Uma chance para recomeçar escrita por Acte


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Caramba feliz demais por ter recebido a primeira recomendação. Obrigada perina is life, esse capítulo é dedicado a você.
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554374/chapter/21

CAPÍTULO 21

Após três dias internada no Hospital Karina recebeu alta e foi levada para sua casa, onde permaneceria por mais treze dias em total repouso.

– Nem pensar em levantar daqui heim dona Karina. – Bianca fala ajeitando as almofadas para que ela ficasse confortável.

– Ela vai se comportar, não é mesmo amor? – Pedro comenta.

– Já falei com a Beth e ela vai trazer seu café, lanche da manhã almoço, lanche da tarde e tudo mais aqui na cama pra você não precisar se levantar. – Dandara acrescenta.

– E da janta nós mesmo cuidamos. – fala Bianca.

– Mais quanto mimo em cima da esquentadinha. – João resmunga mexendo no computador de suas quase irmãs.

– Não enche Jhony. – Pedro diz. – Ta tão quietinha linda.

– To pensativa. É tão estranho, sabe, há quatro dias eu nem sabia que estava grávida e agora tem uma pessoinha aqui – coloca a mão em seu ventre – e a partir de agora tudo vai girar em torno dela, eu nunca a vi, mais ela já é o centro da minha vida, isso é muito estranho. – comenta pensativa.

– É normal K, quando nos tornamos mãe tudo em nós muda, você vai ver, a parte boa de tudo isso é que é maravilhoso. – Dandara, exercendo sua função de boadrasta fala.

– Linda eu viajo amanhã cedo, mas na segunda to de volta. – Pedro comenta recebendo uma carinha com bico da namorada. – E esse biquinho é pra eu beijar? – pergunta a beijando.

– Agora é a hora que deixamos a cena. – João diz a Dandara e Bianca, que sorrindo com o carinho do casal saem do quarto.

– Pê me leva com você- choraminga.

– Nem pensar, você tem que ficar aqui quietinha pra nossa princesinha ficar bem.

– Mais isso não é justo. Eu fico aqui parada e você vai fazer show pra um monte de fã enlouquecida.

– Ô céus mais é ciumenta essa minha esquentadinha. – beija a cabeça dela. – K é meu trabalho e agora que não seremos só nós dois, eu preciso trabalhar pra poder dar o melhor para você e pra Nininha.

– Nininha?

– É, não gostou?

– Na verdade não entendi.

– Assim ó linda: Aninha é diminutivo de Ana, mais é muito comum e como nossa filha não vai ser nada comum Nininha é uma boa, o que você acha?

– Que você é um pai muito babão. – responde o enchendo de beijos. Ele também se empolga e começa a distribuir beijos pelo pescoço e colo descoberto dela. – Saudade. – ela murmura entre as caricias. Entre apertos de mãos ágeis e beijos calientes ele vai se deitando sobre ela.

– É repouso total! – Bianca entra falando no quarto e assustando o casal.

– Pô Bi vai se ferrar. – K esbraveja mal humorada.

– Alguém tem que colocar juízo em vocês K, a doutora foi bem clara, nada de sexo até a próxima consulta, que por acaso é daqui a onze dias.

– Mais que saco!

– Calma amor, você não pode ficar nervosa e a Bi ta certa. – Pedro é carinhoso.

–Mais eu queria Pê. – faz dengo.

– Eu também linda, mas hoje vamos ter que nos contentar com estar juntinhos.

Eles ficam juntos, se beijando, se abraçando, trocando carinho, imaginando o futuro, até que Karina finalmente pega no sono juntamente com Pedro que passa a noite agarrado nela. Durante a noite ela sente a necessidade de ir ao banheiro duas vezes, consequência da gestação recém descoberta. Durante a manhã o guitarrista acorda antes de todos, por ter um vôo para pegar e sai deixando um bilhete, escrito no bloquinho dela, que dormia angelicalmente.

– Bom dia gravidinha mais linda. – Dandara fala animada entrando no quarto das meninas, com o café de Karina.

– Já Dandara, que horas são?- Bi pergunta sonolenta.

– Hora de vocês levantarem. – coloca a bandeja no criado de Karina e olha para a menina que reluta em abrir seus olhos azuis. – Trouxe seu café, com suco de manga com laranja. – Dandara revela fazendo com que ela abrisse os olhos imediatamente.

– Se nos próximos seis meses for assim eu não vou mais saber como se faz para levantar cedo sem sofrer. – K comenta sentando na cama.

– Muito sono é normal. – Dandara diz. – I o que é isso? – pergunta pegando um papel de bloquinho verde grudado na cabeceira da cama da lutadora.

– Sei lá. – K resmunga comendo seu sanduíche natural.

– Pois eu acho, alias tenho certeza que é pra você. – a cantora entrega o papel as mãos da garota.

