POV. Austin

Alguém me explica, por que sempre tem que acontecer alguma coisa para atrapalhar o momento? Pois é, essa coisa se chama ar. Nos separamos para recuperar o fôlego, mas Ally fez uma coisa que eu realmente não esperava. Ela me beijou de novo, mas dessa vez foi diferente, foi calmo e doce, aproveitei e explorei cada canto de sua boca, sentindo seu hálito de morango que me deixava ainda mais louco pela morena.

Não sei quanto tempo ficamos ali, talvez segundos, minutos ou horas. Sei lá, não importa. O que importa é que eu descobri meus sentimentos por essa morena. O jeito meigo, mas ao mesmo tempo audaciosa, o meio sorriso dela quando está sem jeito, a mania de enrolar uma mecha do cabelo no dedo indicador quando está nervosa, enfim, todos esses detalhes só me fazem gostar mais da pessoa que ela é. Espera um pouco, nem eu sabia que eu podia ser tão observador assim, ainda mais quando se tratasse de Ally Dawnson.

Nos separamos novamente, nossos olhares se encontraram...e ela saiu correndo. Okay dessa parte eu não gostei, mas ela deve estar confusa também. Agora de uma coisa eu sei, eu tenho que conquistar ela por completo, a fazer confiar em mim, e depois de hoje, tenho certeza que ela sente algo, só não sabe ainda.

POV. Ally

Eu não acredito no que estou fazendo. E o pior, estou gostando. Cada toque dele é uma onda de sentimentos que me invade, não sei dizer quais são, mas eu gosto da sensação. O ar resolveu dar um “olá” só para atrapalhar tudo, mas em um gesto rápido, puxei o loiro para outro beijo. Não me perguntem por que fiz isso, deve ser o calor do momento, sei lá.

Quando nos separamos novamente meu único ato foi sair dali rapidamente, não queria conversar sobre o que aconteceu, não agora. Minha cabeça parece que vai explodir. Não sei se sinto raiva de Austin, sua incrível capacidade de me confundir ataca novamente e o pior que pensar que o meu primeiro beijo foi com o meu inimigo ou melhor ''antigo inimigo''. Ele gosta de mim? Não, não é possível. Eu sinto algo por ele? Menos provável ainda .Quer dizer, não sei. Não sei de mais nada. O que é certo? O que é errado? Pois é, também não sei.

Mas, como confiar nele? Só conseguimos passar um tempo sem brigar e ele me tirou de uma situação meio que indesejável hoje, isso não quer dizer que tudo mudou, pelo menos ainda não. Preciso confiar nele primeiro antes de tomar qualquer decisão.

Preciso ir embora dessa festa antes que encontre Austin de novo, e esse não é o melhor lugar nem o melhor momento pra falarmos do que houve. Do beijo.

Ell com certeza não ia querer ir embora agora, porque ele e Rydel estão no maior clima no meio da pista de dança. De repente, meu celular vibra avisando que chegou alguma mensagem. É da Trish.

Trish: “Ally minha mãe terá que sair para uma viajem amanhã de manhã, posso ficar na sua casa? ”

Ally: “Claro, pode sim. Você já quer ir embora? “

Trish: “ Vou a hora que você for, se bem que minha cabeça está estourando de dor. O que acha de pegarmos um TÀXI? “

Ally: “Okay, pode ser. Eu vou ali fora ver se consigo algum e você avisa Rydel que já estamos indo. “

Trish: “Okay”

Por sorte um TAXI passa bem na hora, eu e Trish entramos e eu disse o destino para o motorista. Minha casa é um pouco longe daqui, então será mais ou menos uns vinte minutos dentro desse TÁXI.

–Você sumiu no meio da festa, aconteceu alguma coisa?- Trish resolve quebrar o silêncio. Eu iria contar sobre o beijo, mas não agora né. Não dentro de um TÁXI.

–Quando chegarmos em casa te explico tudo.- Ela apenas assentiu e ficamos em silêncio o resto do caminho.

