Escrito nas estrelas escrita por Bethane


Capítulo 7
Revelações




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Quando cheguei para o treinamento no dia seguinte tudo parecia normal, apesar do Quatro estar de mal humor e me ignorando deliberadamente. Eu não sabia o que tinha feito para deixa-lo tão irritado. A única coisa que parecia melhorar seu humor era as atenções da Ashley que parecia muito feliz. Depois de sair do quarto dele na noite passada, eu não consegui dormir. A única conclusão que conseguir chegar ontem foi de precisava descobrir se ele estava falando a verdade. Não posso me esquecer de que alguém de Chicago me queria longe.

– Hey, disfarça um pouco. - Do meu lado a Cara diz.

– O que?

– Se continuar encarando nosso instrutor assim, as pessoas vão perceber! se olhar matasse acho que a Ashley estaria reduzida a pó agora. - Ela sorri pra mim.

Eu fiquei calada, eu tinha sido pega no flagra. Ela era alta e magra, de cabelos negros como azeviche, olhos azuis e um sorriso de covinhas assim como o Gabe. O pior é que ela estava afim dele, e sabia que ela me via como uma obstáculo.

– Sobre o Gabriel..- eu comecei - nos não temos nada, eu não o vejo dessa forma.

– Eu sei, os homens são lentos para perceber algumas coisas. - ela me dá um sorriso triste.

– Você é maravilhosa, ele vai acabar percebendo isso. - digo

– Com você por perto vai ser um pouco dificil.

– Desculpe! - eu não sei mais o que dizer.

– Não me leve a mal, é só que você parece não notar o efeito que tem nos garotos com essa expressão frágil e esses olhos verdes expressivos.

Isso me surpreendeu um pouco, essa seria a última coisa que alguém que me conhece de verdade diria.

– O Quatro esta vindo ai, e esta com cara é de poucos amigos! - ela me cutuca.

Não tenho tempo de reagir, sinto alguém me segurando pelo braço e me puxando para o lado. Ele me leva para um canto afastado onde não podem nos ouvir.

– O que você disse pra ela? - ele pergunta.

– Você está me machucando...- ele solta o meu braço com um safanão. - e isso não é da sua conta!

Nem morta eu diria que estávamos falando dele.

– Eu quero que você esqueça o que eu disse ontem! - ele parece estar falando serio, e sei que não preciso de mais um conflito entre nos.

– Sobre o que você esta falando? como vê não me lembro de nada.

A Ashley chega nesse momento.

– Querido estão todos esperando por você! chega de perder tempo com coisas inúteis! ela diz passando os braços em volta do seu pescoço e fazendo biquinho. Como eu detesto essa garota, espero pega-la em uma luta um dia e ensina-la quem é inútil.

– Me pergunto o que ele esta fazendo com você então. - ela parece ter entendido pois me lança um olhar feroz. Dou de ombros e volto pra perto da Cara. O Quatro sobe no tablado e começa a falar.

–Prestem ate não por que eu não vou repetir! Todos vocês terão cada um três lutas. O desempenho de vocês nessas lutas somados aos pontos ganhos no decorrer do treinamento determinará se vocês ficam ou saem. No entanto quem não ganhou ou não participou da Caça bandeiras terá que ganhar as três lutas ou estará fora. - ele olha pra mim, a caça bandeiras foi ontem e eu perdi por causa do acidente.

– Quando será as lutas? - alguém pergunta.

– Todo o cronograma de lutas e o nome de quem enfrentarão está no telão. A primeira luta será hoje.

A minha volta a maioria começa a protestar.

– Eu ainda não terminei. - ele fala e todos se calam. - Antes de lutarem vão passar por um processo de simulação para enfrentar seus medos.

– Mas a simulação não é só na segunda etapa? - do outro lado vejo que quem perguntou foi o Gabriel.

– Normalmente sim, mas vimos a necessidade de intercalar as simulações com as lutas. Quando estiverem em campo não poderão escolher combater os inimigos ou seus medos. Vocês precisam ser capaz de lutar tanto fisicamente quanto emocionalmente, aprender superar seus medos, sintonizando mente e corpo. Essas simulações não contarão pontos, somente na próxima fase para quem passar dessa. - ele termina e nos encara.

