“Edward.” Olhei nos olhos dele. “Sabe o que Bella fará, não sabe? Ela o ama, não deixará você ir tão facilmente.”

Ele meditou por um momento. “Sabe ao que terei de convencê-la, Alice. Bella não vai sossegar se eu não pôr em sua cabeça que não a quero mais.”

“Acho que será mais difícil.” Sentei no sofá, ao lado de Esme. “Bella é completamente apaixonada por você. Posso ver não só pelas minhas visões, mas também pelo olhar dela, quando está com você. O jeito como ela age ao seu lado... Não será tão fácil como imagina.”

“Fácil? Eu nunca pensei que será fácil. Você não tem a mínima noção de como eu a amo, Alice. Ela é toda a minha vida, sem ela nada faz sentido.” Edward abaixou os olhos. “Mas eu tenho de deixá-la, por amá-la tanto. Ela é como uma boneca de porcelana. Requer cuidados, e não podemos deixá-la correr riscos. Mas a nossa presença sempre ocasiona algo ruim para Bella. E eu não posso tomar sua vida como já tomei, ela é humana, e eu não. Acho que tinha me esquecido disso.” Completou com a voz embargada.

Eu sabia que se vampiros pudessem chorar, Edward estaria chorando abundantemente agora. Eu quase podia ver como seu coração estava partido, era quase impossível para ele fazer o que faria.

Rosalie revirou os olhos. “Edward, você mesmo já se convenceu de que sua presença não é benigna para essa... para Bella.” Disse com escárnio. Edward endureceu o rosto, provavelmente ouvindo o que Rose tinha pensado. “Então tudo está bem. Eu, Emmett e Jasper já terminamos o colegial, Carlisle ganha pouquíssimo naquele hospitalzinho... E já está ridículo ele tentar convencer a todos que tem 33 anos. Ficamos tempo demais em Forks, nem aguento mais morar aqui. Emmett e eu já estávamos pensando mesmo em ter mais uma lua-de-mel, essa é uma ótima oportunidade. Vamos todos recomeçar em algum lugar, só nós, como sempre foi.”

Oh, Deus. Eu iria ignorar Rosalie daqui por diante. Ela estaria radiante por um motivo que faria todos ficarem tristes.

Edward também ignorou sua fala fútil. “Para onde planeja ir, Carlisle?”

Carlisle arregalou os olhos. “Você não vêm conosco, Edward?”

“Vocês provavelmente não gostariam de me ter como companhia daqui por diante, Carlisle. Vou preocupar à todos, e não quero isso. Vou me virar em algum lugar.”

Esme levantou-se e abraçou descontroladamente Edward. “Ohh, não! NÃO! Meu filho, não faça isso conosco. Não faça isso comigo! Como acha que eu vou ficar sem um dos meus filhos, Edward?” Eu sabia que ela estava usando toda a sua força, como que para prendê-lo ali.

“Eu visitarei vocês sempre, Esme.” Falou ele, impassível.

“Mas não é a mesma coisa.” A voz dela estava embargada. “Eu não verei você todos os dias, não ouvirei você tocar piano, não poderei abraçá-lo, ou confortá-lo... Não nos deixe novamente, Edward.”

Esme estava com o coração partido. Edward acariciou seus cabelos de caramelo.

“Mãe... Não quero ferir seus sentimentos. Mas eu preciso fazer isso. Não poderei encará-los todos os dias, sem disfarçar minha dor. Sei que você não aguentaria me ver sofrer, mas é irreversível. Eu estarei deixando a essência da minha vida aqui em Forks. Não serei mais Edward Cullen, serei mais um peso, atormentando a vida da minha família.” Ele se virou à todos nós. “Prometo visitá-los sempre, mãe, pai, irmãos.”

Esme suspirou, e sentou-se, cabisbaixa. Carlisle levantou-se e abraçou Edward.

“Filho, você sabe muito bem o que penso sobre isso. Não vou contestar sua decisão. Mas sabe que sempre sentirei sua falta. E saiba, sempre que quiser voltar para nós, a porta estará aberta.”

Edward sorriu tristemente para Carlisle, e acenou levemente com a cabeça.

Eu sabia que a nossa família não seria mais a mesma.