"Linda, ontem o Nando me disse que quando o amor de duas pessoas não cabe mais no peito nasce uma nova vida, isso é clichê, mas é uma boa forma de explicar nossa mais nova situação: a caminho de nos tornarmos pais. Eu também estava com friozinho na barriga, mas quando eu sonhei com nossa família e vi você sorrindo de uma forma única para nossa Nininha, o medo desapareceu...Vocês são o que de mais precioso existe na minha vida e eu amo vocês duas com todas as minhas forças.

Sonhe comigo amor, que eu sonharei com você, dormindo e acordado.

Te amo, obrigado por ser minha...

Pai da sua filha e seu pra sempre!♥"

– Meu namorado não existe. – K fala grudando o bilhete novamente na cabeceira da cama, precisaria se lembrar de agradecê-lo mais tarde.

O resto do dia passou sem nenhuma agitação e os dias de Karina adquiriram uma rotina: café na cama, filme, lanche, soninho, mais filme, almoço, documentário de animais, soninho, lanche, mexer no computador, jantar, novela com Bianca e Dandara, banho, lanche e dormir. É claro que durante o dia seu pai, sua irmã, Beth, Dandara, João e Tomtom e ás vezes Fabi, Sol ou Wallace vinham ficar com ela, mas ela sentia muita falta de lutar e principalmente de Pedro. Até que o final de semana chegasse Karina quis muito se levantar e ir até a academia, mas seu pai a ameaçou para que ela ficasse quieta e sempre tinha alguém a espreitando e sendo legal, mas mesmo assim ela queria sua liberdade novamente. Se tem um direito que ela nunca tinha compreendido bem, mas que agora fazia total sentido era o de ir e vir.

– Hum comida! – Karina fala animada quando vê seu pai chegando com sua bandeja de jantar.

– Advinha o que é?

– Hum, deixa eu pensar...o que um pai maravilhoso faria para sua filha gravidinha? Que tal arroz a piamontese? – fala com os olhinhos brilhando.

– Do jeitinho que você gosta. – o mestre fala colocando a bandeja na cama dela.

– Ai pai, assim eu te amo mais. – K fala mastigando com a vontade a primeira garfada.

– Pra você comer com essa vontade toda eu faço todo dia. – Gael comenta assustado com a forma com que a filha comia. – Você lanchou hoje à tarde?

– Sim. Porque, ta assustada com como estou comendo mais?

– Só um pouquinho. –ele fala sinalizando com a mão. – Mas sua mãe também era assim. – ele começa a falar, assustando a lutadora no inicio, levando em conta que ele raramente falava de sua mãe. – Ela comia horrores, teve um dia, quando estava no quinto mês da sua gravidez, que ela comeu cinco pães franceses com queijo e presunto, sendo que antes da gravidez ela não comia nenhum inteiro direito.

– E cadê todo mundo? – K fala cortando o silêncio que tinha se instaurado por alguns minutos entre eles.

– A Dandara foi conversar com a mãe do menestrel, a Bianca saiu com o Duca e o João foi visitar o pai.

– Todo mundo vivendo e eu aqui. – resmunga.

– Cuidando da sua filha. E falando nisso já escolheram o nome? Ou eu posso apelidá-la?

– Nem pensar pai, nem venha com esses seus apelidos para minha filha. E o Pê já ta chamando ela de Nininha.

– Nininha? Nininha! – fala alto para ouvir o som da palavra. – É bom para um apelido, mas e o nome?

– Isso é surpresa.

– Vai esconder isso do seu pai?

– Pode chamá-la de Nininha, alias todos podem e o nome vem no dia do nascimento.

– Isso não é justo. – o futuro avô reclama.

– Tem um mestre de muay thai, de uma academia ai que eu freqüento, ou freqüentava – revira os olhos, constatando o esquecimento – que diz que a vida não é justa. Sabias palavras não acha? – provoca-o com um sorriso travesso nos lábios.

– O Menestrel chega amanhã?

– Ai pai, qual o problema de chamar o Pê de Pedro? Daqui a pouco a Nininha nasce e você esta o chamando assim ainda.

– É costume filha, se sabe que é até que eu vou com a cara dele – passa a mão nos cabelos dela – alias eu ia, antes dele te engravidar.

– Pai, esse assunto de novo, o Pê não fez nada contra a minha vontade não, muito pelo contrário inclusive.

– Ai não, isso não. – fica de pé. – Para um pai Karina, uma filha jamais faz...- não consegue completar a palavra.

– Sexo?

– Não é pra falar, to tentando achar uma forma de...

– De imaginar que eu fiquei grávida espontaneamente, sem contato físico.

– Isso.

– Mas não foi assim. – gargalha da cara sofrida de seu pai. – Teve contato, e muito.

