Zoom Into Me escrita por kouelho


Capítulo 7
Capítulo 7 - A Melhor Parte De Mim


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai ser narrado pelo Bill. E gente, esse é o último capítulo. Vai ficar grande e não me matem pelo final ok? Hihi
Boa leitura



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Bill [on]

Eu acordei essa manhã com uma frase na cabeça: “Aproveite esse dia, pois ele pode ser o último!”

Achei isso estranho, pois eu nunca tinha acordado com esse sentimento. Eu sei que a frase “Viva o segundo” é muito comum pra mim, mas eu acordar assim, sentindo que esse é o meu último dia não  é comum, na verdade isso nunca aconteceu. Então ouvi algo me dizer: “Hoje é o seu último dia, faça algo para as pessoas se lembrarem de você, alguma atitude para demonstrar o seu amor para as pessoas que você mais ama e pras pessoas que também te amam mais que tudo!” eu sei que eu nunca fui muito de acreditar em Deus, mas nessa hora, eu senti como se Ele estivesse falando comigo. Não sei, talvez por ser algo meio sobrenatural. Não me deu medo, mas me alertou e eu senti que isso é real, não sei. Mas não custa nada eu aproveitar esse dia, pois e se ele for o último? Depois eu não terei mais tempo... Então decidi escrever uma carta. Enquanto escrevia, eu pensava em tudo o que já aconteceu em minha vida, em todas as pessoas que estiveram e estão presente em minha vida, direta ou indiretamente. A cada lembrança, a cada momento, eu sentia uma tristeza, como se em dentro de algumas horas eu não teria mais essas pessoas que foram tão importante em minha vida, como se tudo fosse desaparecer e essas lembranças não voltassem nunca mais. Senti lágrimas descerem pelo meu rosto. Pude sentir a emoção. Elas caíram sobre o meu papel, mas mesmo assim eu continuei escrevendo. Chegou uma hora que eu já tinha escrito tudo o que veio ao meu coração. Vi algumas lágrimas sobre o meu papel secando aos poucos. Eu talvez estivesse olhando agora pras minhas últimas palavras...

Talvez eu estivesse ficando louco, ou mesmo tendo alguma crise emocional e estar ouvindo coisas, não sei... Eu só sei que senti que isso era preciso. Eu tenho que mostrar o meu amor pras pessoas que eu mais amo hoje. Acho que vou fazer uma surpresa pra Camille! Vou leva-la a um lugar que eu não vou a anos. Aquela praça, se é que ela ainda existe. É uma praça bem afastada do centro da cidade, é um lugar tranquilo, onde você pode refletir a vontade, sem que ninguém venha te incomodar. Mas infelizmente eu não tenho tido tempo por causa da mídia, do meu sucesso. Talvez por causa disso eu tenha perdido parte da minha vida. Não que eu não goste da minha fama, é claro que eu gosto. É tão maravilhoso poder sentir o amor dos meus fãs, ver eles gritando as nossas músicas com a sua alma. Isso é uma dádiva, mas tem seus lados ruins. Tive que me privar de muitas coisas em minha vida porque simplesmente poderia ter algum papparazi fotografando o que eu estava fazendo. Ou seja, quando eu escolhi o caminha da fama, eu também escolhi matar a minha privacidade. Bom, essa escolha foi minha. Então eu não tenho do que reclamar... Ao contrário, eu até agradeço por todas as vezes que eu subi no palco e pude sentir a melhor sensação de todas. Cantar com toda a minha alma. Sim, isso é maravilhoso e eu não trocaria por nada.

Resolvi ir tomar café e quando cheguei na cozinha, ainda não tinha ninguém lá. Fiz café e algumas torradas. Quando terminei de fazer tudo, Camille chegou lá.

-Eu quero levar você pra um lugar! - eu disse.

-Pra onde? - ela fez uma cara de espanto, que me deu vontade de rir.

-É surpresa!

-Ai Bill, eu não gosto de surpresas, elas me deixam muito curiosas! - ela fez um bico, que me deu vontade de beija-la, de aproveitar o que talvez fosse os meus últimos beijos, mas achei melhor esquecer isso, se não ela ia me achar um louco.

-Eu sei, você já me disse isso uma vez! - eu ri um pouco.

-Seu bobo! - ela mostrou a língua pra mim e depois riu também.

-É sério, vamos?

-Ok Bill, você me convenceu!

