As duas potentes tensões mágicas ao se baterem formava um forte vento que fazia os cabelos dourados de Lucy se erguer ao ar e as típicas vestes de Zeref -que ali tinha voltado a ser a que ele normalmente usava- flutuarem, os dois apenas se encravam um ao outro esperando o primeiro ataque.

– Itami Boru!* – Dark Zeref diz calmamente erguendo uma mão para Lucy e delas saem esferas negras que vão rapidamente em direção a Lucy.

– Maho no Rokku no Kyo! – Diz Lucy e um escudo aparece rapidamente envolvendo totalmente o seu corpo, assim que as esferas tocam ela desapareceram.

– Hikari no ken! – Lucy estendeu as duas mãos em direção a Zeref e o escudo se quebrou dando lugar a uma potente luz que ia em direção ao outro.

– Cancel - Dark Zeref vez um movimento semi-circular com dois dedos retos e um circulo mágico negro surgiu fazendo que a magia se anulasse.

Olhe para os céus, abra os céus,

Todas as estrelas,

Longe e enormes brilham sobre mim

E me mostrem sua forma.

Ó tetrabiblios, sou a governante das estrelas.

Que o semblante se complete.

Abra o portão malévolo

88 estrelas do firmamento, brilhem.

Urano Metria!!

O ataque foi direto em direção ao Dark Zeref o acertando em cheio. Quando a luz se despistou Lucy pode ver que só tinha conseguido destruir a sua roupa e feitos alguns poucos arranhões.

Entre tanto aquilo não a abalou, tinha pleno conhecimento da força do oponente e sabia que o mesmo não seria derrotado tão facilmente apenas com um ataque daqueles. Graças ao árduo treinamento que teve, não sentiu sua magia baixar drasticamente como teria sido antes.

Tinha outras cartas na manga.

Atacaram um ao outro com violência, uma série consecutiva de ataques fortes e potentes, caso não estivessem em plena escuridão com nada em volta, provavelmente o local no qual lutavam certamente estaria destruído e sem muita coisa além de grandes buracos profundos e largos, consequência do impacto de ambas as magias e seus ataques.

Foi então que Lucy começou a correr em volta do Dark Zeref com a magia em seu pé tirando proveito de sua alta velocidade.

Um circulo dourado surgiu em baixo dos dois e um redemoinho mágico começou a se formar, então Lucy pulou no ar sendo englobada pelo redemoinho, dentro deste começou a chutar em diversos lugares diferentes, sempre mirando no centro onde Dark Zeref se encontrava.

– Toge Suwaru!** – Grita enquanto os “espinhos” iam em direção do inimigo.

Para olhos comuns, Zeref não se movia e sim os espinhos que desviavam, não conseguiam acertá-lo ou simplesmente o atravessava sem o ferir realmente, Mas Lucy sabia que não era isso, que na verdade Zeref estava sim se movendo, tal rapidamente que para olhos mal acostumados ele estava parado, Lucy também conseguia fazer tal ato, mas ainda não conseguia com tanta precisão quando o moreno.

– Vamos acabar logo com isso... Konoyo no Jigoku *** – Zeref fala tocando num dos espinhos do redemoinho e logo ele começou a se envolver em magia negra e se espalhando a Heartfilia rapidamente pulou para fora do redemoinho ficando a dez metros de distancia deste que tomou a cor negra e explodiu em seguida.

No momento em que a magia explodiu Lucy sentiu uma forte dor no seu ombro direito a forçando a cair de joelhos e apertar com força o local como numa tentativa completamente inútil de parar a dor.

Tirou a mão com cuidado para ver o que era surpresa ao ver a mancha negra que crescia rapidamente.

– Hahaha! Parece que seu esforço para escapar foi em vão Lucy Heartfilia!! – Grita o inimigo recebendo um olhar recheado com ódio de volta, ela conhecia tal magia, tanto que também conseguiria usar, entre tanto repulsava tal magia ainda mais quem a utilizava para forçar os outros fazerem suas vontades.

– AAAAAAHHRG!!! – Exclama caindo no chão e se contorcendo quando sentia cada musculo queimar dentro de seu corpo, todas as suas células pareciam se agonizar, seu corpo sentia uma mistura de frio e calor intenso e a marca negra que se espalhava cada vez mais doía como uma ferida aberta recebendo vários golpes, além de tudo isso sentia como se nunca tivesse tido felicidade antes e todos os seus temores e pesadelos viam a tona lhe causando uma enorme dor de cabeça.

