If she is your only then why you lonedy? escrita por Avia


Capítulo 22
Capitulo 16: Talvez agora uma boa viajem


Notas iniciais do capítulo

Vou praia gente, não sei se vou conseguir escrever, mas posto o mais rápido possível...
Boa leitura!



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(pov Alice)

Eu deveria ganhar um premio por desmaiar e acordar em lugares desconhecidos. Dessa vez eu tinha certeza que nunca havia estado naquele lugar.

Estava deitada em uma beliche e um medico aferia minha pressão.

Meus olhos estavam ardendo e sentia dores por toda as partes do meu corpo.

– Ela acordou! – Vick gritou de um canto, que eu não conseguia ver, do quarto.

– Você está bem? – Ene entrou em meu campo de visão, enquanto o medico tirava o medidor de meu braço e anotava algo em sua prancheta.

Eu assenti com dificuldade, afinal, por pior que eu estivesse, estava melhor do que quando perto de Gilbert.

Aquilo com certeza não estava nem em meus piores pesadelos. Gilbert havia ficado louco, queria me matar se não obedece as suas ordens de me afastar de Reo e ficar com ele.

Reo...

Como ele deveria estar? Como tudo aquilo havia acabado?

– Você deu um susto em nós! – Olivia apertou minha mão levemente e sorriu.

– Os policiais querem seu depoimento, mas fala primeiro pra gente, o que aconteceu?- Vick pediu.

Tentei resumir a historia e contar as partes mais importantes para elas, que faziam todo tipo de expressão enquanto ouviam a historia.

– Ele ficou louco... – Ene sussurrou quando acabei.

Bateram na porta, naquele exato momento, e eu me preparei para repetir aquela historia, só que agora para os policias.

Mas para meu alivio quem entrou foi Reo. Ele fechou a porta de leve e sorriu para mim.

– Como você está? – ele perguntou se aproximando e ficando perto de minhas amigas.

– Bem, mas meu corpo dói... – disse com sinceridade.

Reo fechou os punhos e tentou restabelecer a calma.

Minhas amigas perceberam algo errado e pediram licença, saindo do quarto. Reo se sentou e me ajudou a sentar também.

– Posso ver? – Ele perguntou colocando a mão em meus braços.

Eu assenti, meio sem saber o que acontecia, mas se havia uma pessoa da qual não tinha medo de mostrar meu corpo era Reo.

Ele me virou com cuidado e colocou a mão em uma parte do meu braço que doía muito.

Olhei para onde ele tocava e vi o motivo. Marcas, envolviam meu braço cortes leves e profundos além de roxos em alguns lugares. Repremi a memória de Gilbert me jogando no vaso de vidro.

Reo engoliu seco e desceu sua mão até a coberta, retirando a. Eu estava com uma camisola de hospital e por isso ver minhas pernas era bem fácil.

No meu joelho havia algumas ataduras e eu tinha medo do que podia haver em baixo.

– Eu mataria ele se pudesse... – ele sussurrou.

– Ei! – eu o chamei – Estamos vivos e bem, talvez eu esteja meio remendada, mas estou bem.

Estendi a mão e pedi para que ele se aproximasse.

Ele chegou mais perto de mim e depositou um beijo em minha testa.

– Eu te amo! – ele disse como se aquilo explicasse tudo, e na verdade explicava.

– Eu também te amo!

Uma batida na porta indicou que a policia estava entrando e Reo cobriu meu corpo, em um gesto protetor, para eu dar meu depoimento.

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Passou tão rápido que eu não me dei conta.

Era nosso ultimo dia ali nas Cataratas e na manha seguinte voltaríamos para casa.

A única coisa que eu me permiti fazer foi ficar observando o lugar e a pequena cidade em que nós nos situávamos.

Os médicos, após três dias, me liberaram para qualquer atividade física, mas eu preferi não expor meu corpo, afinal as marcas estavam ainda um pouco evidentes.

A única pessoa que eu permiti ver meu corpo foi Reo, no dia em que o incidente aconteceu, depois disso nem ele pode chegar perto de tirar minhas roupas sem meu afastamento.

