O Trono de Gelo escrita por DISCWOLRD


Capítulo 40
Familia


Notas iniciais do capítulo

Eu devo começar pedindo desculpas. Os últimos meses foram difíceis, tive que cuidar de meu pai que soube que está com câncer e mal de Parkson, entrei em depressão por motivos pessoais e ainda estou juntando coragem para lutar contra ela, quase cometi suicídio.

Aliado a isso, a falta de tempo devido aos estudos pra concurso, mas vocês não devem ficar com isso. Finalmente o penúltimo cap e espero trazer o ultimo o mais rápido possível. Meus amigos, espero que gostem, foi escrito de coração

OBS: a foto é do cap é significativa pra mim, é a imagem final do ultimo cap do homem-aranha ultimate em que ele morre defendendo a família e encontra o tio. Eu meio que me inspirei nessa imagem. Bom cap



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OST

Os dias se passaram e Ezreal estava de volta aos antigos aposentos do seu tio. Ele entrou sozinho deixando na porta Lux que o cumprimentou com um beijo.

O quarto do seu tio estava exatamente como se lembrava. Ezreal ao olhá-lo, sentiu um aperto no peito. Ao revirar alguns documentos do seu tio, foi percorrido por uma vertigem e, por instantes, foi como se estivesse no passado.

Memórias o invadiram, dominando seus pensamentos. Quando ainda era criança, dos bons momentos entorno da fogueira ouvindo as histórias de seu tio ou dos finais das tardes em que adormecia sobre o aconchegante colo dele. Até mesmo das duras e longas broncas que ocasionalmente levava. Controlou a respiração e deixou que a tensão diminuísse.

Andar por esse local era como se seu Lyte aparecesse a qualquer momento de algum cômodo, rindo e carregando consigo um grosso livro e um copo de chá. Ezreal respirou fundo mais uma vez e depois se recompôs, e a sua mente clareou. Por fim, deixou o quarto e encaminhou-se para o túmulo de seu tio.

O ultimo adeus.

Ezreal olhou para a lápide. As lágrimas escorreram e ele deixou-se cair de joelhos, chorando em silêncio durante uns momentos.

— Você não iria acreditar nas coisas que passei ultimamente. — disse ele, em voz baixa. — As pessoas que conheci. Os perigos que passei. — Riu ele sentindo a garganta apertar — A guerra de Freljord está por assim dizer, resolvida, e agora, eles estão prontos para viverem um período de paz. E eu ajudei nisso tudo. Ficaria satisfeito com isso, não é velhote? — Riu e limpou os olhos com as costas da mão — Queria que conhecesse ela, Lux, você iria ama-la. Sabe? A melhor coisa nela é que quando se olha nos olhos dela, e ela olha pra você, tudo parece fora do normal. Você não sabe o que fazer, pois se perde naquele olhar, se sente fraco e forte ao mesmo tempo. Mas sobre tudo, você sabe que tipo de pessoa gostaria de ser.

Retirou a pequena carta amassada de dentro da jaqueta. Passou-se um tempo olhando o papel, reunindo coragem e por fim leu as ultimas palavras de seu tio.

"Meu amado sobrinho.

Se você esta lendo isso, quer dizer que falhei em minha ultima tentativa. Obviamente essa é uma das inúmeras cartas que escrevi, e você tem a minha palavra que ninguém sabe do espetacular segredo que partilhamos com elas.

Ezreal, espero que esteja feliz e em segurança. Não tenho tempo para falar nem metade do que eu gostaria de falar. Gostaria de dizer tudo o que tenho para te dizer olhando em seus olhos. Sinto uma grande tristeza como nunca senti antes, talvez por parte por ser essa minha despedida, e a outra, por saber que agora é a sua vez se seguir em frente.

Mas, antes que a morte venha até mim, devo dizer que você e eu somos uma família. Como não pude cuidar de você como deveria, te dou a única coisa que posso. Conselhos. Proteja aqueles que você ama. Sem eles a vida é mais miserável e insignificante do que pode imaginar.

O meu maior desejo é que você tenha uma vida longa e proveitosa, quem me dera poder estar ao seu lado, mas, infelizmente, não posso, isso não está ao meu alcance. Tudo o que posso fazer é te ensinar o que eu puder. Saiba que eu te amo e que a sua mãe também te amava.

