Proibida pela escola escrita por Thaís Carolayne


Capítulo 2
Tortura


Notas iniciais do capítulo

Eu gostei muito de escrever esse capítulo e fiquei temerosa por causa do tamanho, mesmo assim resolvi não cortar para não perder o ritmo da história. Acho que ficou bem fácil de ler pelo menos. Ah, só pra constar, enquanto eu fazia os personagens, eu simplesmente me apaixonei pela Risette.



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Risette voltava animada da biblioteca. Tinha pegado o Danzou e Gabriel se beijando na biblioteca. Aquilo daria uma ótima notícia pro seu jornal. Corria desesperadamente para a sala do seu clube para começar a digitar. Passando pela cantina viu Setsu rodeado de alguns garotos do terceiro ano. Eles pareciam sérios e cercavam Setsu de forma intimidadora. Risette, como não parecia temer a nada se aproximou. Era Henrique, o valentão. Para o bem de todos aquele seria o último ano dele na escola, isso se não fosse reprovar.

― Aconteceu alguma coisa?

Os garotos ergueram o olhar com indiferença para a loira e se afastaram.

― Não meta o nariz onde não é chamada Risette. ― Eles saíram.

Risette o ignorou.

― Caramba, eu não devia ter vindo aqui. Se vocês tivessem brigado teria dado uma ótima notícia pro meu jornal.

― Não íamos brigar.

― Então o que eles queriam?

Setsu riu.

― Eu fiquei sabendo da sua reputação, Risette. Eu não vou ser uma fonte de informação pra você. ― Ele saiu.

Risette mostrou seu sorriso malicioso.

― Ve-re-mos. ― Sibilou.

***

Desde que Fábio havia falado aquilo Demetra se sentia ainda mais perdida. A imagem do garoto de cabelos castanhos escuros não saia de sua cabeça. Tentava desesperadamente ler os trabalhos de seus alunos, mas não prestava atenção ao que estava escrito. Sentia vontade de se levantar daquela cadeira e gritar. Não poderia se dar por vencida. Demetra era a professora mais jovem admitida na prestigiosa Academia Noboru, não podia ficar desvencilhando-se com pensamentos infantis.

Naquela manhã tinha uma aula pra dar na sala dele. Logo ao entrar na sala Demetra o procurou automaticamente por Setsu. Quando o encontrou ele estava a fitando com aqueles olhos castanhos frios e sua expressão séria. Seu coração palpitou, virou o rosto timidamente e sentiu raiva de si mesma por ter aqueles pensamentos impuros em sua cabeça. Cumprimentou a sala e fez o seu trabalho corretamente. Durante toda a aula sentia o olhar dele sobre ela. Aquilo de alguma forma a excitava, a deixava nervosamente excitada.

Suspirava na sala dos professores depois da aula, buscando fôlego pra próxima aula que daria em outra sala. Teria energia o suficiente pra trabalhar pelo resto do dia?

― Isso é devido ao garoto novo? ― Uma voz feminina veio por trás dela. Demetra deu um salto de susto ao ser obrigada a voltar a realidade.

― Elina!

Elina era uma mulher madura com os seus cinquenta anos. Usava o cabelo curto meio grisalho preso em um rabo de cavalo e estava um pouco acima do peso. Já era professora ali há muitos anos. Apesar de ser mais velha parecia compreender muito bem os sentimentos de Demetra e era uma boa amiga. Talvez porque o marido era dez anos mais novo que ela.

― Aquele garoto anda procurando por você sabia? Os olhos dele te procura pela multidão. ― Ela riu maliciosamente. ― Demetra, talvez seja só impressão minha, mas eu acho que ele pode gos-

― Não pode ser! ― Demetra a interrompeu puxando seus papéis. ― Ele é muito mais novo que eu!

― Meu marido é mais novo que eu.

― O seu marido nunca foi o seu aluno.

― Então é esse o problema?

Demetra ficou vermelha enrugando as sobrancelhas na vaga tentativa de disfarçar.

