Red Angel escrita por Malina Endou


Capítulo 36
Capítulo 36- Raimon vs sentimentos.


Notas iniciais do capítulo

Yo!

Bom, trago-vos aqui o penúltimo capítulo de Red Angel! Y^Y Nem acredito que está quase a terminar esta temporada!

Boa leitura!



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Pov Malina

Começamos por nos reunir em circulo, revelando a todos os nossos companheiros o que se tinha passado e como tínhamos aceite jogar contra a Teikoku mesmo depois de quererem desistir. Todos sorriram e pareciam felizes com a decisão. Acreditava que por muito que quisessem vencer, todos pensavam da mesma forma; para vencer a Teikoku teria de ser com a nossa própria força, não através de uma desistência.

—Malina.- Levantei-me do chão após verificar as chuteiras, encarando o Goenji- Nós vamos vencer.- Fiquei um pouco espantada com as palavras dele, inicialmente, mas não pude conter um sorriso.

—Sim!- ele com certeza pensava na Yuka. Tinha conhecimento sobre a promessa que fez à irmão, e não duvidava que pensasse nisso.

—Aconteceu alguma coisa?- fiquei admirada pela pergunta, mas tentei sorrir com a maior sinceridade possível.

—Não! Está tudo bem! Vamos.- E corri para o campo. Não sabia exatamente se era para entrar rapidamente em jogo, se para fugir a outra pergunta dele.

Retornamos ao campo e eu fui para o meu lugar, na frente, a meio campo. Do banco víamos o Megane, o Jin e o Shishido que pareciam tão sérios como qualquer um de nós, mostrando-se prontos para entrar em qualquer momento caso fosse realmente necessário. E foi então que o árbitro apitou, e após o Goenji me chamar a atenção, é que lhe passei a bola, vendo-o avançar rapidamente enquanto o seguia juntamente com o Someoka.

Quando dois defesas da Teikoku tentaram tirar-lhe a bola, passou de imediato para trás, para o Someoka que iniciou a nossa técnica Fire Tornado God. Porém, o goleiro da Teikoku teve tempo de saltar e bater com o punho no chão antes de uma barreira laranja se erguer à sua frente, protegendo a baliza, executando a Power Shield... A qual conseguiu deter a nossa técnica conjunta. Era óbvio que seria extremamente difícil fazer-lhe um golo. Ele tinha todo o mérito em estar naquela posição.

Ao voltar-me para os rapazes, cruzei o meu olhar com o Goenji, mas não era um olhar amigável. Ele parecia aborrecido. Comigo? Fechei as mãos em punhos. Tinha noção da força que havia colocado naquele remate. Ele talvez tenha percebido.

Voltei-me para trás para subir.

Kidou...

Abanei de imediato a cabeça. Não podia deixar que os sentimentos levassem a melhor. Tinha de fazer tudo para ganhar, para podermos passar a fase eliminatória. Não era hora de me apiedar com os outros nem de pensar nos outros. Infelizmente, as palavras do Kageyama pareciam bem gravadas na minha mente. Olhei para o Mamoru, vendo-o retomar a posição defensiva. Tinha de se concentrar.

Os rapazes pareciam estar a ter problemas em recuperar a bola. O Kidou e os seus companheiros estavam a passar facilmente. Queria ajuda-los e fazer algo, mas já estavam muito longe. Sentia-me tão inútil. Começava a sentir-me um peso para a equipa. Principalmente quando vi o Kidou passar a bola para o companheiro que fez a técnica Hyakuretsu Shot. Ainda que me sentisse aliviada. Sabia que desde que enfrentamos a Teikoku, o Mamoru tinha crescido muito como goleiro e acreditava que aquela técnica fosse fácil para ele, daí usar a Fire Knuckle... Mas não pareceu ter sido! A bola bateu mal na mão dele e por pouco não entrou, batendo na trave e saindo.

—Mamoru.- Corri para ele- O que aconteceu?- ele pareceu tão surpreendido como eu.

—Vê se te acalmas.

—Ah... Sim.

Dei meia volta para retornar à minha posição e preparar-me para o ataque, quando vi novamente aquela expressão de aborrecimento na face do homem que amava, desta vez, dirigida ao meu primo, e antes de se virar, nem se dignou a encarar-me mesmo sabendo que o fazia. Custava-me vê-lo olhar-me assim. Infelizmente, não podia pensar numa coisa assim, não quando eles já estavam prontos para rematar do canto. O Kidou foi quem pôs a bola em jogo, indo parar diretamente a uma companheiro de cabelos brancos que cabeceou a bola diretamente para as mãos do meu primo. Só que a bola tornou a escapar-lhe, ainda que fosse tão fácil de apanhar, deixando-a cair. Corri para a tentar desviar, assim como os nossos defesas se puseram à frente dos atacantes adversários para os parar, antes do Mamoru se atirar à bola e a agarrar, caindo em cima dela. Senti um alivio enorme sair-me do peito.

