If she is your only then why you lonedy? escrita por Avia


Capítulo 27
Capitulo 20 - Eu te amo!


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo gente! Sim outro cap! Eu amei esse cap (acho que da pra ver, pelo nome), mas espero que vocês também gostem.
Boa leitura!!



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(Pov Autora)

As duas semanas que se seguiram foram um completo estranhamento para as duas partes.

Reo vendeu seu apartamento, pois não conseguia viver com as lembranças de Ada e de Alice, que ali se depositavam. Ele aguardava em depressão a volta de Alice, uma chance dos dois ficarem juntos novamente, mas a culpa o perseguia, tirando seu sono.

Ele acabou comprando outro apartamento, perto de seu antigo, mas onde pudesse construir novas lembranças e talvez, em sua esperanças mais profundas, ter Alice ao seu lado.

Alice mudou totalmente seu estilo, dizendo agora ser a “garota de Paris”. A ignorância não permitiu que ela soubesse que ela e Reo podiam realmente ficar juntos, agora sem um filho de outro relacionamento, para os interromper.

Ela tentava ficar perto de Cesar o máximo possível. Ela matava a saudade de Reo daquela forma, apesar de saber que era errado, ela precisava daquilo.

–-------------

(Pov Alice)

Último dia...

Eu havia visitado Paris por completo, ao lado das minhas 3 loucas favoritas e alguns outros lugares ao lado de César.

César me fizera visitar, todos os restaurantes e lanchonetes da capital da França para que tivessem nosso aval. Ele até me levará para uma reunião com seus acionistas, o motivo de ele estar ali. Ele estava sendo perfeito, em todo o tempo, e eu não tive outra escolha a não ser aproveitar sua companhia. A semelhança com Reo me machucava a cada dia menos.Era algo que eu realmente não ligava mais.

Minhas amigas e eu tiramos tantas fotos, de tantos lugares, que Vick já reclamava da falta de espaço em seu cartão de memória. Nos tínhamos visitado todos os pontos turísticos juntas e era perfeito poder estar com elas.

Nós estávamos agora arrumando as malas para, no outro dia bem cedo, irmos para casa...

Ouvimos uma batida na porta e Vick olhou maliciosamente para mim.

– Acho que um certo espanhol venho visitar nossa Lice.-ela disse indo abrir a porta.

César estava ali, como o previsto. Vestia uma camisa social preta e um jeans escuro.

– Ola, Vick!- ele disse assim que ela atendeu a porta- Alice está?

– Esperando por você...

Ele sorriu e eu me aproximei.

– Quer comer algo?-ele perguntou, despreocupado, tendo certeza que eu aceitaria.

– Vou pegar minha bolsa.

Meu short verde e minha camiseta branca foram perfeitos para aquela hora do dia. Peguei minha bolsa bege e me despedi rapidamente de minhas amigas, que ainda cuidava das coisas, para depois também irem visitar alguns outro lugar.

Sai do quarto e César me beijou, me fazendo ficar vermelha pelo contato.

– Aonde quer ir?-ele perguntou ao se distanciar.

– Acho impossível achar um lugar em que nos não tenhamos ido, então...

– Aquela sorveteria?

– Aquela sorveteria!

Fomos até a sorveteria em que havíamos conversado e nos beijado, pela primeira vez.

Ele fez exatamente o mesmo pedido do dia em que havíamos aparecido ali, e eu já começará a reconhecer frases inteiras em francês, apenas de ouvi-lo

–Aqui começamos e aqui terminaremos, não é pequeña?

–Acho que sim.

–Você sabe que poderia ir comigo se quisesse...

–E minha família, minha faculdade? – disse mostrando o obvio.

–Gostaria que você não fosse tão apegada...

–E eu que você me entendesse. Não é por que conheci um cara que vou largar tudo pra trás e me mudar de país, não assim.

–Desculpa, só queria ficar mais com você !

–Também gostei de estar com você ...

–Não pequeña, você não entende.

–O que eu não entendo?