Quando sua mãe lhe teve, minha amada irmã Susan, eu soube o quão especial você seria. Me lembro do dia em que te peguei em meus braços, tão pequeno e tão frágil. Sua chegada deu a minha vida tanto estrutura quanto significado e peço desculpas por quaisquer mal entendidos e magoas que posso ter deixado quando parti para Freljord.

Mesmo a distância que nos separa, saiba que eu te amo. Há tanto coisa que gostaria de te contar, de partilhar coisas sobre sua mãe e o seu pai. Sobre a sua irmã.

Lembre-se, quando encontrar alguém especial para você, não deixe que vá. Ame-a e a mantenha junto a si. Não importa os tesouros que você encontre ou as maravilhas que você descobrir, nem uma dessas coisas vai substituir a pessoa que te ama. Cuide da pessoa que você escolheu amar.

Cuide-se coma bem e durma bem. Sempre vou orar por você meu querido, e espero que faça o mesmo por mim. Sempre te amarei e estarei te observando onde quer que eu esteja. Este é meu ultimo conselho, a felicidade você pode incansavelmente procurá-la e pode correr atrás dela, mas jamais a encontrará completamente. Mas, deixe estar, viva sua vida. Então algum dia, você perceberá, que ela sempre esteve ali, do seu lado. Junto com a pessoa que você sempre amou. Sei que eu não sou o seu pai, mas eu me considero como, gostaria de poder te chamar de filho, pelo menos uma vez... Meu filho... Aqui eu me despeço, pois essa é...

...A ultima carta.

Ass. Lyte"

Ezreal deu um longo suspiro e fechou os olhos. Depois abriu-os novamente e sentiu as lágrimas rolarem em seu rosto. Desviou o olhar para a lápide.

“AQUI JAZ LYTE LIN

PROFESSOR DA RENOMADA UNIVERSIDADE DE PILTOVER

TIO DEDICADO.

DESCANCE EM PAZ

Ass. Ezreal. Seu sobrinho.”

Ezreal colocou-se de pé junto do túmulo, relutante em virar-lhe as costas.

— Obrigado por tudo o que me ensinou. — Sorriu. Levantou-se e passou um tempo perdido olhando o teto.

Ele não desejaria um sobrinho melhor — Disse a voz em sua mente e Ezreal soube imediatamente de quem se tratava.

— Anivia?

Você me ajudou garoto, deu muito mais do que qualquer um poderia dar. Tornou-se um herói. — Continuou ela

Ezreal riu

— Um herói medroso. — Considerou

Todos devemos sentir medo, meu jovem — respondeu ela com ternura — mas somente um verdadeiro herói enfrenta o seus medos. Assim como você. Mesmo que não admita a coragem é o seu maior poder. Escute, a jornada não acaba aqui. A morte é apenas um outro caminho... Que todos os mortais devem tomar.

Ezreal fechou os olhos assentiu

— Eu acho que amadureci um pouco. Você me ensinou muito.

Sei de muitas coisas que apenas os sábios sabem. Mas não foi apenas você que aprendeu. Você me ensinou. Quando poupou Lissandra, quando tudo e todos ansiavam por seu sangue, você não a matou. Pensei naquele instante como você era fraco, apenas uma criança imatura. Mas agora eu vejo. A verdadeira coragem não está em saber quando tirar uma vida, mas, sim, em quando poupar uma.

Ezreal sorriu embaraçado

— B-be-bem — gaguejou ele — Então acabamos, isso é um adeus?

Sim — respondeu ela — Mas antes tenho um pequeno presente.

— Presente?

Durma, meu pequeno, durma...

Ezreal sentiu-se fraco, seu corpo pesava e todo o mundo tornou-se escuro.

OST

Ezreal acordou. Passou a mão no chão e sentiu algo estranho. Pela textura estava deitado na areia, ela era branca e fina, nem quente nem fria. Sentiu a brisa suave e o cheiro do mar acariciar seu rosto. Ouviu o chiado das ondas na areia. Seja onde estivesse era um lugar sereno e despertava-lhe uma tranquilidade acolhedora.

Mesmo que tudo estivesse iluminado não havia sol, mas estrelas e uma lua prateada no horizonte. Recaia sobre a paisagem uma luz fria, tal qual uma alvorada. No horizonte observou em silêncio um barco com velas brancas deslizar serenamente ao longo do mar calmo, rumo a terras longínquas.

