Deus me perdoe!

Mas estou alisando a coxa de Tom enquanto ele dirige freneticamente pela estrada vazia e escura. Estamos indo ao hotel onde nos hospedamos há anos atrás e onde tivemos nossa primeira vez.

Ele estaciona quase que rudemente e pulamos do carro enquanto eu pego minha bolsa. Não acredito que irei fazer isso, não acredito que irei trair Pietro na a uma semana do nosso casamento. Não acredito, mas quero.

– Quarto 12. – A atendente nos entrega a chave e nós andamos pelo corredor em silêncio.

13 passos. 14 passos. 15. 16... 22.

Não quero pensar, não quero pensar no que estou fazendo então me distraio com uma coisa inútil e desnecessária que é contar meus passos.

– Isso é errado. – comento quando jogo minha bolsa no chão e o beijo devagar.

– Eu sei. – Ele me pega no colo e me joga na cama. Depois vem em minha direção tirando os sapatos e desabotoando a calça jeans.

Posso pensar agora, não posso?

Vou dizer: Não há sensação melhor do que estar com ele e de saber que irei para a cama com ele em alguns segundos. Não há sensação melhor do que saber que Tom está perto.

Sei que semana que vem irei me casar e é isso que farei. Espero que ele saiba disso. Mas também sei que sempre amarei Tom e assumo isso. Pietro não sabe dele, mas sabe do meu amor por alguém – pelo meu primeiro amor doente – e que essa pessoa sempre estará queimando dentro de mim.

Quase não percebo quando Tom está dentro de mim se movimentando enquanto tira meu sutiã roxo e afasta meus cabelos louros.

– Você usava lingierie combinando... – Ele morde meu queixo e afasto a franja dos meus olhos.

– Cale a boca. – Fico por cima dele e começo a me movimentar mais rápido observando nossos movimentos e ele aperta minha bunda e ela fica vermelha rapidamente. – Isso não vai se repetir.

– Eu sei. – Ele sussurra meio sem ar enquanto acelera e eu coloco suas mãos em meus peitos e ele os aperta.

– Droga! Isso nem devia estar acontecendo. – Sinto suas mãos deixarem meus seios e chegarem à minha nuca, ele me abaixa deixando nossos rostos perto.

E me beija. Sim. Ele me beija. Tom me beija.

– Você me amará para sempre? – Ele me levanta e me coloca debaixo dele, depois segura o próprio membro e entra em mim novamente deixando minhas pernas dobradas.

– Sim.

Uma semana depois...

– Sim. – respondo para meu pai que acaba de perguntar se estou pronta e segura meu braço. O casamento é bem informal, eu nem queria que papai entrasse comigo, mas ele insistiu.

Os pais de Pietro – que são donos de uma mina de diamantes no Brasil – compraram uma ilha e a deram de presente para a gente. Estamos nos casando nela.

Estou usando sapatos simplesmente porque a mãe dele, senhora Rouge insistiu. São simples sandálias de saltos quadrados e é creme que combina com o vestido.

Sinto vento contra minhas costas enquanto caminho em direção ao altar e isso me emociona e eu choro. Vou sorrindo para as pessoas que estão sentadas nas cadeiras brancas enquanto lágrimas caiem timidamente de meus olhos.

Todos devem achar que estou emocionada por estar casando, mas estou chorando por Pietro. Pelo que fiz semana passada com ele. Eu o traí. Sei também, que se tivesse oportunidade estaria com Tom mais uma vez e sem pensar.

Papai abraça Pietro que está mais lindo do que nunca e o mesmo beija minha testa. Ajoelho e a cerimônia começa oficialmente.

Meu vestido é longo e creme, com flores desenhadas no meio e um singelo decote no topo, as costas são abertas e ele é mais simples do que exagerado.

LOOK DA ALISON [Estão os dois aqui, o de agora e o próximo]

***

Quando a cerimônia acaba e eu e Pietro já dissemos que aceitamos e assinamos os papéis, Silver – que está grávida de 4 meses de Phill e com 18 anos – coloca uma coroa de rosas brancas sobre minha cabeça e aperta minhas mãos.

Eu e Pietro caminhamos rindo para dentro da grande casa que fica na Ilha e é onde aconteceria a festa.

Enquanto os convidados enchem a parte do salão, Silver, Ray, Carlos e eu estamos em um quarto que preparamos como Closet para troca de roupas de festas importantes.

Silver e Ray estão dobrando meu vestido com cuidado enquanto Carlos me ajuda a colocar outro, desta vez mais amarelo de ouro claro do que creme. Ele é curto e rodado, com alças finas e bordado em algumas partes.

Depois me sento na cadeira de vidro e calço meus sapatos de salto.

– Obrigada, pessoal. – agradeço enquanto Carlos firma meu cabelo para o lado com um grampo da cor do meu cabelo e Silver retoca meu batom.

– Vou avisar que você irá jogar o buquê. – Rachel sai do quarto, acompanhada de Silver.

Carlos percebe minha expressão triste, ele não sabe do que aconteceu semana passada, mas sabe que algo aconteceu e que vem acontecendo há 4 anos.

Ele alisa minha bochecha e me dá um sorriso amigo.

– Você fez a coisa certa.

– Eu sei. – respondo, mesmo não tendo muita certeza.

– Agora deixa eu ir. – Ele seca as lágrimas que já estavam caindo. – Que eu tenho que pegar este buquê, loura!

***

– Três! – grito e jogo o buquê para trás e ouço o grito da mulherada solteira.

– É meu, saiam! – Carlos grita e eu me viro vendo o mesmo erguer o buquê de rosas roxas e Edward se aproxima dele tomando o buquê da mão do mesmo.

Ele mete a mão no meio do mesmo e tira dali uma pequena caixinha preta e se ajoelha na frente de meu melhor amigo. Carlos leva a mão ao peito super emocionado e eu me emociono quando Edward o propõe casamento.

– Parece que ele foi mais criativo que eu. – Pietro se aproxima beijando meu ombro e eu dou uma risada abraçando sua cintura.

– E mais caro também. Porque Rachel era a pessoa mais ansiosa para pegar o buquê. Quanto ele pagou para ela abrir mão, hein? – Dou uma risada fraca e ele me dá um selinho alisando meu cabelo.

– Eu te amo.

Engulo em seco e trinco os dentes.

– Eu também te amo, Pietro.