Crônicas de um estudante escrita por Um Homer


Capítulo 1
Vestiário


Notas iniciais do capítulo

Nova fic, estilo um pouco diferente. Terei menos compromisso com esta, pois se com a outra que tentei ter pelo menos um capítulo por semana está difícil... Posto aqui por não ter onde postar, por não ser conhecido por escrever bem e etc, mas uma visualização mal não faz. Leitura leve, com linguagem possivelmente coloquial, boa leitura!



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Aula de educação física é no mínimo torturante. E em diversos aspectos!

É a última aula de sexta-feira e por isso, procuro terminar todo o circuito de exercícios o mais rápido possível.

Sou magro, magérrimo! E por isso não faço os exercícios com afinco e demorando-me neles como alguns garotos exibicionistas que, cá entre nós, tem total direito de exibir-se por estarem confortáveis dentro dos padrões impostos como belo, admirável, lindo, gostoso.

Meu professor é um cara muito atraente, na faixa dos 40 que adora fazer a escola de academia e que parece ter um prazer excepcional em ensinar da maneira mais próxima do aluno possível os exercícios. Ou seja, frequentemente ele vem por trás de mim e ajeita a posição dos meus braços no meio de uma série de levantamento de pesos. Mas ele é casado, tem filhos e não é o foco dessa história, mas graças a ele, ela existe.

Terminei minha série, dei meu nome para a lista de chamada e fui para o vestiário. Surpreendi-me enquanto me despia com a chegada de um rapaz da minha turma que tinha costume de ficar até o final da aula.

Não me cumprimentou.

Começou a despir-se pelo sapato, desamarrou calmamente um tênis esportivo de uma marca conhecida. A meia também era da mesma marca renomada, branca.

Seus dedos eram longos, mas não grossos nem finos, parecia uma mão ágil mas firme, porém delicada.

Quando levantou o rosto, percebeu que eu havia parado de me despir e o observava. Cerrou os olhos.

Sem graça, me virei e tirei a bermuda, única peça de roupa que havia em mim.

Seus olhos eram profundos, escuros, com um olhar obscuro, sombrio, enigmático. Combinava com a sua mão, juntos poderiam malear alguém, induzir à cometer o pecado carnal com um simples e decidido olhar e uma tomada de mãos, ou com um passar de mãos pelo seu cabelo preto sedoso que combinados com uma piscada poderiam derreter a qualquer um, que acho que devidamente o faz. Como o leitor já deve ter percebido, não sou muito próximo da minha turma e menos ainda dele, logo, julgo sua vida amorosa/sexual por sua aparência galanteadora.

Peguei na mochila uma toalha, um sabonete e outra cueca e passando por ele, agora já apenas de cueca também, entrei em um box.

Tiro a cueca, a coloco junto com a toalha pendurada na porta e ligo o chuveiro. Pouco depois, ouço o rapaz, qual o nome não faz diferença, fazer o mesmo.

Imagino-o tomando banho. E vou mais além, imagino-o tomando banho comigo. Imagino a água descendo por todo aquele corpo bem definido, de peitoral saliente, braços fortes e musculosos, barriga trincada, uma bunda bem formada e provavelmente um membro de tamanho satisfatório. Sim, pude observar um pouco disso enquanto passava por ele e sua cueca branca.

Mas não se deturpe os meus pensamentos, não me excitei, não tive vontade de masturbar-me ao imaginar aquele rapaz de 18 anos ensaboado. Não que ele não fosse digno de tal ereção, pois como o descrevi, era mais que isso. Mas esse era justamente o problema. Ele era mais do que digno de uma ereção, de uma excitação, de um tesão e eu... eu não.
Eu não tinha um peitoral, meus braços eram finos, minha barriga era negativa, não havia bunda em mim e meu membro deixava a desejar.

Não havia como me excitar imaginando alguém como ele comigo porque seria, desculpem-me o spoiler, apenas imaginação.

Não que há problema em imaginar, sonhar, mas dói ver que certos desejos são impossíveis de ser concebidos graças a minha condição física definida como feia.

Ensaboei triste o meu corpo e demorei-me no banho, mas assim que desliguei a ducha pude ouvir o rapaz fazer o mesmo.

Minha imaginação aflorou, meu coração bateu mais forte! Ele havia me esperado, pensei. Mas do mesmo jeito que o pensamento veio, fiz questão de o mandar embora. Porém quando saí após ter me secado e colocado a outra cueca, confesso que meu coração ainda batia forte, principalmente quando ele saiu do box enquanto eu ainda andava para o banco onde minha mochila estava. Queria poder virar-me e o pegar no flagra mordendo os lábios para mim, mas forcei-me a encarar a realidade. Ele devia estar olhando para o chão ou para o teto, mas não para mim. Se estava, não era por desejo.

Talvez por nervosismo de estar ali sozinho com ele, senti uma câimbra terrível. Sentei rapidamente e estiquei a perna fazendo careta e sussurrando palavrões.

Ele me encara enquanto seca seu cabelo sem a menor delicadeza. Está com a mesma cueca branca, agora um pouco transparente por seu descuido em se secar.

O encaro de volta e ele balança a cabeça e começa a colocar a roupa.

Faço o mesmo, porém, lentamente.

Coloco a calça sentada, sem a menor pressa, levantando-me apenas por necessidade de passa-la pelo quadril.

Creio que você percebe que fiz isso para observá-lo, mas minha imaginação fazia-me acreditar que ele fazia o mesmo.

Colocou a calça justa tranquilamente, a puxando, ajeitando-a atrás quando esta chegara no quadril, o que fez com que seu volume ficasse evidente contra o zíper de sua calça aberto.

Puxou o zíper para cima lentamente, como quem me convidasse, mas não olhava para mim. Ele não me convidava nem me desejava, eu precisava aceitar isso.

Respirei fundo, passei a mão no rosto e quando a tirei, ele colocava a blusa observando minha reação que soou mais expressiva do que eu pensava.

Colocou novamente a meia, o tênis, o amarrou, colocou a mochila no ombro e pasmem, como eu pasmei, meneou a cabeça com um sorriso contido para mim quando se levantou.

Vendo que me assustei, ele sorriu e mexeu no cabelo enquanto saía.

Tentei dizer alguma coisa, mas a porta já se abrira e fechara.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham apreciado, qualquer crítica é bem vinda, obrigado aos que leram. Beijos e boa semana!



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