Mistake escrita por Fidelity
Notas iniciais do capítulo
PRIMEIRO DE TUDO: ME DESCULPA DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO. EU SEI. EU SEI
Eu mudei de escola gente e tudo ficou meio complicado pra mim por que eu estudei na mesma escola por 10 FUCKING ANOS.
MAS TO DE VOLTA. Esse capítulo é meio divido em dois por que eu queria postar o mais rápido possível. Mamãe ama vocês.
Depois dos acontecimentos na casa de Christian, eu realmente comecei a considerar procurar uma cartomante e ver como andava o meu mapa astral, chakra ou algo relacionado.
Mas antes de fazer isso, eu preciso fazer outra consulta ao médico. Minha mãe e a mãe de Christian são amigas agora, e isso me assusta. Na verdade o que me assusta mesmo é que elas passaram a última tarde encomendando roupas de bebê. Isso assustaria até o mais terrível dos terroristas.
E o médico me prometeu que dessa vez descobriremos o sexo do bebê, e eu estaria empolgada se não quisesse vomitar todo o meu café da manhã nesse extado momento.
– E então Amanda, você está pronta? – Perguntou ele.
– Não sei, mas minha mãe está sentada na sala de espera e eu sei que ela está surtando. Ela acha que eu já sei o sexo do bebê e estou escondendo dela.
Ignorando meu comentário, o médico espalhou aquela coisa gosmenta na minha barriga que estava com um tamanho relativamente bonitinho. Depois disso aí, eu já vou parecer um planeta anão e isso me deixa triste. Viu? Estar grávida é uma montanha russa muito mais perigosa do que aquelas que você vai nos parques de diversão, principalmente por que suas emoções estão no carrinho da frente.
– E então Amanda, você vai se casar? – Considerando que o médico não sabe parte da longa história que já contei, até fez sentido ele perguntar isso.
– Eu não vou me casar. Sabe, antes disso eu preciso namorar com alguém que tenha as iniciais P e M. – Ele pareceu muito confuso – Assim podemos escrever AM + PM na nossa árvore!
A expressão do médico não mudou muito.
– Você entendeu a minha piada né? – Perguntei.
– Amanda, acho que já sei o sexo do bebê. – Falou, mudando o assunto. – Não, eu tenho certeza. É menina.
– Droga.
– Você queria menino?
– E ainda tinha um fio de esperança de ser gravidez psicológica.
– Mas já faz meses que eu estou te acompanhando.
– Você estava com gravidez psicológica também. Só que a minha.
– E as ultrassonografias?
– Todo mundo estava imaginando a minha gravidez.
– Bom, se você ainda tinha essa esperança, sinto muito, mas não estou imaginando a sua gravidez.
– Terminamos por aqui? – Perguntei.
– Você está tomando as vitaminas pré-natais que eu passei para você?
Ops.
– Que vitaminas? – Falei
– Eu passei pra você na primeira consulta. – Ele me olhou sério.
– Opssss... – Abaixei a cabeça.
– Aqui está uma amostra, e a receita. Quando acabar compre mais. Três vezes ao dia.- Me entregou um potinho e junto a ele, um papel.
– Se eu não tomar isso minha filha nasce feia?
– Talvez. E a sua alimentação?
– O dobro do que eu costumava comer. Mas tudo vai embora mesmo.
– Você anda comendo comida de fast-food?
– Mas eu amo Mcdonalds demais!
– Menos McDonalds, Amanda. Vou agendar a próxima consulta e a secretária ligará avisando.
– Ok.
– Ok.
Tentei não pensar na referência aquele livro sobre as estrelas. Mas eu só vi o filme e com muito sono, então não me lembro bem do contexto em que o negócio os “oks” foram inseridos.
Minha mãe, como sempre, me esperava empolgada.
– E então? – Ela perguntou como uma criancinha.
– O médico me falou para comer mais Burger King.
– Como assim, minha filha?
– Bom, ele disse menos McDonalds, mas eu acho é o mesmo contexto. – Continuei andando e olhando para a frente enquanto saíamos do consultório médico.