-Que bom! Eu quero aproveitar o máximo com você! - eu disse isso me lembrando das frases que estavam martelando a minha cabeça desde quando eu acordei.

-Calma Bill, nós ainda temos a vida inteira pela frente! - ela disse parecendo estar estranhando.

-Eu sei, mas quem sabe esse pode ser o nosso último dia?

-Do que você está falando?

-Nada não, só sei que devemos aproveitar os nossos momentos como se fossem o último!

-É Bill, tem razão! Então vamos! - nessa hora Tom desceu as escadas e nos viu de saída.

-Pra onde vocês vão? - ele perguntou curioso.

-Vou leva-la para um lugar, a gente volta de tarde ok? Não nos espere pro almoço!

-Ok, bom passeio pra vocês! - Tom sorriu.

-Ah Tom, só uma coisa... - essa hora eu achei que deveria fazer alguma coisa. Resolvi dar um abraço em meu irmão. Apesar de ele ser um chato as vezes, eu ainda sim amo ele mais que tudo, ele é uma parte de mim. Talvez esse fosse o meu último abraço...

-O que é isso Bill? - ele correspondeu o abraço, mas deve ter estranhado.

-Nada, esquece... vamos Ca! - achei melhor não falar nada pra ninguém agora, pois na minha carta eu explicava tudo...

-O que foi Bill? - ela me perguntou preocupada.

-Ah, nada, bobeira minha...

-Hm...

-Eu já disse que te amo hoje? - sorri pra ela.

-Hm, já, mas eu amo ouvir isso mais vezes! - a beijei. A beijei como se aquele fosse o último. Me entreguei totalmente aquele beijo. Eu precisava daquele beijo. Depois dei o meu melhor sorriso pra ela e ela sorriu de um jeito radiante.

-Te amo muito Camille, fique sabendo que se eu morresse agora, eu morreria feliz!

-Ai Bill, isso foi lindo, ok, mas pare de falar de morte, eu não gosto, sério...

-Ok, desculpa! - eu comecei a acelerar o carro, eu não parecia estar no controle, parece que algo me controlava, talvez eu soubesse o porquê.

-Bill, vai com calma... - ela disse com medo. -É sério Bill, isso ta me assustando! - eu não queria que nada de mal acontecesse a ela, mas eu sentia uma paz inexplicável, parece que algo me diz que ela ficará bem. Então continuei na mesma velocidade. Senti que aquele era o meu último minuto e fechei os olhos. Senti a minha última lágrima escorrer sobre o meu rosto. Sim, dessa vez eu tinha certeza que era a última. Apenas senti o impacto da batida. Era um caminhão. Bateu do meu lado. Depois disso não senti mais nada. Apenas conseguia me ver inteiro machucado no carro. Camille também ficou um pouco machucada. Talvez inconsciente, mas eu sentia que ela estava bem. Aquilo era estranho. Apenas observava. Depois pude ver algumas pessoas em volta do meu carro e uma ambulância chegando. Eu ouvia todo o tumulto, o barulho da sirene, porém o som era distante, parecia que eu estava a vários metros de distância de lá. Vi alguns paramédicos tentando tirar o meu corpo do carro e depois tirou o de Camille mais facilmente. Nos colocaram em macas separadas, mas nos levaram na mesma viatura. Agora eu me via dentro da ambulância. Os médicos tentando me reviver, mas parecia ser em vão. Talvez meu coração não estivesse nais batendo. Camille estava abrindo os olhos. Eu ouvia apenas a voz dela nitidamente dizendo:

-O que aconteceu? O que aconteceu com o Bill? O que aconteceu com o meu Bill? - ela dizia isso de maneira desesperada, tentando sair daquela maca, mas ela estava imobilizada. Eu via lágrimas começando a escorrer pelo seu rosto. Chegaram no hospital. Fomos levados para quartos separados. Levaram o meu corpo para a UTI e o de Camille para a sala de emergência. Mas o mais estranho que eu podia ver o meu corpo e o de Camille ao mesmo tempo. Ela gritava enquanto nos separavam. Aquilo doía em meu coração, mas talvez fizesse parte.

Tentaram me reanimar, mas estava sendo em vão. Usaram o desfibrilador várias vezes, mas nada adiantou. Então chegou uma hora que os médicos desistiram. Apenas cobriram o meu corpo com um lençol branco. É, eu estou morto. Agora eu via Camille no quarto gritando, chamando por mim, então um dos médicos disse: “Ele está morto!” quando ela ouviu isso, ela parou totalmente de se debater. Ela simplesmente parou. Nessa hora eu senti uma tristeza em mim. Então senti alguém do meu lado. Olhei e vi um homem meio velho, com cabelos grisalhos.

