The Undercover escrita por Mares on Mars
Notas iniciais do capítulo
Depois de 15 dias de pura enrolação e preguiça da parte da autora (mentira, tava louca de trabalho), eis aqui um capítulo novo, espero que gostem e aproveitem
– Nossa primeira correspondência em um ano – Skye anunciou animadamente ao entrar na cozinha, e entregou o pomposo envelope vermelho que havia acabado de tirar da caixa do correio nas mãos de Coulson, que com um olhar desconfiado, abriu-o e leu-o.
– Fomos convidados para um baile da alta sociedade – contou arqueando as sobrancelhas e May fez uma careta.
– Isso é incrível – Skye comemorou com uma risada,empoleirou no balcão, e começou a comer um iogurte, usando o dedo como colher.
– Isso é perigoso, de quem veio o convite? – a chinesa perguntou pegando o envelope na mão de Coulson, e de lá tirou uma nota, que leu em voz alta:
– “Queridos Philip,Melinda e Skye, conto com a presença de vocês na festa no próximo fim de semana. Eu pessoalmente estou organizando e faço questão que toda a família compareça, inclusive os Hunter, que ainda não tivemos a oportunidade de conhecer. Com carinho, Laura”. Muito atencioso da parte dos Nathan – comentou dando de ombros.
– Por favor, nós vamos? – Skye implorou quase miando.
– Ou podemos aproveitar o tempo que eles estiverem fora para fazermos uma revista pela casa – Phil sugeriu dando de ombros.
– Fazemos os dois – May respondeu – E Skye, desce da porcaria do balcão e arranja uma colher – ordenou olhando para a garota, que imediatamente a obedeceu.
– Sim senhora – disse e deu uma risadinha – Vou correr pra contar pros meninos – avisou, e deu um beijo rápido na bochecha de May antes de sair correndo da cozinha, em direção à porta de saída.
– Ela não tem jeito – Melinda comentou, mas não pôde deixar de sorrir.
– Você gosta dela de verdade, não é? – Phil perguntou aproximando-se.
– Acho que todos nós gostamos – respondeu e o olhou rapidamente – Phil, nem vem – pediu engolindo uma risada, afinal, o diretor se aproximava com um sorriso maldoso.
– Nós estamos sozinhos aqui – disse passando uma de seus braços em volta da chinesa, que deu uma risadinha.
– Ela vai voltar daqui a pouco – advertiu deixando-se ser abraçada.
– Ainda tem um um tempinho – insistiu e sorriu – Você é linda – comentou charmosamente e ela deu uma risadinha.
– Quer dar um passeio, sair um pouco? – perguntou soltando-se do abraço.
– Pra qualquer lugar que você quiser .
– Só me deixa trocar de roupa e nós vamos exibir Lola por aí – disse com uma risadinha, e deu um beijo rápido em Phil antes de correr para o segundo andar.
Dez minutos depois, desceu as escadas de vestido e salto alto, pronta para seu papel de madame.
– Podemos ir? – perguntou ao chegar na sala, e Phil a olhou impressionado.
– Já disse hoje que você é linda? – devolveu, levantando-se do sofá. Foi até a “esposa” e passou um braço pela cintura da mesma, e ambos caminharam juntos até a porta principal, que os levou até a garagem, onde elegantemente, ambos entraram no carro. Dessa vez, Coulson a substituiu no banco do motorista, e a chinesa se acomodou confortavelmente ao lado. Com alguns movimentos, a capota estava aberta, e era exatamente como nos velhos tempos. Phil, Melinda e Lola. Vento nos cabelos e sorrisos apaixonados.
– E para onde nós vamos? – foi a pergunta feita enquanto manobrava para fora da garagem.
– Nós temos uma festa para ir daqui a 5 dias, talvez se eu tiver um vestido bem bonito eu consiga distrair todo mundo na festa para alguém invadir a casa dos Nathan – sugeriu e em responde recebeu um suspiro – O que foi? – perguntou.
– Há uma semana você não ligava pra compras, e hoje você quer que eu vá comprar um vestido pra você – respondeu dando de ombros, e manobrou o carro para a rua.
– Você vai usar um terno, eu tenho que estar a altura.
– Eu sempre uso ternos.
– Mas eu nunca uso vestidos. Deixe eu ser mulherzinha por alguns momentos – May pediu com beicinho, e logo em seguida os dois riram.
– Que seja. Vamos encontrar um vestido pra você – e com isso, tomou a rua principal, e dirigiu para o sul, em direção ao centro comercial.