– E?
– F.
– O quê?
– Ninguém nunca entende minhas piadas...
– O quê mais?
– Tenho que tomar umas vitaminas se não minha filha vai nascer feia.
– Filha?
– Ah, é, tem isso também. É uma garotinha. – Minha mãe começou a inspirar e expirar rápido demais.
– Eu vou ter uma netinha! – Ela começou a gritar. A segurei pelo pulso e comecei a andar rápido. – Tudo bem, eu esperava que primeiro viessem as da Michelle, mas eu consigo lidar com isso. Qual vai ser o nome? Que tal Angelina?
– Mãe, você sabe que ela vai ser adotada por um adorável e estéril casal que ainda será escolhido, né?
– Você ainda vai mudar de ideia. Eu a mãe de Chris já estamos...
– Chris?
– É um garoto tão bom. Se não tivessem 16 anos, eu até estaria feliz.
“Mais do que já está?”, pensei.
– Mãe, eu gostaria de entender se você está do meu lado irradiando felicidade ou me depreciando.
Já em casa, minha mãe ligou para todas as minhas tias e primas para contar a notícia, e eu não vou dizer que não fiquei ouvindo tudo na extensão, por que eu fiquei. E eu não sabia que estavam todas tão animadas para o bebê assim.
Morgana, que praticamente já mora em minha casa, apareceu junto com a minha mãe. Elas moram do outro lado da rua e eu acho que isso ajuda.
– E aí? – Cumprimentei, enquanto ela se jogava na minha cama e pegava o meu computador. – Ei. Você não chega na casa dos outros de jogando na cama deles.
– Para de ser chata, eu já sou de casa. – Respondeu.
– O que me consola é saber que a pequena Angelina foi feita nessa cama.
Ela fez um som de nojo e rolou para fora da cama, se jogando no chão e puxando o notebook logo depois.
– Que nojo! – Exclamou. – Que. Nojo. Que história é essa de Angelina?
– Minha mãe quer que se chame Angelina.
– Mas ela sabe que a garota vai pra adoção.
– Pois é, né. – Encerrei a conversa e peguei alguns cadernos, começando a fazer o dever de álgebra.
Passou-se algum tempo e eu ouvi Morgana falar:
– Como você é estudiosa. Eu nem faço os deveres de casa.
– Sabe como é. Eu preciso ser aceita em uma faculdade, e eles vão saber que já tive um bebê. Então o mínimo que eu posso fazer é ser boa aluna.
– Você seria o orgulho da família se não estivesse grávida. Porra, Amanda.
– É claro que eu seria o orgulho da família. Com 13 anos eu escrevi um romance de 204 páginas sobre uma garota com TOC e mania de limpeza. Mas apaguei do computador acidentalmente.
– Com 13 anos eu já assistia Doctor Who. A série clássica.
– Eu quase fui presa quando eu tinha sete anos. Eu estava colocando aquela neve de mentirinha que se coloca nas árvores de natal em sacolinhas de plástico e entregando a todos os meus amigos. Aí várias crianças começaram a me pedir e alguma mãe dessas crianças descobriu e achou que era cocaína, então ela ligou para a polícia e eles pensaram que uma garotinha de sete anos tina criado um sistema de entregar drogas escondido dentro da escola. – Expliquei
– Eu me perdi na parte da neve de mentirinha. Mas até aí tudo bem. Sabe o que eu estava pensando?
– Eu não acredito que eu te contei toda a história de como eu quase fui presa pra você não prestar atenção.
– Sabe?
– Fala.
– Se eu morrer antes de Doctor Who ou Sherlock acabarem você pode procurar alguém que saiba usar um tabuleiro ouija pra me contar o que acontece depois.
– Tipo uma cartomante?
– Pode ser.
–Eu realmente quero ir em uma cartomante.
–Vamos em uma cartomante. Agora.
Levantei correndo.
– Onde tem uma cartomante? – Perguntei, entrando no carro da mãe de Morgana.
– Vamos descobrir.
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OBRIGADA À ANÔNIMA QUE RECOMENDOU!