Ele respeitou bem o meu espaço, mas no fundo eu estava com medo dele me rejeitar, agora que meu corpo estava cheio de marcas, e não querer mais ficar comigo. Um medo bobo, mas justificável.

Minhas amigas estavam loucas para aproveitar esse ultimo dia. Vick teve a ideia de ir até a piscina do hotel, para aproveitar e me chamou também, apesar de saber que eu não iria por um biquini. Resolvi aceitar, mas não entrar na piscina e sim ficar lendo ali perto.

Desci com elas e seus namorados as esperavam ali. Uma súbita saudade de Reo me atingiu e eu comecei a procura-lo por todo o saguão, mas ele não parecia estar em lugar algum.

Fomos em direção a piscina e o calor gritou em meu corpo. Estava muito quente e eu, de calça leg e camisa de manga cumprida, fui sufocada pela sensação térmica.

Vick se jogou na piscina, como a ótima nadadora que era, e foi seguida por Leo. Olivia entrou com um pouco mais de cuidado, mas ainda rapidamente, Valentim a olhou por um segundo e seguiu o exemplo de Leo. Lion ficou parado na frente da piscina, parecia um pouco envergonhado por estar só de sunga, mas Ene murmurou algo em seu ouvido e eles dois foram também.

Olhei para uma cadeira de praia fazia, perto da piscina e me sentei, começando a ler o meu livro, final de Êxtase.

Estava completamente distraída com tudo quando alguém tocou meu ombro.

Reo estava parado ao meu lado e sorria delicadamente.

– Posso me sentar junto com você? – ele perguntou.

Eu fui um pouco para o lado, dando espaço suficiente para ele se sentar, ou até mesmo deitar, ao meu lado.

Ele apenas sentou e me encarou.

Eu então fiz o mesmo.

Seus cabelos brancos refletiam o sol e pareciam brilhar por conta própria. Seus olhos negros estavam mais escuros do que o normal e ele vestia uma camiseta azul e um short azul marinho.

– Você fez de propósito? – perguntei, me referindo as suas roupas, da minha cor favorita.

– Eu poderia mentir- ele começou a dizer e pegou a minha mão – Mas não vou, foi de propósito sim!

Eu sorri e corei um pouco, adorava quando ele fazia esse tipo de coisa.

– Está gostando do passeio? – perguntei.

– Vou gostar ainda mais hoje a noite... – ele disse, como se pensasse em uma coisa maravilhosa.

– Está louco para se livrar de nós, não é?

– Na verdade estava pensando em outra coisa. – ele se inclinou para frente e me abraçou, um pouco desajeitado, pela nossa posição e falta de espaço. Logo depois sussurrou em meu ouvido – Que tal nós sairmos mais tarde?

Estremeci, com a proximidade e com a proposta.

– Tudo bem... – disse rapidamente

Ele sorriu e me beijou. Um beijo longo e despreocupado como se estivéssemos sozinhos.

– Até mais tarde! – ele se distanciou e quando ia se levantar eu voltei a chama-lo.

– Você me beijou... – disse meio surpresa demais.

– Eu quase te perdi Alice, não vou deixar que opiniões alheias me atrapalhem...

Ele se virou e saiu.

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Estava mesmo muito desesperada.

Reo havia deixado um envelope em baixo de minha porta, com instruções de onde iríamos e de onde encontra-lo.

Não havia nenhuma roupa com que pudesse ir e muito menos sabia como faria para arranjar.

As meninas subiram algum tempo depois de mim e entraram no quarto, molhadas, por conta da piscina, e rindo de alguma coisa.

– Eu preciso de ajuda! – disse assim que entraram.

– O que foi? – Ene perguntou, um pouco desesperada.

– Reo quer sair, mas eu não tenho uma roupa decente pra usar!

– Eu achei que aquele maníaco tinha voltado – Olivia suou aliviada.

– Me da um minuto! – Vick se virou e começou a procurar algo em coisas.

Ela pegou um vestido simples e largo, bem no seu estilo e o vestiu.

– O que você vai fazer? – Ene perguntou.

