Os sete filhos da rainha escrita por Florrie


Capítulo 7
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Seu irmão tinha escolhido não se sentar no elevado real – de novo – preferindo a companhia dos amigos e daquela noivinha sem graça. Margaery Tyrell merecia estar com sua cabeça espetada em um dos espigões da Fortaleza Vermelha. Ela estava sempre sorrindo, sussurrando mentiras e falsas cortesias. Essa idiota vai ser rainha enquanto eu serei apenas uma senhora de algum lugar sem graça do Norte.

Os Deuses não eram justos.

Caso ela fosse uma Targaryen, Bella poderia casar com Gendry, ela seria a rainha mais magnífica que já existiu. Uma vez ela tinha dito isso para o seu gêmeo, mas então ele lhe lembrou de que se esse fosse o caso, provavelmente Mya seria a escolhida para se casar com ele. Ela era a mais velha e seu pai parecia ter certo favoritismo com sua primogênita.

– Vamos ver o tiro ao alvo depois.

Chamou Myrcella.

Bella apenas sorriu como resposta.

– Onde está Mya? - Perguntou. Sua irmã também não tinha sentado com eles na noite anterior, preferiu a companhia de Cerenna.

– Provavelmente em algum lugar junto com algum plebeu.

Joffrey lhe respondeu.

Sua mãe revirou os olhos ao ouvir aquilo e mandou um dos guardas reais atrás de sua irmã. Como se ela fosse voltar, Mya e Gendry tinham herdado toda a teimosia do pai.

– Vai começar.

Tommen sorriu junto com Edric.

Bella não podia se importar menos com as justas. Nem ao menos sentiu pena quando seu tio foi arremessado do seu cavalo pelo o Cão de caça. Seu pai riu alto jogando a cabeça para trás e sua mãe torceu o rosto em desgosto. Enquanto Sor Jaime era retirado da pista ela procurou Gendry com o olhar, lá estava ele, rindo como um idiota para aquela Tyrell.

Alguns minutos depois foi anunciada a segunda justa, esta decidiria quem iria competir pelo o prêmio com o Cão. A Montanha que Cavalga entrou montado em um garanhão negro indomado. Aquele homem era o maior homem que já tinha visto, e o mais raivoso também, os Deuses lhe deram força para compensar a falta de um cérebro. Algumas historias sombrias o rondavam, as pessoas falavam de três esposas, todas jovens e bonitas que morreram de forma suspeita, falavam também de uma irmã que desapareceu misteriosamente. Não é um homem, é um monstro, mas um monstro que trabalhava para a sua família. Do outro lado veio Jon Snow, um rapaz bonito, gentil e honrado, o completo oposto de Sor Gregor.

Os dois competidores reverenciaram o rei e foram para suas posições.

– A Montanha vai acabar com o bastardo. – Joffrey disse rindo. – Talvez ele morra que nem aquele inútil do Vale.

– Jon é forte e habilidoso, ele pode vencer. – Edric defendeu, mas nem mesmo ele parecia ter tanta certeza.

– Jon vai morrer?

– Claro que não Tommen, – ela respondeu ao irmão mais novo – ele é muito bom para morrer.

Sua mãe aparentemente não gostou do tema da conversar ser Jon Snow. Ela não aprovava o relacionamento dos filhos com o bastardo de Winterfell.

O sinal foi dado e os dois competidores seguiram um contra o outro. Ela nunca iria admitir, mas sentiu um pouco de receio por Jon. Quando estavam prestes a se encontrarem a princesa fechou os olhos e então ouviu a multidão gritar. Deuses, quando abriu A Montanha estava no chão com o rosto cheio de fúria e Jon estava em seu cavalo.

– Ele venceu. – Ela aplaudiu de pé animada.

Sor Gregor não aceitou tal resultado, o homem se levantou, pegou a espada e com um só golpe decepou a cabeça do seu cavalo. Todos ficaram em silencio; o sorriso morreu no seu rosto e as mãos congelaram, pelos Deuses, o homem se virou na direção de Jon, ele vai matá-lo. Bella ainda estava de pé quando Gregor Clegane levantou sua espada na direção do seu oponente.

– Ele vai matá-lo, faça alguma coisa. – Ela gritou para o pai.

– Parem com isso, - o rei gritou e Sor Gregor desferiu o primeiro golpe que quase acertou Jon, - parem com essa loucura, - o segundo golpe teria tirado sangue se não fosse a armadura, - Sor Gregor, - Jon caiu no chão e a Montanha levantou a espada uma terceira vez.

– Faça-o parar. – Sua voz saiu cheia de horror.

Sua prece foi atendida pela a forma de Sandor Clegane que impediu o irmão de prosseguir. Os dois irmãos lutaram em meio aos gritos da platéia e do próprio rei. Joffrey estava animado pela a primeira vez, Edric e Tommen horrorizados e Myrcella assustada.

Outros cavaleiros da Guarda Real entraram na briga, foi preciso cinco homens para acalmar Gregor Clegane. O homem saiu da pista ao som de xingamentos e vaias. Quando o homem sumiu da vista, as pessoas bateram palmas para o Cão e para Jon, os dois finalistas do torneio.

O rei levantou-se sorrindo e decretou que a ultima luta aconteceria em uma hora, tempo o suficiente para que Jon pudesse cuidar de algum possível ferimento causado pela a explosão de raiva de Sor Gregor. Ele foi levado em direção das tendas por homens de Winterfell e a princesa se esgueirou para longe do elevado real.