O meu primo levantou-se de imediato, passando de seguida a bola para mim. Parei-a com a peito e comecei a avançar com ela, deparando-me com o Kidou logo à frente, o qual vinha na minha direção para e tirar a bola.

"Por isso se o Kidou não conseguir vencer jamais poderá viver com a sua irmã."

Tinha a oportunidade de passar para o Goenji ou o Someoka, mas já foi tarde de mais. Sem que pudesse fazer nada, a bola foi-me tirada dos pés. Voltei-me para trás, vendo-o correr na direção da nossa baliza por minha culpa... Sem que eu tivesse tentado sequer passar por ele. Queria correr atrás dele mas as minhas pernas não se mexiam, pareciam presas ao chão. E se o meu primo se sentisse assim? Se também estivesse a pensar naquelas coisas? O Kidou passou pelos nossos defesas e estava frente a frente com ele. O jogo não podia continuar como eles queriam!

—Mamoru!

Queria que ouvisse o meu grito. Queria que despertasse. Talvez era isso que precisávamos. Mas então... Então porque razão ainda me sentia presa ao chão?

Antes mesmo do Kidou conseguir terminar o remate, o Goenji apareceu de repente à sua frente e bloqueou-lhe a tentativa com um carrinho, travando-o. O Kidou recuou uns quantos passos, cambaleando antes de se ajoelhar, fazendo o seu companheiro que tinha a bola, atira-la para fora propositadamente. Já o nosso número dez levantou-se e correu para a sua posição. Passou por mim, mas nem me encarou assim como eu evitei fazê-lo. Cerrei as mãos em punho e tentei acalmar-me. Dei meia volta e retornei à minha posição.

Enquanto corria, pude observar a Haruna a tratar do pé do irmão mais velho e antes dele voltar para o campo, ela estava a sorrir, influenciando-me. Gostaria de saber o ele lhe tinha dito. Só que tive logo de deixar esses pensamentos. Assim que o capitão adversário voltou, o jogo retornou e nós é que tínhamos a posse de bola. Conseguimos avançar várias vezes até junto à área do goleiro, onde tanto eu, como o Someoka e o Goenji fizemos as nossas técnicas individualmente... E as três foram travadas pela Power Shild.

Eles acabara por recuperar a bola, fazendo passes entre si antes de chegar ao Kidou, que olhou de imediato para dois companheiros os quais começaram logo a correr para a sua frente... Preparavam-se para fazer uma técnica! Comecei logo a correr, sem hesitar.

Os dois rapazes começaram a correr novamente antes do Kidou assobiar, fazendo aparecer no chão cinco pinguins. De seguida rematou, levando os pequenos animais a seguir a bola de cor alaranjada, a qual se dirigiu para os dois jogadores da Teikoku, que a chutaram uma vez mais, chamando a técnica de KOUTEI PENGUIN 2. O Mamoru executou logo a God Hand mas parecia estar com alguma dificuldade em parar a técnica.

Não vai conseguir.

Aquele pensamento passou-me repentinamente pela cabeça como que um presságio. Foi estranho e arrepiante. Eu tinha fé nele e acreditava que podia conseguir. Porém, o pior tinha acontecido... A God Hand foi desfeita. A bola acertou no meu primo e ambos entraram com toda a força na baliza. O árbitro apitou, assinalando o golo da Teikoku. Aquela técnica era muito poderosa.

Não durou muito até que o árbitro tornasse a apitar, mas agora para o final do primeiro tempo, terminando com os nossos adversários à frente. Saímos calmamente do campo, caminhando até ao banco onde recebemos as nossas botijas de água e toalhas, as quais pousamos em seguida no mesmo local, indo para junto do Mamoru, sentado no chão.

—O que te aconteceu, Endou?- o Kazemaru fez o mesmo que o nosso capitão.

—Na verdade, nem eu mesmo sei.- Os rapazes ficaram espantados com o que ele dissera. Honestamente, não me admirava nada.

—Vou dizer-te uma coisa.- Foi então que percebi que a Natsumi se tinha aproximado, ficando em frente, de pé, do meu primo- Ver-vos brilhar...- olhou de repente para mim de tal forma, que fui obrigada a desviar o olhar antes de retornar ao meu primo- Fez com que o futebol me atraísse, mas agora isso já não acontece. Por isso faz alguma coisa.- Assenti sem grande vontade. Olhei para o Mamoru que continuou de cabeça baixa.

—O Kageyama não vos disse nada estranho, pois não?- abanei de imediato a cabeça, e sorri.

—Não. Ele não nos disse nada, treinador.

Passamos o resto do intervalo sem trocar palavras. Eu acabei por me sentar ao lado do Mamoru agarrando na sua mão. Estava a tremer. Não sabia o que fazer. Eu mal conseguia pensar numa maneira de me concentrar, de parar de pensar nas palavras do Kageyama e naquilo que implicava o Kidou perder o jogo.