– Levar uma amiga desesperada as compras! – ele me puxou – Vai estar disposta a largar essas mangas compridas?

Eu assenti, não muito certa, mas desesperada.

– Levantem-se e se preparem para ver essa garota depois de um banho de loja!

– Mas... –Ene começou a protestar.

– Vamos logo! – Olivia a puxou e as duas foram se vestir para ir conosco.

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3 lojas depois nós encontramos nosso objetivo.

Um vestido tubinho curto e elegante, azul e prata, perfeito para um jantar.

Vick disse que eu fiquei deslumbrante nele e Olivia sugeriu que eu o comprasse sem medo de expor meu braços e pernas, agora com hematomas não tão visíveis. Ene disse que tinha um brinco e um colar que combinaria perfeitamente com o vestido.

Fomos para o hotel novamente e faltavam 2 horas para eu ter que ir ao saguão do hotel encontrar Reo.

Subimos e ela me enfiaram no chuveiro,me obrigando a fazer uma faxina geral e ficar completamente “limpa e cheirosa”.

Assim que sai, Ene começou a me ajudar com o vestido e os sapatos. Vick pegou seu estojo mágico de maquiagem e Olivia secava meu cabelo com maestria.

Assim que cada uma terminou sua etapa eu estava mas deslumbrante do que no dia da formatura.

– Você com certeza está perfeita pra ir lá! – Olivia observou.

– Eu nunca me engano! – Vick disse convicta.

– Só tem um problema! – falei– Meus óculos...

– Não vai usar aquela porcaria! – Vick exclamou de cara.

– Vick, eu sou míope, não da pra andar por ai sem meus óculos! Você quer que eu ande ou quer que eu cai em cima de Reo!

– Você não tem lentes, ou tem? – ela perguntou.

Pensei nas lentes que eu levava junto comigo, caso perdesse meus óculos.

– Tenho, mas...

– Perfeito!

Ela foi até a minha mala e pegou o recipiente. Coloquei as lentes e tentei me acostumar, pois quase nunca as usava.

– Estou bonita? – perguntei me levantando.

– Esplendida! – Ene exclamou.

– Que horas são? – perguntei me lembrando que deveria encontrar Reo as 20:00 no saguão.

– Está 5 minutos atrasada... – Vick cantarolou – Vem você em que ir!

Ela abriu a porta e quando eu ia apertar o elevador me virei.

– Obrigada! – agradeci as minhas 3 melhores amigas.

– Se você aparecer aqui hoje eu te mato, entendeu? – Vick disse e Olivia prontamente concordou:

– Quero você bem longe! Vou estar dormindo...

– Se previna ta amiga! – Ene exclamou me fazendo ficar vermelha.

O elevador chegou e eu apertei o térreo.

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(Pov Reo)

Enquanto esperava Alice não sabia como agir.

A ultima vez que nós havíamos nos falado, antes dessa manha, Alice estava completamente cheia de hematomas pelo corpo e apenas eu e os médicos os vimos. Eu observei Alice durante toda aquela semana e percebi, apesar do calor, suas roupas de inverno.

Todos estranharam o fato de Alice estar escondendo o corpo e sobre nenhum de nós dois ter dito algo sobre o que havia acontecido na cobertura, ou sobre a prisão de Gilbert.

Eu tinha um pouco de medo que o ocorrido houvesse mudado Alice, feito ela virar algo que não era.

Eu comecei a olhar impaciente para o elevador. Alice estava 7 minutos atrasada e eu começava a penar que ela não viria, por que não queria se expor.

Mas estava completamente enganado.

Alice apareceu, completamente linda e arrumada. Estava com um vestido simples, mas que delineava todas as suas curvas e me deixou sem ar. Notei a falta dos óculos, mas nada que a impedisse de andar nos saltos.

Comecei a procurar os roxos e os cortes que Alice tinha, anteriormente em seu corpo, mas eram tão imperceptíveis que, se não prestasse atenção, não iria notar.

Ela se aproximou e eu, tentando recuperar fôlego, disse:

– Você está linda...

– Obrigada – ela disse, corando.

Eu não resisti ao impulso de beija-la e envolvi nossos lábios em um longo beijo, que logo em seguida foi respondido.