― Setsu é um garoto bonito e novo na cidade. Ele não vai querer alguém com cara de séria como eu. Ele vai querer se divertir como os adolescentes fazem. Ou talvez ele esteja apenas confuso. É normal jovens rapazes se interessar FISICAMENTE por mulheres mais velhas, certo?

― Você pode continuar fingindo que não percebeu os sentimentos dele. ― Disse Elina seriamente. Isso não vai mudar a situação atual entre vocês.

Aquela frase incomodou Demetra e por um momento ela se sentiu triste. Continuar da forma que estava não iria mudar em nada a relação entre eles. Ela continuaria sendo a professora e ele apenas o aluno.

― É verdade. ― Disse tentando disfarçar a melancolia na voz. Achava estar sendo convincente, mas Elina percebera, mesmo assim resolveu não comentar mais nada. Deixar Demetra com a cabeça ainda mais quente não seria boa ideia.

Não a incomodava Setsu gostar dela. De alguma forma se sentia até com a auto estima renovada com isso. O que incomodava era ela ser a sua professora. Aquilo dava um gostinho de proibido em sua boca, a excitava e a razão jogava-lhe na cara com todas as forças que aquilo era errado.

***

Se passaram alguns poucos dias. Em todos eles Demetra fez questão de manter afastada qualquer pensamento sobre o aluno novo se ocupando arduamente de seu trabaho.

Era dia de devolver os trabalhos para os alunos corrigidos e com as devidas notas. Chamava um por um e entregava fazendo os comentários necessários.

― Setsu Eijisai. ― Chamou já se sentindo incomodada. Ele se levantou, ela não ergueu os olhos para vê-lo vir, mas pode perceber cada um de seus movimentos enquanto via em sua direção e também escutar os murmúrios das meninas da sala que o idolatravam. Ele alcançou sua mesa.

Demetra observou o trabalho dele, a nota era um nove. Orgulhosa olhou diretamente pra ele e sorriu.

― Parabéns Setsu! Você foi muito bem. ― Ele pareceu surpreso. ― Eu fiquei preocupada, eu não sabia qual era o nível da sua antiga escola.

Ele permaneceu calado com o olhar ainda meio surpreso e a boca levemente aberta, paralisado de frente pra ela.

― Setsu? ― Dissera algo errado? Pensou que aquilo o animaria.

O rosto do rapaz ficou levemente vermelho, ele apertou as sobrancelhas como se estivesse tentando disfarçar, pegou as folhas com uma mão e tampou o rosto com a outra tentando esconder a vermelhidão do rosto.

― Obrigado. ― Ele se virou rapidamente e voltou para o seu lugar. Ao se sentar manteve a cabeça abaixada, como se não quisesse ser visto.

Aquilo surpreendera Demetra. Seu coração saltou no peito, ele era tão fofo que chegava a doer. A curiosidade a torturava lentamente, deixando-a cada vez mais insana.

***

Se sentindo esgotada desabafou tudo enquanto estava sozinha com Elina na sala dos professores. Queria falar com o seu melhor amigo, Fábio, mas ele era seu patrão, e como diretor da escola é claro que seria gravemente repreendida, talvez até perder o emprego.

― Então está confirmado que ele gosta de você. ― Disse Elina do outro lado da mesa.

― Não foi confirmado nada. Nossos olhares apenas se cruzaram quando entreguei o trabalho dele.

― Pode ser assim pra você, mas ele pode ter interpretado de outra maneira. Os jovens são muito sonhadores, sabe?

Demetra fez biquinho.

Elina ergueu uma sobrancelha e pigarreou.

― Não seria melhor cortá-lo de uma vez?

― Como? ― Aquilo a surpreendeu.

― Se você não tem a intenção de correspondê-lo, ser simpática e gentil só vai dar mais esperanças pra ele. É errado.

Demetra fez careta.

― Mas... Ele não me disse nada. Não posso simplesmente evitá-lo se não temos nada um com o outro.

A amiga sorriu.

― Demetra... Não é errado você se apaixonar.