-Quem é você? - eu disse dando um passo pro lado.

-Não importa quem eu sou, apenas importa o que você foi! Você sempre foi famoso não é?

-Sim, por quê?

-Eu vim aqui apenas para contar algumas coisas a você... - ele parecia esperar uma resposta de mim, mas não veio. Quem era aquele cara afinal? -Bom, pelo que eu tenho visto você sempre foi uma pessoa boa, sempre gostava de fazer o certo, dava conselhos ao seu irmão, era perfeccionista, amava os seus fãs, era dedicado a fazer o que gostava. E isso eu sempre admirei em você. Mas tinha uma coisa que sempre me entristeceu, você não acreditava em Deus não é mesmo?

-É, nunca fui muito devoto, eu acho... mas você é Deus por um acaso? - eu realmente não era devoto. Nunca ia a igreja e quando ia, eu e meu irmão sempre dávamos um jeito de escapar.

-É, você nunca foi. Mas parece que os sinais que eu dei nos seus últimos momentos foram aceitos por você. Você acreditou neles, que para mim é o mesmo que você acreditasse em mim!

-Então você é o Deus?

-O que o seu coração diz?

-Eu ainda tenho coração? - eu coloquei a mão em meu peito e senti meu coração bater, aquilo tudo era tão estranho, mas era tão real.

-O que o seu coração diz? - ele insistiu na pergunta. Eu parei por um tempo.

-Acho... acho que eu acredito...

-Então siga o seu coração! - ele tinha um ar pacífico, era tão calmo e tão cauteloso com as suas palavras, deve realmente ser o Deus. Eu sempre ouvi falar que Ele era assim, calmo, mas nunca acreditei Nele. Agora eu até me arrependo, mas talvez seja tarde demais...

-Nunca é tarde pra se arrepender! - ele sorriu pra mim. Nossa, ele também ouve meus pensamentos? Eu hein... -Sim, eu ouço seus pensamentos! - eu fiz uma cara de assustado até, ele parecia rir do meu jeito.

-Mas e agora? Pra onde eu vou? Pro céu ou pro inferno?

-O que você acha que merece? - agora ele me pegou. Como eu mesmo vou me julgar? Não tem como, se Ele é poderoso, Ele que tem que decidir isso! -Me responda por você!

-Eu não sei... pode ser que eu tenha sido bom, mas acho que não o suficiente para o Senhor, nunca acreditei, nunca louvei o Senhor... talvez eu mereça o inferno...

-Você gostaria de passar mais um tempo com as pessoas que você ama? - Ele me disse cortando totalmente as minhas conclusões.

-Como assim? Eu vou reviver?

-Não, não foi isso que eu disse...

-Hm, então o que é?

-Você pode ficar junto com as pessoas que você ama em forma de espírito!

-Sério?

-Sim e por um tempo indeterminado.

-Quanto tempo?

-Isso eu não posso te contar...

-Ah...

-Então, o que você escolhe?

-Mas se eu escolher ir por céu ou pro inferno, pra qual dos dois eu vou?

-Ah, isso é surpresa... - ai, que coisa mais confusa! Por que eu tenho que escolher isso, não seria bem mais fácil Ele escolher? Eu adoraria ir pro céu, mas e se Deus quiser me colocar no inferno? Das minhas poucas vezes que prestei atenção na missa, eu soube que o inferno é o pior lugar... eu é que não quero ir pra lá. Eu olhava pra Ele e estava rindo. É claro, estava rindo dos meus pensamentos e das minhas confusões. Eu mereço viu... até Deus ri de mim... mas eu sei que seria maravilhoso eu pode ficar com as pessoas que eu amo. Sim, seria muito bom! Pelo menos eu poderia adiar a minha estadia no inferno...

-Então você quer ficar na terra, não é?

-Nem vou perguntar como o Senhor sabe... - ele riu.

-Então você que decidiu, quando for a hora de você voltar, eu venho te visitar de novo!