–Lembra-se da mulher que eu te falei?

–Sim...

–Vocês são quase a mesma pessoa! - ele disse. - A semelhança é tão grande, que na primeira vez que te vi me assustei e fiquei parado e você estava tão distraída que nos embarramos.

–César eu...

–Não precisa dizer nada! Eu sei que foi errado, eu não devia fazer isso, mas vocês são tão parecidas, e eu a amava tanto...

–Também não tenho sido honesta com você...- disse - Eu tinha um namorado, mas ele me deixou, por que sua ex noiva está grávida. Ele é idêntico a você.

Ele assentiu.

–Tem alguma chance de vocês ficarem juntos?-ele perguntou.

– Eu não sei...

–Vai me prometer que vai se agarrar a qualquer chance e será feliz?

–Prometo.

–Vou te levar para o hotel, você precisa arrumar as malas!

–-------------

Era a terceira vez que eu checava a hora.

O voo chegaria no exato minuto em que era prometido, mas eu queria tanto descer em solo brasileiro que não conseguia esperar.

Meus cabelos, agora lisos, me incomodavam um pouco, pois não ficavam presos de jeito nenhum. Vick havia insistido para que eu mantivesse o cabelo liso e não ondulado, e isso me fazia perder um tempo desnecessário, apenas para ficar “bonita”.

Faltavam 5 minutos para sairmos do avião e ir encontrar Leo, Lion e Valentim, que, segundo minhas amigas, estariam nos esperando na entrada principal.

– Eu queria ter ficado mais... – Vick resmungou.

– Eu também... – Olivia disse ao seu lado.

– Eu quero sair daqui... – Ene exclamou.

– Eu também... – Concordei com ela.

Rimos daquela situação e ouvimos a voz da aeromoça dizendo que o avião havia pousado.

Soltamos os cintos e nos levantamos. Saímos do elevador e pegamos as malas.

Após todos os procedimentos, saímos finalmente do aeroporto e minhas amigas foram correndo até seus namorados.

Eu fiquei atrás observando elas os beijarem e abraçarem. Tentei prender meu cabelo de novo, mas ele se soltou e eu resolvi deixar como estava. Senti alguém se aproximar, atrás de mim, mas não me virei.

– Alice... – a voz que vinha da pessoa me fez estremecer. Era ele, após tanto tempo, ele estava ali, mas eu não conseguia me virar.

Engoli seco e ele foi até meu campo de visão. Reo estava parado na minha frente e me olhava, ligeiramente boquiaberto.

– Reo... – disse após um suspiro firme.

– Você está... – ele tentava achar a palavra, mas parecia ter perdido a habilidade de se expressar. – diferente!

– E você está aqui, quando deveria estar com sua noiva... – eu disse séria, construindo uma barreira de resistência, tentando fazê-lo se afastar.

– Temos que conversar sobre varias coisas... – ele concluiu. – Mas antes...

Ele me entregou um buque de violetas azuis. Eu os peguei e agradeci baixinho, mas ele não pareceu ouvir ou se importar. Ele sinalizou o carro e eu fui até lá, entrando e recusando qualquer ajuda. Dei um pequeno aceno para minhas amigas, que me olhavam sem entender, enquanto Reo entrava no carro.

– Por que eu estou fazendo isso? – sussurrei baixinho apertando o cinto.

– Não sei, mas estou agradecendo mentalmente... – ele disse ligando o carro e sorrindo.

Não tive como não sorrir de volta. Apesar de tudo eu morria de saudade dele, queria estar ali, mas não contaria isso a ninguém.

– Você gostou das flores? – ele perguntou.

– Sim... São muito bonitas! – passei a mão por cima de uma pétala.

Ele ligou o radio e “I bet my life” começou a tocar.

– Você esqueceu comigo, talvez eu o tenha ouvido umas 5 ou 6 vezes, desculpa...

Reo estava agindo como se nada tivesse acontecido, como se a noiva dele não estivesse grávida, que ele não tivesse me abandonado para estar com ela, que eu não tivesse passado um mês em outro pais.

