Wander se levantou e correu atrás da gigante criatura que tinha passado sem ter percebido o jovem. O colosso tinha cerca de 20 metros e tinha uma aparência similar à de um minotauro e carregava uma clava na mão direita. Wander se aproximou do gigante, mas não sabia o que fazer, então pegou seu arco e atirou-o nas costas. O monstro virou-se e avistou o pequeno Wander. Sem entender o que ele fazia ali, apenas o observou e virou de costas novamente para caminhar com os pássaros que o rodeavam.

O jovem, indignado com a reação do gigante, atirou outra flecha, dessa vez perto da cabeça, que acabou o irritando fazendo com que virasse e tentasse acertar Wander com sua clava. Wander, surpreso, tenta correr, mas o impacto da clava no chão deu-lhe um impulso que acabou jogando-o longe.

— Como eu mato essa coisa? — disse Wander para si mesmo.

Ele se levantou e tentou subir na clava que ainda estava em contato com o chão. O colosso, vendo que o insignificante ser estava agarrado em sua clava, começou a sacudi-la, lançando-o na parede. Com o impacto, Wander deslocou o braço, e viu que não iria conseguir vencer a criatura se nem ao menos sabia como subir nela.

De repente a voz de Dormin ecoou na montanha:

— Levante tua espada para refletir a luz em direção ao colosso. Seu ponto vital deverá ser revelado.

Após ouvir isso, Wander levantou a espada, a qual refletiram os feixes de luz em direção à pata esquerda do animal, e assim se levanta e corre em direção à criatura.

Valus tentou pisotear o rapaz, mas mesmo ferido ele conseguiu ser rápido e foi para trás do gigante. Ao observar a pata esquerda, viu que nela havia um ferimento e resolveu agarrar os pelos da pata. Com dificuldades de se manter na pata com o monstro a balançando violentamente e seu braço machucado, Wander resolve cravar sua espada no ferimento do colosso, o qual caiu de joelhos ao chão.

Ao olhar para as costas do monstro, ele percebeu que havia três estranhas plataformas presas, uma mais embaixo e outras duas menores perto dos ombros e viu que isso facilitaria sua escalada. Aproveitando que a criatura estava ajoelhada, Wander escalou sua perna e subiu na primeira plataforma. Irritado, Valus parou de andar e usou a própria clava para bater em suas costas na tentativa de acertar Wander, o que acabou quebrando o lado direito da plataforma em que ele estava e a plataforma menor acima.

Wander resolveu escalar até a outra plataforma antes que o gigante a quebrasse também e dificultasse a sua escalada. Já perto da cabeça, os pássaros que rodeavam o colosso começaram a atacar o jovem, que começara a revidar e matá-los. Valus, furioso, começou a se sacudir mais forte. Wander tentou chegar ao topo da cabeça do monstro o mais rápido possível e cravou sua espada nela. O animal começou a ficar tonto, largou sua clava e foi tirar o rapaz de sua cabeça com as próprias mãos, mas o garoto foi mais rápido e cravou-lhe a espada uma segunda vez.

Os olhos do colosso escureceram e deles começaram a sair pequenas lágrimas. Antes do animal cair sem vida no chão, ele conseguiu acertar Wander com sua mão, que caiu perto da saída da montanha. Com o impacto forte no chão, Wander quebrou uma de suas pernas e algumas costelas. De lá ele poderia ver o templo onde Mono estava e tentou arrumar forças para voltar até lá e ver a jovem uma segunda vez. Nesse momento, o corpo de Valus começou a escurecer e uma fumaça preta saiu de seu corpo indo em direção a Wander.

Desesperado, Wander se arrasta até o penhasco da montanha para tentar fugir da fumaça, mas em vão. Ao se jogar ele foi pego e caiu desacordado. Logo depois desaparecendo.

De repente, ele surge dentro do templo na mesma posição em que tinha caído e com uma silhueta de um homem, parecida com a que Wander havia visto ao chegar no templo, ao lado o observando.

Wander acordou e viu a silhueta desaparecendo. “O que seria isso?” pensou.

Ao tentar se levantar, percebeu que estava sem nenhum machucado, como se tivesse sido curado milagrosamente. Então ele caminha até sua amada no altar para ver como ela estava, até que a primeira estátua do templo se iluminou e partiu-se em vários pedaços.

Wander sorri. Seu primeiro obstáculo havia sido passado.

Novamente, saiu uma voz do buraco que havia no teto do templo:

— Teu próximo inimigo é... Na caverna à beira do mar... Ele se move lentamente... Ergue tua coragem para derrotá-lo...

A voz se calou.

Wander estava se sentindo diferente, ele parecia um pouco mais pálido. Então ele resolveu beber um pouco da água que havia no poço.

— Será que devo realmente confiar em Dormin? O que era aquela fumaça escura que me deixou inconsciente? E por que aquela sombra estava me observando quando eu cheguei aqui? — Wander parou de falar e pensou um pouco, assustado. — Como eu vim parar aqui de volta?! — Falou em voz alta olhando para o buraco arredondado do teto, esperando alguma resposta de Dormin, sem sucesso.

Cansado, ele lavou seu rosto e voltou para o altar, onde tinha uma pomba branca perto de Mono. Wander espantou a pomba, beijou a garota no rosto e montou em Agro que também estava de volta no templo. Ao sair de lá ele olhou para o céu e viu que o sol estava na mesma posição de quando ele tinha chegado na Terra Proibida.

Não havia passado um minuto desde que ele passou pela entrada do lugar.