 Mônicaaaaaaaaaa!!! Acorda. Por acaso você bebeu ontem? Dá um sinal de vida, amiga  dizia uma voz feminina e suave, devia ser a Magali.

 Você realmente achou que eu iria correr o risco de beber? – nesse momento Maga me abraçou com todas as suas forças – só tenho um sono pesado!

 Que susto você nos deu.  disse Cas se preocupando, ai que fofo!

 Vocês não tão sabendo não  falou Cê entrando no quarto.  ela ficou beijando o Luke ontem a noite inteira.

 Mô, isso é sério? – não consigo esconder nada deles, principalmente da Maga, que havia me perguntado isso. Então balancei a cabeça, afirmando.

 Aaaai Luke!  disse Cas rindo. Me incomodei com o comentário e dei um tapa em seu braço.

Quando Cebola e Cascão saíram do quarto, falei para Maga que não desejaria vê-lo, mas se fosse esse o caso, só daria um “oi” e em “tchau”. Sem papo!
Eu estava com vergonha, meus melhores amigos iriam falar disso para o resto da minha vida. Mas talvez eu pudesse usar isso para fazer ciúmes no Cebola, talvez funcione! Apesar de eu nem saber onde Luke mora.

O feriado acabara e nós tivemos que voltar para a rotina de casa, escola. Durante um tempo os meninos continuaram falando “huuum Luke”, todas as vezes me deixando constrangida.

Na escola, eu ia muito bem nas matérias, admito. Algo, porém, me incomodava, sabe aquela música do Victor e Léo, Borboletas? Na parte em que ele diz “Dividido entre dois mundos
Sei que estou amando, mas ainda não sei quem”, pois bem... Essa era a situação em que eu me encontrava. Luke ou Cebola?

No final da aula, estava olhando uns papéis perdidos em minha mochila.

 Mas eu tenho aula de esgrima lá, e aulas de violão.  esgrima, nossa que chique e violão, meu Deus, eu amo violão. Queria saber tocar! Mas, espera, essa voz era familiar. Sem querer eu esbarrei no coitado birrento que queria ter suas aulas de esgrima e quando olhei era...

 Mônica!... Mônica?

 Luke? – nossa, eu retiro minhas ofensas de ele ser um birrento!

 Parece que vocês já se conhecem né, filho  disse uma mulher alta  Vou deixá-los aí conversando.

 Luke, o que você está fazendo aqui?

 Eu vou morar aqui por alguns anos, ahn... O emprego de meu pai nos transferiu para cá.

 Entendo... Você não quer ir à sorveteria comigo? Meus amigos e eu sempre marcamos lá no final da aula!  e infelizmente a Irene sempre ia junto.

 Claro.

Chegamos à sorveteria e apresentei Luke a todos. Maga, Cas e Cê foram cumprimentá-lo, já que o conheciam. Mas é claro, mostrei-o para os outros. Carmem foi toda atirada:

 Prazer, meu nome é Carmem, já me pediram para ser modelo sabia? E você é um gato, honey! Nós devíamos sair!  eu até me assustei com o comentário dela, acredito que Luke também, mas ele foi gentil como sempre dizendo “Eu adoraria”.

 Calma, deixa respirar, fofa. Oi eu sou a Denise!  enquanto Denise fazia charme diante de Luke, Do Contra e Xaveco a analisavam como se estivessem com ciúmes.

Logo todos o conheciam e um questionário foi feito: “Onde nasceu?”, “Quantos anos tem?”, “É solteiro?” e mais... E cada um foi saindo aos poucos da mesa.

 Tchau, amor – disse Irene dando um selinho em Cê e indo embora. Ai, ela queria me matar né! Ainda bem que Luke estava ali, ele curava o buraco que a Irene e o Cebola faziam no meu peito. Eu estava feliz por ele estar isso!

Quando restou somente Cê, Cas, Luke, Maga e eu, falamos que nos víamos na aula no dia seguinte. Deixamos-lo ir para casa, enquanto cada um foi para a sua. Somente Cê foi para o mesmo lado que eu, porque nossas casas eram muito próximas.

Durante o caminho Cê falou:

 Agora você já pode namorar ele, Mônica...

 Como é que é?

 A gente sabe que você está caidinha por ele  cheguei na porta de minha casa  espelo... Quer dizer, espero que não se arrependa!

 Eu tomo as minhas decisões e pode apostar, eu não vou me arrepender.  entrei na minha casa e ele foi para a sua.

“Espero que não se arrependa!”, essa eu não entendi. Realmente, eu não entendo os meninos. Mas fiquei com isso na cabeça a noite toda.