– Por que você está fazendo isso?

– Há muita coisa para conversar... – ele disse, me deixando um pouco apreensiva.- Por que não espera chegarmos no nosso destino?

– E qual seria esse destino?

– Não lembrava de você tão desconfiada...

– E eu não lembrava de você tão irritante! – virei meu rosto. Queria saber o que estávamos fazendo e para aonde iríamos.

Chegamos até o local em que Reo queria tanto me levar. Ele saiu do carro e abriu a porta para que eu saísse.

Assim que sai do carro, ele foi até a mala e pegou uma cesta de piquenique.

Olhei para o lugar que ele me levou e vi que era o parque municipal. Um lugar lindo, perfeito para se caminhar, andar de bicicleta, patins, skate ou do que você quisesse andar.

– Vamos? – ele estendeu a mão direita para mim e eu percebi que estava sem a aliança.

A mão dele era tão familiar que me segurei para não me agarrar a ela. Comecei a andar sem sua ajuda e entramos no parque.

Ele sinalizou um lugar escondido, com sombra e perto de varias arvores. Eu assenti e ele colocou o piquenique ali, estendendo uma toalha.

Ele se sentou e estendeu as mãos para me ajudar a sentar também e dessa vê as aceitei.

– Bom... – ele começou. – O que quer comer primeiro?

Ele começou a colocar as coisas que havia trazido na toalha.

– Quero que me diga por que me trouxe aqui? Por que me deu aquelas flores? Por que esta sem aliança? Por que fez tudo isso? – apontei para o piquenique.

– Eu quero primeiro pedir desculpa, por tudo – ele parecia inseguro e naquele momento pude ver claramente uma diferença entre ele e Cesar. Ele parecia tão mais humano, mais próximo de mim, mais meu.

– Eu já te perdoei... – sussurrei.

– Eu queria dizer que eu não deveria ter agido daquela forma, mas me pareceu a única saída, apesar de horrível, a única. – ele ignorou meu perdão e continuou falando– Eu discuti com Ada um dia, ela disse que se não tivesse carregando um filho meu eu estaria com você, então ela se suicidou...

Parei, perplexa.

– Mas por que? – eu tentei processar a ideia de Ada morta, mas não se encaixou em minha mente. – Ela não queria estar com você? Por que se matar pra te deixar com outra?

– Não sei Alice... – ele acabou um sanduiche que preparava e me entregou, eu aceitei e ele continuou falando – Eu me mudei, vendi aquele apartamento e comprei outro...

Eu assenti.

– Mas agora por favor fale algo sobre você! – ele mordeu seu sanduiche, parecia reviver os momentos em sua mente.

– Bom eu... – não sabia como iria contar aquilo para Reo – Eu visitei Paris, é um lugar magnífico!

– Você mudou o cabelo... - ele concluiu – E você também não costumava usar essas roupas.

Eu me olhei. Ele estava certo. Eu usava um short preto e uma regata maior do que o próprio short.

– Eu... – tentei dizer de novo mais não conseguia, não queria contar a ele sobre Cesar.

– Conheceu outra pessoa? – ele perguntou com seu sorriso interrogativo. Aquele que me conquistara.

– Sim.

– E ele te fez bem? – Reo parou de me encarar, olhava para a árvore mais próxima.

– Ele foi bem legal...

– E você vai voltar pra ele. – Reo concluiu, sorriu pesaroso.

– Não, eu...

– Alice eu te deixei, eu fiz você chorar – ele disse voltando a olhar para mim. – Eu poderia ter dado outro jeito, mas não dei... Não precisa se desculpar. Eu não devia ter feito tudo isso, esperando que você tivesse passado a viagem inteira chorando por mim!

– Só tem um problema Reo... – eu disse, não suportando vê-lo daquela forma – Ele era exatamente como você! Vocês são muito parecidos e eu só fiquei perto dele por que queria estar com você. Me culpo por isso, mas é a verdade. Eu não o amei, eu amei você...

