Once Upon a Time: We are all mad here escrita por Kremer
Emma e Regina estavam de volta ao hospital.
– E quanto à injeção? – perguntou Regina.
– Nenhuma enfermeira afirma ter aplicado. Nenhuma seringa foi encontrada no quarto. É como se ela tivesse sido feita fora do hospital – respondeu Whale.
– Algum efeito colateral? – perguntou.
– Nenhum visível. Vou deixar vocês entrarem.
Whale havia telefonado para que Regina e Emma fossem ao hospital, contando rapidamente que a garota queria falar com elas, sem mais detalhes. E lá estavam.
– De que injeção vocês estavam falando? – perguntou Emma. Regina contou, resumidamente, sobre a marca que viu no braço dela.
– Vamos cuidar disso depois – disse Regina.
Ao entrarem, a garota tinha uma expressão neutra, beirando à alegria.
– Emma, Regina. Fico feliz em poder dizer que me lembrei de quem sou – disse, calmamente.
– Ora... Isso nos poupa um bocado de trabalho – surpreendeu-se Emma.
– Meu nome é Alice. Eu fui expulsa do País das Maravilhas, mandada direto por um portal.
Emma precisou de um segundo para absorver a informação. Por mais que já tivesse uma suspeita parecida, a probabilidade ainda lhe parecia remota.
– E quanto a sua falta de memória? Você sabe o que ocasionou? – perguntou Regina.
– Sim. Bebi uma poção que me fez perder a memória, logo antes de cair. Na verdade, fui obrigada.
– Por quem? – perguntou Emma.
– Pela Duquesa. Ela está tomando posse de Wonderland.
...
Era perto do meio-dia quando David e Mary Margaret entraram no Granny’s. Assim que se sentaram, Granny foi até eles.
– O que os Charming desejam? – perguntou, cordialmente.
– Dois cafés, Granny. Mas... Não é Ruby quem deveria atender? – perguntou Snow, delicadamente.
– Ela não apareceu desde ontem. Não consegui falar com Emma, nem Regina.
– Eu ainda sou o xerife – protestou David.
– Ora, David, não quis envolver você nisso. Precisa se preocupar com seu filho. Depois de Zelena, vocês merecem algum descanso.
– Mas, pelo menos, deixe-me ajudar – insistiu.
– Bem, então, será que pode dar o recado a Emma? Ontem foi noite de lua cheia, Ruby deve ter se distanciado um pouco, talvez esteja dormindo. Mas...
– Nós entendemos a preocupação e vamos ajudar, Granny – disse Snow, apiedando-se.
...
– Você está dizendo que saqueou um brigue sozinho? – Henry estava incrédulo.
– Um pirata nunca está sozinho. Ele tem o mar. Tem o navio. Tem sua espada... E além do mais, tenho o meu gancho. – sorriu Hook.
– Ah, por favor – Henry riu.
– É tudo uma questão de saber sobre seu inimigo. Há galeões de guerra, navios de carga, corvetas, navios espanhóis, navios ingleses... Mas a verdade é que nem todo navio tem marujos aptos. Alguns são contratados aos montes, sem a mínima qualificação, sem experiência. Cem deles não valem a astúcia de um homem do mar.
Henry assentiu. Os dois estavam sentados no deque. Hook havia ensinado Henry a fazer alguns nós, e agora, ambos encaravam o horizonte.
– O que aconteceu com o Jolly Roger?
Hook pigarreou. Contou a Henry como trocara seu navio, para ir atrás de Emma.
– Você o quê?! – Henry não ficara tão surpreso quando ouviu a história do brigue como agora.
– Não foi nada de mais – desconversou Hook.
– Claro que foi! Até onde eu sei, aquele navio era tudo o que importava pra você – disse Henry, cada vez mais incrédulo. Hook apenas sorriu.
– Existem coisas mais importantes no mundo, marujo.
Henry, então, o surpreendeu com um abraço.
...
