A Força dos Desejos escrita por Jodivise
Notas iniciais do capítulo
Os piratas mais famosos das Caraíbas ainda mal tiveram tempo para respirar depois do ataque do titâ Oceano e mais um grande perigo os espera! Valerá mesmo a pena todo este esforço para levar Lara e Alicia de novo para o século XXI?
Capítulo 13: Um perigo à espreita
Passada uma semana…
O Pearl navegava em pleno Atlântico e não tivera mais sobressaltos. Lara continuava obcecada em desvendar o segundo perigo, mas até agora não obtivera resultados.
- Quem for marcado, sofrerá os sete pecados. – Disse para Alicia que se encontrava a seu lado, ambas sentadas no exterior do navio. – Mas marcado como?
- Com um ferro? – Tentou Alicia.
- Não faz sentido. Ninguém se vai marcar com um ferro no meio do mar. – Lara passou a mão pelo cabelo.
- Vais queimar os miolos de tanto pensar! – Suspirou Alicia, fazendo Lara levantar a cabeça e olhá-la.
- E tu vais queimar os teus de tanto pensares no Will. – Troçou mal-humorada.
- Ele não faz queimar os miolos. Faz-me flutuar em mil pensamentos… - Alicia estava radiante.
- Mais um para a lista! – Exclamou Lara.
- Qual lista? – Perguntou Alicia meio baralhada.
- Ora, a lista de paixões, amores e namoros que já tiveste! – Lara riu-se.
- Este é diferente. Eu estou mesmo de quatro por ele.
- Lembro-me que disseste o mesmo há dois anos quando namoras-te com aquele ruivo. Como é que se chamava? – Perguntou Lara coçando a cabeça.
- Derek.
- Isso. Foi o namoro mais longo que tiveste! – Lara soltou uma gargalhada. – Seis meses!
- Fala aquela, que teve dois flirts e não sequer teve coragem de se declarar ao seu mais que tudo Thomas! – Troçou Alicia.
- Quem é esse individuo? – A pergunta vinda de Jack fez as duas amigas saltarem de susto.
- Ninguém que te interesse. – Resmungou Lara.
- Jack, pergunte directamente à Lara e ela explica-lhe! – Alicia levantou-se. – Eu vou comer qualquer coisa. – Alicia olhou para Lara e esta última fulminou-a com o olhar.
Jack sentou-se ao seu lado e continuou a olhá-la com ar bobo.
- Vai me dizer quem é esse Thomas? – Perguntou bastante curioso.
- Quer mesmo saber? – Lara perguntou e Jack acenou afirmativamente com a cabeça. – É o rapaz mais bonito da cidade onde moro! E eu sou apaixonada por ele!
Jack endureceu o olhar e engoliu em seco.
- Ele é lindo. Olhos azuis e cabelo loiro. Só lhe falta um cavalo branco e uma capa esvoaçante para ser um verdadeiro príncipe! – Lara estava a adorar a expressão de Jack.
- Suponho então, que ele é o seu namorado? – Perguntou mal-humorado.
- Não. – Lara fez uma pausa e suspirou, espreitando sempre pelo canto do olho para Jack e aguentando-se para não se rir. – Ele não sabe que gosto dele. Somos apenas amigos. Além disso foi por causa dele que cá vim parar!
- Como assim? – Perguntou Jack.
- Ele apresentou-me a namorada…
- Oh, além de bonito, ele é burro! – Jack sorriu. – Mas falando do passado que agora é o seu presente. Já viu algum príncipe por aqui? – Perguntou de maneira duvidosa.
- Aqui? No meio destes piratas encontrar um príncipe? – Lara soltou uma gargalhada.
- Não tem piada. – Jack fez beicinho. – Reformulando a pergunta, para si qual é o pirata mais sensual, charmoso, bonito e elegante, que conheceu? – Perguntou com voz sedutora.
Lara pensou um bocado, sempre com ar divertido e olhou Jack nos olhos.
- Na verdade, há aqui alguém que eu acho bastante engraçado, independente, resmunga com todos e anda sempre atrás das pessoas. Tem uma personalidade encantadora! – Disse com uma vontade enorme de desatar às gargalhadas.
- E posso saber quem é? – Jack aproximou-se de Lara.
- Claro! É o Jack! – Exclamou.
- A sério? – Jack estava com os olhos brilhantes e aproximava-se mais de Lara.
- Eu acho-o bastante fofinho! – Lara olhou para Jack. – E aqui está ele!
No mesmo instante, um pequeno macaco saltou para o ombro de Lara e bufou em direcção a Jack, que fez uma careta.