Ele olhou para o chão, em busca de respostas, ainda parecia atordoado, mas não estava tão mal.

– Vocês... – ele jogou a pergunta no ar.

– Não! – respondi rapidamente.

Ele assentiu.

– Estamos quites então? – ele tentou sorrir, mas parecia desolado.

– Reo...

– O que?

– Você está chateado.

– Não.

– Não foi uma pergunta.

– Eu queria poder estar... -ele olhou pra mim e seu olhar de tristeza me destruiu.- Mas não posso, por que a culpa é toda minha.

Eu não sabia mais o que dizer então me levantei e fui até sua frente e acariciei os fios brancos de seu cabelo que tanto quis tocar. Ele se ajoelhou e eu o olhei interrogativa.

– Você me perdoou? - ele perguntou, segurando minhas mãos

– No momento em que te vi hoje...

– Você está linda, mesmo não sendo a mesma que antes...-ele olhou para meus cabelos e minhas roupas

– Obrigada...-disse corando.

– Ainda aceitaria se casar comigo? - ele me olhou com ar pidão e eu perdi a respiração.

– Reo... - eu queria dizer sim, me jogar nele, e pedir desculpa por ter ficado com outra pessoa, mas o que disse foi bem diferente - É tudo tão recente...

Ele olhou para o chão e soltou minhas mãos.

– Desculpa.

– Não!

– O que?

– Eu aceito...

– Mesmo sendo recente? Você quer mesmo?

– Passar a vida ao seu lado? Acho que sim!

Ele se levantou e me ergueu, me fazendo ficar muito acima de seu tamanho, e me girou no ar.

Ele me colocou em sua altura e meus pés ainda não tocavam o chão.

– Eu não quero nunca mais ficar longe de você... -ele sussurrou contra meu ouvido e eu estremeci em seus braços, indo para um beijo desesperado e necessário.

O ar faltou, após alguns minutos e eu me distanciei.

Ele me colocou no chão e pegou uma caixinha de seu bolso.

Haviam duas alianças nela, uma simples e comum e a outra com uma pedra azul em cima.

–Eu também não quero estar longe de você... – disse quase chorando de felicidade.

– Sei que pode parecer ruim um compromisso desses agora, mas podemos esperar você se formar, conseguir um emprego...

–Tudo bem Reo...- eu sorri -Te amo, agora, daqui a 5 anos e até ficar bem velinha...

–Certeza?

–Absoluta...

Ele colocou a aliança azul em meu dedo e ela ficou completamente perfeita.

–Posso te contar uma coisa?-ele perguntou.

–Pode...

–Preferia seu cabelo ondulado...

–Sério? - me assustei com sua reprovação.

–Você está linda, mas eu prefiro minha Alice, com os óculos, os cachos, tudo mais...

–Bom saber...- mordi os lábios e o toquei no rosto- Amanhã eu esquecerei acidentalmente de fazer chapinha e colocar as lentes.

–-------

Reo dirigia para a casa de meus país.

Ele resolverá que iria até minha casa e pediria minha mão em namoro.(mas na verdade tínhamos a intenção de anunciar que eu iria morar com Reo, em seu novo apartamento). Ele estacionou o carro na frente da casa e o desligou, levemente hesitante.

–Tem certeza que quer fazer isso? - perguntei

–Eu preciso se quero te ter perto de mim.

Dei um beijo em sua bochecha e sai do carro. Ele me seguiu e nós tocamos a campainha.

–Lice! - minha mãe exclamou.

Ela me abraçou forte, e não pareceu perceber a presença de Reo, a alguns centímetros de distância.

–Você está bem?-ela parecia extasiada ao me ver.

–Sim, mãe...

– Ah! - ela olhou para Reo. - Entrem!

Ela abriu espaço e eu puxei a mão de Reo para dentro da casa.

– Alice? - meu pai perguntou assim que eu entrei.

– Oi pai...-eu disse e ele sorriu.

– Como foi de viagem?

Ele me abraçou e eu parei, perplexa

– bem...