Tudo era calmo e silencioso.

— Você cresceu. Venha cá, deixe-me dar uma olhada em você.

Ezreal virou-se depressa. O seu tio vinha ao seu encontro com um acolhedor sorriso.

— Ezreal — Ele abriu bem os braços. — Meu amado sobrinho.

Aturdido, Ezreal abraçou-o. Os dois andaram pela praia. Ezreal não conseguia dizer nada apenas olhava-o em silêncio para os longos cabelos e barbas esbranquiçadas de seu tio, os olhos azuis penetrantes: exatamente como ele lembrava. Exatamente como os seus.

— Mas você está morto — disse Ezreal.

— Sim estou — respondeu Lyte.

— Então... eu estou morto também e vim para o mundo dos mortos?

— Ah — disse ele com um sorriso ainda maior. — Essa é a dúvida, não é? De modo geral, meu caro rapaz, acho que não.

Eles se encararam, o velho ainda sorrindo.

– Não? – repetiu Ezreal

– Não.

– Mas...

A felicidade parecia se irradiar de Lyte como luz. Ezreal jamais o vira tão feliz.

— Isso foi coisa de Anivia?

— Digamos apenas que ela fez-nos um grande favor.

Os dois caminharam juntos a um ritmo mais lento e confortável, conversando calmamente. Ezreal falou sobre suas aventuras e pessoas que conheceu, sobre os eventos que tinham ocorridos, seu tio sempre sorrindo e o encarando com carinho e orgulho. Falou sobre seus achados e sobre Lux. Este ultimo acompanhado de um grande sorriso de surpresa. Apesar de tudo não eram as palavras que importavam, mas o sentimento de estarem mais uma vez juntos que partilhavam.

Os dois sentaram-se sobre a areia e Lyte contou histórias sobre o mundo, sobre suas viagens, as experiências que teve. Contou sobre sua antiga esposa, como a amava e como teria gostado de Ezreal. Mesmo suspeitando de exagero nas histórias, ele não se incomodava, pois seu tio falava com entusiasmo e intensidade tão surpreendente que ele sempre se via fascinado, perdendo a noção do tempo ao escutá-lo.

— Foi assim que me vi perdido em Ionia e sem dinheiro para voltar — Falou com uma gargalhada aberta.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo que pareceu muito longo. Ezreal percebeu as lágrimas escorrendo pelo rosto. Lyte passou o braço por seus ombros e o explorador se recostou sobre o seu tio, feliz por tê-lo ao seu lado, feliz por vê-lo novamente.

— Tio...

— Sim?

— Poderia me contar sobre os meus pais, você disse que um dia quando crescesse me contaria e sabe, acho que não teremos outra oportunidade.

Lyte gargalhou

— Verdade. Então preste atenção — ele olhou-o nos olhos

No entanto, foi isso que aconteceu. Sua mãe era uma noxiana de nome Susan.

Por décadas Noxus sempre esteve de olho em Ionia. Pois era uma terra que daria a Noxus vantagem territorial em relação à Demacia. Mas existem outros motivos. Os Ionianos desenvolveram uma das mais incríveis e mortais artes marciais de todos em Runeterra.

O Mestre Lito foi um espadachim cujos ensinamentos eram buscados pelas classes dominantes de praticamente todas as cidades-estados. Sua arte era um segredo muito bem guardado, diziam que as espadas respiravam ao seu toque.

Ele foi talvez ao lado de Mestre Yi, os maiores espadachins de Ionia. Lito teve um filho chamado Zelos. Com o tempo ele se tornou o espelho do pai, todas suas habilidades foram quase que superadas por seu filho. Ele era o orgulho e a herança viva de seus ensinamentos. Zelos cresceu forte e se tornou sargento do exército de Ionia. Mas inesperadamente Mestre Lito, começou a sofrer de uma misteriosa doença que deixou até os mais inteligentes médicos de Runeterra perplexos. Nesse tempo, Zelos teve uma linda filha, Irelia, mas infelizmente sua mãe morreu no parto.