O intervalo pareceu passar num piscar de olhos e quando dei por nós, já estávamos novamente em campo, prontos para a segunda parte, a qual foi iniciada por eles. Partiram imediatamente para o ataque sem dar tempo sequer a que reagisse e tentasse algo já que o Kidou passa sempre perto da minha posição e pelos vistos continuaria a passar. Os rapazes da minha equipa perceberam logo a minha falha e puseram-se também à frente.

—Se não estás bem e precisas de nós, só tens de o dizer, Malina.- As palavras do Handa fizeram-me ficar com lágrimas nos olhos, principalmente quando vi que falhara ao tentar ficar com a bola.

Os outros rapazes também não tiveram hesito, deixando-o passar após vários dribles. Pensei que, na posição em que estavam os seus companheiros, que pensava fazer a Koutei Penguin 2 uma vez mais, mas surpreendeu-me ao passar para um deles.

Parei de correr. Nem me tinha apercebido que o estava a fazer. Queria ajudar na defesa, queria ajudar o Mamoru, mas não era a única que pensava assim. O Kazemaru, sem hesitar, colocou-se em frente ao nosso goleiro e deteve o remate com o próprio corpo. Mas não era o único ali em frente da baliza; o Domon, o Kabeyama e o Kurimatsu juntaram-se a ele logo após o companheiro de posicionamento. Os jogadores da Teikoku continuaram a atacar sem piedade, não paravam nem davam descanso a nenhum dos meus amigos, fazendo com que o Kurimatsu acabasse por ceder e caísse com o cansaço.

—Agora!

Fiquei surpreendida com a ordem do Kidou, mas os seus três companheiros não. Puseram-se a correr para junto da bola que estava no ar, preparando-se para fazer a técnica que mais temia... A Death Zone. A técnica foi executada e acabou por passar pela linha de defesa montada mesmo em frente à baliza. Pus as mãos por cima da boca ao ver que o Mamoru não reagiu a tempo, mas principalmente porque o Domon se pôs à frente da bola, acabando por levar com a bola na cara.

—Domon!- corri até ele assim como fizeram todos da equipa.

—Domon, estás bem?- o meu primo ajudou-o a sentar-se, mas percebeu-se que estava muito magoado.

—Sim, fica tranquilo.

—O que tu fizeste foi uma loucura.- Ajoelhei-me à sua frente.

—Era a única de... Poder parar... A Death Zone. Mamoru, Malina, pessoal... Com isto, consegui... Tornar-me mais um companheiro de equipa?

—Mas do que estás a falar? Isso não é algo que se diga.

—Claro que sim, Domon. Tu sempre foste um companheiro.- O nosso defesa sorriu.

—Que bom.

A equipa médica chegou de imediato. Os dois homens trouxeram uma maca com eles e, calmamente, puseram o Domon em cima da leva, levantaram-na e levaram o nosso companheiro, todo dorido para fora do campo. Aproximei-me do Mamoru e pousei-lhe a mão sobre o ombro. Encarou-me mas não fez qualquer expressão, desviando o olhar para onde estava o Domon. Fiz o mesmo.

—Endou!

Voltei-me para trás assim como ele, deparando-me com o Goenji já a executar o Fire Tornado. Com o susto, soltei o meu primo e desviei, acabando por cair para trás enquanto a bola acertou no nosso capitão, empurrando-o para longe. Levantei a cabeça e vi o Goenji parar à minha frente, olhou-me de lado antes de prosseguir e parar em frente ao capitão.

—Pus toda a paixão que sinto pelo futebol naquela bola.- O Kazemaru ajudou-me a levantar, mas nem lhe consegui agradecer. Toda a minha atenção se voltava para o homem que amava- Endou, tudo o que acontece fora do campo é como se não existisse. Apenas devemos concentrar-nos no jogo.- Voltou-lhe e foi para a sua posição.

Caminhei até ao Mamoru e peguei na bola que estava à sua frente, a mesma que o Goenji rematara. O meu capitão olhou para mim e sorri-lhe verdadeiramente; a primeira vez após toda aquela história.

—Ele tem razão.- Começou a levantar-se, dando-me um sorriso- Tenho estado muito confuso.- Abanei a cabeça negativamente.

—Não. Ambos estivemos.- Pôs-se de pé e encarou-me com algum espanto- Creio que ambos estivemos muito confusos todo este tempo. Tentamos não pensar na situação do Kidou, mas...

—Mas no final uma parte de nós era incapaz de o fazer.- Levantei a bola até ficar em frente às nossas faces. O Mamoru agarrou-me as mãos, as duas lado a lado, pondo-as por cima, antes de ambos fecharmos os olhos- Malina, acho que nos estivemos a enganar sobre o que é mais gostamos neste mundo e estivemos a ponto de perder o mais importante.

—Sim.- Abri os olhos ao meus tempo que ele, dando por nós a sorrir.

Como assim eu ia deixar que eles vencessem?! Treinamos tanto, passamos por tanto e por tanta coisa para agora eu fazer isto aos meus companheiros? Nem pensar! O jogo ia começar agora. A Raimon ia vencer!


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Notas finais do capítulo

Reviews?!
Kissus!



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