Unattainable reality ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 45
Amaldiçoados


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem kk



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Ás

Estávamos em uma espécie de sala, dois sofás enormes se encontravam ao meio, um em frente ao outro, em todas as paredes havia quadros obscuros, de tantas vezes que já vim aqui nunca consegui ver os rostos das pessoas retratadas.

Alice nos encarava confusa, o que já era de se esperar, os truques de Lyh são tão retardados que até eu me confundo às vezes. Mas é claro que o que mais estava me incomodando no momento era ela ter entrado no modo Lyh/Alisson, eu simplesmente odiava, por que Lyh não poderia ser só Lyh? Além de ser oráculo dos deuses loucos da magia, ela ainda tinha que suportar uma segunda personalidade, se é que é assim que eu posso chamar essa maldição que ela carrega dentro de si, Alisson e Lyh eram pessoas totalmente distintas, o que tornava a situação ainda mais cruel, para elas e, por mais que eu deteste admitir, para mim, isso tudo era muito para o meu coração aceitar.

Joguei-me em um dos sofás, ficar em pé cansava a minha beleza e eu infelizmente precisava dela.

— Então quem morreu? – Questionei ajeitando minha cabeça em uma almofada e deitando, macio, bem macio, era incrível como o poder de Lyh deixava tudo mais do que real.

— Ziann na fila da imaturidade você entrou mil vezes. – Alisson resmungou se sentando normalmente no outro sofá e puxando Alice junto, queria só ver quanto tempo duraria essa pose de madura. Virei o rosto, escondendo um sorriso besta. Por que eu sempre ficava parecendo um idiota perto dela?

— Ziann? – Alice me encarava de um modo engraçado, certamente se perguntando de onde do espaço surgiu esse nome estranho, ora ela que se entenda com minha mãe, esse pensamento me fez sorrir.

— Ignora esse detalhe. – Resmunguei, piscando sedutor, Alice riu, as garotam enlouquecem por minha causa eu sei. — Mas e ai, o que vou fazer com os gémeos?

— Pensei que talvez em Neal alguém possa protegê-los. Já que parece que Loren não está mais conseguindo ocultar o poder deles. – Cedrick comentou, ajeitando aquele chapéu estranho que ele sempre usou.

— Ainda tenho plena convicção de que algo aconteceu, Loren não se comunica mais com Lyh, isso é mal. – Alisson bufou. — Mas eu mal sei o que acontece ao meu redor.

— Realmente isso é preocupante, por isso torno a dizer a vocês que Neal é a melhor opção, aqui temos o risco de sermos pegos, e nem com Alice podemos deixa-los, já que, como vocês sabem, Jadis é vigiado por Copas. Ás por acaso sabe alguma coisa sobre como as coisas são divididas por lá?

— Não lembro, sei lá... Estou com preguiça de pensar. – Fechei os olhos, já me virando para ir dormir, quando alguém se jogou em cima de mim, reabri os olhos no mesmo instante e me deparei com o rosto de Alisson a um centímetro do meu. A empurrei torcendo para não ter ficado vermelho que nem uma pimenta e a encarei emburrado. Como eu imaginei a pose de madura dela não durou nem meia hora.

— Se não contar eu me jogo de novo e dessa vez vou trazer a Alice junto.

— Dá um tempo Alisson. Depois eu que sou imaturo. – Suspirei, enquanto ela ria. — Bem vamos lá, o que posso dizer sobre copas em Jadis é que, se bem me lembro, existe uma espécie de vilarejo ou coisa assim, onde ficam os nobres e os soldados, eles não ligam muito para o que restou do país, mas não querem que Jadis se restitua.

— Isso é mal. – Cedrick resmungou e eu dei de ombros.

— Se conseguirem um acordo com o príncipe de lá, podem ter um avanço. Não é como se fosse ser possível conquista-lo, já que ele é... Não sei definir.

— Eu posso tentar. – Alice murmurou pensativa.

— Pode levar Alli junto. – Cedrick concordou sorridente. — Ele é bom nisso.

— Agora o mais importante. – Me levantei de súbito, fazendo com que todos me encarassem. — Meu-

— Filho – Alisson completou, suspirando levemente enquanto de se levantava e cruzava os braços, imitando minha cara de sério. — Não quero que meu pequeno se envolva nesse tipo de perigo. Minha amada esposa não suportaria perder o nosso amorzinho.