Me distanciei quando o ar me faltou.

– Vamos? – disse sorrindo

– Sim...

Peguei a mão de Alice e nos dirigi até a saída do hotel.

Ao passarmos pude notar longos olhares, de alunos e de outras pessoas que também estavam no saguão.

Alice não pareceu ligar ou perceber e então eu segui seu exemplo deixando, qualquer comentário que poderia ouvir, para trás.

O restaurante em que levaria Alice ficava do outro lado da rua, na frente do hotel, segundo um dos funcionários do hotel, um dos mais sofisticados da cidade.

Entramos e fomos guiados até a mesa que eu havia reservado. Um lugar no canto do restaurante, iluminado por velas, onde poderíamos conversar sem ser interrompidos.

Agradeci ao garçom e pedi o cardápio, para que pudéssemos escolher os pratos, e um vinho tinto.

– Tem certeza que vai beber? – Alice perguntou, assim que ele se distanciou.

– Gilbert me dopou com refrigerante batizado, não vou ficar bêbado com vinho...

– Tudo bem... – Alice deu de ombros.

O garçom chegou e deixou o vinho e o cardápio.

– Como você esta? – perguntei a ela, enquanto ela terminava de escolher o que iria comer.

– Sabe estou bem melhor, mas acho que você reparou, não é? – ela sorriu confiante.

– Como não iria reparar... Você está... Magnífica.

Ela ficou levemente vermelha, o que me fez pular de alegria por dentro. Ela continuava sendo Alice, simplesmente minha Alice.

– Acho que vou pedir esse salmão... – ela olhou pra mim, como se buscasse aprovação.

Sinalizei para que o garçom se aproximasse novamente.

– Dois pratos de salmão, por favor...

Ele anotou o pedido e se distanciou novamente.

– Você gostou? – perguntei, sinalizando o lugar.

– É tudo perfeito, obrigada.

– Não é nada... – disse, não como as pessoas falam pra dizer que estava tudo bem, mas sim para dizer que não era nada mesmo, que eu poderia fazer algo bem maior e melhor.

Ficamos um minuto em silencio e eu não sabia o que dizer. Na verdade sabia, mas não queria suar como um idiota dizendo simplesmente “Senti sua falta” ou “Fiquei com medo de te perder para aquele maníaco”, então não me pronunciei.

Foi Alice que acabou com aquela situação sufocante.

– Sei que pode parecer idiota dizer isso... – ela começou e eu pensei em quanto queria ter sua coragem para dizê-las - Mas eu tive medo de que você não quisesse mais me ver, ou ficar comigo.

– E por que eu faria essa idiotice? – eu perguntei perplexo.

– Eu estava cheia de machucados, meu corpo com defeitos... Tinha medo que você não me quisesse, não me desejasse mais.

Encarei Alice por um momento, mas ela não me olhava, mas sim para o copo de vinho, quase intacto, que estava em seu lado da mesa. Podia ver a tensão em seus ombros e lagrimas em seus olhos. Ela estava realmente assustada e com medo de um eventual afastamento.

– Eu te amo! – disse com firmeza, repreendendo-a – Nunca faria isso Alice... Não importa se você vai estar linda, como esta agora, ou horrível, com o corpo desfigurado. Se for você, minha Alice, eu vou continuar te amando.

Uma lagrima escorreu dos olhos de Alice e ela me encarou.

– Eu... – ela tentava conter as lagrimas – Me perdoa... Eu fiquei com tanto medo, que...

– Tudo bem! – eu estendi meu braço e peguei uma de suas mãos, por cima da mesa, assim como havia feito no shopping ao que parecia em outra vida. – Mas não duvide do meu amor, eu vou sempre estar aqui.

– Eu te amo...

Eu não pude conter o sorriso.

Havia sonhado tantas vezes em estar perto de Alice, de poder beija-la, e agora que era real, ficava um pouco entorpecido.

Alice secou as lagrimas e tentou manter a postura. Estava tão linda e meu desejo por ela era tanto que queria tira-la dali e leva-la ao meu quarto, para ocuparmos a mesma cama novamente. Nos amarmos novamente.

