The Undercover escrita por Mares on Mars


Capítulo 25
Chapter 24


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada pelo carinhos de todos mesmo depois de tanto tempo. Preparei um capítulo pra vocês sofrerem, então, sofram hahaha. Amo vocês s2



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Capítulo 24



–Hãm hãm - Skye pigarreou para chamar a atenção de Melinda, que batia freneticamente um bolo dentro de um bowl - Uau, o que esse bolo te fez? - brincou com um sorrisinho e a chinesa virou-se para encará-la com um olhar cansado.

– Desde que eu li aquele email, a ameaça aos Nathan não sai da minha cabeça - justificou-se e deixou de bater a massa, colocando-a de lado.

– São duas horas da madrugada, você deveria estar dormindo - a garota constatou e May deu uma risadinha.

– Como se fosse possível. Como alguém tem coragem de ameaçar uma criança? - perguntou retoricamente e a outra apenas deu de ombros.

– Você podia aproveitar sua falta de sono pra me explicar que história é essa entre você o Coulson - sugeriu e a mais velha tentou desconversar:

– Skye, já é tarde, a gente pode falar disso outra hora.

– Não, May, por favor - pediu com a voz baixinha - Eu contei tudo pra vocês dois sobre o que tá acontecendo entre o Ward e eu.

– Tá bem, mas a história é longa, e é tudo tão difícil - justificou-se, porém não conseguia arranjar um motivo bom o suficiente para não conversar com a garota, que a olhava inquisitivamente - OK, eu conto.

– Ótimo, você poderia me dizer primeiro, desde quando você estão juntos? - questionou, e acomodou-se em uma das cadeiras da cozinha, enquanto May transferiu a massa de bolo para uma forma.

– A pergunta certa é: desde quando nós estamos juntos de novo - a chinesa corrigiu, sem se dar conta que havia dado brecha para perguntas mais complicadas.

– De novo? Como assim de novo?

– Foi há muito tempo atrás, e as coisas deram errado no final - respondeu subjetivamente, porém a mais nova implorou por mais detalhes - Nós ficamos juntos por 15 anos, eu acho.

– Você acha? - zombou e recebeu um olhar irritado.

– Eu não consigo lembrar quando nós começamos a ser um casal - comentou e suspirou - Na verdade, lembro sim. Foi no dia do aniversário de 21 anos dele.

– O que aconteceu?

– Eu não lembro. Eu bebi muito e eu tenho certeza que disse eu te amo pra ele naquele noite - confessou ao colocar a forma no forno e riu - Eu só me lembro de acordar sozinha dentro da Lola, num beco em Nova York, com o sol na minha cara e dele aparecer 5 minutos depois com um bagel e uma flor - relembrou com um sorriso bobo e Skye suspirou.

– E foi isso? - insistiu e May revirou os olhos.

– Eu não posso contar essas coisas pra você.

– Por que não? Tá totalmente claro que vocês transaram naquele dia.

– É óbvio - disse dando de ombros e a hacker riu.

– O que aconteceu depois?

– Ele me contou tudo o que tinha acontecido - (em detalhes) omitiu, e continuou - E não tinha nem o que eu fazer, eu amava aquele idiota mais do que tudo.

– Awwn, que bonitinha, você toda apaixonada - Skye comemorou - Continua.

– Ele me pediu em namoro seis horas depois.

– E foi romântico?

– Ele me deu um cacto e um anel, e pediu de joelhos - relatou com um sorriso.

– Um cacto? Tipo, um mini cacto.

– Não,um cacto, tamanho grande,a única planta que eu consegui deixar viva por mais de uma semana.

– Quanto tempo ficou vivo?

– 30 anos e alguns meses. Na verdade, ele ainda existe, mas ficou na casa da minha mãe.

– Isso é lindo.

– Tá bem, já chega, eu já contei muito.

– Não, por favor, você só contou como vocês começaram. Me conta como era - a mais nova pediu com um biquinho, e May revirou os olhos.

– Tá bem, o que você quer mais saber? - perguntou impaciente.

– Como era! Meu Deus, vocês dois são perfeitos, mas eu não sei como vocês eram antes.

