Estacionei meu fusca no estacionamento do bar da faculdade e entrei pelas portas do fundo.

– Heey!

Paulo vem em minha direção e me da um abraço, o que me pega de surpresa porque achei que ele iria me dar uma bronca por chegar um pouco atrasada.

– Oi

Eu murmuro timidamente.

– Ultimo dia então

Ele diz e eu senti uma pontada de tristeza em sua voz.

– Ultimo dia

Eu repito pensando nessas duas palavras, eu trabalhei nesse bar durante um ano e foi o melhor ano da minha vida! Me diverti muito, e conheci José, meu melhor.

Afastando esse pensamento pra lá, fui atender as pessoas que estavam no bar. Tinha uma moça loira. Ela me era familiar, mas não sabia da onde a conhecia, então deixei pra lá.

– Olá!

Eu digo sorrindo pra ela

– Olá

Ela diz com um pequeno sorriso no rosto. Credo, tá de mau-humor filha?

– O que gostaria?

Eu lhe pergunto, tentando mudar o clima.

– Quero ovos, bacon e um suco de laranja com gelo, por favor.

– Ok, logo estará pronto!

Eu digo e vou ao balcão.

– Hei, Eduardo.

Eu digo dando pequenas batidinhas no balcão e deixando o papel anotado o que a moça queria.

Fui então a uma mesa, que estava sentado um homem, alto, loiro, deveria ter uns 37 anos, ele tinha os olhos azuis claros.

– Olá

Eu digo sorrindo para ele.

– Olá

Ele me diz com um sorriso caloroso em seu rosto.

– O que você gostaria, senhor?

Eu pergunto toda simpática.

– Me chame de Taylor, eu gostaria de um café bem forte.

Ele me diz sorrindo.

– Ok, já estará pronto!

Eu digo sorrindo e saio.

– Eduardo, deixa que faço esse.

Eu digo entrando na cozinha e indo preparar o café de Taylor.

– Ok

Ele diz fazendo cara de confuso. Novidade! Eduardo sempre fica absorto dos assuntos. Até parece que ele não se preocupa muito. E teria motivo pra ele se preocupar? Meu subconsciente pergunta com uma sobrancelha erguida em tom irônico.

Eu termino o café de Taylor e levo para ele, que está com um sorriso doce para mim. Engraçado, ele se parece um pouco com Will. Meu pai, na verdade padrasto, mas considero ele como meu pai, pois ele sempre cuidou de mim.

– Aqui está, Taylor.

Eu digo sorrindo.

– Sente-se comigo.

Ele diz gesticulando paro o acento em sua frente, eu sento.

– Então, como você se chama?

Ele me pergunta dando um gole em seu café.

– Me chamo Anastasia, mas me chame de Ana.

– Oh sim, prazer em conhece – lá, Ana.

Ele continua

– Está fazendo faculdade de que?

– De Literatura

Ele levanta as sobrancelhas um pouco surpreso, eu acho.

– Irei me graduar semana que vem, na quinta.

Eu lhe digo, porque eu estou dizendo coisas para um homem em que só sei seu nome? Porque você é burra! Minha deusa diz balançando a cabeça como se estivesse decepcionada. Credo! O povo está com puto de um mau-humor, pelo amor de Deus.

– Oh, meus parabéns!

Ele diz com sinceridade. Gostei de Taylor, mesmo não o conhecendo muito bem. Ele parecia militar, por causa do corte de cabelo.

– Obrigada!

Eu digo, sentido que corei um pouco.

– Então, acho que vou indo. Adeus, Anastasia.

Ele diz apertando minha mão.

– Adeus, Taylor.

Eu digo e ele sai do bar com o celular no orelha. Estranho!

O dia no bar foi um pouco corrido, mas foi tudo muito bem, para ultimo dia de trabalho voluntario.

Uma hora antes de acabar o expediente dos funcionários no bar, Paulo nos chama em uma sala em cima da lanchonete e me surpreendo em ver que tenho bolo e salgados.

– Bom, como hoje foi o ultimo dia de vocês, eu gostaria de lhes dar os meus parabéns. E agradecer a vocês por trabalharem comigo. Irei sentir falta de vocês.

Paulo diz, com a voz embargada, ai meu Deus! Ele vai chorar? Eu nunca vi Paulo chorar. Então sua filha coloca as mãos nos ombros de Paulo e sorri para ele de forma tranquilizadora. A relação de Paulo com Alice é um amor enorme, ele trata ela com todo o amor do mundo. E eu sei do porque. Paulo perdeu sua esposa no parto de Alice, ela teve muito sangramento e não agüentou.

Eu comi bolo e me despedi de Paulo e Alice e fui pro estacionamento.

Peguei meu fusca e fui em direção ao apartamento de Kate. Cheguei em casa e não tinha ninguém, acho que Kate foi pro jornal da faculdade.

Fui pro banheiro e tomei um banho relaxante, me vesti com um shorts um pouco curto e uma regata. Escutei meu celular tocando e fui procurar por ele, ele estava na minha bolsa, escondido.

– Alô?

Eu digo um pouco sem fôlego por conta de correr.

– Oi, Ana, é o José.

– Oh! Oi, José. Tudo bem?

Eu pergunto um pouco preocupada.

– Tudo sim, só estava com saudades, fazia tempo que não falava com você

– Verdade José! E ai? Como anda o estúdio?

Eu pergunto me sentando no sofá.

– Ah, está bem, iremos fazer uma exposição no próximo mês.

– Uau, José! Que coisa boa!

Eu digo, e escuto a campainha tocar.

– E os estudos como estão?

– Estão bem, daqui a pouco eu irei começar a estudar paras os exames finais.

Abafo o telefone com a mão e frito para a porta.

– Só um minuto!!

Eu grito

– Ah sim, você com certeza irá bem nos exames!

– Obrigada, José

Eu digo pra ele e vou em direção a porta, quando a abro dou de cara com...