Tais sintomas só pioraram no momento em que chegou a sua marca, parecia que todas as dores de seus companheiros estavam chegando a ela naquele instante, todos os segredos mais bem guardados, sentia como se estivesse carregando o mundo em suas costas sem ter nem forças para ficar em pé direito.

Dor, sofrimento, solidão, ódio, tristeza, mágoa, amargura e todos os sentimentos ruins pareciam se aprontar nela fazendo-a chorar pela dor física e por tudo que estava sentindo.

Uma dor latejante se vez presente em suas costas como se rasgassem sua pele e puxassem com força todos os seus ossos para fora.

Você nunca sentiu a mesma dor espiritual e física como ela sentia e muito menos vai sentir, é uma dor em que o corpo humano não aquenta, uma dor na qual você têm certeza que nem a pior morte e nem a pior tortura é capaz de alcançar, chegando no momento em que seu corpo e alma suplicam pela morte como uma forma de amenizar a dor. Coisa que te fato já teria acontecido caso a magia não a prendesse na terra.

Tal magia proibida fazia juiz ao nome ganhado, Konoyo no Jigoku, o inferno na terra.

A maga santa tinha plena consciência que não iria simplesmente conseguir com alguma magia curar aquela mancha ou retirar aquela dor de si, não tinha nenhum modo. O único que conseguia cancelar magia é o mesmo que o colocou, seu o desejo deste a magia iria continuar ali durante horas, dias, messes ou até então anos, só acabando caso aquele que o colocou quisesse, a cancelando ou então envolvendo de uma só vez todo o corpo de quem a maldição fora lançada, a pessoa que lançou precisava ter uma grande magia e um controle excepcional por ela, caso recebesse muita magia a maldição se voltaria a quem lançou a envolvendo e o destruindo.

Não era nem para a pessoa conseguir fazer qualquer coisa a não ser se contorcer de dor, porém, Lucy conseguiu tirar forças na qual ela não sabia que tinha para se levantar. Se tinha uma coisa que odiava acima de tudo eram todos aqueles sentimentos negativos.

Sentiu então seu cajado surgir na escuridão a ajudando a se manter em pé para a surpresa do inimigo.

Que as 88 constelações brilhem!

Luz estelar infinita...

Ergueu o cajado para os céus e um forte vento em direção deste se concentrando em volta do cajado.

Galaxia Blaade!!!

Ela lançou o cajado para em frente ao mago negro e uma forte luz explodiu envolvendo todo o local. Ela tinha esquecido, tinha esquecido que não era a única que estava sofrendo.

Se aproximou do mago em passos pesados e mancos, não estavam tão distantes assim então logo conseguiu se aproximar o suficiente para ficarem frente a frente apesar da forte luz impedir de vê-los com clareza.

A maga celestial o abraçou carinhosamente enquanto chorava no ombro deste fazendo um leve carinho em sua nuca, na parte mais concentrada de seu cabelo.

– Hey, não precisa sofrer sozinho... Eu estou aqui – Diz ignorando a dor de seu próprio corpo apertando o dele mais forte contra o seu pronunciando tais palavras com uma voz suave e gentil.

Tais palavras pareceram fazer efeito no outro que ficou estático, Lucy apesar de não estar olhando pode perceber que este também chorava e que aos poucos a coloração de seus olhos voltou ao normal mostrando que a magia estava ao controle.

– Vamos fazer isso juntos! – Sorri gentilmente se afastando o suficiente para ver o moreno sem acabar com o abraço, agora a luz estava um pouco mais fraca ao ponto de ambos conseguirem ver perfeitamente um ao outro, a luz envolvia todo o local.

Sentiram os seus corpos puxados, ambos sabiam perfeitamente o que aquilo significava, mas ainda sim não se separaram.

***

Todos da Fairy Tail estavam estáticos, não importando aonde se encontravam no momento todos tinham sentido aquilo. Durante longos e dolorosos momentos todos se sentiram infelizes, lembrando de todas as memórias sombrias e os segredos mais bem guardados de tudo e todos, sentindo como se nunca estivesse experimentado a felicidade, como se não existisse luz.

Muitos choraram sem nem perceber, se sentiram fracos e vulneráveis surpresos e absortos de mais para qualquer coisa ao seu redor, tudo que sentiam era dor e tristeza.