- É tão esperto. Não admira que o Barbossa o adore! – Lara riu ao ver a expressão de Jack. Este tinha ficado lívido e colocou a mão na pistola pensando como haveria de matar aquele macaco irritante.
Lara levantou-se e foi ter com Alicia.
- O que é que fizeste ao Jack? Deixaste-o completamente de rastos! – Exclamou Alicia.
- Digamos que lhe dei uma lição de humildade para deixar de ser tão convencido! – Lara sorriu.
Ambas conversavam quando Raguetti e Pintel passaram ao lado com as vassouras erguidas e procurando algo.
- O que é que se passa? – Perguntou Lara.
- O Pintel diz que ouviu barulho de asas e que um insecto gigante se escondeu atrás destas caixas. – Explicou apontado exactamente para o sítio onde as raparigas se encontravam. Levantaram-se num ápice, olhando em volta.
- Eu vi de relance. Tinha asas e parecia um insecto! – Pintel continuava olhando para todos os cantos, mas quando olhou para Alicia empalideceu. Fez sinal a Raguetti e este teve a mesma atitude.
- Porque estão olhando para mim? – Perguntou Alicia sentindo-se desconfortável.
Mas os dois piratas gaguejaram e não conseguiam dizer nada. Lara olhou para Alicia e levou as mãos à boca para não gritar.
- O que foi, Lara? Porque estás com essa cara? – Alicia começava a ficar assustada.
- Por tudo o que é mais sagrado, não te mexas! – Lara pediu.
Inicialmente Alicia não se mexeu, mas um barulho fê-la rodar a cabeça lentamente. Ao levantar-se, tinha-se encostado a uma das cordas da vela. Era nesse mesmo cordame que estava pousado aquilo que tanto medo causava. Não teve tempo de ver o que era, já que Raguetti contornou o obstáculo e atingiu-o com a vassoura. Quando finalmente ficou visível, puderam perceber que se tratava de um insecto. Mas não um vulgar insecto. Tinha o tamanho de uma palma da mão e era da cor do fogo, salpicado por pontinhos pretos. Possuía grandes asas transparentes e a cabeça fazia lembrar a de uma abelha. Na ponta da cauda um ferrão brilhante ameaçava quem se aproximasse.
- Como é que vão matar aquilo? À vassourada não resolvem nada! – Constatou Lara.
Além de Pintel e Raguetti, outros piratas tinham-se juntado à caça do insecto. Mas não obtiveram bons resultados. Sempre que tentavam acertar-lhe, o estranho animal fugia. Acabou por pousar no mastro principal, e quando já não havia hipótese de o apanhar, um tiro acertou no alvo e o insecto esborrachou-se no chão. Barbossa tinha disparado, depois de assistir a meia tripulação a correr de um lado para o outro atrás de um simples insecto.
- Seus abutres ranhosos, não bastava dar um tiro e acabavam com o mosquito? – Perguntou enquanto descia as escadas do convés.
Todos rodeavam o estranho insecto. Lara passou à frente dos piratas e examinou o animal.
- É parecido com uma abelha, mas muito maior e de tonalidade diferente. – Disse olhando de perto. No sítio da entrada da bala, um líquido verde escorria.
- Não será uma espécie mutante? – Perguntou Jack, olhando para o insecto com ar repugnante.
- A única coisa que posso dizer é que se trata de uma espécie desconhecida, até no nosso tempo. – Afirmou Lara. Alicia concordou acenando a cabeça.
Mas antes de mais perguntas serem feitas, um zumbido mais forte captou a atenção da tripulação. No céu, uma nuvem escura aproximava-se e quando deu para perceber o que era, o caos instalou-se no Pearl. Dezenas de insectos desceram sobre o navio enquanto a tripulação pegava em armas e tudo o que estivesse à mão.
Pintel e Raguetti continuavam de vassouras em punho, Alicia combatia com um grande pau, fazendo dos insectos bolas de ténis. Um dos piratas gritou de dor quando o ferrão do insecto mutante perfurou a carne.
- Cuidado com os ferrões! Não se deixem apanhar. – Gritou Lara, cortando um bicharoco ao meio, com uma espada.
No entanto, era quase infrutífera a tentativa de escapar dos insectos e muito menos dos seus ferrões. Poucos minutos depois, quase toda a tripulação tinha sido picada. Jack pegou numa tocha e acendeu-a. O comportamento do insecto mais próximo alterou-se na presença do fogo.
