Ichigo e o Sapo ~ (A Princesa e o Sapo)

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Há muito tempo, o rei Kurosaki vivia com seus filhos muito belos. Kurosaki Ichigo, seu filho mais jovem, era tão lindo que sempre o que o sol o via, ficava atônito sempre que iluminava seu rosto, deixando seus cabelos ruivos e longos ainda mais vivos. Perto do castelo do rei havia um bosque grande e escuro no qual havia uma lagoa sob uma velha árvore.

Quando o dia era quente, o príncipe Ichigo ia ao bosque e se sentava junto à fonte. Quando se aborrecia, pegava a sua espada de ouro e treinava alguns golpes. Aquela era sua atividade favorita. Vai entender né?

Porém aconteceu que uma das vezes em que estava treinando com a sua espada, num golpe mal planejado esta caiu em sua mão direto na água. O príncipe viu como a espada ia desaparecendo na lagoa, que era tão profunda que não se via o fundo. Então ele começou a se lamentar, pois aquele havia sido um presente de seu pai. Rodeou a lagoa, pensando no que poderia fazer, mas já estava perdendo as esperanças por não achar uma solução. Vai ter azar assim lá...

– O que é que tá rolando ruivinho? Você resmunga tanto que até as pedras teriam pena de você.

Ichigo olhou intrigado para o lugar de onde vinha à voz e viu um sapo colocando sua enorme e feia cabeça fora da água. Meu Deus. Mas aquele sapo era diferente, ele era...

– Ah, é um sapo... Azul? – disse intrigado, vendo que o sapo era azul da cor do céu. – Não sabia que sapos azuis falavam.

Que burro, da zero pra ele. Vou até bater uma palma.

– Só eu posso falar, baka. Ou por acaso você fica falando com outros sapos dessa lagoa? – o sapo revirou os olhos. – Diga logo porque você está reclamando tanto. Parece até um velho resmungão.

– A minha espada de ouro caiu na lagoa. – ele suspirou. – É um presente do meu pai, não posso perdê-la.

– Se prometer parar com esse chororô irritante eu posso pegá-la para você, mas... - disse o sapo, sorrindo. -... O que você vai me dar em troca se eu te devolver a espada?

Que ser interesseiro. Só acho.

– O que você quiser sapo. – disse Ichigo. - Minhas roupas, minha riqueza, a coroa de ouro que levo na cabeça.

Mal o ruivo sabia que se arrependeria de ter dito isso. Nah, mas um sapo é inofensivo...

– Não me interesso pelas suas roupas, nem por sua riqueza, nem pela coroa. Pode ficar com toda essa tralha. – ele disse com desdém. Também né, o que um sapo ia fazer com uma pilha roupas? Usar é que não ia ser. - Porém se me prometer que vai me levar com você para o castelo, ser meu companheiro e me deixar brincar com você, eu trarei sua espada de ouro de volta.

Pensem o que quiser, também não entendi essa de ‘brincar’. Mas não parece bom...

– Oh, sim sapo. - disse ele. - Te prometo tudo o que quiser assim que você devolver minha espada. Mas... Você fala como um tonto, pois tudo o que faz é se sentar na água com outros sapos e coachar. Não pode ser companheiro de um ser humano. – Ichigo desdenhou, revirando os olhos.

– Pare de ficar ‘sapo’, ‘sapo’, ‘sapo’, que coisa irritante. – ele bufou. - Eu sei o que sou, mas tenho nome viu? Me chamo Grimmjow. - então o sapo, contente com a promessa, meteu a cabeça na água e mergulhou.

Pouco depois voltou nadando com a espada na boca, e a lançou na grama. Ichigo estava muito feliz em ver sua preciosa espada outra vez. Então a pegou e saiu correndo com ela como se não houvesse amanhã.

– Ei, espera aí! - disse Grimmjow. – Não posso correr tanto como você! – ele gritou. – Ei moleque, não tá me ouvindo não?!

Mas de nada serviu coachar atrás dele tão forte quanto pôde. Ele não o escutou e correu para casa, esquecendo o pobre sapo, que se viu obrigado a voltar à lagoa outra vez. É, parece que alguém aqui foi trolado. Ah, se ele não fosse um sapo iria... Melhor deixar quieto.

No dia seguinte, quando Ichigo sentou à mesa com o rei e toda a corte, na hora do almoço, ouviram um barulho estranho de algo se arrastando pela escada de mármore. Quando chegou a porta, gritou:

– Ichigo! Seu príncipe baka, abre essa porta!