— Quase isso, querida. – Comentei com impaciência, ignorando o tom de ciúme em sua voz. — Caso queira saber não estou mais com Maira e ela nunca ligou para o Jas. Agora vou dizer o que ia dizer. Meu filho está em perigo conosco, ele não vai suportar enfrentar um monte de ataques atrás do outro e é isso que vai acontecer, eu vou com Cedrick e os gémeos até Neal, pedir a Jason que os proteja, por isso você. – Apontei para Alice. — Manda o seu namorado cuidar do meu menino ele é um imprestável, mas é irmão do meu docinho e o Jas não confia em qualquer um.

— Tud-

— Alice tem um namorado? – Alisson interrompeu a menina e parecia indignada, o que soou engraçado e bonitinho ao mesmo tempo.

— Está revoltada por você não ter um namorado? – Zombei e ela me fuzilou com o olhar. — Eu sei, eu sei, você não pode sair agarrando qualquer um porque Lyh ficaria furiosa e tudo mais... Alias, quando é que essa maldição acaba?

— Não sei Ziann, talvez quando a maldita rainha devolver a maldita joia e acabar com essa maldita maldição que me prende a Lyh e você aprender a calar essa sua maldita boca.

— Ora se reclama tanto do que eu falo, cale-me você. – Provoquei e pude vê-la contendo um sorriso.

— Ei os dois ai, temos mais o que fazer. Alice pode dizer aos outros que Ás e eu nos comunicaremos com os rebeldes e iremos para Neal? – Cedrick questionou, era incrível como ele oscilava entre falsamente louco e pessoa racional de uma hora para outra. — Mandarei o colar por Sinara, façam essa arma, é o jeito que temos para lutar, nós também vamos nos esforçar e logo eu sei que conseguiremos. Pode dar conta de tudo?

— Claro, mas acho que preciso ir, estou ficando um pouco cansada. – Ela admitiu, sorrindo sem jeito e Alison correu até ela, para esmaga-la em um abraço de urso. Sinceramente, senti uma mistura de vontade de rir com... Inveja.

Em pouco tempo Alice foi embora, Cedrick nos encarou e sorriu debochado, sumindo em seguida.

— Cara maluco. – Resmunguei me sentando novamente no sofá e olhando para o teto.

— Essa é a intenção. – Alisson retrucou, se sentando ao meu lado. — Ziann...

— Que foi coisa estranha?

Ela baixou os olhos e segurou minha mão, não me importei, apenas deixei, afinal estava amando tê-la por perto. — Está mesmo separado de Maira? – Questionou, e acabou, para o meu desgosto, me fazendo lembrar daquela mulher horrenda que maltratava meu pequenino.

— Sim estou. – Ela apertou minha mão. — Alisson, sabe que isso não muda muita coisa não é?

— Eu sei, mas... É bom saber que não está mais vivendo uma mentira.

— Ei. Meu Jas não foi uma mentira. – Resmunguei e ela deu de ombros. — Olhe para mim, sei que suporta eu ter me casado, mas foi necessário e nunca me arrependerei de meu pequeno.

— Foi necessário? – Ela riu, um tanto triste, o que me matou por dentro. — Necessário para sua vingança não é mesmo?

— Por favor, pare de falar assim, eu já desisti desta ideia idiota a muito tempo. E por favor, não fale que tudo foi uma mentira, isso me magoa, não sabe como meu filho é importante para mim.

Ela encostou a cabeça em meu ombro e sorriu. — Eu queria ao menos conhece-lo Ziann, pelo menos ele eu poderia abraçar.

Permaneci em silencio, não havia o que dizer, nem o que fazer. Fomos amaldiçoados pelas trevas e tínhamos consciência disso.

— Eu te amo Alisson. Tenho medo de acordar e encarar a realidade.

— Eu tenho medo de não saber se ainda vai me amar quando se passar o tempo, e eu ainda estiver assim, em pedaços. Eu queria ter você por completo agora. Por que não posso?

Olhei em seus olhos. — Vamos conseguir.

— Que seja, precisamos voltar, Lyh está desesperada para encontrar Robin. – Ela riu melancolicamente. — Pelo menos um pouco de felicidade eu tenho que dar a ela, afinal essa menina não teve culpa de nada, apenas o azar de ser escrava desse maldito reino. Por favor, Ziann, não deixem fazerem com o pobre menino o que fizeram a ela. Por céus, isso é cruel de mais.

— Farei o máximo que puder. Vai dar tudo certo, para eles... E para nós.

Ela aproximou o rosto do meu, fechei os olhos e lentamente a envolvi com meus braços, seus lábios tocaram os meus e tudo se dissipou.


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Notas finais do capítulo

:)



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