Nós descemos do carro e ela nem me ajudou a subir as escadas da entrada. Foi para a cozinha e voltou com um saco plástico azul escuro e depois me mostrou o DVD de Eu, a Patroa e as Crianças. Nós rimos um para o outro e ela ligou o aparelho de DVD.

Esta noite Alison saiu mais cedo, me deixando sozinho com Geanini, tomei a injeção e os analgésicos e dormi.

Eu estava no escritório lendo ao relatório que minha secretária enviou quando Alison chegou, ouvi ela me chamar algumas vezes e ela sorriu quando me viu na escrivania.

Ela deixou a porta aberta como sempre e foi fazer suas tarefas. Enquanto ela passava, eu ia perdendo cada vez mais atenção no texto e prestando mais atenção nela e nas suas roupas.

Ela estava usando um short jeans e uma blusa pequena na frente e longa atrás. Estava com o chinelo de minha esposa pelo que percebi e eles ficavam bem bonitos nos pés dela.

Meu Deus no que estou pensando?

Como nós havíamos assistido toda a temporada da série que ela alugou, liguei para a locadora e pedi para eles virem buscar já que eu estava com a perna quebrada – sim, tinha muitas vantagens com isso.

A manhã e a tarde foram reservadas para um pouco de trabalho, terminei alguns dos meus projetos, recebi outros, conversei com alguns amigos sobre trabalho e depois fui ler algumas coisas.

Almocei na escrivania enquanto observava Alison comer na sala assistindo TV, ela parecia mais confortável ali um pouco longe de mim. Depois que comi fingi estar lendo, mas estava admirando Ali prendendo cada detalhe ou mania dela comigo.

Quando ria jogava sua cabeça para frente e depois voltava com o corpo para trás, esticava o braço e afastava os cabelos louros do rosto. Depois que ria ela olhava para mim com um sorriso pequeno.

Nossa rotina era básica, assistíamos TV, ela fazia um lanche e depois assistíamos TV novamente ou ela ia ler na cozinha.

Como quase que obviamente ela entrou no escritório pegou meu prato e meu copo e foi lavar a louça. Voltou com o remédio já que esta noite eu havia sentido dores na hora de dormir.

Fiquei conversando com minha secretaria fazendo perguntas sobre a reunião que seria amanhã, todos os diretores haviam confirmado presença e Steven havia dito que traria vinho.

Quando já era noite, Alison colocou minha janta e nós fomos comer na mesa da cozinha. Conversamos pouco já que ela ficou a maior parte do tempo no telefone.

– Estou morrendo de tédio! – exclamei alguns minutos depois que acabamos de jantar.

Foi a primeira vez desde o meu erro em elogiá-la no carro que ela olhou para mim diretamente.

– Você tem algo para a gente jogar juntos? – perguntou colocando o celular de lado. – Eu ainda tenho mais meia-hora aqui.

– Sabe jogar Dama? – sugeri e ela assentiu. – O jogo está naquela salinha minúscula embaixo da escada.

Alguns minutos depois ela voltou com o jogo e colocou a louça na pia prometendo lavar amanhã, depois montou o jogo e nós ficamos jogando até a enfermeira aparecer.

Alison ganhou de mim e fiquei um pouco bravo, ela ficou zombando de mim depois que se despediu da enfermeira, observei-a arrumar o lençol enquanto eu deitava na cama e depois veio em minha direção.

Ela beijou minha testa e me desejou boa noite. Antes de sair e apagar a luz, confessei a ela:

– Você é mais atenciosa que minha esposa.

Ela olhou pra mim e consegui notar um pouco de tristeza em seus olhos, ela não disse nada apenas apagou a luz e me deixou sozinho na escuridão.

Como ela se vestiria amanhã para o jantar?