***

Quando Demetra deixou a escola já devia ser quase oito horas da noite. O estacionamento a céu aberto estava bem iluminado. O zelador sabendo que ela ainda estava lá deixou as luzes ligadas. A noite estava fresca e agradável. Dava vontade de ficar ali fora olhando o céu limpo. Entrou no seu New Fiesta e saiu. Enquanto dirigia todo os pensamentos e acontecimentos do dia se repetiam em sua mente. Demetra já começava a se sentir doente com tudo aquilo. Não era certo pensar nem na possibilidade. Aquilo afetaria o seu emprego e a reputação do garoto. Se lembrou de quando entregou o trabalho dele e ele mostrou aquela expressão tímida. Seu coração bateu tão forte. Aquilo não podia continuar. Demetra falaria com ele no outro dia. Falaria que percebeu os olhares fortes dele e que uma relação como aquela não poderia existir.

Enquanto passava por uma praça viu uma movimentação estranha. A luz dos postes estava parcialmente coberta pelas árvores, então tudo que pode identificar foram os rapazes usando uniformes da escola em que trabalhava brigando feio ali no meio. Parou o carro e foi correndo até eles.

Max e Ruan seguravam Setsu no chão. Henrique, que fora o mais ferido por Setsu antes que conseguissem imobilizá-lo, o pegou pelos cabelos e ergueu seu rosto.

― O que foi, Setsu? Não parece tão machão agora. ― Setsu estava com alguns cortes pelo rosto devido aos murros e sujo de sangue.

Ele riu.

― Mesmo vocês sendo três eu consegui bater em todos vocês. ― Sorriu determinado.

Henrique trincou os dentes e desceu outro murro.

Demetra estacou quando viu que era Setsu ali.

― HEY! ― Gritou. ― O que vocês pensam que estão fazendo?

Os rapazes quando viram a professora saíram correndo praguejando com medo de serem delatados para o diretor e expulsos. Setsu continuou ajoelhado no chão se sentindo dolorido. Demetra ajoelhou do lado dele.

― Você está bem? Tá saindo sangue!

― Professora Demetra?

― Você consegue ficar de pé?

Antes dele responder Demetra jogou um de seus braços por cima de seus ombros e se levantou com esforço. Setsu era mais alto que ela e mais pesado. Ele quase não soltou seu peso sobre ela, caminharam para o carro, ela abriu a porta do passageiro e o ajudou a se sentar, em seguida ela se ajeitou no banco do motorista.

― Onde é a sua casa?

― Eu não quero aparecer lá em casa desse jeito. ― Disse ele olhando para frente sem mudar de expressão.

O coração de Demetra acelerou. Era a tentação provocando, não poderia se deixar levar.

Destrancou a porta de sua casa se sentindo derrotada. Manteve uma luta interna com ela durante todo o percurso e acabou o levando para a sua casa. Mesmo assim não faria nada. Apenas cuidaria de seus ferimentos para que os pais dele não brigassem quando o deixasse na casa dele.

Mandou que se sentasse na cozinha. Ele agia de forma obediente. Pegou a caixa de remédios, um lenço, passou remédio e colocou sobre a boca dele.

― Ai! ― Setsu deu um sobressalto assustando Demetra.

― Aguente, vai ser rápido. ― Advertiu ela.

Voltou a colocar o pano sobre o pequeno corte na boca e limpava o sangue com delicadeza. Esfregar a boca dele estava fazendo-a se sentir hipnotizada. Sua boca começava a aguar, inconscientemente passou a língua nos lábios sentindo-os secos. O coração batia forte.

― Por que estavam brigando? ― Perguntou na tentativa de se soltar daquele feitiço.

― Pelo que entendi a garota que o Henrique gosta está afim de mim.

O ciúme deu uma espetada em seu estômago.

― Entendo. Tome cuidado pra não entrar em confusão. Briga mesmo fora da escola pode te causar problemas.

Terminando de limpar o rosto dele viu que não era nada grave. Um corte no canto da boca, outro na sobrancelha e um na testa. Talvez mais tarde ficasse roxo no máximo. Enquanto analisava a gravidade dos ferimentos seus olhos se encontraram. Seus rostos estavam perto demais um do outro. Os sons ao redor pareciam ter sumido de repente. Tudo que sentia era o coração martelar no peito com força e os hipnotizantes olhos castanhos a petrificando.

