Skinny Love escrita por Novaes


Capítulo 45
Stop taking things so seriously, Spencer.


Notas iniciais do capítulo

Meus amores! I’M BACK BITCHES. eu sei, quando eu respondi os comentários eu disse que iria postar SEMANA PASSADA, fiz uma promessa e infelizmente o tempo fez eu descumprir ela porque eu fiquei sem internet, fui internada mais uma vez, mas eu estou de volta e isso que importa né? NOSSA, que saudades de vocês. Eu sinto muita falta quando passo pelo menos um dia longe. Fico querendo voltar e tudo mais. Eu tenho tanta coisa para contar para vocês, mas sempre faço uma nota inicial tão grande falando do meu amor por vocês, é inevitável. Sou meio louca, né? Perdão para os que chegaram agora kakakakaka.
Eu sinto muito pela promessa descumprida, eu tinha terminado esse capitulo uns dias atrás e não podia postar ele, fiquei triste. Mas a vida segue né? Vou postar agora, já estou construindo um novo caso para vocês ficarem assim: oh meu deus, lá vem ela enrolando.
Mas prometo que esse não vai enrolar muito, aliás, vamos parar de promessas né? Sempre dá algo errado, mas eu vou tentar meu melhor. Eu queria também falar que minhas aulas voltaram e já vou ter provas essa semana, sim, senhores! Essa semana. Vamos chorar? Sim. Estou sentindo umas notinhas baixas, já estou triste desde já. E eu quero saber de vocês, como foi a volta aula aí, e tudo mais, suas vidas. Vocês sabem que podem chegar por mensagem que eu vou sempre responder né? Sempre que eu entrar, e ver... Pode mandar gente, de verdade, estou aqui muito mais que uma escritora, sou uma amiga!
Amo vocês! Obrigada pela paciência, desculpa por ser uma autora muito louca, e contrária, e qualquer coisa que vocês pensem, não desistam de mim, por favor! Eu amo muito vocês... É família para mim. Obrigada por tudo! Obrigada mesmo. Vocês que me fazem uma pessoa melhor.
Agradecimentos - HazelGLancaster, Katie16, Marii, Julie, Jac, Dark, Agente Stark Barton, Marcia Bito




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P.O.V Lize
Não consigo imaginar porque eu fiz o que fiz, mas também nunca fui o tipo de pessoa que me arrependesse de alguma coisa, e não me arrependo, mas por que diabos isso fica martelando na minha cabeça? Talvez eu esteja louca.
Depois que chegamos e casa, consegui me deitar, mas não consegui dormir porque fiquei pensando no que eu fiz, naquela maldita coisa. Por que eu o beijei? Ele estava tão perto, é isso. Eu apenas fiz o que ele não teve coragem de fazer, mas eu também queria. O mais estranho é que eu queria. E eu fiz porque ele não conseguia, e beijar Reid não foi como beijar qualquer pessoa desconhecida na rua, ele é... Diferente. Tem seu toque delicado. As pessoas nunca são delicadas comigo, porque eu sei que nunca dei oportunidade, mas Spencer é diferente, ele apenas me tomou e não pediu permissão. Talvez eu esteja louca.
O caminho de volta para casa não foi nenhum pouco rápido, peguei inúmeras vezes Spencer olhando para mim, tinha seu olhar bobo, que eu já sabia o que era. Porque eu já vi. Pessoas já olharam assim para mim, mas o estranho foi que eu me importei. Geralmente, ou nunca me importo. Mas como eu disse, Spencer é diferente. Sei lá, talvez eu esteja louca.
Eu preciso me levantar da cama, mas ainda não fechei os olhos. Não dormi. Não fiz nada. Porque isso ficou martelando na minha cabeça. Talvez eu realmente esteja louca.
Bufei alto jogando as cobertas para o outro lado da cama e dando um impulso para ver se conseguia me levantar, e fui direto para o banheiro, fiz minha higiene e tomei um banho rápido, quando saí do banho ainda enrolada na toalha, fui até a estante e pressionei o botão do meu celular para checar a hora, e como sempre, estava atrasada. Fui me arrumar, mas não tinha pressa, na verdade, eu nem queria fazer faculdade. O trabalho em si já era exaustivo. Assim que coloquei a roupa, puxei a bolsa e peguei o celular jogando ele na bolsa e saí do quarto, e como sempre, estava uma loucura lá em baixo, Will atrasado como eu, Henry ainda estava sentado e JJ fazia o café da manhã e Will ajeitava a bolsa de Henry.