Zelos instruiu Irelia da mesma forma que seu pai havia lhe ensinado. Com os seus cinco anos, ela já apresentava um talento notável. Zelos partiu em uma jornada. O tempo passou e Irelia cresceu. Mesmo com a saúde decadente, Lito seu avô, ensinou tudo o que sabia a Irelia. Logo ela tomou o lugar de seu pai na defesa de sua nação. Por fim Lito morreu orgulhoso de sua amada filha e seu ultimo pedido foi para que não esquecesse Zelos. Quando as forças de Noxus atacaram, Irelia, encarregada de proteger sua terra até que Zelos retornasse, estava sozinha.

Os Ionianos lutaram bravamente, mas logo seu sangue e as pegadas deixadas por estrangeiros manchavam sua terra. Na Grande Batalha, os Ionianos se prepararam para a rendição, mas foram inspirados a resistir quando a jovem Irelia ergueu a enorme espada de seu pai e prometeu resistir até o retorno do irmão. No meio do caos da batalha, Irelia foi amaldiçoada com Necromancia Noxiana da escuridão. Enquanto sua vida se esvaia, Soraka, a Filha das Estrelas fez uma última tentativa de salvar sua alma já distante. Sem querer abandonar seu lar, Irelia se levantou quando já estava à beira da morte, e a espada do seu pai se ergueu no ar junto a ela. Irelia correu de volta a fronte, não se incomodando em como a lâmina estava agindo. A arma dançava facilmente ao seu redor, cortando Noxianos que ficavam boquiabertos de terror. Os invasores dizimados foram forçados a fugir. Irelia foi nomeada Capitã da Guarda de Ionia.

Por um tempo ela esperou o retorno de seu pai. Mas o que chegou a suas mãos, foi uma carta. Nela a verdade.

Zelos havia deixado Ionia, pois tentava encontrar uma cura para o seu pai. Ao passo que Noxus estava caçando-o, ele teve que fugir de sua terra para manter seu pai e sua pequena filha a salvos. Ele era a encarnação da persistência. O seu nome era um pesadelo para os o alto comendo de Noxus e uma luz de esperança para os ionianios. Nos anos que se seguiram, mesmo sabendo da morte de seu pai, a determinação de Zelos nunca esmoreceu, tão pouco os seus esforços para lutar contra as injustiças de Noxus e manter a salvo sua pequena filha.

Ionia tinham espiões espalhados por todo Runeterra e começaram a receber relatórios sobre as atividades de uma misteriosa mulher. A principio, ninguém sabia nada sobre ela, a não ser que era extremamente perigosa e que se mantinha leal a Noxus. Depois de muito esforço, descobriram que ela era membro de uma grande família de Noxus e mão direita de Swain. Tomado dessa certeza, Zelos partiu em perseguição dela. Para capturá-la e, dessa forma, conseguir informações sobre Noxus. Como não se sabia nada sobre ela, Zelos viajou para Noxus, ele conseguiu elaborar uma forma de se infiltrar.

Não foi tarefa fácil. Contudo, depois de muito esforço, Zelos conseguiu se disfarçar e se infiltrar. Foi sob esse disfarce que conheceu o seu alvo, Susan. Capturá-la, arrancar todas as informações e depois matá-la. Inicialmente talvez essa fosse a sua intenção. Mas o destino tem planos inimagináveis, entretanto aconteceu algo que nem ele nem a sua mãe previram: apaixonaram-se.

Desconheço a sequência exata dos acontecimentos, mas o amor entre dois cresceu e sua mãe começou a passar informações a Zelos, sobre Noxus. Sempre Swain a mandava sair de Noxus em missões, durante esses intervalos ela também visitava Zelos. Em algum momento juntos, Zelos concedeu um filho a Susan. Você.

Não sei o que aconteceu, mas Noxus ficou sabendo de ambos e de como Susan passava informações. Então os dois foram caçados. Fugiram por quase um ano, mas sua mãe estava tendo complicações na gravidez e as fugas eram cada vez mais difíceis. Então seu pai pediu ajuda a mim. Nós levamos sua mãe para dar à luz em um local remoto. Mas sabíamos que era uma questão de tempo até que as forças de Noxus rastreassem o lugar.

Então Zelos fez o que deveria fazer, ele pediu que eu cuidasse dela, em seguida, foi para enfrentar seu destino, ele morreu para dá uma chance de sua mãe te ter. Logo quando você nasceu, Susan te segurou nos braços e deu o seu nome, em seus últimos momentos te passou para mim, mas quando voltei a olhar para ela, já era tarde demais.

