The First Girl escrita por Child of the Moon


Capítulo 8
Promise me


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, queria agradecer os comentários e falar que amo vocês :3



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As paredes do labirinto eram tão altas que impediam os últimos resquícios de sol entrar nos corredores. O grande baque das paredes se fechando atrás de mim me fez virar lentamente para a direção oposta a elas. Os corredores do labirinto eram infinitos a minha visão.

Minha respiração ofegante me fez levar às mãos a parede para me apoiar. Essa era uma das ações que podem ser comparadas a um suicídio, não pelo fato de eu estar caminhando para a morte, mas pelo fato de que seu tivesse parado para pensar por um segundo eu não teria feito. E eu não parei pra pensar.

Meus pés começaram a andar pelo chão de pedra fazendo um som oco ecoar pelos corredores.

Aumentei a velocidade dos meus passos a medida que reconhecia os corredores. Isso era bizarro, mesmo eu tendo sonhado com o labirinto sonhos são sonhos, são coisas feitas pelo seu subconsciente. Mas agora meus pés sabiam o que faziam, minha mente mostrava o caminho.

O labirinto estava na palma da minha mão mas eu não sabia o que procurar. Um bloqueio na minha mente não me deixava pensar direito.

Vamos Elisabeth, pense.

Eu repetia isso na minha mente forçando meu cérebro a pensar.

Os corredores vinham aqui todos os dias. Procure por algo que eles não procurariam, procure por algo que eles não veriam.

Comecei a correr pelos corredores do labirinto. Tinha que haver algo para achar, algo impossível. Afinal de contas, tudo aqui era impossível, as portas se fechando, o labirinto mudando, ele em si era impossível.

E é por isso que eles nunca acharam nada. Nuca procuraram pela coisa certa. Nunca procuraram pelo impossível. Preciso achar o impossível.

A escuridão já havia dominado tudo. A noite engolira o labirinto aos poucos até se transformar em um breu. Barulhos metálicos se instalaram no local junto com a noite, eles estavam a distancia mas não muito longe de mim. Logo me alcançariam.

Mantive meu rápido ritmo me afastando dos sons. Costurava o labirinto adentro. Esquerda, depois direita. Mas é claro, os verdugos estavam em tudo que era lugar. Três deles apareceram na minha frente, eles eram muito mais assustadores pessoalmente. Entrei em um corredor a esquerda para tentar despista-los, mas eles continuavam atrás de mim.

Penhasco

Eu já havia desistido de entender minha mente, de onde vinha essa maldita voz. E o que mais me assustava era o fato de eu saber exatamente onde esse lugar ficava.

Virei mais algumas vezes me direcionando para um corredor um pouco mais estreito do que os outros. Entrei nele tateando as paredes com a mão, ao sair dele não tinha mais corredores, mas sim um penhasco.

Dei uma olhada nele já sabendo o que tinha que fazer. Fiquei bem próximo a ele, sentindo metade dos meus pés no vazio. Os verdugos vinham em toda velocidade pelo corredor .

Calma

3

Eles estavam saindo do corredor se emourando para chegar até mim.

2

Quase lá

1

Me joguei pro lado fazendo com que os verdugos freassem, consequentemente eles bateram um no outro por fim caindo no penhasco. Sentei no chão esperando a colisão dos verdugos com o chão que nuca chegou.

Me levantei as pressas e corri pra base do penhasco. Nada. Não tinha nada lá em baixo. Como era possível? Talvez eu tivesse achado o meu impossível.

Voltei a parede e peguei uma pedra que estava quase solta fazendo com que minha mão raspasse na mesma ralando-a.

Observei com cuidado a pedra caindo e... desaparecendo. Ela simplesmente sumiu. Peguei outra pera e fiz o mesmo observando-a sumir.

Como era possível?

Eu repetia a pergunta na minha cabeça

O sol começava a nascer mostrando que as portas já iam se abrir. Dei meia volta pelo corredor estreito com cuidado para não me ralar mais. Não andava mais com tanta pressa, a imagem da pedra sumindo me perturbava. Refiz o mesmo caminho que tinha feito antes.

E lá estava a porta. A essa altura minhas pernas reclamavam de dor. Espiei os garotos que agora estavam parados na abertura para a Clareira com um semblante triste no rosto. Todos estavam lá menos... menos Newt.

Minho estava no meio deles com as mãos no quadril, seu rosto mostrava uma expressão totalmente sem esperança. Pude ver Chuck, que provavelmente não estava entendendo muita coisa. Também vi Caçarola, Jeff, Zart, até alguns que não conhecia muito bem como Jack.

Caminhei devagar para o meio do corredor e pude ver seus rostos se iluminando. A surpresa estava estampada na cara deles. Eles não acreditavam no que viam.

Andei com dificuldade, minhas pernas já estavam cansadas.

Cheguei na frente dos garotos que ainda não haviam movido um musculo.

–Eli... Elisabeth!- Minho gaguejou de boca aberta.

–Oi. - Disse meio sem graça, olhando toda a confusão que tinha feito.

–Como, como você?- Ele continuou não conseguindo completar nenhuma frase.

–Eu não sei. – Disse esboçando um fraco sorriso.

–Garota. - Caçarola disse.- Você quase matou a gente de susto.

–Eu ainda não estou entendendo direito. – Chuck falou por fim.

Soltei um sorriso.

–Onde está Newt?- Perguntei não contendo a ansiedade.

–Na Sede, ele falou que não queria ver o seu corpo. Normalmente os verdugos botam os corpos dos mortos nas nossas portas. – Minho explicou.

–Ah! –Exclamei. –Tenho que falar uma coisa com ele. –Disse já me encaminhando para a Sede.

–Se cuida Lisa. – Ouvi Minho ao longe.

Minhas pernas reclamavam mas eu conseguia manter um ritmo.

Newt estava sentado em uma rede de costas pra mim. Cheguei mais peto e comecei a falar:

–Olha, eu sei que eu fiz uma besteira. – Ele se virou assustado olhando pra mim de boca aberta como se não acreditasse que era realmente eu ali, por fim se levantou e ficou na minha frente ainda pasmo – Mas eu descobri uma coisa...

–Cala a boca. – Ele disse dando um passo pra frente e me beijando.

Newt levou uma mão a minha nuca e a outra em minha bochecha. Mesmo com minhas pernas machucadas me forçava a ficar em pé.

O beijo era calmo, sem nenhuma urgência. Levei minhas mãos a sua nuca brincando com seus cabelos loiros.

A mão que Newt mantinha em minha bochecha estava em minha cintura me segurando como se achasse que eu fosse sair dali correndo de volta para o labirinto.

Newt cortou o beijo com um selinho. Ele olhava em meus olhos sem se distanciar.

–Me prometa que nunca ais vai entrar naquele labirinto de novo. – Ele disse sem desviar os olhos dos meus.

Soltei um riso tímido.

–Não posso prometer nada, ainda pretendo sair daqui.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e provavelmente não vou poder postar até o fim de ano :( porque vou viajar e lá não tem pc, mas vou tentar dar um jeito, juro :)

P.S. Me procurem no instagram ( @julia_cfaria)