-Mas não tem nenhuma regra pra ficar aqui e...? - quando eu olhei pro lado, Ele já tinha desaparecido. -Não teve graça... hunf

Nossa, eu conversei com Deus! Logo eu, nossa, que ironia... então observei. Camille chorava. Tom já estava lá com ela, chorando também. Claro, eles choravam por mim. Tom deu a mão pra Camille e eles começaram a chorar juntos, compartilhando a dor que eles deviam estar sentindo. Camille já estava boa, graças a Deus (isso foi estranho). Vi que o médico foi falar com ela. Então ela se levantou e provavelmente foi se trocar para voltar pra casa. Depois que ela se trocou, ela e Tom foram para o lugar que meu corpo estava. Choraram mais. Mas eu quero pular essa parte chata e triste. Então eles chegaram em casa. O primeiro lugar que eles foram era o meu quarto, como eu imaginava. Perfeito. Agora eles veriam a minha carta. Camille foi andando por ele. Tom apenas se encostou na parede e observou com tristeza no olhar. Ela viu a carta em cima da minha cama.

-Tom, olha isso! - então ele despertou do transe e olhou para a carta que estava nas mãos de Camille.

-O que é isso? - ele foi ao lado de Camille e os dois se sentaram em minha cama. Eu parei na frente deles e cruzei meus braços, esperando que eles lessem.

-Parece uma carta...

-Abra. - então ela abriu e começou a ler em voz alta:

 

“Bom, eu sei que isso pode parecer estranho, ou até mesmo ridículo pra vocês... eu sei disso porque no começo pareceu isso pra mim também... hoje de manhã eu acordei estranho, como se hoje fosse o meu último dia aqui na terra... não sei se é verdade, só sei que eu senti para escrever essa carta...

Primeiramente eu queria deixar bem claro o meu amor por muitas pessoas.

Bom, Tom, meu irmão gêmeo. Você é uma parte de mim, a melhor parte de mim! Mesmo você sendo um chato, mulherengo, mais feio que eu, me xingar, eu ainda te amo demais! Eu agradeceria se eu morresse no seu lugar! E também me desculpe por todas as vezes que eu te xinguei, que eu te ignorei, que eu roubei a sua namorada, de todas as vezes que eu fiquei longe de você, apesar de isso ser raro... obrigado por todos os momentos que você me proporcionou, pois todas as risadas que demos juntos, por todas as nossas travessuras, por todas as suas piadas, que mesmo sendo idiotas, me fazia rir, por todas as vezes que você me defendeu, mesmo sem eu merecer... Obrigado!

Quero agradecer a minha família por ter me motivado, me incentivado a correr atrás dos meus sonhos, de nunca desistir. Que sempre me apoiaram e estiveram me dando palavras motivadoras! Me desculpem se eu sempre estive ocupado e não pude estar junto com vocês, me perdoem!

Também quero dizer ao Georg e ao Gustav o quanto eles foram importantes pra mim, não só na banda, mas também na minha vida. As risadas, as piadas, os conselhos, tudo! Tudo isso eu agradeço de coração! Também quero pedir desculpas pra todas as vezes que eu debochei de vocês, ou que fiz vocês se sentirem menos importantes na banda, não foi a minha intenção! Eu quero que saibam que vocês são uma parte indispensável e insubstituível pra mim e pra todos!

Agora eu quero dizer pra Camille, a mulher que em pouco tempo de convivência me proporcionou coisas maravilhosas, sensações que eu nunca tive com nenhuma outra mulher! Você foi a mulher que eu mais amei até hoje! Obrigada por não desistir do seu sonho! Me desculpe pelas vezes que eu não tive tempo pra você, pelas vezes que eu te magoei, mesmo antes de te conhecer! Fique sabendo que eu te amo demais!

Também quero dizer pra todos os meus fãs que eu sou inteiramente grato a eles! Que se não fosse eles, eu não seria nada do que eu sou hoje! Também gostaria que me perdoassem por todas as vezes que eu não olhei no olho de cada garota que sempre se dedicou a vida por mim, se eu não autografei aquele seu CD, DVD, ou algo que você ficou horas, ou até mesmo dias esperando e eu simplesmente ignorei e você quem sabe voltou a sua casa e chorou, achando que eu não me importo com você, mas saiba que eu amo todas vocês, amo de uma maneira diferente, mas amo! Saiba que eu sempre agradeci a cada um e a cada uma de vocês, que dedicaram a vida por mim!

Bom, eu acho que isso é tudo... mas só queria que todos me desculpem por eu não ter tido mais tempo de viver...

Bill Kaulitz”


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereço morte? Gostaram??
Quero reviews
Agradecimentos no proximo