– Uma frase pode resumir o que era: não sei como estamos vivos - disse involuntariamente e riu - Nós éramos loucos. Pulamos de um penhasco na Tailândia, bebemos até desmaiar com um mexicano num bar da Escócia, Phil fez uma tatuagem com o meu nome num estúdio imundo no Brooklyn… Foram tantas coisas - relembrou e Skye tinha os olhos marejados.

– O que vocês faziam quando não estavam fazendo essas coisas loucas, ou em missão?

– íamos para Coney Island - nesse momento, um nó formou-se em sua garganta e um suspiro saiu involuntário - Nós dançávamos na praia, íamos na roda gigante e ficávamos sentados na beira do mar até de madrugada, quando voltávamos pra casa a pé.

– Vocês eram perfeitos, e fizeram tanta coisa juntos - a garota constatou e fungou, findando as lágrimas que insistiam em se formar - Será que faltou alguma coisa pra vocês fazerem? - brincou e Melinda pressionou os lábios em uma linha fina e baixou o olhar.

– Sabe, nós tínhamos uma paixão por Santa Sofia, na Turquia - iniciou, e Skye sentiu que essa era uma daquelas história que nunca são contadas - Nós tivemos uma missão lá em 88, e quando acabou, fomos até a Catedral. Eu nunca fui religiosa, mas o Phil sim. Ele me contou a história daquele lugar, e quando nós entramos, eu senti uma força dentro de mim. Eu não sei explicar o que foi, mas uma única coisa veio a minha cabeça: eu amo esse lugar com toda a força do meu ser. E eu amei mais ainda, quando ele me levou até o telhado. Era difícil chegar até lá, e mais difícil andar lá em cima, porque era tudo oval, mas existe uma partezinha, uns 20 metros quadrados, plana, de onde dá pra ver toda a cidade. Nós ficamos lá por horas,sentados e quietos, olhando em volta, e nos olhando. Era de noite quando ele pegou minha mão e nos levantamos. Eu acreditava que ele queria ir embora, mas ele só me segurou, e devagarzinho, nós começamos a dançar. Durou muito tempo, mas assim como começou, nós paramos. Ele ficou me olhando, e foi a primeira vez que ele pediu em casamento - finalizou, e pela milésima vez, sorria de orelha a orelha, com um brilho nos olhos.

– Ele te pediu em casamento mais de uma vez? - perguntou Skye, que agora chorava claramente.

– Foram dez vezes, em dez anos, até que ele me deu um anel, e em todas, ele dizia que nós nos casaríamos naquele telhado.

– May, o que aconteceu de errado com vocês? - a hacker questionou indignada. Em sua cabeça, não podia conceber a idéia de que os dois não tivessem juntos para sempre.

– Bahrein. Eu fui burra. Entrei sozinha num complexo, salvei centenas e perdi o meu filho - resumiu com um peso em seu coração.

– Seu filho? - nesse momento, a mais jovem quase gritou.

– Eu estava grávida, e não fazia a menor idéia. Eu perdi o bebê com uma facada na barriga, e perdi tudo o que eu tinha porque não consegui me perdoar por ser a única responsável por matar o filho do meu amor - explicou e logo, Skye entendeu tudo.

– Você foi embora porque não podia vê-lo sofrer - deduziu e May assentiu, segurando as lágrimas.

– Eu não podia ficar com ele sabendo que nunca poderia dar a ele uma família - completou, e por alguns segundos, ambas ficaram em silêncio - Mas agora, tudo mudou - iniciou e a jovem olhou-a com dúvida - Eu não preciso me preocupar com a família que nós não tivemos, porque francamente, olhe em volta. Eu não preciso me culpar pelos filhos que eu não tive, porque eu tenho você, Leo e Jemma. Eu não preciso mais afastar o Philip, porque quando ele morreu, eu acreditei que nunca mais voltaria a respirar direito. Eu passei dias em estado de choque,bebi mais do que havia bebido em anos, e quando ele voltou, minha vida voltou a fazer sentido - declarou, e foi surpreendida pelo abraço mais apertado e sincero de todos. Skye chorava abertamente, e Melinda soluçava nos braços de sua filha - E você mudou minha vida menina, quando apareceu naquele van. Eu amo você - constatou e riu, pois era a primeira vez que dizia tal frase em voz alta.

– Eu amo você mãe - a garota respondeu simplesmente, e por um longo tempo, ficaram ali, apenas abraçadas, em silêncio.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham amado tanto quanto eu amei escrever.