Ele correu para ver quem estava lá fora. Quando abriu a porta, deu um pulo para dentro, antes que o príncipe conseguisse bater a porta. Com pressa, tornou a sentar, mas estava muito assustado. Além de o sapo azul falar, ainda era desaforado?! Meu Deus o que seria dele? O rei se deu conta de que seu coração batia violentamente e disse:

– Filho, por que está assustado? O que é que tem lá fora? É algum ogro, ou lobo querendo te devorar?!

– Ah, não. - respondeu ele. - Não é nada disso, só um sapo azul.

– O que um sapo quer com você?

– Ah pai, estava treinando com minha espada de ouro, junto à lagoa, quando ela caiu na água. Como acho que fiz um pequeno escândalo, o sapo a devolveu, e porque insistiu muito, prometi-lhe que seria meu companheiro, porém nunca pensei que essa coisa seria capaz de sair da água.

– Coisa não! E eu já disse que meu nome é Grimmjow! – ele gritou, se aproximando da mesa.

– Você tem que cumprir o que prometeu. – o rei disse.

– Mas...

– Quem mandou fazer essa promessa? Agora cumpra e ponto final.

– Eu quero subir na mesa! – Grimmjow gritou de lá de baixo.

O príncipe estava disposto a ignorar, até que o rei lhe disse para fazer o que ele pedisse. Quando subiu, disse:

– Aproxima o seu prato, eu também quero comer!

Ele aproximou o prato de má vontade. O sapo aproveitou para comer o quanto pode, porém o ruivo enjoava a cada bocado. Em seguida disse o sapo:

– Comi e estou satisfeito, mas agora estou cansado. Me leva pro seu quarto, e prepare a sua cama, onde nós dois vamos dormir.

Ichigou bufou, porque não gostava da ideia de que o sapo ia dormir na sua cama, do seu lado. Mas não tinha escolha. É né, quem mandou fazer essa droga de promessa?

Assim, o ruivo pegou o sapo com dois dedos, e o levou para o quarto, o deixando num canto qualquer. Desde que subiram, reparou um olhar estranho no sapo e, se ele não estivesse começando a enlouquecer com os desaforos dele, podia jurar que o viu sorrir maliciosamente quando trocou suas roupas, por uma de dormir. Isso lhe dava até calafrios! Quem é que ia querer um sapo sorrindo maliciosamente pra você? Deus me livre.

Ichigo se aconchegou na cama, em seguida. Porém, quando estava quase pegando no sono, o sapo se arrastou até ele e disse:

– Estou cansado, eu também quero dormir, e tem que ser na sua cama! – ele deu um sorrisinho.

– De jeito nenhum!

– Vai sim, senão conto ao seu pai. – ele sorriu de escárnio, vitorioso.

– Cala essa boca, bicho odioso! - o ruivo se levantou raivoso, pegou o sapo e o jogou contra a parede.

Porém, quando caiu no chão já não era mais aquele sapo azul feioso, e sim um príncipe muito belo, de cabelos e olhos azuis da cor do céu. Ele estava confuso, mas ficou impressionado com a beleza do outro e se sentiu atraído por ele no mesmo instante, sentindo suas bochechas arderem.

– Espera aí... O que aconteceu com o sapo? – o príncipe estava com os olhos arregalados, tentando entender.

– Você tá vendo ele bem aqui. - ele sorriu, pegando em uma das mãos de Ichigo. – Eu fui enfeitiçado por uma bruxa, e só você poderia quebrar esse encanto.

– Eu? Por quê?

– Porque, por escolha de seu pai, eu seria seu companheiro, você já estava prometido a mim. – Grimmjow deu um sorrisinho malicioso. – Então você sabe o que isso significa, não é?

– Como é que é?! - o ruivo arregalou os olhos. "Aquele velho maldito." pensou.

– É, eu sei que você me adorou. – Grimmjow disse se aproximando, sem tirar o sorriso do rosto. – E amanhã nós vamos embora para o meu reino.

– Eu não vou com você pra lugar nenhum! - o ruivo virou o rosto para o lado. – Eu n...

– Ora, cale essa boca! – ele puxou Ichigo para si e o beijou com vontade, aconchegando-o em seu abraço em seguida.

Depois daquele beijo, Ichigo não podia negar que gostava dele. E no dia seguinte eles partiram para o reino de Grimmjow, onde aconteceu uma grande festa pelo retorno do príncipe que fora enfeitiçado. Mesmo aos trancos e barrancos os dois rapazes se gostavam cada dia mais. E logo aconteceu mais uma grande festa para celebrar a união deles. Pelo menos, Grimmjow nunca mais perturbaria Ichigo com seus coachares incessantes. Mas isto é outra história!

E viveram felizes para sempre!