– Bom dia! – Cumprimentaram em uníssono.
– Bom dia – Respondi num tom não tão alegre.
– Algo aconteceu, babe? – Perguntou JJ enquanto se sentava a mesa enquanto eu peguei uma maça e fiquei em pé encarando a maça.
– Não, está tudo bem.
– Isso não tem a ver com você e Reid ontem? – Perguntou Will enquanto eu olhei para ele, confusa. Ninguém tinha visto aquilo, viram os olhares de Reid para mim na volta para casa, mas só isso. E Will não faz nem parte do BAU. – O que é? Eu sou casado, JJ me conta as coisas.
Olhei para JJ fingindo estar confusa.
– Vai negar para mim que não aconteceu algo? Vocês vieram juntinhos depois que ele disse que “iria ajudar você” – Ela esclareceu.
– Você possivelmente está ficando maluca e vamos ter que interna-la, junto com seu marido louco – Brinquei enquanto dava uma mordida na maça.
– Não tente disfarçar.
– Não estou disfarçando, porque não aconteceu nada, JJ. Que droga! Você está iludida, ele me levou o kit socorros, e pronto, foi isso – Respondi irritada.
Por que eu estava irritada?
– Por que você está toda irritadinha? – Perguntou Will ainda brincando.
– Eu não estou.
– Babe, eu já disse para você uma vez...
– Eu não estou brincando com os sentimentos dele, JJ. Não se preocupe, seu precioso vai continuar do mesmo jeito – Ironizei.
Ela parou de comer e me olhou.
– Não é só com Reid que eu estou me preocupado, aliás, não estou preocupada com ele, porque Spencer sabe admitir seus sentimentos.
– Sentimentos? Oh meu Deus, JJ. Desde quando se tornou tão sentimental? – Brinquei tentando aliviar o clima que ela deixou.
– Ah, isso eu sou culpado – Respondeu Will se esticando para arrancar um beijo de JJ.
Henry ria de tudo aquilo, apenas uma criança, e não entendia nada.
– Como está a faculdade? – Perguntou JJ.
– A faculdade poderia ser apenas mais uma coisa opcional na minha vida – Respondi.
– Está tão ruim assim? – Ela perguntou mais uma vez.
– Digamos que de uma escala de 1 a 10, eu preferia estar dormindo na minha cama.
Ela riu desse comentário, assim como Will.
– Você poderia ficar em casa hoje, ontem saímos de um caso muito perigoso, e, aliás, mocinha, que história é essa de ficar se arriscando? Nunca mais seja a isca, okay? – Ela brincou como sempre.
Eu ri.
– O que posso fazer JJ? O perigo é meu segundo nome – Brinquei. Ela fingiu estar brava e ela se levantou me abraçando. É tão estranho ter alguém tão próximo a você, e ficar abraçando você. Sendo carinhoso, tão diferente... Um sentimento tão único.
Não sei abraçar pessoas. Acho que JJ já percebeu isso, apenas consegui passar o braço nas suas costas de leve enquanto ela quebrou o abraço e me olhou dando um beijo na minha bochecha.
– Estarei de olho em você mocinha – Ela ameaçou.
Andei para o outro lado da sala falando que iria sair, enquanto Will saiu comendo segurando a mochila de Henry e ele veio direto para mim, segurando minha mão.
– Eu te dou carona – Ele falou e eu ri.
Entrei no carro depois de colocar Henry atrás e por o cinto nele.
Henry é um bom garoto, sempre é amável comigo. Ele consegue tirar o melhor de mim, mesmo sabendo que talvez, não tenha esse melhor. Mas eu gosto de acreditar que tem.
Ele tentava puxar conversa enquanto brincava no quarto, e eu me virava algumas vezes para olhar para ele e ele segurava minha mão. Logo o deixamos na escola, ou melhor, Will o deixou na porta, andando de mãos dadas.
