A vida em Cornell estava indo normalmente. Emmett e Rosalie foram ter mais uma lua-de-mel em Paris. Já estavam lá faziam 2 meses, dizendo que logo voltariam para casa. Carlisle estava trabalhando em um Hospital em Ithaca, e dando aulas de medicina aqui em Cornell. Esme passou um tempo em casa, sem ter o que fazer. Mas depois de algumas semanas ela se queixou de tédio, e arranjou uma casa antiga em uma floresta à norte da cidade para restaurar e decorar. Jasper estava em casa conosco, e estava estudando filosofia em uma faculdade ali por perto. Ele estava completamente extasiado com os estudos, o que me deixava feliz. Nem parecia o mesmo Jasper de Forks. Parecia que ele tinha aperfeiçoado mais seu auto-controle perto de humanos – a sede dele havia diminuído bastante.

Eu estava empenhada em descobrir quem eu era antes de virar vampira. A única coisa que eu sabia era que tinha sido internada por meus pais, ainda humana, por ter visões do futuro. Um dom que já tinha sido manifestado na minha humanidade.

Decidi começar a pesquisa procurando por indícios que um dia eu fui viva. Os jornais seriam uma ótima ideia. Resolvi procurar nos estoques logo que amanhecesse.

O dia seguinte clareou rapidamente. Era quarta-feira. Me vesti com um jeans e um casaco preto, que havia me custado os olhos da cara. Me olhei no espelho, e o visual estava sem graça. Me lembrei de Bella novamente. Ela e suas roupas sem glamour. Visualizei o closet rapidamente e calcei um escarpin preto que estava jogado em um canto. Melhorou bastante. Desci as escadas rapidamente e encontrei Jasper sentado no sofá, olhando para o céu pela parede de vidro. Seus olhos vagaram para mim lentamente, e ele acenou para o lugar ao lado dele no sofá. Sentei-me e olhei fixamente para ele. Seu rosto estava triste.

- O que houve, Jazz?

- Nada. Estou pensativo, apenas. – Respondeu.

Encostei a cabeça em seu ombro, enquanto ele passava os braços ao meu redor.

- Carlisle já foi para o Hospital? – Perguntei.

- Sim, teve uma emergência. Uma das enfermeiras de plantão telefonou.

- E Esme? Ainda é tão cedo...

- Ela está no escritório. Acho que está planejando como será a sala de estar da casa que ela está restaurando.

Sorri. Esme estava fazendo um ótimo trabalho. Fui com ela na última vez que esteve na casa, e o que ela já tinha feito estava perfeito. As paredes da sala eram em sua maioria vidro, como a nossa. E os quartos eram cobertos de carpetes em tons diferentes e macios. Esme era mesmo uma artista.

- A casa ficará belíssima. Ela está dando o melhor de si, e a decoração está fantástica. – Eu disse, encarando-o.

Jasper confirmou com a cabeça, e abaixou os olhos.

- Eu sei que não estou conseguindo te enrolar, Alice. – Suspirou.

Olhei fixamente nos olhos dele.

- O que está abalando você? Diga-me, talvez eu possa ajudar.

Ele me encarou com os olhos receosos.

- Você não pode diminuir a culpa que sinto, Alice. Nada pode. É por minha causa que saímos de Forks. É por minha causa que Edward está infeliz desse jeito, sem conseguir nos encarar por muito tempo. Eu causei mal demais, à todos nós.

Estreitei os olhos para ele.

- Jasper, você sabe que não foi culpa sua. Não foi culpa de ninguém. Tinha que acontecer. Era o destino. E a decisão foi tomada por Edward. Você não tem a ver com as decisões dele. Se ele decidiu deixá-la, o que podemos fazer?

Ele abaixou os olhos tristemente. Parecia que meu coração podia voltar a bater com aquela cena. Voltar a bater, e partir-se em seguida. Levantei a mão e acariciei os cabelos dele.

- Jazz, por favor. Não fique desse jeito. Sabe como eu me sinto quando você está triste dessa maneira.

Ele tocou meu rosto.

- Desculpe-me, Alice. Não quero deixá-la triste.

- Então alegre-se.

- Tentarei o possível, meu amor. – Jasper respondeu, dando um sorriso curto.

Eu poderia olhar Jasper por toda a eternidade. O amor que eu nutria por ele era indecifrável, incomparável.

- Bem, eu tenho que sair. Vou procurar jornais antigos nos arquivos. – Comuniquei, me levantando.

- Jornais antigos? – Perguntou Jasper.

- É, eu vou investigar minha vida humana.

Ele franziu o rosto.

- Por que você está interessada nisto, Alice?

- Bem, eu estou cansada de ficar no escuro, Jazz. Nunca soube absolutamente nada sobre minha humanidade. Eu gostaria muito de saber o que eu era antes de me tornar Alice Cullen.