O jantar chegou rapidamente e em todo momento tentava distrair Alice, contando piadas bobas, elogiando-a ou apenas dando atenção para o que ela tinha a dizer.

Era natural, mas estranho estar ali e tinha certeza que ela sentia o mesmo, pois não corava mais aos meus elogios, mas ainda estremecia ao meu toque.

– Você quer o que de sobremesa? – perguntei, assim que Alice terminou de comer.

– Não pensei em nenhuma sobremesa... – ela disse, acho que meio envergonhada de pedir algo.

– Se você não escolher eu vou ter que fazer, e eu sou péssimo pra sobremesas! – disse entregando o cardápio a ela.

Alice pegou e abriu-o na parte de trás, onde estavam os doces.

– Gosta de qual sabor de sorvete? – ela perguntou, ainda distraída com o cardápio.

– Eu gosto do que você gosta...

Alice olhou por cima do cardápio, um olhar malicioso, que com certeza me dizia para ler as entrelinhas. O vinho já fazia efeito, mais em Alice do que à mim, e estava deixando nós dois levemente alterados.

– Sorvetes Alice! – ela começou a rir assim que eu disse, uma risada maravilhosa – Agora escolha!

Comecei a rir junto com ela e alguns segundos depois ela chamou o garçom.

– Dois sorvetes de manga com chocolate, por favor! – ela entregou o cardápio ao garçom e ele foi buscar nosso pedido.

– Boa escolha, senhorita Alice.- disse assim que ela voltou sua atenção pra mim

– Obrigada, senhor Reo – ela sorriu e colocou a língua um pouco para fora.

– Posso de fazer uma pergunta rápida? – disse à ela.

– Claro que sim...

– Você vai passar a noite comigo, certo?

– Se eu voltar para meu quarto serei enxotada... Acho que vou ser obrigada.

– Se for por obrigação é melhor não ir...

– Vai ser um prazer estar com você! – Alice passou a língua pelos dentes, me fazendo sorrir, mas um pouco entusiasmado de mais.

– Queria que fosse sempre assim... – Alice disse, um pouco pensativa e seria.

– Será, daqui pra frente sempre será...

Alice corou e se empoleirou um pouco na mesa e tocou meus lábios.

– Assim espero. – ela disse retornando ao seu lugar.

A sobremesa chegou e nós comemos ainda conversando, coisas banais , importantes, divertidas, serias. Uma conversa saudável, onde os dois estavam interessados.

– Quer mais algumas coisa? – perguntei à Alice quando estávamos prontos para ir.

– Ir para seu quarto conta? – ela perguntou, fingindo estar seria.

– Vou pagar a conta e atendo seu pedido.

Fui até o caixa e paguei a comida e a bebida que havíamos consumido. Comecei a ir até a saída e vi Alice encostada na porta, olhando para o hotel.

– Vamos? – perguntei.

– Como foi pra você? – ela perguntou, ainda sem olhar para mim. – Sabe, procurar por mim, me ver beijando ele, me ver cheia de cortes e sangrando?

– O pior momento da minha vida.... – eu a abracei por traz e a puxei de leve para mim, fazendo com que se aninhasse em meus braços. – Achei que eu ia te perder, que você morreria ou resolveria ficar com Gilbert...

– Nunca trocaria ele por você...

– Eu sei – beijei o pescoço dela, fazendo com que ficasse arrepiada.

– Vamos?

– Vamos...

Ela me deu a mão e nós apenas atravessamos a rua de volta.

Entramos no prédio e passamos pela recepção e reconheci os rostos de algumas pessoas que estavam por lá.

Vick estava tentando esconder o rosto atrás de uma revista de moda, mas seus cabelos cacheados ainda estavam amostra. Ene olhava descaradamente para nós dois e sorria como louca. Olivia tentava seguir o exemplo de Vick, mas acabou colocando a revista do lado ao contrario, sem querer, e na hora de ajeitar ficou nítido de quem se tratava.

– Acho que suas amigas vieram nos ver... – sussurrei para Alice que riu.