– Me poupe dos detalhes Karina, você ainda é minha filhinha, minha bebezinha...

– Que por acaso vai trazer outra bebezinha ao mundo, em menos de seis meses.

– Com isso eu não sei se vou me acostumar.

– Com ela? – K fala olhando para seu ventre.

– Não, com o crescimento de vocês. Quando ela nascer vai saber o que é isso.

– Pai? – o chama quando ele vai em direção a porta.

– Hum?

– Obrigado! – fala sincera.

– Não foi nada, sabe que adoro cozinhar e te ver comer com toda essa vontade...

– Não por isso. – o interrompe. – Ou melhor, não só por isso. Por não ter me matado, me colocado pra fora de casa, sei lá, todas essas coisas que os pais fazem quando as filhas engravidam antes de se casar.

– Eu nunca faria isso. Esqueceu que eu fui pai aos vinte? – se senta novamente na cama, mas dessa vez ao lado dela. – E eu amo você, é claro que não era um sonho ver minha filhinha grávida aos dezenove, antes de casar e tudo mais, mas agora que aconteceu meu pai se restringe a cuidar pra que vocês tenham juízo suficiente pra cuidar da minha netinha.

– Te amo. – o abraça.

Ele não ser o homem que ofereceu sua carga genética, para se misturar a da sua mãe e lhe fazer, não tinha significado, na verdade ela nem se lembrava disso, não dava pra olhar para Gael e não vê-lo seu pai. E o mais incrível é que todos pensavam assim. Ele era o seu pai, o seu mentor, o seu herói, o seu ídolo, o seu guia, e agora seria o avô de sua filha. Isso era mágico, era a sacada mais incrível de sua vida. Sua mãe morre, seu pai biológico é apenas mais um ocupando espaço no planeta e então a vida lhe dá Gael, ô cara, o melhor. Na realidade ela era sortuda demais.

Dormir é uma atividade deliciosa, para todas as pessoas, ou pelo menos para mim sempre foi, mas atualmente, nesse meu mais novo estado, dormir é glorioso. Mas sabe quando você esta dormindo e de repente seu sonho fica quase palpável? E aí você acorda, então do nada, foi como se eu sentisse ele do meu lado, sua mãos acariciando meu rosto e então eu abri os olhos, e ali estava ele, na minha frente, lindo como sempre. Vestindo uma camisa dos Beatles e uma jaqueta de couro, o que me fez pensar que havia acabado de chegar de viagem, depois de seis dias fora. Num impulso ela o abraça e inala o cheiro que ela mais amava no mundo. Eles se beijam, um beijo cheio de saudade, de carinho e de amor.

– Você é pior do que droga. – ele sussurra para não acordar sua cunhadinha, que ainda dormia. – Quanto mais eu tenho mais quero te ter. – se beijam novamente.

– Saudade. – ela balbucia. Pedro puxa o edredom dela, levanta o pijama dela e beija seu ventre, que agora tinha uma pequena saliência pontudinha, evidenciando a vida que ali crescia.

– Papai sentiu saudades.- Pedro fala a barriga, tirando um sorriso da namorada. – Se comportou direitinho? – acaricia a barriga dela. – Ta mais pontudinha hoje. Você ta crescendo Nininha.

– Pê ele ainda nem deve ouvir. – K fala com as mãos enfiadas no cabelo dele, fazendo carinho.

– Mais ela sente e depois de todo esse tempo sem sentir o papai eu preciso lembrá-la de que eu estou aqui. E que trouxe um presente.

– Sério? O que? – ela pergunta curiosa.

Ele pega uma bolsa que estava no chão, retira um pequena caixinha e entrega a K, que a abre retirando um pequeno sapatinho branco, com um delicado laçinho dourado na frente. – É lindo.

– Calma que tem mais. – ele fala e entrega outro embrulho pra ela, que o rasga sem cerimônia alguma, retirando um pequeno bodie branco, virou a frente da roupinha para ela e sentiu seus olhos marejarem. Havia o desenho de um par de luvas de boxe rosas e estava escrito: “Não mexe comigo ou te acerto um jab”.

– Pê. –ela fala cheirando a roupinha e deixando uma lagrima involuntária escapar. – Você mandou fazer isso?

– Vocês merecem tudo meu amor. – a beija delicadamente.

– Eu te amo. – declara aproximando seu rosto do dele.

– Eu te amo bem mais. – ele completa sorrindo e a beija. – E isso é pra você. – fala dando uma caixinha para ela. Ela abre e encontra um colar com o símbolo do infinito e as letras K e P gravadas nela. Como se as palavras não dessem conta, ela beija em agradecimento e então eles deitam e cochilam agarradinhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Sugestões? Criticas?
Comentem...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma chance para recomeçar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.