Finalmente chegamos, paguei a o TÁXI e entramos.

–Ei Trish, não faça barulho. Você não sabe a fera que é minha mãe quando acordam ela de madrugada. – Disse quase sussurrando.

Subimos as escadas silenciosamente e entramos no quarto.

–Ai meu Deus, finalmente uma cama. – falou Trish se jogando em minha cama.

–Ei vai com calma, vai dormir desse jeito? Com essa roupa? – Disse em meio a risos.

–Não tenho outra ué. Espera, eu acho que deixei um pijama aqui uma vez, lembra? Ou eu o busquei depois? – Ela se levantou sentando na beirada da cama.

–É, ele está aqui.- Pois é, ela pode não se lembrar, mas ela tem muita roupa aqui.- Vou pegar e você vai lavar esse rosto, a maquiagem escorreu toda. – Sério, ela deve ter esfregado o olho e esquecido que estava com uma sombra preta. - Como se diz o Ell, você está que nem um guaxinim que caiu na piscina.

–Oooohhhh não me zoe mocinha. – Disse semicerrando os olhos.

–Amigas são pra isso. – Mandei um beijo no ar pra ela enquanto nós duas caímos na gargalhada.

Depois de arrumarmos tudo, e Trish ter tomado um remédio pra dor, fomos deitar. Sinceramente, eu não estava com um pingo de sono. Mas o silêncio e a escuridão são bons pra pensar. Espera, eu disse silêncio né? Bom, Trish não conhece o significado dessa palavra. Ela não parava de tagarelar sobre o garoto que viu na festa, ou o quase tombo que ela levou se não fosse pelo tal garoto.

–Okay entendi, ele te salvou de quase ter torcido o pé.- Usei um tom de ironia.

–É pode ter sido isso.- Ela riu – Mas e você? Por que sumiu?

–Bom... - Expliquei a história toda, inclusive o beijo, a confusão que isso causou e tals.

– Calma aí, me deixa processar o que eu ouvi. Não creio, Ally Dawnson e Austin Moon? E você nem esbofeteou a cara dele? Ou melhor, você gostou! Ai Meu Deus alguém me leva pro hospital, estou ficando sem ar.- Ela disse colocando a mão no peito e se jogando no colchão fingindo que estava morrendo. Eu ri.

–É, eu gostei. Ai cara eu não sei mais de nada.- Isso era verdade, a mais pura verdade.

–Você não sabe, mas euzinha aqui, a pessoa que te conhece há muito, muito tempo, tem certeza de uma coisa: Você sente algo por eleeee! - Ela cantarolou a última parte.

–Não, não sinto. Ou sinto? Ai sei lá Trish, deve ter sido só o calor do momento. Isso não vai acontecer de novo, não mesmo. Somos QUASE amigos, nem amigos somos ainda. Como pode isso? Eu devo estar é louca por ter beijado ele. – Talvez eu esteja louca, mas quer saber? Eu gostei.

–Okay Ally, engane a si própria porque a mim você não engana. Já estou até vendo no que essa história vai acabar hehehehe – A não, ela está com aquele sorrisinho sapeca no rosto que eu tanto conheço.

–Iiiii a outra vai e pensa baboseira, vai a merda Trish.- Joguei o travesseiro no rosto dela. Como ela estava deitada em um colchão no chão ao lado da minha cama, foi fácil de acertar.

– Não acredito que fez isso, sabe muito bem que eu sou expert em guerra de travesseiros – Nós duas rimos.

–Não, não vamos fazer guerra de travesseiros. Estou morta de sono.- Disse ainda rindo.

– Então perdeu por desistência haha- Ela disse e se deitou novamente.

–Boa noite Trish, tenta não roncar muito alto por favor.- Eu sei que ela odeia que falem isso pra ela.

–Vai te catar Ally, quem disse que eu ronco? – Caímos na gargalhada de novo.