Lyte levantou um olhar pesaroso.

— Será que pode me perdoar? Será que pode me perdoar por não ter contado antes? Por não estar com você quando mais precisou? — Seu tom era amargurado. — Temi que nunca me perdoasse. Imploro o seu perdão, Ezreal.

— Do que está falando? — perguntou o garoto, assustado com o tom de seu tio, com as lágrimas repentinas em seus olhos.

Lyte virou-se de frente para Ezreal e as lágrimas ainda cintilavam em seus olhos azuis.

— O senhor é... — emocionado, as palavras demoraram para sair — foi toda minha família e sempre terei orgulho de você tio!

Ambos se abraçaram sentindo as lágrimas escorrerem e o aperto da garganta aumentar. Passaram um tempo olhando o horizonte. Aquele momento parecia-lhes algo de precioso e evitavam falar, pois sabiam que o tempo que iriam passar juntos estava esgotando-se, pelo que nenhum queria estragá-lo com uma frase impensada.

Anivia apareceu como uma adorável mulher. Aproximou-se de ambos usando uma túnica branca que se arrastava pelo chão. Uma luz irradiava dela. Gentilmente acenou com a cabeça e pousou a mão sobre o ombro de Lyte.

— Chegou o momento — disse Anivia, e eles sabiam que ela tinha razão — Está na hora. Devemos ir.

— É aqui que nos separamos? — perguntou Ezreal.

Ela gentilmente acenou com a cabeça.

— Aqui onde nos despedimos, meu amado. — Disse Lyte

Anivia sorriu para Ezreal

— Podemos aprender tudo que é possível dos humanos em pouco tempo. Sabemos do que eles são capazes e do que não são capazes. Mas ainda sim, sempre continuam a surpreender. — ela riu com ternura — Nossa pequena convivência chegou ao fim. Meu pequenino.

— Quer dizer que nunca mais terei uma voz em minha mente? Já estava começando a gostar — Brincou ele

Ela sorriu e passou gentilmente a mão sobre o seu rosto

— Aqui eu me despeço, meu pequenino e nobre herói. Mostrou-me que mesmo as menores das criaturas podem trazer grandes corações.

Anivia inclinou-se e beijou-lhe o topo da cabeça. Lyte abraçou Ezreal e beijou-lhe o rosto, depois os dois se fitaram demoradamente.

— Adeus, meu amado sobrinho. Meu filho. Não direi não chore, afinal nem toda a lágrima vem para o mal. Você tem tanto a fazer e a ser. Minha parte da história termina aqui e a sua, meu amado, apenas começa.

Ezreal chorou profundamente

— Obrigado... — Respondeu com a voz embargada

Anivia esticou a mão, deu o braço a Lyte e os dois caminharam juntos em direção ao horizonte. Em silêncio vendo-os afastarem-se, apenas ouvia murmúrio das ondas nas praias. Por fim, dominado pelas lágrimas e pela emoção, atirou a cabeça para trás e soltou um longo grito dizendo à palavra que estava guardada dentro de si.

— EU SEMPRE TEREI ORGULHO, SEMPRE! OBRIGADO... PAAAAAAI!!!

Talvez Ezreal não pode ver, mas naquele instante um sorriso iluminou o rosto de seu tio... De seu pai.

Ezreal acordou sobre o chão gelado. Demorou-se olhando o cristal em sua manopla e percebeu que a luz profunda havia sumido. Buscou a presença em sua mente e percebeu que estava só. Anivia havia sumido. Mais uma vez estava sozinho, mas isso não o atormentava, sentia-se feliz. Mas ainda sim, as lágrimas queimavam seus olhos.

Ele levantou-se e olhou para lápide e fez uma pequena correção.

“AQUI JAZ LYTE LIN

PROFESSOR DA RENOMADA UNIVERSIDADE DE PILTOVER

TIO DEDICADO E PAI POR AMOR.

DESCANCE EM PAZ

Ass. Ezreal. Seu sobrinho e amado filho

Sentiu as lágrimas descerem pelo rosto. Satisfeito, enxugou-as com a manga e levantou-se. Deu um longo suspiro e deixou o lugar com um pequeno sorriso.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem e favoritem, logo virá o cap final e a versão da história em PDF para que vocês leiam pelo celular. Obrigado e um abraço!



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