– Regina, precisamos falar com Rumpelstiltskin – disse Emma, ao saírem do hospital.
– Odeio admitir isso, mas talvez precisemos mesmo da ajuda dele.
– Algo me diz que Alice não contou toda a verdade.
– É o que espero que Gold responda.
Ao chegarem à loja, Rumpelstiltskin estava tirando o pó de alguns artigos de metal.
– Então a paz acabou – disse ele, indiferente.
– Por que o pessimismo? Poderíamos ter passado só para dizer oi – disse Emma.
– Vocês nunca passam. Direto ao ponto, por favor.
Regina resumiu a historia, com algumas interrupções de Emma para adicionar detalhes. Logo, Gold estava à parte da situação.
– Wonderland nunca foi um lugar muito visitável – comentou Rumpelstiltskin -, pelo menos não nos tempos da Rainha de Copas. Talvez você se lembre, Regina, de que essa, no caso, seria sua mãe.
– Me lembro vagamente.
– Gold, precisamos da sua ajuda com algo um pouco mais específico – disse Emma, e contou a suspeita de uma injeção, que, àquela altura, Regina suspeitava conter magia.
– Então vou precisar ver a paciente.
...
Robin e seus homens despertaram quase ao mesmo tempo. Estavam todos um tanto confusos com o que aconteceu. Robin, porém, manteve-se firme e ordenou a um de seus homens:
– Separe os homens em grupos. Quero a área toda averiguada. Qualquer coisa que possa explicar o que aconteceu – o homem apenas assentiu. Marian se aproximou.
– Talvez devêssemos perguntar à Regina – disse.
– Talvez, se o que você pretende é apenas obter informações, e não acusá-la – disse Robin.
– Você a defende depois de tudo o que fez?
– Você não conheceu a mesma Regina que eu – respondeu, tentando não soar irritado.
– Claro, porque você a conheceu até bem demais – disse Marian, em um tom irônico, e se afastou. Robin suspirou.
...
De volta ao hospital, Rumpelstiltskin havia preparado um líquido azul claro para misturar com o sangue coletado de Alice. Se a solução ficasse verde, é porque a injeção continha alguma substância com propriedades mágicas.
– Aí está a resposta – disse, ao constatar que a solução ficara verde.
– Poções injetáveis? Sério? – Emma ergueu as sobrancelhas, em descrença.
– É um método pouco comum – disse Regina, simplesmente.
– Com licença? O médico me deu alta. Onde eu posso ficar? – Alice havia saído de seu quarto e encontrado os três no corredor.
– Venha comigo, vamos procurar Ruby. Regina, talvez você e Gold queiram analisar isso – disse Emma.
– Faremos o melhor – respondeu Gold. Regina assentiu.
...
Emma e Alice chegaram ao Granny’s, e praticamente esbarraram com Snow e Charming, que haviam acabado de sair.
– Emma, estávamos indo encontrar você – disse David.
– E por que? – aquilo não poderia significar boa coisa.
– Ruby desapareceu. Granny pediu ajuda – disse Snow.
– Desapareceu? – repetiu Emma. – Ah, mas que ótimo.
– Você poderia, talvez, fazer uma busca na floresta? – disse David.
– Tudo bem. Mas primeiro, deixe-me arrumar essa bagunça. E, ah, pai, mãe... Essa é Alice.
Ambos se cumprimentaram, sem fazer perguntas. Charming e Snow sabiam que quando Emma estava ocupada com algum caso – ou alguns – deveriam tentar não ficar no seu caminho. O casal foi embora, e Emma foi até o balcão do Granny’s, com Alice.
– Está com fome? – perguntou.
– Um pouco.
– Peça o que quiser, e diga a Granny que está por minha conta. Vou precisar resolver esse problema com Ruby. Você sabe onde fica seu quarto, não sabe? – perguntou Emma. Alice assentiu. – Ótimo, preciso que fique por aqui. Evite sair... Não sabemos o que pode acontecer.
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Os próximos capítulos prometem ser mais esclarecedores o/