Ao som de uma melodia agradável continuo remoendo a sensação de desconforto dentro do meu peito. Explodir, gritar eu gostaria tanto de fazer isso hoje. Desabafar com alguém que estivesse ao meu lado. Mas não tenho ninguém a quem consiga tal façanha. Me odeio tanto, mas tanto que meus atos ao fazê-los não sei se estão adequados, corretos. Minha mente diz que sim, meu coração concorda, no entanto algo que me alerta ao contrário.

Porque será temos essa sensação tão dolorosa?

Porque o medo de desabafar?

Gritar! Era tudo que eu gostaria de fazer neste momento.  

Isso é culpa? Se for então estou cometendo erros?

Sinto ciúmes de ver um casal apaixonado, porque até hoje não sei o que é o amor. Não sei amar, não sei! Porque não sinto. Não sinto nada. Mas a vontade está aqui reprimida, louca para desabrochar só que são tantos anos, longos anos.

Enfio a cabeça no trabalho, nos estudos para não lembrar quem realmente sou. Uma pessoa deprimida e com dúvidas em relação ao mundo. Com anseios de amigos e no fim te chamam apenas de colega. Triste amigos que tenho, que me procuram sempre para alguma coisa, que lá no fundo você sabe o motivo. Mal sabe eles que tenho tanto a retribuir...

Esquecer é a melhor saída. Voltar ao trabalho e abaixar a cabeça tentando resolver os problemas que outros não conseguem, porque não enxergam mais além. Porque ficam presos a meros expectadores, presos a funções que lhe são definidas e não saem em busca conhecimentos novos. Como querem crescer? Como conseguem deter-se a mesmice e serem felizes? Não compreendo e jamais compreenderei. Sou o estranho(a) no ninho.

Se acham que estou sendo uma pessoa extremamente crítica e não olhando a minha pessoa, talvez estejam certos. Talvez estejam tão errados quanto o resto.

A dor ajuda a curar outra dor...