Just One More Day escrita por Ana Viollet


Capítulo 7
Capítulo VI - Decisões


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpa pela demora. Espero que gostem do capítulo, boa leitura :)



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Após ouvir aquelas palavras, Karin soltou um sorriso duvidoso e
subiu as escadas sem pensar duas vezes, provavelmente querendo fugir da situação e pegar sua mala o mais rápido possível. Sasuke se encontrava desolado e a vontade de chorar ousava a chegar. Ele negou a se render, e levantou-se do sofá da sala. Indo até o banheiro mais próximo ainda bagunçado pela esposa e lavando seu rosto. Ele não poderia ser egoísta no momento, ele deveria dar prioridade a algo que realmente precisasse.

Daisuke já havia ido para seu quarto desde que sua mãe subiu as escadas. Se escondeu novamente nas cobertas, mas desta vez , com o intuito de abafar as lágrimas. Ele não necessitava ouvir aquilo de uma das pessoas que ele mais amava, era muito para uma criança tão pequena e inocente.

“Eu não consigo entender por que a mamãe fez isso com o papai.. Eles deviam continuar juntos, deviam continuar juntos!” Murmurou em meio a soluços, não muito alto. Ele ainda temia que alguém ou até sua própria mãe - que se tornou seu monstro -, o ouvisse.

O outro Uchiha tinha ido até a cozinha e bebeu um copo inteiro de água, junto do primeiro analgésico que encontrou pela frente e subiu as escadas. Eram 23 horas, e ele pelo menos esperava que Sakura tivesse comido o necessário, condenando imensamente a si mesmo por negligenciá-la tanto no seu primeiro dia em sua casa. Tirou a chave do bolso e destrancou o quarto, encontrando-a deitada na cama, dormindo com um
semblante calmo no rosto.

Ele se aproximou ainda mais da cama e chegou a se sentar em uma das pontas, cuidadoso, para não acordar sua paciente. Ela estava se encolhendo devido ao frio, então Sasuke pegou uma manta que estava próxima a sua cama e a cobriu até os ombros, ela se movimentou um pouco mas logo encontrou uma posição confortável.

“Perdão, Sakura. A partir de agora eu poderei cuidar melhor de você” Lamentou desculpando-se. Ele ficou de pé novamente e pegou a bandeja de comida. Felizmente, ela apenas havia deixando uma sopa que se encontrava em um pequeno recipiente. O moreno até se surpreendeu por ela ter aceitado a comida sendo quase diagnosticada com um transtorno alimentar, mas ainda estava desconfiado. Iria permanecer com ela até o final das refeições, de agora em diante.

Sasuke devia cuidados tanto ao filho quanto a sua paciente, ambos machucados física e psicologicamente. Ele tinha muito trabalho pela frente, e diversos obstáculos envolvendo sua – ainda –, esposa. Algo que ele iria, ou pelo menos tentaria resolver em poucos dias.

[...]

Uma semana se passou, a rotina estava bem listada durante esses dias. Sasuke ficou fora do hospital durante todo esse período, apenas acompanhando alguns casos pequenos por fora, enquanto ainda devia partilhar os cuidados de sua paciente com o longo processo judicial com sua esposa. Por outro lado, Daisuke havia ido para a casa dos avôs paternos.

Depois daquele dia, ele ficou indiferente em relação ao pai e nem à escola queria ir. Ele não estava com raiva dele, apenas triste por tudo que havia acontecido. O garoto não perguntara da mãe em nenhum momento desde sua saída, e isso chegava aos olhos do pai como um sinal de que ele já soubesse de tudo, por isso, estará o levando a um médico especializado futuramente, por enquanto, a melhor oferta era a casa de seus avôs, e Daisuke aceitou de bom grado.

O celular tocou e Sasuke esperou alguns segundos, atendendo quase no quarto toque, desinteressado.

“Sasuke, meu filho, como você está?” A voz doce de Mikoto soava com um certo tom de preocupação, e Sasuke se surpreendeu por ser sua mãe.

“Se eu dissesse que estou bem, estaria mentindo, mãe..”

“Oh, meu bem.. Sente falta de sua esposa? Daisuke? Você sabe que pode falar para sua mãe”

“Fugaku está aí?” Sasuke perguntou mudando completamente o assunto. Não queria falar de si mesmo, ficaria pior.

“Viajando. Você sabe como seu pai é..”

“Ele continua sendo agressivo com você?” Direto ao ponto.

“Sasuke!” Ela suspirou exasperada. Pareceu ter se chocado com a pergunta repentina do filho.

“Eu só quero o seu bem, mãe! Eu não quero ter outra conversa com o desgraçado quando for buscar meu filho..“

“Sasuke, seu pai é um bom homem, ele só tem certos momentos.. Um, por que você pretende buscar Daisuke tão cedo?”

“Estou tão preocupado com ele, mãe. Como ele está?”

“Independente demais para um garotinho. Toma banho, se veste sozinho. Mal precisa da minha ajuda. Por outro lado, ele anda meio tristinho, a professora falou que ele não tem prestado tanta atenção nas aulas como antes..” Aquilo era como uma facada direto no coração de Sasuke. E pensar que teria que viajar alguns dias depois da chegada do filho.