Tais minutos, lentos e arrastados pareciam nunca passar. Só que chegou um ponto em que a marca de cada um começou a brilhar, um brilho intenso envolvendo cada um e como se limpasse a alma deles eles se sentiram ótimos, alegres, ao contrário de antes se sentiam como se nunca estivesse sentido tristeza antes e que a escuridão simplesmente não existisse, como se tudo fosse perfeito, se sentiram leves como uma pena, fortes e poderosos com mais animação do que nunca.

Ninguém entendeu o que aconteceu, ninguém sabia o motivo de tais sentimentos repentinos, mas agradeciam, no fundo de seus corações agradeciam por, o que quer que fossem, ter mostrados para eles como que a vida conseguia ser triste e escura, mas que existia alegria e luz ali também.

***

Yuukihiro se levantava em um pulo do corredor reclamando em um murmuro algo como “como é cansativo lutar” ou coisa do tipo, se aproximou em passos pesados e indiferentes em direção ao mago de gelo que tinha colocado em guarda protegendo a pequena Wendy atrás de si, numa distancia considerável.

– Não tem muito espaço aqui, vamos para outro lugar – Ele tocou no ombro de Gray e antes que este pudesse fazer qualquer coisa ambos já estavam num grande campo na parte de trás da guild.

– Abra-te portão do cão do inferno: Cérbero! – Fala o moreno puxando de baixo do casaco que usava uma espécie de corrente e retirou com maestria uma das três chaves, esta preta com o entalhe de três cabeças de um cachorro uma ao lado da outra rosnando numa lado e na ponta a imagem de uma cobra o contorno de ambos os animais era em vermelho vivo além de ondas que seguiam entre as três cabeças e a cobra.

– Um portador de chaves celestiais? – Indaga o Fullbuster, mais para si mesmo do que para qualquer outro, porém chegou aos ouvidos do mascarado.

– Não me compare a esses fracos. Eu sou um portador de chaves demoníacas – O outro falou, sua voz saía abafada por causa da mascara de gás, mas ele não parecia ligar, Gray lembrou de Lucy ter falado algo sobre eles antes, mas não se lembrava muita coisa. Resolveu ignorar, não era importante.

A luz se despistou mostrando um enorme cachorro branco, de no mínimo cinco metros de altura, as três cabeças furiosas acorrentadas uma a outra, estava mais que claro que facilmente seria engolido casso acabasse sendo pego por um, e morrer engolido por um cachorro gigante não era algo que estava em seus planos.

– Ataque! – O tom indiferente e desinteressado mudou para um psicopata e agressivo, com um chicote feito do mesmo material da corrente o mascarado acertou o Cérbero que reagiu depois de um breve urro de dor, as três cabeças iam em direção de onde estava o Fullbuster prontas para devorá-lo.

Em um reflexo ágil, congelou o chão abaixo de si escorregando por baixo do animal parando no outro lado onde deve que desviar de imediato de uma série de serpentes presas a onde tecnicamente deveria estar o rabo do animal contando oito serpentes que agiam individualmente, ao contrário das três cabeças de cachorro que era afetado ao movimento de um deles.

Não deve tempo para pensar em muita coisa já que tinha que desviar agora da cabeça da direita do cachorro, pulou para em baixo do animal já tendo que desviar novamente de picadas das cobras.

Era como lutar com onze pessoas ao mesmo tempo, certamente não seria fácil e poderia ser muito demorado. Mas tempo não era algo que podia dar o luxo de gastar, ainda tinha que encontrar alguém de seu time e avisar que teria que levar a Wendy para a curandeira de Fairy Tail o mais rápido possível.

– Ele é um mago de gelo! Ataque com o fogo seu animal idiota!! – Berra estressado Yuukihiro para o espírito demoníaco, as patas começaram a pegar fogo como suas costas e as orelhas e o focinho de cada um do animal. Os três lançaram fogo ao mesmo tempo e Gray desviou correndo na mesma direção que o fogo seguia, chegando a fazer um semicírculo antes de o fogo parar.

Começou a contar o tempo.

1... 2... 3... 4... 5... 6!

Seis segundos para o próximo ataque de fogo, não se pode ficar lançando magia atrás da outra, ainda mais daquele tipo, precisa de um grande estoque de magia ou conseguir de alguma forma restaurar, mas quando restaurava existia um pequeno espaço de tempo onde ele estava vulnerável.

Seis segundos. Era isso que Gray teria para ataca-lo e derrota-lo casso quisesse vencer rapidamente.

Tirando o fato de ainda existirem duas chaves demoníacas, então seria melhor ele conseguir de alguma forma separar o mago das chaves no mesmo tempo em que terminava de atacar o Cérbero.

Existia uma chance de vencer.