Pensei no quanto deve ser bom ter alguém para levar você na porta da escola e dar um beijo no seu rosto, principalmente na idade de Henry. Parei para pensar, e praticamente tive que aprender a ir para escola sozinha e só fui por causa da minha vizinha que me ensinou onde era o local, ela me levou um ou dois dias junto com a filha dela e foi assim que eu aprendi. Tinha a idade de Henry, enquanto minha mãe se embebedava antes das 7h.
Forcei-me para esquecer esses pensamentos, consigo ser tão sombria mesmo não querendo. Pensei na faculdade, eu não queria ir. Estudar não é ruim, nunca foi ruim para mim, o problema é o local. Consegue ser sufocante. Eu odeio o lugar, não queria estar lá. Não queria entrar nas salas e olhar para cara daqueles adolescentes.
Will chegou rapidamente no carro e foi conversando comigo sobre coisas banais o caminho inteiro, fingi que escutava ele, ou tentava acompanhar seu ritmo de conversa, mas a verdade é que eu não estou com a cabeça aqui, a minha cabeça está em outro lugar, ou pessoa. Posso mentir para JJ, ou para qualquer um, mas não posso começar a mentir para mim mesma, a pior vida é a pessoa que vive na ilusão. Não posso ser assim. Sempre fui tão centrada e cabeça aberta, mas quando se trata daquilo, das minhas ações, eu estou com a cabeça em todos os lugares, menos centrada.
Chegamos à faculdade e antes de sair, Will me puxou levemente pelo braço.
– Hey, você está bem? – Ele perguntou.
Bufei rindo.
– Pare de me perguntar isso.
– Você parece distante – Ele parecia preocupado.
– E você é tagarela – Murmurei e ele riu.
– Okay, boa aula – Ele me soltou ainda rindo enquanto eu saia andando em direção a porta e andando rapidamente até a sala, e como sempre, andei para as últimas cadeiras. Não gosto de sentar na frente.
Quando me arrumei e olhei para frente, avistei aquele garoto, Norman. Ele estava vindo à minha direção, droga, pensei. Droga.
Ele parou ao meu lado da cadeira olhando fixamente para mim, ele tinha um sorriso ridículo nos lábios.
– Olhe só, se não é a melhor pessoa que eu conheci para fazer uma analise – Ele estufou o peito.
Tive vontade de rir, mas não fiz. Fiquei calada, com um sorriso sínico nos lábios, com ar de risadas, no estilo ideal de Elizabeth Stonem. Talvez eu não tenha mudado tudo.
– Oras, oras, se não é o nervosinho do outro dia, como vai... Norman, não é? – Retruquei e ele tentou ficar calmo, mas percebi o nervosismo, ele suava frio, e suas mãos estavam um pouco tremulas. Talvez esse seja meu efeito, já vi muitas pessoas ficarem assim depois de conversarem comigo, mas esse cara fica nervoso demais.
– Você... Han... Você se importa se eu sentar? – Ele perguntou gaguejando.
Eu fingi estar pensando.
– Se você não ficar nervoso demais para isso...
– Não, não... Eu vou ficar bem – Ele falou apressado me interrompendo e sentando-se rapidamente.
Ele começou a falar de algumas coisas aleatórias, eu fingi que escutava, mas na verdade, minha cabeça estava em outro lugar, em outras coisas, coisas importantes demais para eu deixar para lá. Pela primeira vez, tenho pensado no meu ato.
Mas o que eu fiz não foi nada errado, mas por que eu ando pensando tanto nisso? Não foi nada errado. Foi um simples ato. E não foi tão exagerado. Poderia ter me arrependido tantas vezes antigamente, e estou preocupada por causa disso. Eu não sei por que.
As aulas passaram rapidamente, Norman ficava falando e falando, e eu fingindo estar prestando atenção. Ou até mesmo não conseguia, o garoto falava rápido demais. Eu sei que ele é legal, mas ele não está me deixando legal. Quer dizer, o garoto não me deixa respirar. Ele tentou algumas vezes dar em cima de mim, o que foi engraçado porque ele gaguejava muito.
Quando as aulas acabaram, Norman queria ir para algum lugar, mas disse para ele a verdade, minha cabeça está cansada demais. Preciso ir para minha casa.
