Violet Of Night escrita por violetofnight


Capítulo 2
2- Viagem


Notas iniciais do capítulo

O capitulo vai se explicando e o que não for, tah no proximo capitulo... Vai lendo que fica melhor e se a curiosidade bater forte manda um comentario....



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Mesmo sendo rápida demorou horas pra limpar todo o convento, mas modéstia à parte eu nunca tinha visto um lugar tão limpo.

 

 Eu podia escutar o padre Antônio -Alex porque você é tão exagerada?- e a idéia de suas palavras me fez rir enquanto eu me limpava para ir caçar.

 

 Já era de tarde e eu resolvi buscar a comida um pouco longe, assim estaria de noite quando eu retornasse.

 

 Pensei em devorar uma vaca, mas a lembrança da vaquinha prenha deu um nó na minha garganta, então fui mais longe a procura de um grande rebanho de ovelhas.

 

 Elas estavam perto da floresta e não seria difícil dizer que foram atacadas por um animal –não que isso fosse mentira. Mais que depressa saciei minha sede – até mais do que devia – e escolhi duas belas ovelhas para o padre, essa era sua segunda carne favorita.

 

 A volta foi mais rápida apesar das duas ovelhas. O sangue me dava uma “força extra” e já era noite, queria chegar antes do padre Antônio se recolher.

 

 Entrei na cidade cautelosa – não seria fácil explicar a cena – esperando ser rápida o suficiente para assistir a missa. Mas já tinha acabado e os fieis estavam saindo, o que me atrasou um pouco e me fez subir pelo telhado, o que era o caminha mais longo até a cozinha, mas a distancia não importa muito quando se anda rápido.

 

 Deixei as ovelhas na cozinha e decidi subir – como humana – as escadas. A essa altura não queria fazer nada que apressa-se minha partida.

 

 Quando passei pelo primeiro andar ouvi a voz do padre me chamar.

 

“Alex?! É você?” – esse murmurou.

 

  Por deus, às vezes eu achava que o velho tinha um ouvido melhor que o meu.

 

“Sim padre”. –quando acabei de falar, já estava na porta do seu quarto, mas dessa vez ele não se assustou.

 

 “Acenda a luz, por favor”. –ele falou apontando a direção do interruptor.

 

   Me movi depressa e antes que seu braço caísse eu acendi a luz do pequeno quarto.

 

   “Agora sim!” – seu sorriso enrugava toda sua cara e seus olhos miravam meu rosto. “Você não deveria ficar tanto tempo sem comer, seus olhos são belos demais para ficarem escondidos”. –seu tom era quase uma bronca.

 

“Ok! Vou me lembrar disso” –apesar de ter certeza que minha sede não me deixaria esquecer, mas a lembrança do rosto enrugado do velho padre seria o mais forte lembrete.

 

“Sim. Agora vai embora e apaga essa luz. Alguém precisa dormir nesse lugar”. – ele resmungou enquanto se deitava desajeitado.

 

   Segurei uma risada e voei para meu quarto – sótão – agora me apresando. O mundo já gritava meu nome e eu tinha pouco o que pensar. Só repassava as instruções do padre – não fique sem comer, não revele seus poderes, cuidado por onde passa e um milhão de outros conselhos que eu freqüentemente desrespeitava – e o roteiro de viagem.

 

   Decidi ir para a Austrália de avião e voltar até a Itália meio de mochileira, assim poderia rever alguns conhecidos.

 

   A viagem durou pouco mais de sete meses, mas permaneci próxima ao mosteiro por dois meses pra me certificar de que estava tudo bem.

 

   Quando finalmente parti para Volterra a vaquinha, a qual o padre tinha batizado de mimosa – bem original – tinha tido uma bezerrinha que ele chamou de Violet – acho que era uma homenagem. Com certeza sentiria falta de tudo por aqui, mas uma família – que não morresse – era tudo que eu queria no momento.

 

  Eu ainda tinha que me preparar para as ofensas e lamurias de todos os Volturi, isso sim não seria tarefa fácil, mas nada que minha petulância não desse jeito – principalmente em Caius. Era sempre a mesma brincadeira de gato e rato, – eles querendo que eu fique e eu dando motivos extras para não ficar – mas dessa vez era diferente, a eminência de uma família de verdade, fazia isso tudo ser secundário.

 

   Respirando fundo entrei pela cidade já alerta.

 

   Não sei porque não era bem-vinda – mentira sabia muito bem – talvez fosse por ter partido o coração de Marcus ou por ter dado algumas surras na guarda, não faz diferença, isso só queria dizer que eu não vou ter uma recepção calorosa.