–Okay agora cala a boca e vai dormir. – Depois disso o silêncio reinou, nem eu conseguia decifrar a capacidade que Trish tem de cair no sono tão rápido. Mas depois de um tempo acabei dormindo também, pensando nos lábios de um certo loiro. Vê se pode, até dormindo sou idiota.

...

Sabe o que acontece quando me acordam cedo no domingo? Eu viro a pessoa mais mal humorada existente na Terra, e parece que Trish também. Estou começando a desconfiar que minha mãe nos acordou às dez da madrugada em um domingo, é eu acho dez horas muito cedo pra se acordar em um domingo, enfim, eu acho que ela nos acordou agora porque nós devemos ter acordado ela ontem quando chegamos. Eu avisei que ela não gostava de ser acordada, assim como eu. OU pode ser só ideia da minha cabeça apenas por estar de mal humor.

– Afinal onde é que o Ell está? Ataaa quer dizer que ele pode dormir sossegadamente e a gente não? Arram muito justo mãe. – Disse bufando e me sentando à mesa para o café.

–Ele nem dormiu em casa Ally, ele foi pra casa do Riker depois da festa porque, parece, que o Riker bebeu muito e não podia dirigir. – Respondeu Penny

–Arram sei, sei muito bem o motivo dele ter ido pra lá e não era esse. Porque Rydel poderia ter ido dirigindo e....

– Ally deixa de paranoia e fica calada pelo amor de Deus, você ainda vai fazer minha cabeça explodir. - Trish me interrompe deitando a cabeça em cima da mesa.

– Eu só acordei vocês agora porque vou ter que viajar a negócios e vocês iriam ficar sem café, depois que comerem podem voltar para o quarto. – Penny parecia mais apressada do que nunca.

–Viajar a negócios? Em pleno domingo mãe? – Trabalhar em um domingo deve ser triste. Domingo é tipo o dia dos deuses, é o dia de se fazer principalmente: NADA

– Pois é filha, a loja vai abrir uma filial e apareceu uma urgência pra resolver então eu mesma terei que ir, e falando nisso já estou atrasada.- Disse se levantando e colocando seu prato na pia.- Tchau meninas, tenham juízo e bla bla bla o resto vocês já sabem. Ally volto na terça. –Saiu apressada me dando um rápido beijo na testa.

Nem deu tempo de responder porque ela já estava prestes a sair pela porta quando gritou:

–Ah! E a louça é pra deixar pro Ellington lavar, ele me acordou no meio da noite e essa é minha vingança. Beijos meninas.- Dessa parte eu gostei

–É assim que se fala Senhora Dawnson. – Trish gritou de volta.

–Então, já que não temos nada pra fazer, o que é bom. Que tal fazermos uma maratona de filmes? – Trish apenas assentiu porque estava com a boca cheia. Depois que colocamos os pratos sujos na pia, que por sinal estava enorme e por isso Ell teria uma boa tarde lavando vasilhas, arrumamos a sala e escolhemos os filmes.

O resto do dia correu normal, se eu dissesse que esqueci o Austin, estaria mentindo descaradamente. Cada filme que passava me lembrava algum detalhe de ontem, e me expliquem, por que quase todos os galãs de filme tem que ser loiros? Ata é só pra foder com o emocional de Ally Dawnson. Pois é, se acham que eu já estou paranoica, estão certos.

Trish vai dormir aqui de novo, já que sua mãe só chega amanhã. Então ela foi à sua casa e pegou alguns pertences, inclusive seu material escolar. Pela bolsa dela, até parece que ela vai passar a vida toda aqui em casa.

Segunda, o dia que todos, ou pelo menos a maioria dos seres racionais, odeiam. Eu e Trish quase perdemos o ônibus já que Ell avisou de última hora que não iria nos levar.

As aulas? Bom, foram normais. EXETO, que eu não conseguia parar de olhar adivinha pra quem? Pois é, esse idiota que você pensou mesmo.