Que estranho, quando eu falei que precisava ir para casa, meu estomago embrulhou. Seria essa minha casa? Eu não sei. Eu não sei como é ter uma casa. A vida está nostálgica, ou é uma espécie de nostalgia. Viver é isso. Não importa o quanto você tente destruir o passado, ele sempre vai voltar.
Fui andando para casa, ou melhor, a casa de JJ. Não era muito perto, mas também não seria uma maratona de cá até lá. Eu aguentei.
Estava frio. Não estava tão frio assim quando eu saí. Mas agora está, ou será que eu estou ficando louca? Não sei. Envolvi o casaco fortemente no meu corpo enquanto percebi alguns olhares masculinos e femininos na minha direção. Os ignorei e continuei andando.
Meu celular começou a tocar. Rapidamente o puxei, não notei que tinha tirado ele de silencioso, ele conseguiu me tirar da minha linha de raciocínio.
Era JJ.
– Hey – A voz dela estava diferente.
– O que aconteceu? – Fui direta. Não sou muito educada, principalmente no telefone.
– Han... – Ela gaguejava. Oh, oh. Algo estava definitivamente errado. – Nós temos visitas.
– Visitas? Como... No plural? – Foi uma pergunta retórica e totalmente desnecessária. Mas com o tom da voz de JJ, fiquei preocupada. Ela nunca liga para visitas, e principalmente para me avisar. Droga, meu cérebro já começou a criar paranoias desnecessárias.
– É melhor você vim rápido – Ela avisou. Desliguei o celular e rapidamente segui para casa.
Não demorou muito para eu rapidamente chegar à casa de JJ, assim que puxei a chave da bolsa, alguém abriu a porta. Era JJ, fiquei mais aliviada. Seu olhar estava estranho, não tive tempo de analisar ela. Quando eu entrei, olhei para sala e dei de cara com Spencer. Sentado e sorria para mim. Rossi também estava lá.
Droga, se ele veio para uma conversa séria, hoje eu não estou no meu melhor humor.
Assim que eu fui entrando, pronta para qualquer conversa que eu sei que ele iria querer ter até porque vamos lá, ele é Spencer. O que mais eu iria pensar?
Na medida em que eu ia chegando perto dele, eu ouvi uma voz.
– Hey babe – Uma voz me atingiu os ouvidos.
Fiquei surpresa.
Virei-me rapidamente.
– Cook?
Cook era... Minha fuga de qualquer realidade. O conheço desde que eu tinha 15 anos, vamos apenas dizer que tivemos nossa diversão juntos, mas que... Para qualquer coisa, ninguém precisava saber qualquer coisa do meu passado, e Cook, sabe demais.
Ele veio me abraçar.
– Como me achou aqui? – Sussurrei.
– Você é uma moça muito difícil de encontrar, Stonem. Precisava falar com você – Ele sussurrou de volta me soltando do abraço.
Sorriu docemente. Falso, pensei.
O que ele queria falar comigo? Não tínhamos assunto. Nossa curta relação era algo mais... Sexual. Não tinha nada de conversar sobre vida, e relacionamentos, e todas essas besteiras. Deus, o que esse homem veio fazer aqui?
Ele se sentou e eu olhava para JJ procurando por respostas.
Percebi um olhar desconfortável vindo de Spencer.
– Então, Cook estava prestes a falar como vocês se conhecerem – Rossi continuou.
Droga, não, não, não.
Eu sei que as pessoas aqui não tem nenhuma ilusão sobre que tipo de pessoa eu sou, mas é melhor não saber.
– Não! – Talvez eu tenha falado muito alto porque todos os olhos viraram-se para mim. – Quer dizer, para que? Isso é tão... Passado.
– Ah, Lize provavelmente está certa, nos conhecemos desde que tínhamos dezesseis anos – Ele respondeu olhando para mim. Eu acenei com a cabeça.
JJ percebeu.
Sei que ela percebeu. Vi seu olhar me convidando para sair e ir para a cozinha.
Eu a segui calada, ainda preocupada em deixar Cook com eles.
– O que está acontecendo? – Ela sussurrou.
– Eu sei, eu sei, sinto muito. Não sei como ele me encontrou, e...