Ninguém parecia muito contente ao ouvir isso.

– Vamos, me sigam!

Nos o seguimos para dentro de uma sala com varias cadeiras enfileiradas.

–Eu chamarei um de cada vez. A chamada será em ordem alfabética.

Ele olhou para a lista em sua mão e chamou a Ashley, ela o seguiu sorrindo. A Cara foi a próxima e tanto ela quando a Ashley sairão de lá abaladas, o que aumentou a nervosismo das pessoas na sala. Eu também estava nervosa por que sei que sou a próxima.

– Claire. - eu percebo um tom de desgosto na sua voz, nem ligo não estou mais confortável do que ele com essa situação.

Eu entro na sala, ela não é diferente da outra onde fiz o teste de aptidão. Eu me lembro daquele dia e estremeço.

– Esta com frio? - ele pergunta ao fechar a porta. - ou é as lembranças que a incomodam.

Eu o ignoro e vou para a cadeira, não vou me estressar respondendo.

– O que você vai ver não é real. Você sairá de lá quando seus batimentos cardíacos normalizarem. Alguma pergunta?

– Não! - respondo

Ele coloca esta com uma seringa na mão, eu viro o meu pescoço para ele aplicar. Diferente da primeira vez, ele aplica com cuidado. Assim que ele termina eu olho pra ele, lentamente ele começa a sair de foco e eu o ouço dizer.

– Relaxe, vai acabar logo eu prometo!

Ele diz isso por que não está na minha pele. A sala vai mudando e de repente me vejo na nossa antiga casa em Chicago, do outro lado eu vejo uma versão da Sarah quando ela tinha oito anos de idade. Ela esta debaixo da cama tentando se esconder e eu sei exatamente o que vai acontecer a seguir, eu devia ter dez anos nessa época.

O Marcos Eaton abre a porta com um chute e entra no quarto com um sinto em sua mão. Ele está muito bravo por que a Sarah mentiu sobre alguma coisa. Não consigo me lembrar o que foi. Ele segue até a cama e segura pela perna arrastando-a pra fora. Ela grita e esperneia. Essa foi a primeira vez que eu enfrentei o ele pra salva-la, ainda tenho a marca do sinto nas costas que seria pra ela. O medo de que ele a machuque de novo começa a tomar conta de mim, eu quero correr em direção a ela, mas minhas pernas pesam como chumbo e eu não consigo me mover. A voz do quatro se infiltra pela minha mente " o que você vai ver não é real ", mesmo assim é difícil raciocinar, isso parece tão real pra mim. Ele a encurrala entre a cômoda e a cama e esta prestes a desferir seu primeiro golpe. Sei que preciso me acalmar e pensar, mas o medo parece estar me sufocando lentamente. Preciso de uma arma, no meu bolso direito sinto o peso de algo. Enfio a mão e de lá sai o minha adaga que eu sempre levo comigo. Antes mesmo de pensar eu grito.

– Hey!

O Marcos se vira pra mim e eu lanço a adaga, ela se crava em seu peito e um segundo depois ele desaparece. Meu coração parece querer sair pela boca. Lentamente vou me acalmando e quando abro os olhos estou na sala com o Quatro novamente. Ele me olha de um jeito estranho.

– Quem era aquele homem na sua paisagem do medo? - ele pergunta.

Isso pode ser uma armadilha ou não, na duvida melhor não arriscar.

– Não sei, eu não o conheço. - respondo.

– Você esta mentindo! - ele afirma, ele parece querer arrancar essa informação de mim a todo custo.

– Por que você quer saber quem ele é? Ele pode ser fruto da minha imaginação. Muitos tem medo de monstros e eles não existem. - replico.

– Como você explica o fato de que ele esta na minha paisagem do medo e na sua?

– O que? - eu pergunto não acreditando que ele esta falando serio.

– E ai esta pronta para responder algumas perguntas? - ele continua me encarando.

A minha vontade é de dizer que eu nunca estarei preparada para isso.


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