― Demetra... ― Ele voltou a fazer aquela expressão tímida novamente.

Demetra sentiu seu rosto incendiar, aquilo era perigoso, estava com medo.

― Está com fome? ― Ela levantou o corpo. ― Vou procurar algo pra comermos. ― Estava fugindo. ― É melhor eu te levar direto pra casa, né? Você vai ter o que comer lá. ― Estava com medo de que ele se declarasse. ― Vou pegar a chave do carro. ― Ela teria que rejeitá-lo. Virou as costas e ia saindo de perto dele.

Uma mão forte e quente segurou seu pulso e Demetra gritou por dentro.

― Demetra, me escute. ― Setsu a puxou para si e seus olhos mais uma vez se fixaram nos dela a deixando tonta. ― Demetra, eu estou apaixonado por você.

Seu coração ia explodir a qualquer momento. Abaixou os olhos.

― Você está... Errado. Não tem como gostar... De mim.

Ainda segurando o pulso dela Setsu se aproximou e lambeu a orelha dela, pegando Demetra de surpresa. Sua nuca se arrepiou descendo as costas até a sua virilha, mais uma vez se sentiu tonta e suas pernas vacilaram. Setsu a empurrou na parede e a firmou com as mãos na sua cintura.

― Como ousa! ― Tentou gritar, mas saiu mais em forma de gemido. Ele sorriu. Já tinha vencido. Era a primeira vez que ela o via sorrir. Era lindo. ― O seu jeito de quietinho é só enganação, né? ― Demetra virou o rosto sentindo-se envergonhada.

― Eu não consigo tirar você da minha cabeça.

― Eu sou sua professora!

― Mesmo assim... Estou apaixonado por você.

Ele falava tão sério, o rosto dele era tão bonito que tudo que conseguiu fazer foi soltar um baixo "aah" pela boca. Enquanto sua boca ainda estava entreaberta ele se aproximou e a beijou. Sua língua tocou a dela, e agora era tarde. Ela retribuía o beijo. As mãos dele apertou ainda mais sua cintura, ela foi ainda mais pressionada na parede, sentiu quando ele enfiou uma perna entre as pernas dela e Demetra quase ficou sentada na coxa dele. Estava em chamas, não conseguiria mais parar. Não sentia mais as pernas, foi escorregando lentamente de costas na parede até o chão. Dessa vez Setsu não a segurou, apenas ficou sobre ela, a beijando, agora orelhas e pescoço. Com força arrancou o casaco que ela usava, passou a mão por baixo da regata branca e foi direto em seu seio direito, apertava-o enquanto beijava seu pescoço. Se afastou um pouco, Demetra aproveitou para tomar ar. Ele a puxou violentamente do chão para o colo dele, aquilo a deixava ainda mais excitada. Arrancou a blusa dela e jogou para o lado. Beijava-a, a acariciava. Demetra não via mais nada. Apenas o prazer a consumia. Em outras relações que teve ela agia. Brincava, fazia algum charminho, jogava o cabelo, mas naquele momento não conseguia fazer nada. Era manipulada da forma que ele bem entendia. Os olhos dele a mantinha petrificada, como uma cobra seduzindo sua presa, os toques dele fazia sua pele formigar, o beijo dele queimava. Demetra estava completamente embriagada. E naquela noite a curiosidade deixou de torturá-la.


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Notas finais do capítulo

Pois é! Demetra finalmente se entregou ao sedutor Setsu Eijisai! Eu fiquei meio preocupada em relação a última parte, eu escrevi as preliminares deles e não sei se isso é muito forte para uma classificação de +16. Se estiver muito pesado/ minha ideia de pesado é meio distorcida devido a quantidade de yaoi já lida/ alguém me avise por favor.
Peço desculpas se tá escrito de uma forma meio corrida. É porque são apenas três capítulos com um extra no final. Obrigada a todos que leram e semana que vem sai o próximo capítulo. o/



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