 

  Já estava ao lado do chafariz da praça quando comecei a ouvir os primeiros rosnados – não eram nada convidativos. Fiquei duas vezes mais alerta, meus poderes não estavam completamente ativos – são muitas habilidades para absorver – e isso era uma enorme desvantagem pra mim no momento.

 

  Minha posição era de defesa – a fraca luz da lua deixava os rostos contorcidos ainda mais ameaçadores. Meus poderes estavam demorando mais do que o de costume para se adaptar, minhas suspeitas eram que eu tinha ficado tempo demais com os humanos.

 

  Eles já estavam perto demais para meu gosto, quando eu senti que estava pronta – ai nenhum deles era páreo pra mim – me forcei a sair da posição de defesa e me ajeitei numa posição bastante casual, – um pouco rígida pela tensão. Abri um largo sorriso, como quem da cheque-mate num grande adversário e todos eles soltaram altos rugidos sabendo que já não tinham mais chance.

 

    O eco dos rugidos foi interrompido pelo grave rosnado de Felix.

 

“Você não é bem-vinda aqui”. – ele mais rosnou do que disse.

 

“Ah que isso? Não seja um mal perdedor”. – não tinha como meu tom ser mais debochado.

 

   Felix fez menção de avançar, mas Dimitri pos uma mão apaziguadora em seu peito acalmando os ânimos do gorila.

 

“Se você veio aqui pra arrumar...” – Dimitri começou a falar.

 

“Não vim aqui pra arrumar nada e dessa vez tenho convite”. – eu o interrompi impacientemente.

 

   Tirei o envelope do bolso e o atirei na direção do imóvel Dimitri.

 

   Ele pegou delicadamente com uma das mãos o envelope – a outra ainda estava ocupada detendo Felix – e passou os olhos cautelosamente sobre o papel.

 

   Eu o instiguei. “Vamos lá! Ele não morde”.

 

  Ele bufou e olhou para Felix pelo canto dos olhos, se certificando de que ele ficaria calmo.

 

   Felix rapidamente entendeu o recado e se endireitou numa postura menos ofensiva.

 

   Dimitri abriu o envelope e antes que ele pudesse ler eu o adverti.

 

“Não considere as duas ultimas frases”.

 

   Eu dei uma risadinha quando ele limpou a garganta sem graça.

 

   Me certifiquei que a tensão já tinha sido diluída e caminhei confiante em direção ao castelo, mas Felix e Dimitri não se moveram um milímetro se quer. Parei a um passo de distancia dos dois grandes guarda-costas.

 

    Revirei os olhos, impaciente, e rosnei as palavras. “Da licença, por favor?”.

 

   Os dois travaram a mandíbula em sincronia como se não tivessem certeza do que fazer. Seus rostos eram mascaras em branco sem qualquer reação.

 

“Não me façam tirar vocês do caminho”. – eu concluí quando vi que eles não iam a lugar algum.

 

   Um rosnado cresceu dentro do peito de Felix, mas antes que ele pulasse no meu pescoço, uma voz vinda da porta do castelo chamou nossa atenção.

 

“Vamos, parem com isso! Aro está chamando”. – claro era Alec – com sua voz de anjo – que estava parado impaciente esperando nossa reação.

 

   Dimitri e Felix abriram passagem como o mar vermelho, e eu não podia deixar passar a oportunidade de zoar com a cara deles.

 

“Salvo pelo gongo. Se livrou de outra surra”.

 

   Quando acabei a frase já estava a dois metros de distancia, mas pude ouvir Dimitri segurando o furioso Felix que rosnava e se debatia em minha direção.

 

   Não pude conter a risada.

 

   Estava a pouco mais de dois metros do pequeno Alec, quando estendi a mão num gesto de comprimento.

 

“Olá criança! Já faz bastante tempo que nós não nos vemos. Como vão as coisas?” – estranhamente as palavras saíram bastante verdadeiras.

 

“Movimentadas!” – ele disse sorrindo educadamente.

 

   De todas as criaturas do castelo, Alec era o que menos me incomodava.

 

   Ele se curvou num comprimento antiquado.

 

   E sorrindo eu cruzei a porta em direção ao interior do castelo, sem saber direito o que esperar, mas esperança é tudo que eu tinha no momento.


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Notas finais do capítulo

Se tiverem muito curiosos ou com alguma pergunta não deixe de mandar um comentario e eu responderei....



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