– Nós vamos para um baile. Acredita nisso? – Skye perguntou empolgada, jogando-se no sofá entre Tripp e Ward – Eu nunca fui pra um baile.
– Nem de formatura? – Mack perguntou, sentado numa poltrona confortável, bebericando uma cerveja.
– Eu pulei fora da escola antes do segundo ano – explicou e deu de ombros – Acho que só me arrependo de não ter ficado até o baile de formatura de Ben McKiney.
– Quem é Ben McKiney? – Ward perguntou com uma careta.
– O garoto mais gato e bad boy do Instituto. Olhos verdes, loiro, forte, tinha um carro lindo – Skye contou com empolgação.
– E por que você queria ter participado do baile dele? – insistiu, fechando a mão em punho.
– Porque ele tinha me chamado pra ir com ele – disse com um suspiro sonhador e Ward a encarou.
– Você vai querer um loiro bad boy pro baile dos Nathan? – definitivamente Ward estava enciumado, porém, passou despercebido por Mack e Tripp, que haviam se distraído com a TV.
– Não precisa ser bad boy, pode ser o Fitz – provocou e recebeu um beliscão brincalhão na perna esquerda.
– Você é terrível Skye – o especialista disse com um sorriso, e tudo o que os dois queriam naquele momento era um beijo rápido e muitos sorrisos por horas.
– Não acredito que vamos para a nossa primeira missão disfarçados – Simmons deu um gritinho animado enquanto levava sua última mala para o carro.
– Eu não sei se vou conseguir – Fitz disse preocupado, mas recebeu um soquinho no braço.
– Fica tranquilo, nós vamos te dar apoio – Hunter encorajou ajudando-o com uma grande mala de equipamentos.
– Todos prontos? – Isabelle perguntou ao entrar na garagem, bem arrumada e parecendo desconfortável.
– Tudo isso é pra mim? – Hunter provocou, e recebeu um gesto indelicado em resposta.
– Crianças, no carro, saímos em dois minutos – declarou e entrou no carro, do lado do carona. FitzSimmons obedeceram a ordem de sua mãe e se acomodaram no banco traseiro – Algumas coisas que precisam ficar claras antes de começarmos – disse quando Hunter manobrou o carro para fora da garagem – Nós seremos uma família pelos próximos dias. Somos os pais – gesticulou entre ela e Lance – e vocês são os filhos – apontou para os cientistas no banco traseiro – Toda a liberdade que nós temos aqui não pode ser levada para Omaha. Nós não seremos Izzy e Hunter, e sim... mamãe e papai – engasgou um pouco para pronunciar as duas últimas palavras.
– Nós podemos lidar com isso, mamãe, mas e vocês, podem? – Simmons perguntou, com um sorriso compreensivo.
– Nós já passamos por situação parecida – Hunter respondeu, com um sorriso travesso na direção de Isabelle, que revirou os olhos e tirou seu celular da bolsa.
– May mandou uma mensagem – disse com uma risadinha – “Não esqueçam que hoje começa a parte de vocês. Não se atrasem ou eu arranco um dedo de cada um. Ou melhor, um dedo seu e outro do Hunter, FitzSimmons não merecem isso” – leu em voz alta, e todos no carro riram.
– Ela tá mais falante – Lance comentou.
– Isso foi uma mensagem escrita – Fitz disse com uma careta.
– Foi a maior mensagem que ela já digitou na vida dela.E a mais carinhosa também.
– Impossível – o cientista duvidou, e Hunter sorriu para Isabelle, que pegou o celular de Hunter em sua bolsa e entregou para Fitz. Haviam 6 mensagens de Melinda dos últimos 9 meses. O rapaz começou uma leitura em voz alta:
– “Como você tem meu número?”, “Te mato quando voltar”, “Para de me mandar mensagens”, “Vou dar um tiro na sua cabeça”, “Odeio você”. Essa é a melhor de todas : “Hunter... Vai se foder”.
– Eu disse que aquela foi a mais carinhosa – disse dando de ombros, e novamente todos no carro riram.
– Eu não vou usar um vestido desses – Melinda disse com a voz firme, apontando para o bufante e azul vestido que Phil havia apontado em uma vitrine.
– Ele é bonito.
– Parece o vestido da Cinderella.
– O vestido dela é legal.
– Eu não sou a Cinderella – aquela era uma discussão infantil, daquelas que May havia esquecido que poderia ter. Mas Phil sempre despertava isso nela.
– Você poderia ser.
– Você sempre disse que eu não esperaria por um príncipe encantado.
– Porque você já tinha encontrado o seu.