- Peguem em tochas e ataquem estes nojentos com fogo. Parece que eles têm medo. – Berrou. Os marujos que ainda tinham forças fizeram o mesmo. Um dos insectos passou rente a uma das tochas e pegou fogo. O guincho estridente que emitiu feriu os ouvidos.
- E se montássemos uma armadilha em que os pudéssemos mandar pelos ares? Pólvora não falta. – Propôs Lara.
- Icem a rede de transporte de carga. Carreguem-na com barris de pólvora. Temos de nos certificar que os filhos da mãe ficam lá presos. – Berrou Barbossa.
Içaram a rede e alguns insectos ficaram com as asas presas nas redes. Quando viram que mais nenhum lá caia, Lara pediu para disparar. Acertou num dos barris e este explodiu, queimando os insectos que lá ficaram. Os restantes desertaram, como se soubessem que não ganhariam a guerra.
No final, o Pearl estava num caos e todos gemiam de dor. As borbulhas causadas pelos insectos eram grandes e de cor arroxeada. Além da dor, uma comichão horrível fazia os piratas coçarem-se até fazer sangue.
- Estão todos bem? – Perguntou Jack, coçando-se no braço esquerdo.
- Claro que estamos! Tirando o aparte de termos sido todos mordidos e andarmos a coçar-nos como cães sarnentos! – Respondeu Barbossa num tom ríspido. Tinha sido ferrado no pescoço.
Contaram-se os piratas mordidos e os que se tinham safado. Metade da tripulação tinha sido atingida. Curiosamente Lara e Alicia tinham escapado.
Quando o sol se pôs, o Holandês voltou à superfície. Will e Bootstrap subiram a bordo do Pearl.
- Foste ferrada? – Perguntou Will a Alicia.
- Não. Já procurei pelo corpo todo. Nem eu nem a Lara. – Mesmo assim, Will quis se certificar examinando os braços e o pescoço desta, deixando-a deliciada.
- Este é que era o segundo perigo? O que é que tem a ver com os sete pecados? – Jack não se parava de coçar.
- Até agora nada. Os insectos podem ser um aparte. – Barbossa tentou explicar.
- E aparecem no meio do mar? – Questionou Lara. – Era normal se aparecessem numa ilha ou em proximidade com terra.
- Há espécies que viajam milhares de quilómetros, Lara. Podem ser uma dessas. – Argumentou Alicia.
- Pois, mas nem no nosso tempo esta espécie é conhecida. Há alguma coisa errada. – Lara tentou falar de novo, mas uma algazarra no exterior do navio captou-lhes a atenção, obrigando-os a saírem da sala.
Lá fora, Gibbs, Cotton e outros três piratas tentavam separar Pintel e Raguetti que se agrediam mutuamente.
- ACABOU! O que é que se passa aqui que justifique esta cena? – Perguntou Barbossa.
- Até nós estamos a tentar perceber isso! – Exclamou Gibbs, que agarrava Pintel.
- És um idiota! Se soubesses o quanto te odeio! – Raguetti tentava esmurrar Pintel.
- Fala a donzela! Tu é que és sempre o palerma. Fazes tudo ao contrário! És o pior companheiro de cela do mundo! – Pintel acertou mesmo em Raguetti.
- Eles não são como irmãos? – Perguntou Lara a Jack.
- Desde que os conheço andam sempre juntos. São uma espécie de amigos inseparáveis. – Explicou. – Eu cá aprecio mais a relação com "amigas " inseparáveis! – Sorriu marotamente, deixando Lara amuada.
- Querem parar com isso? Vocês são amigos. Não se tentam matar um ao outro! - Alicia colocou-se no meio. – Para quê toda essa ira?
A última palavra fez um clique na cabeça de Lara.
- É isso! – Exclamou em voz alta. – Eles estão marcados por um dos sete pecados!
- E como chegaste a essa conclusão? – Questionou Will.
- O pergaminho dizia que quem fosse marcado sofreria os pecados. – Apontou para os dois piratas irados. – Eles foram marcados. – Agarrou no braço de Jack e mostrou a mordedura. – A marca é a mordedura dos insectos. Quem foi ferrado será punido com os pecados. O Pintel e o Raguetti estão sobre a influência do pecado da Ira. Entenderam agora?
- Oh bugger. – Jack desesperou-se olhando para a sua mordedura. – Porque é que eu levo sempre por tabela?
Continua…
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Olá leitores!!! Aqui vai mais um capítulo. A vida está complicada para Jack Sparrow e companhia!!!
Obrigada pelas reviews Sweet Luna. Fico felicíssima de estar gostando da história!
Espero que gostem!!! Saudações Piratas!!!
JODIVISE