Eu realmente preciso arrumar alguma atividade extracurricular pra fazer, só que nada até agora me agrada. Se tivesse pelo menos algo que envolvesse música, mas não tem. Acho que hoje eles iriam colocar mais opções de escolhas no mural de avisos, vou lá ver se encontro alguma coisa.

POV. AUSTIN

É impressão minha, ou a Dawson estava me olhando durante a aula de química? Que por graças ao bom Deus, é uma das MUITAS aulas que tenho com ela. Não nego que eu também fiquei olhando, mas eu queria que ela me olhasse na mesma hora que eu olhava, prara ser tipo aquelas cenas de filme sabe? AUSTIN, PARA DE VIADAGEM CARA. Tenho que repetir isso pra mim mesmo sempre que estou lembrando de algo que envolve a Ally.

Eu à vi indo em direção ao mural de avisos, provavelmente escolher sua atividade extracurricular. Eu também não escolhi a minha, então seria bom saber qual ela escolheu, só pra dar uma ideia sabe?

Ela estava tão distraída assinando seu nome na lista de uma atividade, que era participar de um projeto de música no orfanato, também vou nisso.

–Bela escolha Dawnson.- Disse ainda atrás dela. Ela estava tão distraída que deu um pulo pra trás de susto.

– AH! Eu já devia imaginar que fosse você Moon. Da próxima devolvo o susto, idiota.- Ela disse me mostrando língua.

–Que ato mais infantil garota.- Disse mostrando língua também, e nós dois rimos. Ficamos alguns segundos em silêncio, um silêncio horrível.

–Então, eu tenho que ir pra casa e...

–Espera, eu vou com você – A interrompi e rapidamente assinei meu nome na mesma lista e fomos andando um ao lado do outro.

Andavamos lentamente pela calçada e ela finalmente resolveu falar alguma coisa.

– DEJAVU, parece que fizemos exatamente isso a alguns dias atrás.

– Pois é... - concordei.

Eu estava angustiado, queria saber o que ela achou do beijo, queria saber o que ela pensou de tudo aquilo e se ela sentiu alguma coisa. Em um ato rápido prensso Ally na parede de um beco e ela me olha assustada.

– Eu...Dawson eu preciso saber de uma coisa - digo encostando minha testa na parede por cima do ombro da garota.- O que foi aquilo na festa? O que aconteceu? O que.... o que você sentiu? - ela ficou tensa e parecia não ter resposta alguma.

– N-Não foi nada, foi só uma festa, um acidente só isso mais nada - Ela chamou aquilo de acidente? - e eu não posso dizer que não senti nada, eu senti sim alguma coisa mas... foi só pelo momento, não significou nada.

– Então por que me beijou denovo? - Ao ouvir o que ela tinha dito, a raiva tomou conta de mim e me aproximei novamente. - Eu preciso saber!

– Pra que você quer saber disso? O QUE TE IMPORTA?

– Por que eu senti alguma coisa Ally!

– Eu nunca havia beijado ninguém antes Austin, você foi o primeiro garoto que fez isso por vontade própria, por isso fiquei tão alterada a ponte de sair correndo, eu nunca senti aquilo antes - Ela estava confessando tudo aquilo na minha frente, então quer dizer que o seu primeiro beijo foi comigo? Então eu sou a única pessoa que já tocou naquele lábios macios com cheiro de morango?

– Eu não sei o que está acontecendo com comigo - Confessei.

– Eu senti alguma coisa também, mas não sei ao certo o que foi, mas senti, só entenda isso.

– Tudo bem, deixa isso pra lá, não vamos mais tocar no assunto ok? - Opinei e fui andando até a saída do beco mas uma voz me impede.

– Me desculpa.

– Pelo que?

– Por te beijar.

– Desculpa Ally? Não quero que pessa desculpas, sabe de uma coisa? Aquele foi o melhor beijo da minha vida, e não estou exagerando nem um pouco - Confessei deixando a mesma corada.

– Eu também gostei... - Ela susurrou chegando perto de mim.

Voltamos a fazer o caminho para casa sem mais nenhuma palavra a ser dita.