– Quando foi que eu encontrei meu príncipe? – aquela foi uma provocação baixa e Phil fingiu um som ofendido – Pelo que eu saiba, príncipes não derrubam café nas princesas.
– Ah que se dane, você nunca foi uma princesa mesmo– respondeu dando de ombros.
– Não era isso que você dizia.
– Se você acha que eu tava te chamando de princesa, você entendeu tudo errado, ela nunca foi princesa.
– Mas casou com um príncipe.
– O que comprova a minha tese.
– Você tem uma tese sobre isso? – perguntou incrédula.
– Eu tenho uma tese sobre qualquer coisa que envolva você – respondeu com um sorriso, e roubou-lhe um beijo antes de passarem para a próxima vitrine.
(Brooklyn, 1999)
– Acho que finalmente encontrei uma princesa que te represente – Phil disse animadamente, ao entrar em casa com vários pacotes de papel do mercado e uma sacola da locadora da esquina.
– Explique – a chinesa pediu, enquanto mexia um tacho no fogão. Era uma cena muito caseira, daquelas que Phil nunca se daria o luxo de imaginar quando entrou para a S.H.I.E.L.D. Melinda May, de calça de moletom e uma camiseta roubada do Capitão América, com o cabelo preso e uma manchinha de molho na bochecha, fazendo o jantar de sábado para que eles pudessem sentar no tapete e assistir um filme em seu dia de folga.
– Mulan – disse simplesmente, e esperou que ela entendesse.
– Quem é essa?
– Ela é você.
– De novo, explique.
– Primeiro, ela é chinesa.
– Isso é racismo.
– Segundo, ela é guerreira.
– Eu gostei disso.
– E o príncipe dela também é um guerreiro – relatou sugestivamente, e ela riu.
– Sabia que não era por mim – respondeu, e desligou o fogo da panela Pronto para comer o melhor prato que eu já fiz na minha vida? – perguntou com um sorriso um pouco diabólico, e começou a servir yakissoba em duas tigelas.
– Você sempre diz que vai ser o melhor, e sempre acabamos pedindo pizza – provocou e recebeu um tapa no braço.
– Um dia você vai me amar mais ainda pela comida que eu faço – rebateu e caminhou para a sala, onde rapidamente, Phil colocou a fita no vídeo cassete e aguardou o início do filme.
Uma hora e meia depois, May havia concordado que aquele era o melhor desenho animado que já havia visto na vida.
– Eu disse que você finalmente ia se achar uma princesa.
– Ela não é princesa.
– Mas casou com um príncipe.
– Quem disse que eles casaram?
– É obvio que eles casaram, todo final feliz precisa de um casamento.
– Ah é mesmo? – perguntou com a sobrancelhas arqueadas.
– Sim, e sabe o que mais que eu acho?
– Diga
– Acho que você deveria parar de me enrolar e aceitar logo casar comigo.
– Eu já disse que caso com você.
– Você disse isso há seis anos, e continua me enrolando.
– Eu te enrolo? Phil, por favor – debochou com uma risadinha.
– E não?
– Foi você quem não me deu um anel – respondeu com um biquinho.
– Se esse é o problema ... – disse com um sorriso, e tirou um delicado anel de prata de seu bolso da calça.
– Phil – Melinda exclamou e revirou os olhos – Por quanto tempo você tem guardado isso?
– Há alguns meses...
– Quanto tempo?
– Desde que eu fui visitar minha mãe na Carolina do Sul.
– Phil, eu não acredito nisso... 8 meses.
– Com tudo que aconteceu nesse tempo eu achei que não fosse a hora certa pra isso... – ele foi interrompido nesse momento pelo abraço mais apertado que havia recebido na vida.
– Qualquer hora com você é a hora certa – May suspirou e distribuiu inúmeros beijos pelo rosto de Phil.
– Melinda May, você aceita casar comigo no sábado, no cartório do Brooklyn? – perguntou com as mãos tremendo, e Melinda sorriu.
– Vai com calma Phil, você esperou 8 meses pra pedir, acho que você pode esperar mais um pouquinho – respondeu rindo.
– E quando você quer casar comigo? – perguntou esperançoso, e colocou o anel no dedo anelar direito de May.
– Assim que eu conseguir o vestido da minha mãe – e essa foi a frase mais dócil, controversa e meiga que Phil escutou de Melinda em 15 anos que se conheciam.
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O que acham meus queridos? Coloquei um pouco de tudo e nada, mas é um capítulo leve que eu precisava escrever, espero que tenham aproveitado