– Não, eu quero dizer com você, Lize. Ficou nervosa demais. O que acontece? Não gosta dele? Ele fez algo de ruim com você? – Ela começou com suas perguntas.
– Não, não, nada disso, é que... É um passado ruim, eu não fui sempre uma boa pessoa como você deve imaginar – Finalmente falei.
– Eu sei que sua mãe não te deu o necessário e que você ficou perdida, mas... Não é tão ruim, não é? – Ela perguntou esperançosa e preocupada. Talvez ela não tenha nenhum pouco de ideia do quanto foi ruim.
– JJ, eu quero que você entenda que o quanto menos souber do meu passado, menos vai se preocupar – Respondi.
– O que... Lize, não foi tão ruim, não é? – Ela insistiu.
Respirei fundo e olhei para ela, séria. Não sabia o que falar, ou como explicar para ela que sua sobrinha provavelmente não passava duas horas ou mais sem estar sóbria, ou pelo menos três dias numa cidade só.
Ela sentiu o que eu estava passando, a confusão que minha cabeça estava tentando achar as palavras, parecia um quebra cabeça, tentando desvendar e colocar as palavras certas, nos lugares certos.
– Você não quer falar, não é? – Ela perguntou.
Assenti e ela respirou fundo.
– Espero que saiba o que está fazendo com a vida, Lize – Ela alertou e percebi que ela ficou muito preocupada.
– JJ, de onde eu venho, não tem ninguém preocupado com o que você está fazendo, ou com quem você está transando, ou que tipo de drogas você está usando – Falei irritada.
Fui dura com ela. Não queria ser dura. JJ sempre foi tão doce comigo.
– Eu sinto muito, JJ. Eu realmente sinto – Pedi desculpas, ela sorriu doce.
– Tudo bem, querida- Ela respondeu.
Agora fui eu quem ficou preocupada, porque ela me abraçou. Por que ela estava me abraçando?
– JJ, desculpe, mas eu preciso tirar ele daqui – Falei desmanchando o abraço, ela sorriu.
– Vamos – Ela afirmou.
Eu voltei para sala, Cook estava rindo muito.
Fui até ele.
– Cook, eu preciso mostrar uma coisa para você... Ali – Falei apontando para o canto da escada. – Vamos? – Convidei esperando que ele viesse logo.
Ele seguiu e eu fiquei de costas o fazendo ficar de frente para mim.
– O que diabos você está fazendo aqui? Como você me encontrou? – Perguntei irritada.
– Calma estressada – Ele respondeu sorrindo.
– Pare de levar isso na brincadeira, droga Cook – Estava irritada.
– Calma, você está muito mudada Lize. Essas pessoas estão mudando você – Ele analisou.
– Pare com isso.
– Eu... Eu estive em todos os lugares procurando por você, perguntando. Você não pode simplesmente me deixar num quarto de motel, você sempre faz isso – Ele estava irritado.
– E por que isso importa? – Perguntei irritada.
– Porque eu senti sua falta – Ele falou um pouco alto e sei que foi involuntário.
– Cook...
– Eu sei, eu sei. Você sempre foi tão fria, nunca me deu esperança de um relacionamento, nós nunca sequer conversamos sobre qualquer coisa, mas eu te conheço desde meus dezesseis anos. Droga, Lize. Você mexe comigo como mexe com qualquer cara daquelas cidades. Você mexe comigo, entendeu? Eu não consigo...
– Pare.
– Eu senti sua falta, eu sinto falta da sua presença, da sua loucura, das nossas bebidas, festas, drogas. Eu iria até o inferno por você.
– Pare! – Praticamente gritei. – Pare de falar essas coisas, nunca fomos assim. Por que você está falando isso para mim?
– Porque eu sei o quanto você é ferrada, e eu também sou. Não tínhamos pais, e tivemos que tomar conta de nós sozinhos, éramos duas crianças – Ele continuou.
Eu não sabia o que falar. Apenas fiquei calada. Ninguém nunca foi tão sincero comigo sobre isso. Especialmente Cook. Porque nunca... Nunca fomos assim.
– Aqui o que vamos fazer. Você vai naquela sala e vai dizer a todos que precisa ir embora – Disse eu.
