forçando a ficar lúcida. Apenas concordei com a cabeça, desfrutando de seu abraço até ter forças para continuar.

– FZ? – chamei, quando eu finalmente consegui pensar com clareza. Ela olhou para mim, com total atenção, como se dissesse “pode falar”. Eu respirei fundo e soltei – Eu vou para aquela reunião.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Deixem um comentário que eu terei o maior prazer em responder!!!!!
Aí, vai um trechinho do capítulo 19:
"Mordi o seu lábio e o meu o mesmo tempo. Não o suficiente para machucar, mas também não mordiscadas suaves que só nos estimulariam. Depois de três “apertadas” FZ entendeu o recado e se afastou de mim gradativamente, mais ainda me abraçando.
— Eu to atrasada – sussurrei, procurando manter a voz baixa, com medo que aquele momento quebrasse. Pude ouvir FZ suspirando, mas eu também não estava muito feliz.
— Suba – ele disse enquanto já nos distanciávamos. Apesar de seu tom decepcionado, ele sabia que era importante. Me virei em direção a porta que dava para as escadas e fui andando."
Aproveitando as notas para ~momento propaganda~, eu acabei de postar uma one de mistério, eu particularmente gostei muito e ela não é muito grande, se quiserem dar uma olhada, esse é o link:
http://fanfiction.com.br/historia/595662/O_Reflexo_da_Morte/
Beijos e nos vemos nos comentários



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