– Que ótimo! - ele estendeu mão para Reo - Creio que já nos conhecemos, naquele telefonema... Eram tempos ruins, peço desculpas se fui grosso.

–Tudo bem, o senhor só achou que aquela seria a melhor maneira...

– Vamos sentar...

Ele guiou a nos dois para o sofá da sala.

Minha mãe se sentou ao lado de meu pai e eu e Reo nos sentamos no sofá ao lado.

–Eu vim aqui por que precisava conversar com vocês... - Reo disse.

–Sobre o que exatamente?

–Eu e Alice, vim aqui para pedir permissão para namorar sua filha. Sei que pode parecer precipitado, mas quero que ela possa ir morar comigo Eles se entre olharam e me encararam.

–É isso que você quer Alice?-minha mãe perguntou.

– Sim.

– Então assim será...- meu pai respondeu. - Mas você acabou de tirar minha filha de casa, se for devolvê-la tem que devolver dentro de minha casa... Mas espero não ter esse desgosto de ter confiando em você e me decepcionar.

–Não irei... Eu juro.- vi Reo apreensivo pela primeira vez perto de outra pessoa, que não fosse eu.

–Perfeito!-minha mãe sorriu e nos abraçou.

Reo ficou levemente vermelho e eu sorri.

Aquele era o momento mais feliz que viverá com minha família, em um longo tempo. Não me lembrava de nenhum momento tão em paz ao lado de meu pai, e estar ali com Reo fazia meus olhos lagrimejarem de felicidade.

–Você vai mesmo sair de casa?-minha mãe me olhou, também com os olhos cheios de lágrimas.

–Acho que sim...-sorri, e uma lágrima escapou.

Reo segurou de leve minha mão, me passando confiança.

–Vocês duas! - meu pai exclamou - Não é dia de chorar...Lembra-se do que sua mãe dizia Annabeth?

Ela assentiu e eu disse:

–Quando se casa uma filha se ganha um filho... - mais uma lágrima escorreu de meus olhos, ao lembrar de minha avó.

Reo a limpou com cuidado e minha mãe abraçou meu pai, começando a soluçar.

–Acho que eu acabei de ganhar um filho, grande demais, não acha?-ela perguntou ao meu pai.

–---

Demoramos 2 horas para fazer minhas malas.

Reo e meu pai começaram a conversar na sala e minha mãe me ajudava a arrumar as roupas, os livros e o resto de minhas tralhas.

Ela perguntava de 5 em 5 minutos, se eu ficaria bem, se ligaria, se era isso mesmo que eu queria. Eu assentia a cada pergunta e ela começava a se convencer.

Eu estava feliz por vê-la se preocupar e por ver que ela ficaria bem, apesar de tudo.

Descemos as escadas e Reo e meu pai nos ajudaram com minha mala (apenas uma pois o resto de minhas roupas estavam na mala do carro). E duas caixas grandes cheias de livros.

–Acho que minha filha vai te dar prejuízo...-minha mãe disse ao se despedir de nos.

–Será ótimo tê-la, não importa o prejuízo...

–Lembre-se do que conversamos rapaz...- meu pai tocou no ombro de Reo, parecendo um pai normal.

Ele assentiu e engoliu seco.

–Vou sentir saudades... - minha mãe me abraçou e recomeçou a chorar.

–Mãe! - a repreendi por chorar e ela tentou conter as lágrimas.

–Alice - meu pai chamou e me puxou para um canto da sala, onde eles não poderiam nos ouvir - Sei de tudo que fiz, mas não sabe o quanto estou feliz que você esteja bem, com uma pessoa que te ama, indo ser feliz...

–Obrigada pai.- eu o abracei.

–Eu te amo, minha filha.- ele sussurrou.

–Eu também te amo pai...

Eu me distanciei, contendo uma lágrima.

–Vão com cuidado!- minha mãe exclamou.

Nós fomos para o carro e Reo começou a nos guiar para minha nova casa.

–Isso foi tão estranho pra você quanto pra mim?- eu perguntei, algumas quadras a frente.