– Posso? – ela perguntou com ar pidão, que eu não era capaz de resistir.

Puxei sua cintura e devorei seus lábios com os meus.

Um beijo que nós dois ansiávamos. Feroz, despreocupado e necessário.

Nos distanciamos pela falta de ar e os dois ofegavam, como se tivéssemos saído da piscina, após um quase afogamento

Meus braços continuavam em sua cintura e ela tinha as mãos em meu peito e a cabeça em meu ombro.

– Acho que elas gostaram... – Alice disse rindo.

– melhor para nós. – a puxei mais pra perto e apertei o elevador, que estava a nossa frente.

Ele chegou bem rápido e nós entramos ainda abraçados.

Alice acenou para suas amigas, que estavam perplexas e estagnadas, olhando para nós dois, enquanto as portas se fechavam.

– Onde a gente estava mesmo? – Alice perguntou.

– Acho que aqui. – beijei seus lábios novamente, agora com mais calma, porém como sempre costumávamos fazer.

O elevador chegou ao meu andar, o 8°, e nós nos dirigimos ao meu quarto.

Peguei as chaves e as escondi em minha manga, sem Alice perceber.

– Não estou conseguindo pegar as chaves... – brinquei lembrando da noite de sua formatura – Pode me ajudar?

– Não acredito que vou ter que fazer isso de novo...

Ela colocou a mão em meu paletó e vasculhou, sem achar nada. Ela olhou os outros bolsos e quando não havia mais onde vasculhar ela me encarou seria.

Beijei seus lábios rapidamente e abri a porta.

– Serio? – ela disse ao entrar. – Eu procurei a toa...

– Não foi a toa... – a virei para minha direção e a beijei. – Eu estou começando a odiar esse seu vestido...

– Achei que você iria gostar... – ela disse com um falso espanto.

– Por mais linda que seja... – eu comecei a abrir a lateral de seu vestido – eu sempre odeio a sua roupa.

Alice ficou vermelha e me beijou de novo.

As coisas estavam indo perfeitamente bem, até que eu ouvi um barulho. Estavamos na cama e nos beijávamos.

Me distanciei de Alice com relutância e tentei identificar o que era. Meu celular tocava, mas eu resolvi ignora-lo.

– Pode ser importante... – Alice tentava sair do meu abraço, mas era bem mais fraca que eu. – Atenda ou não vai parar.

Peguei o celular do lado da cama e o atendi.

~Ligação on~

– Reo – a voz de minha mãe passou pelo meu ouvido, assim que atendi.

– Oi, mãe – minha voz estava muito mais rouca do que costumava ficar.

– Estava dormindo, não é?

Não sabia como poderia explicar que estava na cama com Alice, e nós não propriamente dormíamos.

– Sim, estava – menti.

– Sinto muito te acordar, mas é que Ada acabou de chegar aqui, ela está desesperada...

– Mande ela embora! – disse de prontidão.

– Meu filho, tem como vir aqui amanha?

– Mãe!

– Reo, por favor...

– Ok...

– Por favor venha sozinho, tudo bem meu filho?

– Tudo bem...

– Boa noite – ela disse antes de desligar

~Ligação off~

– O que foi? – Alice colocou seu pequeno corpo em cima do meu e me encarou – Esta tudo bem?

– Minha mãe quer que eu vá lá amanha...

– Ela deve estar com saudades, já tem um tempo que você não a visita...

– Ada está lá...

– Eu vou com você – ela não pensou 2 vezes antes de dizer.

– Ela pediu que eu fosse sozinho Alice...

– E te deixar com aquela mulher?

– Não confia em mim?

– Odeio ela...

Puxei Alice para mais perto de meus lábios e a beijei.

– Vai ficar tudo bem, eu volto a tempo de te dar tchau lá no avião.

Ela engoliu seco.

– Não sei se quero ir.

– É por mim?

– Sim .

– Eu acho que você devia ir...

– Eu acho que você deveria calar a boca e terminar o que começamos.

Ela se impulsionou para outro beijo e fomos assim até acabar a noite, tentando esquecer tudo ao redor.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Beijos e fui
—Avia