Dezenas de pessoas andavam de uma tenta para outra, homens e mulheres do povo, nobres e cavaleiros, escudeiros e criados. Bella passou por eles, sempre recebendo algum tipo de cumprimento. Ela sorria doce para todas as pessoas, do jeito que tinha sido ensinada a fazer.

Quando chegou a tenda certa, ela se deparou com dois homens na entrada, todos os dois eram homens de winterfell.

– Bom dia Senhores. – Eles nem ao menos encontraram a voz. Ela entrou antes que eles dissessem qualquer coisa.

Lá dentro estava Jon com o elmo nas mãos.

– Milady?

Ele estava surpreso em vê-la e também um tanto corado. Conseqüência da noite passada, um beijo no rosto, uma leve provocação que mexeu mais do que ela imaginava com o rapaz.

– Eu vim verificar se você está bem. Aquele homem iria matá-lo se não fosse Sandor Clegane.

– Penso que eu deveria entregar minha vitoria a ele.

– Pois eu penso que não, se você não ganhar, não poderá me coroa a Rainha do Amor e da Beleza. – Ela sorriu.

– Seria impertinência minha lhe dar uma coroa, eu sou apenas um bastardo e a senhora é princesa e noiva do meu irmão. As pessoas poderiam pensar besteira.

– Tudo o que elas irão pensar é que você honrou o nome da prometida do seu irmão, – ela suspirou, ele estava certo, problemas poderiam cair nas suas costas e ela não era assim tão egoísta. – Então faremos o seguinte, você ganha à justa e entrega a coroa de flores para qualquer donzela que julgue digna.

Ela andou pela a tenda e pegou um lenço branco.

– Considere esse o meu favor, - ele pegou o lenço surpreso, - quando você coroar a donzela que for olhe para mim, – ela pediu – e será como se você tivesse me coroado. Caso você não olhe, saberei que a coroa não foi para mim.




Finalmente a ultima justa foi anunciada e Bella se viu ansiosa. Sandor entrou montado em seu cavalo e logo depois foi a vez de Jon. O rei cumprimentou os dois e então deu inicio a justa. Os cavalos correram um em direção do outro e Bella fechou os olhos, gritos foram ouvidos e quando ela abriu viu os dois homens ainda encima de seus cavalos.

Voltaram cada um para o seu lugar e reiniciaram.

E novamente os dois continuaram em seus cavalos.

– O garoto é bom, – seu pai comentou rindo.

Os dois cavalos partiram pela a terceira vez, novamente ela fechou os olhos e só os abriu quando os plebeus gritaram o nome de Jon. Ele ganhou, Tommen e Edric bateram palmas, seu pai soltou um riso estridente e sua irmã Myrcella comemorou discretamente.

O bastardo tirou o elmo e se aproximou do rei para a reverência.

– Parabéns Jon Snow, a honra, a gloria e ouro é seu. – A tradicional coroa de flores foi posta nas mãos dele, - quem você coroa sua Rainha do Amor e da Beleza?

Os risos se espalharam pela a arquibancada.

O cavalo de Jon percorreu quase toda a extensão da platéia. Passou reto por algumas moças ávidas por um pouquinho de gloria e também por Lollys e sua mãe desesperada que não pensaria duas vezes em casar sua filha com um bastardo. O cavalo dele parou no lugar onde uma das irmãs estava, ele vai coroar Sansa, mas para sua surpresa ele colocou a coroa na cabeça dourada de Joy Hill.

Bella o encarou e por um momento achou que Jon iria olhar apenas para a Joy, mas então, nos últimos segundos, seus olhos cinzentos se viraram em sua direção.

Então ela soube que a coroa tinha sido para ela.


.

.



Gendry resolveu caminhar antes da justa final. Ele saiu da arquibancada dispensando a companhia dos irmãos da sua noiva e passou a caminhar por entre as pessoas. Ele pensou em procurar pela a irmã – que também se esgueirou do estrato real –, mas mudou de idéia quando se deparou com Arya Stark. A menina estava com a saia lambuzada de lama e manchas escuras no braço.

– Você está bem? - Perguntou mais por educação do que tudo, aquela menina lhe tirava a paciência.

– Estou bem sim, por algum acaso lhe pareço mal? – Respondeu mal humorada.

– Sua saia está toda suja e seus braços estão cheios de poeira.

– Eu briguei com um menino que disse que eu não era capaz de empunhar uma espada. Ele disse que garotas não deviam segurar em aço.

– Você ficou maluca? O garoto podia ter lhe machucado ou coisa pior.

Aquela Stark era definitivamente uma doida varrida. Vai acabar apanhado de alguém.

– Eu não sou indefesa.

– Lady Arya...

– Não me chame assim. – Ela gritou e ele deu um passo para trás surpreso. O que?

– Não chamar como?

– Lady, eu não sou nenhuma Lady, minha irmã e minha mãe são, eu não.

– Você é filha de um grande Lorde e cresceu em um castelo, é claro que você é uma Lady.

– Pare de me chamar assim.

– Como milady comandar. – Sua voz saiu cheia de sarcasmo e um sorriso petulante brotou nos seus lábios.

Pare com isso, – ela gritou e o empurrou com força. Ele acabou caindo por causa de um maldito pedaço de pau atrás do seu pé.

Arya Stark levantou o nariz cheia de orgulho e saiu batendo o pé no chão e amaldiçoando o seu nome. O príncipe não percebeu quando começou a sorrir, garota insuportável, mas o pensamento foi acompanhado de uma gargalhada.

Ela provavelmente o ouviu, pois se virou e lhe lançou um gesto nada cortês com a mão. Aquilo só fez com que ele risse mais.

Louca, é o que ela é, completamente louca.



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Notas finais do capítulo

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