–Sim...- ele me olhou, com uma expressão de medo, tentando me fazer sorrir e conseguiu.

–Posso pelo menos saber onde nós vamos? - perguntei a ele - Eu meio que não sei onde eu vou morar...

–É perto do antigo, a dois prédios de distância. Ele é um pouco maior, tenho certeza que caberá suas coisas!

–Espero que você tenha dois armários isso sim...

Ele riu e colocou a mão em cima da minha.

–Você está feliz?- ele perguntou.

–Muito...

Ele sorriu satisfeito e nós seguimos viagem.

Ele estacionou em um prédio, que eu nunca havia prestado atenção antes. O estacionamento era igual ao de todos os prédios, mas seu interior era mais bonito.

A maior parte das paredes eram brancas e a portaria era bem maior do que de seu antigo prédio.

Ele apertou o elevador e me levou até o 3¤ andar.

Ele abriu a porta de meu futuro apartamento e eu entrei, levemente hesitante.

Era lindo. A porta da entrada levava para a sala, um espaço amplo, com sofás beges dispostos em volta da Tv. As paredes brancas tinham alguns pequenos quadros, todos com natureza retratada em sua tela.

Uma estante atrás do sofá principal, dividia a sala em duas, e nessa outra parte haviam duas cadeiras de leitura e um abajur no meio.

Na estante haviam muitos livros, mas caberiam todos os meus.

Ali haviam algumas fotos, que eu havia visto anteriormente em seu antigo apartamento e outras duas que me chamaram atenção em especial.

Era claramente a cafeteira do shopping e uma garota com óculos e cabelos castanhos olhava para o cardápio em cima da mesa. A garota era eu mesma, na nossa última ida ao shopping.

Eu não fazia ideia que ele havia tirado aquela foto, mas uma felicidade explodiu dentro do meu peito ao vê-la.

A segunda foto também me deixou repleta de felicidade, pois éramos nos dois, ainda na cafeteria.

Reo sorria levemente e eu beijava sua bochecha.

–Você as deixou aqui...

–Gostou?-ele perguntou.

–Amei...

Ele adentrou mais o lugar e eu comecei a explora-lo.

A cozinha ficava ao lado da sala e era planejada, linda.

O quarto que seria nosso era azul, com uma cama Box de casal e escrivaninhas dos dois lados.

Um armário cobria toda parede livre a esquerda. Na frente da cama uma televisão e uma porta estavam.

No outro quarto não havia na em especial. Uma cama de solteiro e uma mesa, cheia de papéis.

–O que achou-ele perguntou

–É perfeito... Eu amei!

Ele me abraçou e me beijou.

–É a sua casa agora...-ele me entregou um molho de chaves, com um chaveiro de flores azuis e eu prendi em minha bolsa.

–Obrigada, por tudo. O piquenique, a aliança, sua paciência com meus pais, o apartamento, e principalmente... você.

–Como assim eu?

–Até você aparecer hoje eu não sabia o que fazer, como agir... Você me deu uma luz e agora uma nova vida.

–Você não precisa agradecer por mim... Eu te fiz sofrer, te magoei. Eu te amo, não podia agir assim.

Eu toquei seu rosto e ele fechou os olhos, aproveitando o toque.

–Pare de se culpar... Nos sabemos o que aconteceu, mas isso não mudará. O importante é que agora estamos juntos.

–Obrigada Alice...- eu estremeci e ele sorriu.

–Pelo que boboca?

–Por você ser você, por me amar, por ter me perdoado...

Eu entrelacei minhas mãos em seu pescoço.

–Não vou mudar, vou sempre te amar e espero não ter que te perdoar, se não...- fiz um gesto indicando sua garganta sendo cortada e ele uniu nossos lábios

–odiei essa sua roupa...- ele sussurrou.

–Vou ter que renovar meu armário...

O beijei, puxando-o para a nova cama, no novo quarto na nossa nova vida.


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Notas finais do capítulo

Então gente?
Beijos e fui
—Avia