Ele parecia muito decepcionado. Mas quem não ficaria?
Ele concordou e seguiu para sala e fez como eu o pedi, Spencer ficou me olhando estranho enquanto eu saia para deixar Cook lá fora.
Ele saiu irritado querendo entrar rapidamente no carro. O segurei.
– Você sabe que eu nunca pude dar nada a você, nada além de sexo – Fui sincera.
– Eu nunca poderia dar qualquer coisa para você, Lize. Mas...
– Eu sinto muito, Cook – Falei.
Ele fechou os olhos por meio segundo.
– É ele, não é? – Ele perguntou irritado.
Fiquei confusa.
– Ele quem, Cook? Está louco? Foram as bebidas? – Ironizei.
– Ele... Aquele garoto esquisito na sala – Ele falou apontando com a cabeça para dentro de casa.
– Não... Cook, você acha que eu me apaixonaria por alguém? Eu? Elizabeth Stonem?
– E você acha que eu me apaixonaria por alguém? Eu? James Cook? – Ele retrucou.
Eu sorri.
– Você é um imbecil – Falei.
– Você viria comigo? – Ele perguntou.
Eu ri.
– Não – Respondi sincera.
Ele fingiu estar pegando no coração como se estivesse doendo.
– Até breve, Elizabeth Stonem – Ele falou olhando profundamente para mim, fiz careta, odeio esse nome, mas ele sabe disso.
– A gente se vê por aí, Cook – Falei saindo um pouco de perto para ele entrar no carro. Mas ele foi mais rápido e me puxou dando um selinho, ele iria aprofundar o beijo, com certeza iria, então eu o afastei.
Ele sorriu desapontado.
– Apenas vá- Falei saindo e o vi fechando a porta, e dando partida.
Bufei. Que difícil.
Quando entrei, estavam todos conversando. Juntei-me a eles, mesmo olhando para Spencer e ele querendo, implorando para falar comigo.
Não demorou muito para Rossi dizer que iria sair, porque tinha coisas para fazer e trabalhava amanhã cedo, não entendi. Spencer em momento algum disse que iria sair. JJ saiu da cozinha, falando que iria buscar Henry enquanto ficou Spencer e eu.
Um silêncio constrangedor.
– Seu amigo é muito...
– Apenas esqueça ele – O interrompi.
– Por quê? Ele era seu namorado? – Ele perguntou rápido.
Eu me virei para ele rindo.
– Isso seria ciúmes, Reid? – Perguntei.
– Eu? Claro que não – Ele respondeu gaguejando.
Eu ri mais uma vez.
– O que tivemos foi...
– Droga. Você vai querer conversar sobre isso mesmo? – Perguntei ainda rindo.
– Eu não sei. Eu queria saber o que foi aquilo.
– Pare de levar as coisas tão a sério, Spencer – Foi minha única resposta.
Eu olhei para ele profundamente. Não sei por que, mas eu o encarava.
Vi que ele ficou constrangido.
– Eu... Eu preciso ir – Ele falou se levantando rapidamente e andando para porta. Eu o acompanhei.
Algo me bateu, fiquei um pouco preocupada pela vontade que me bateu. Eu nunca fui de dizer “não” para minhas vontades, peguei na mão de Spencer e ele me olhou confuso, e foi ai que me bateu, eu precisava fazer. Não demorei muito, logo o beijei, segurando seu cabelo e o puxando para mim, percebi que ele estava surpreso, sem reação, mas logo me puxou de volta.
Eu não sei o que me deu.
Quer dizer, eu sei, mas eu não queria seguir meus instintos, grande droga isso, precisava fazer o que eu queria. Sempre.
Eu parei rapidamente, e ele não conseguia olhar direito para mim porque estava constrangido.
– Até logo, Reid – Falei enquanto abria a porta, o deixando sem ação. Ele sorriu enquanto saia e foi embora. Joguei-me no sofá ainda esperando JJ com Henry para pedirmos uma pizza.
Fiquei um pouco surpresa comigo.
Eu posso ser o tipo de pessoa que só faz besteira, mas até agora, dessa besteira, eu não me arrependo.


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Notas finais do capítulo

Amo vocês!



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