Chegaram a falar de outras coisas, mas o que ela havia dito sobre Daisuke ainda martelava em sua mente. Não citara nada sobre sua paciente, sua mãe iria bombardeá-lo de mais perguntas. Não que não gostasse de responde-las, mas realmente não era algo que ele queria, ele estava mal por causa de Sasuke, Karin e todo o processo, mas já era hora de trabalhar. Não iria trazer seus problemas para o trabalho.

Sakura estava visivelmente melhor, suas bochechas com um pouco mais de cor e alguns secretos gramas a mais na balança. Porém, por algum motivo, não permitia-se trocar uma palavra sequer com seu médico, era uma relação fria por fora, com algo imenso crescendo novamente por dentro.

Com o passar dos quase 10 dias juntos, ela tinha cada vez mais certeza de quem aquele homem era , e de que estava disposta à um primeiro contato. Quase passou a noite em claro no dia anterior pois não havia parado de pensar nisso e nos milhares de riscos possíveis, mesmo que todo esse sentimento de medo estivessem acompanhados por algo bom e otimista.

"Sakura, já são oito horas. Estarei entrando, tudo bem?" As batidas na porta vieram junto de um sobressalto na cama. A rosada puxou ainda mais os grossos lençóis que a cobriam, não por medo, por ansiedade.

Sasuke entrou no quarto sem o seu comum sorriso no rosto. Não era uma expressão carrancuda, longe disso. Ele apenas nunca havia demonstrado aquele semblante mais triste com tanta clareza na frente dela, nem mesmo quando a dias atrás, observou sua esposa saindo pela porta da frente com malas prontas. Ele tentara a todo custo deixar Sakura fora de seus problemas, mas seu humor não poderia mudar de uma hora para a outra.

Sua paciente notou rapidamente a tensão irradiando de seu corpo e pensou duas vezes se realmente deveria iniciar um diálogo naquela nublada manhã de sábado. Os acontecimentos estavam pesando demais em Sasuke, ela sabia disso. Seria pretensioso demais?

“Bom dia..” Ele cumprimentou com a voz mais baixa que o usual, com uma leve rouquidão que quase passava despercebida. Parecia ter apenas acabado de acordar, mas emitia um cheiro bom e característico, denotando seu banho recente. Usava uma camiseta cinza de mangas por baixo de seu jaleco.

Sakura abriu um rápido sorriso, retribuindo o seu cumprimento. Logo, voltou a fitar o moreno atentamente enquanto retirava certos equipamentos de uma pequena bolsa que sempre o acompanhava quando fazia certos exames de rotina. “Será a mesma coisa de todas as manhãs, ok? Checarei rapidamente sua pressão, batimentos, pulmões..”

Ela assentiu com sua cabeça quase que automaticamente. Estava na realidade perdida em seus pensamentos, preocupada. Queria saber o porquê da atmosfera ter mudado. Apenas impressão, talvez? Ele já estava assim a alguns dias. Sakura temia que fosse algo relacionado à “ruiva” que saiu gritando alguns dias atrás. Se preocupava acima de tudo com o bem estar de seu médico.

Sakura percebeu seu próprio corpo estremecer ao sentir o toque de Sasuke em seu braço nu, acordando-a do transe a qual havia se metido.

“Hey..” Sasuke sussurrou de uma forma preocupada, e retirou sua mão. Já ela lançou um falso semblante tranquilizador, que com toda certeza, não convenceu seu médico. “Pode levantar a parte de trás de sua blusa, por favor? Estetoscópio”

Ela fez da forma que seu médico pediu e levantou um pouco mais a parte de trás de sua blusa azul turquesa de seda, revelando parte de suas costas nua, ainda um pouco retraída. Logo, sentiu o arrepio gélido se espalhar pela espinha ao perceber o choque do objeto frio em sua pele, o que fez Sasuke desculpar-se imediatamente, e logo continuar a pressionar o objeto contra suas costas de forma bem mais delicada. A preocupação estava a fazendo extremamente tensa.

“Se não estiver se sentindo se sentindo bem, diga-me. Eu sou seu médico, não precisa ter receio de me contar como se sente, Sakura..” A rosada levou sua frase quase como uma indireta, mas não ofendeu-se de forma alguma. Isso a permitiu criar ainda mais coragem para tentar o contato. Balançou a cabeça positivamente e voltou a fitar o moreno, que agora estava a sua frente novamente, mexendo naqueles materiais que ela tanto sentia falta.

Ela estava com saudades de sua residência, era como um trabalho. Por mais cansativo que fosse, era acima de tudo, gratificante. Ver o suspiro de alívio de cada mãe ou pai antes preocupado sair da sala com a certeza de que seu filho iria ficar bem; De cuidar de cada uma das “pessoinhas” que entravam no consultório com um amor quase maternal; De conviver com seus colegas de trabalho..

A “doença” tirou vários de seus privilégios. Seria uma profissional excepcional, mas sempre recebia broncas ainda na faculdade por desmaios constantes fora dos consultórios e um cansaço interminável, portanto, era tida como incapaz fisicamente. Ela estava ciente do problema, mas estava tão frágil, tão machucada, que não poderia enfrentar aquilo sozinha. Sasuke a ajudou por muito tempo, tempo o suficiente para algo assustadoramente forte crescer entre eles.

Ela quer sua vida de volta, ela quer seu amor de volta; por isso, retirou coragem de onde nem sabia que existia e murmurou aquele nome de tanto impacto, com o sufixo que tanto sentia falta.

“Sasuke-kun..”


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